domingo, 28 de dezembro de 2008

A CP recolheu móveis históricos da Estação da Beirã






(clicar para ampliar)

A recolha de móveis da Estação da Beirã, efectuada pela CP, foi notícia em jornais nacionais e até na televisão.

Atendendo ao valor histórico do mobiliário, a Câmara Municipal reagiu rápida e contundentemente, através de carta/comunicado que pode ser consultada em http://municipiodemarvao.blogspot.com/.

A CP alega que é proprietária desse mobiliário, o qual estava ao abandono (por isso o levou para o preservar) e que não recebeu qualquer pedido ou proposta para aquisição do mesmo.

Se a CP está de boa fé, uma eventual acção pró-activa da Câmara talvez pudesse ter evitado esta recolha. Se! Nesse caso, os móveis ficariam na Beirã e a situação, com certeza, quase que não teria visibilidade.

Este é um grande problema em “gestão”: se somos pró-activos e as coisas correm bem, parece tudo normal e quase ninguém repara; se somos surpreendidos por acontecimentos que não previmos, com consequências negativas, “ficamos mal na fotografia” porque apenas reagimos…

Há, no entanto, sempre uma aprendizagem a retirar destes acontecimentos com consequências negativas: verificar se existem outras situações semelhantes e aproveitar para “jogar na antecipação”!

Será que no concelho não existirá mais património que, sendo propriedade de entidades externas públicas ou privadas, tenha algum interesse histórico (ou outro) para Marvão?


Grande Abraço
Bonito Dias

4 comentários:

298 - Manuel Andrade disse...

A retirada dos móveis já estava prevista há tempos e a Junta da Freguesia por força da circunstância, sabia-o.

Como tive ocasião de dizer na Assembleia (espaço reservado ao público) houve no passado inúmeras atitudes no sentido de 'controlar' algum do Património do Concelho abandonado pela cessação de Serviços no pós-25 de Abril. A maioría sem sucesso porquanto quem controlava a edilidade nunca as ter apoiado devidamente.

O Restaurante da CP já podia estar 'alugado' por valor irrisório e com objectivos concretos. Ali se deu o arranque da ANTA e ali foi palco de muito convívio e vivência e podia ter recebido as recentes comemorações do Centenário da abertura do Caminho de Ferro com uma exposição condigna e recepção ao familiar do D. João da Câmara (D. Vicente da Câmara) e demais oradores em palestra alusiva.

Reeitero pois, ao Sr Presidente da Câmara que use a sua força para 'mandar lá colocar' os móveis e requerer um carpinteiro para compôr o que foi serrado. Quem sabe fazer orçamentos e controlar uma Câmara também sabe resolver estas coisas menores em vez de convocar jornalistas e comunicação social.

De forma análoga o complexo da Fronteira também já podia estar na posse da edilidade a custo zero resolvendo-se à posteriori pelos Serviços Camarários as competentes escrituras e legalizações. Agora, manter e expôr aquele vandalismo ano após ano é que não é nada. E se há gente instalada no Concelho em más condições, ali por certo estaría melhor. Relembro que há moradias habitadas naquela zona ao abrigo de situações anteriores e quanto mais tempo passa pior, já que casa inabitada é meio caminho para a sua deterioração.

Tal Bairro podia já estar a albergar turistas sazonais mercê de uma competente contratação com por exemplo países nórdicos.

Finalmente.
Outro valor de monta que havia nas instalações principais era uma tapeçaria de Portalegre que apesar de já ter sido inquirido, neste blogue, sobre o seu paradeiro, o certo é que ninguém o alvitra.

Unknown disse...

Mais uma vez, o Concelho de Marvão teve divulgação nos Jornais e TV.

E infelizmente, como em acontecimentos recentes também trazendo ao conhecimento publico uma situação bem negativa.

Todos nós gostaríamos de ver antes as Positivas, mas essas tardam demasiado em aparecer.

Diz o Sr. Bonito e quanto a mim bem, que as Entidades, neste caso claramente Município e Junta de Freguesia, têm que estar sempre atentos a todas as realidades, evitando assim que muitas situações venham a ter resultados idênticos como o do caso presente.

Lá diz o velho ditado popular " MAIS VALE PREVENIR DO QUE REMEDIAR ", creio até e infelizmente para todos nós Marvanenses, que sobre este caso muito pouco haverá para remediar.

Para rematar este comentário, penso que a Junta de Freguesia da Beirã, deverá, pela defesa da sua Honra e pelo respeito que deve a Todos os Marvanenses, dar resposta ao mencionado no início
do comentário do Sr. Manuel Andrade e cito " A RETIRADA DOS MÓVEIS JÁ ESTAVA PREVISTA HÁ TEMPOS E A JUNTA DE FREGUESIA POR FORÇA DA CIRCUNSTANCIA, SABIA-O. "

Veremos!!!.

Jorge Miranda disse...

Não deixo de constatar com tristeza, que em relação a estes dois posts, estou mais parecido com um antigo primeiro-ministro (raramente me engano ou tenho duvidas).
Se no caso do mobiliário, toda esta exposição pública se deve apenas a uma pessoa à Dª Mimi (um grande bem haja), porque de outra forma tenho quase a certeza que o actual executivo, não teria mexido uma palha e toda esta acção passaria despercebida aos olhos dos Marvanenses.
Quando ouço o Presidente do Município dizer na RTP1, que a Autarquia não pode adquirir nada que não lhe seja proposto, está tudo dito, sensibilidade e bom senso cada um toma o que quer…
Mas não é só o mobiliário da CP que está em causa, o que está em causa é a nossa memória colectiva como Marvanenses.
Será que já alguém por exemplo pensou na possibilidade de fazer uma casa/museu dedicado à agricultura?
Será que alguém pensou no espólio etnográfico riquíssimo que a Herdade do Pereiro encerra, desde carroças, arreios, alfaias e instrumentos agrícolas de outras épocas?
Não será possível a Autarquia negociar com os proprietários a cedência deste espólio se ainda existir?
As obras são importantes, mas a memória das pessoas não deve ser esquecida!!!

úm abraço Jorge Miranda

Felizardo Cartoon disse...

Relativamente ao património etnológico e etnográfico do Concelho de Marvão, faço minhas, as palavras do Jorge .

Atendendo à riqueza patrimonial da nossa terra, no que aos aspectos citados concerne,impunha-se a criação de um museu etnográfico das actividades agrícolas e por inerência, dos usos e costumes ancestrais que têm características próprias que os distinguem dos demais e que fazem parte da nossa memória colectiva .
Só na herdade do Pereiro havia " pano para mangas " .

Acresce, que temos no nosso Concelho um verdadeiro "expert ", nestas matérias, que possui ele próprio, um património etnográfico,fruto de anos de pesquisa e de recolha, de valor incomensurável : O Senhor Vidal .

No Museu M. de Marvão, Há algum espólio etnográfico, que creio, ter sido fruto, do seu aturado estudo e incansável pesquisa, daquilo a que se pode chamar a "alma marvanense ".