domingo, 31 de janeiro de 2010

100 dias

Cumprem-se hoje 100 dias da tomada de posse dos Órgãos Autárquicos, aqui no cabeço do Ibn Maruán, o galego.

Após o 23-OUT, já choveu, já fez sol, já nevou, já gelou. Digamos que já decorreu tempo suficiente para que a vida voltasse à pacata normalidade, depois de uma campanha eleitoral e um sufrágio inéditos pelo número de candidatos, mas, ao mesmo tempo, carentes de propostas que marcassem a diferença entre as próprias candidaturas, exceptuando talvez o MpM, que, curiosamente, não conseguiu representação em nenhum dos órgãos a que se candidatou.

Num concelho cada vez mais despovoado de pessoas e de ideias, a elaboração dos programas eleitorais consistiu seguramente em copiar os anteriores e acrescentar meia dúzia de pormenores de última hora, num despejar sem fim de pequenas coisitas, quase todas de gestão corrente, misturadas com os eternos chavões da habitação, educação, acção social e outras que tais.

Nada mais errado que tentar incutir nas pessoas a ideia de que possuímos a receita mágica para, em quatro anos, poder resolver todas as inúmeras carências que se foram acumulando ao longo dos tempos, aqui no nosso pequeno território ao lado de Valência de Alcântara plantado. Isso é impossível, e as pessoas sabem-no.

Neste contexto de ausência de ideais claramente divergentes, a escolha que o povo de Marvão y su campiña fez em Outubro passado, foi uma escolha pelas pessoas e pela continuidade daquele modus operandum que, durante o mandato anterior, soube satisfazer as expectativas da maioria da população.
Em termos concretos, a diferença mais marcante dos programas eleitorais do PS e do PSD centrou-se na localização da zona industrial do concelho. Os rosas defenderam a opção da fronteira, devido talvez às melhores acessibilidades e à recuperação que surgiria naquela zona degradada, verdadeiro espelho da incompetência e da cegueira dos nossos governantes lá do Terreiro do Paço.
Já os laranjas optaram por colocar a futura zona industrial em Santo António das Areias, o maior aglomerado do concelho, onde assentam as maiores tradições industriais cá do burgo. Duas opções substancialmente diferentes, ambas com nuances positivas e negativas, que poderiam, de facto, levar o cidadão a optar por uma ou outra força política. A fronteira implicaria uma maior mobilidade de pessoas, ao passo que o acesso a Santo António é mais sinuoso e complicado.

Eu cá sou dos que penso que o desenvolvimento de Santo António passa forçosamente por executar uma estrada em condições, direitinha a Valência de Alcântara e que escancare, de uma vez por todas, as portas destas duas localidades, separadas em linha recta por uma escassa dezena de quilómetros. As relações comerciais e industriais, agora inexistentes surgiriam fluentemente, em consequência da proximidade gerada e aí essa tal zona industrial iria certamente rebentar pelas costuras, e S. Marcos teria reunidas as condições de voltar a viver os momentos áureos de um passado não muito longínquo.

Mais ainda: essa via de comunicação constituiria o caminho mais perto para Espanha não só para as freguesias de Santo António e Beirã, mas também para a quase totalidade do Concelho, colocando Santo António das Areias muito mais no centro e tornando a localidade num ponto de passagem obrigatória para muita gente do lado de cá e do lado de lá do Sever.

Voltando aos programas eleitorais, os mais atentos recordarão sem necessidade de consultar, que alguns deles referiram essa obra, mas nenhum a considerou uma obra prioritária para o desenvolvimento do concelho. Eu acho que é. Questão de opções e de opiniões.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

AZEITE'2010

MporM, por mail

Considerações sobre a Reunião ordinária da Câmara Municipal de Marvão:
dia 20 de Janeiro de 2010


No passado dia 20 de Janeiro, dois membros do Movimento por Marvão – Gonçalo Monteiro e Tiago Pereira – assinalaram presença na Reunião ordinária da Câmara Municipal de Marvão, na qual se estreou Alexandre Novo no elenco autárquico, devido ao facto da Vereadora Madalena Tavares se encontrar ausente. Saudamos, assim, o seu ingresso.

Esta reunião, ao contrário das anteriores, foi bastante serena; houve um espírito de colaboração efectivo, o qual louvamos. Não sabemos se este entendimento se deveu às matérias que foram abordadas na reunião, ou se, pura e simplesmente se esvaiu um certo rancor que advinha, ainda, das eleições autárquicas. Pedimos, com a humildade que nos caracteriza, a todos os intervenientes autárquicos, nos quais o MporM se inclui, para que não deixem de fiscalizar ao pormenor a gestão da Câmara Municipal de Marvão, apresentando também soluções concretas para os seus problemas, mas que, ao mesmo tempo, reine uma consciência de responsabilidade em torno dos projectos que são essenciais para a prossecução dos interesses, actuais e futuros, dos Marvanenses.

Os primeiros assuntos recolheram unanimidade entre os membros do executivo e foram aprovados de pronto, prendendo-se com o prolongamento do prazo de finalização das obras do Campo dos Outeiros em 38 dias (término a fins de Março) e com uma alteração ao orçamento para complementar as verbas destinadas aos subsídios de doença, maternidade, etc. dos trabalhadores do município.

O ponto seguinte teve que ver com o Conselho Municipal de Juventude, o qual foi uma preocupação, desde o primeiro dia, do MporM, que questionou o executivo e a Assembleia Municipal, diversas vezes, sobre a sua constituição. Foi aprovado por unanimidade o projecto de Regulamento do Conselho Municipal de Juventude, que terá agora que ser ratificado na próxima Assembleia Municipal, a acontecer em Fevereiro.

Seguidamente foi aprovado: o Plano de Feiras e Mercados para 2010; a actualização das taxas municipais – que não terão qualquer alteração devido aos valores da inflação; a acta do Júri relativamente à atribuição de uma habitação do município em Marvão; e, finalmente, o pagamento das vinhetas dos autocarros por parte do município a duas munícipes portadoras de deficiência.

O ponto subsequente levantou alguma polémica, dado que requeria a aprovação de um pedido de utilização das piscinas de Santo António das Areias pela ACASM (Associação de Cultura e Acção Social de Marvão), associação meio fantasma, meio bengala, do município. Este pedido vinha assinado pelo Vice-Presidente do Município, e também Presidente da ACASM – Luís Vitorino, o que precipitou uma pertinente pergunta do Vereador Nuno Lopes: “afinal, você é presidente de quantas associações?”, pelo que o Vice-Presidente da autarquia respondeu que, de facto, era presidente de três associações: a ANTA, a Associação Humanitária de Bombeiros e, mais recentemente, a ACASM; a dita proposta foi aprovada por unanimidade; não obstante, é bom reconhecer que o papel que esta associação desempenha no seio da Câmara Municipal é tudo menos transparente. Neste sentido, o Presidente da Câmara adiantou aos presentes, perante a situação de suspeição que se tem levantado em torno desta Associação, que a Câmara está a estudar alternativas legais para extinguir esta associação.

No último ponto da ordem do dia foi, também, aprovada uma moção de apoio a um texto reivindicativo da AHRESP (Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal), o qual propõe a diminuição do IVA para os estabelecimentos de Hotelaria e Restauração; a proposta foi feita pelo Vereador José Manuel Pires, tendo sido aprovada por unanimidade.

No período das informações, o Presidente do Município manifestou, uma vez mais, a sua preocupação em relação à situação do Golfe, e o vereador José Manuel Pires informou os presentes do sucesso da visita que a C. M. Marvão promoveu à BTL (Bolsa de Turismo de Lisboa) com os empresários do Concelho.

No período do público, para além de outra intervenção, Tiago Pereira questionou o executivo sobre qual era o ponto da situação relativamente à constituição da Empresa Municipal de Habitação, anunciada na última Assembleia Municipal, tendo igualmente interrogado os vereadores se houve, ou não, a colaboração de alguma Associação ou outro organismo, na elaboração do projecto de Regulamento do Conselho Municipal de Juventude, e, por fim, manifestado o agrado ao projecto de comunicação do Município, que integra a tão afamada imagem de marca, exteriorizando, concomitantemente, uma preocupação em relação à sua aplicação, e o modo como esta irá ser feita.

O Presidente respondeu às perguntas colocadas, adiantando que a jurista da Câmara está a trabalhar na proposta que sustentará a Empresa Municipal de Habitação; sobre o projecto de Regulamento disse que até ao momento ainda ninguém foi ouvido, mas que haverá, como está previsto na lei, o habitual período de discussão pública – quinze dias depois da sua aprovação; sobre a comunicação da Câmara, o Presidente assegurou que nos próximos quatro meses a EVOL vai continuar a coordenar o processo, como estava previsto no contrato, pelo que se está já a estudar a hipótese, por parte do executivo, de um alargamento do contrato com a EVOL para os próximos anos.

O MporM proporciona aos munícipes, mais uma vez, uma recensão crítica da última reunião de Câmara; no entanto, para que a sua intervenção seja o mais abrangente possível, faça-nos chegar as suas perguntas para serem colocadas ao executivo, pelo e-mail – movimentopormarvao@gmail.com ou pela morada – Movimento por Marvão, Apartado 09, 7330-999 MARVÃO.

NADANDO...


terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Uma marca que nos deve unir, porém...




Uma marca que nos deve unir, porém há situações que não se podem ignorar.

Em primeiro, o dia, o lançamento, a festa, que não peca pelo conteúdo mas pela forma. Um 24 de Janeiro, ou se quisermos a celebração da Restauração/Devolução do Concelho de Marvão, nunca vai ser para mim uma comemoração enquanto deixar os Marvanenses de fora, enquanto os convites se esgotarem nos órgãos de comunicação social e ilustres personalidades. Tive oportunidade de manifestar, na quarta-feira passada, esse desabafo ao vereador José Manuel Pires, que alegou que a sala da Casa da Cultura era pequena para tanta gente, e que depois mais para a frente se fazia esta apresentação à população. Pelo que fiquei a pensar para os meus botões, se o que seria correcto não era precisamente o contrário. Aqui fica o meu desabafo convosco também. Quanto ao conteúdo optou-se por uma via de deslembrar a dita Restauração, que teve o seu expoente máximo nas palavras enversadas do nosso conhecido António Marques, concentrando-se a atenção no lançamento da imagem de marca e do respectivo plano de comunicação. Passando à frente, como Marvanense entusiasmou-me aquela apresentação e o projecto (que já conhecia superficialmente). Os eixos em que assenta o projecto - visitar, viver e empreender - foram bem escolhidos, e transmitem uma ideia de inovação, bem como o desdobramento que foi mostrado - Marvão Bom Gosto - que obedece à coerência do projecto e que significa um avanço significativo na comunicação externa do município. O que me preocupa agora, mas que se prende com o futuro é a aplicação e concretização do plano de comunicação. Tal como disse na última reunião de câmara (20.01.2010) não basta termos um projecto arrojado, é preciso ter-se uma estrutura que concretize esse mesmo plano, mantendo a sua coerência e alargando-o a diversos domínios à medida da sua evolução, estrutura essa de que a Câmara não dispõe. Foi-me dito que a empresa que desenvolveu o projecto que envolve a marca, a EVOL, vai ficar a coordenar a sua aplicação nos próximos meses, e que a Câmara já está a estudar outro contrato para que a empresa fique ligada, nestas temáticas, ao município daqui para a frente. Será, com certeza, uma opção a estudar.

Também não posso ignorar as queixas e críticas que tenho ouvido dos munícipes em relação ao Logo escolhido. Não posso deixar de ignorar porque percebo e partilho muitas dessas críticas.
Tudo isto se deve ao facto de os Marvanenses não terem sido ouvidos em relação ao símbolo que os representará no futuro. Os Marvanenses sentem que aquele não é o seu símbolo porque em nada contribuíram para a sua escolha. Esta pode parecer uma questão acessória, mas não é, dado que os aspectos simbólicos que estão directamente relacionados com o território têm hoje cada vez mais importância. Como já foi dito neste espaço (o Fórum), este deveria ter sido um processo participado e que envolvesse os Marvanenses, para que a legitimidade do logótipo do Munícipio fosse directa, e não indirecta. Em Marvão temos medo de fazer Reuniões Abertas, Reuniões Participativas, esta conduta não deve estar relacionada, com certeza, com a falta de massa crítica porque essa, eu, sei que a há.

Por fim, uma questão legal/burocrática que levantei durante a cerimónia, e que suscitou sentimentos variados na assistência. Perguntei ao técnico da EVOL, que apresentou o projecto, se constituía para a empresa uma preocupação, ou não, a legalização e registo da Marca Marvão. E isto porque já tinha feito a mesma questão ao executivo na quarta-feira passada da qual resultou uma resposta nada convincente, relegando a questão para segundo plano, quando entendo que este pormenor deveria ser uma preocupação cimeira do executivo.Depois da minha intervenção, outras se fizeram sentir, com a máxima pertinência, discordando ou concordando com a minha posição. No entanto, resultou do debate a necessidade de registo da Marca Marvão no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) o quando antes.

Já que esta vai ser a nossa nova camisola (como lhe chamaram na sessão) teremos de a vestir todos, sem excepção, e elevá-la o máximo possível, porque é o nosso Concelho que está em causa. E o sucesso de implementação desta marca passará, determinantemente, pelo envolvimento dos Mavanenses e pela sua inclusão em tomadas de decisão futuras. Só assim poderemos ter um símbolo, uma marca e uma mensagem que é partilhada por todos.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Apresentação de Cristina Novo no II Seminário “Pensar Marvão”

No II Seminário “Pensar Marvão”, Cristina Novo falou sobre as actividades e projectos da Casa do Povo de SAA, numa apresentação muito bem estruturada e desenvolvida:



Cumprimentos

Bonito Dias

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Economia - Projecto de campo de golpe falha no Marvão - RTP Noticias, Vídeo

Economia - Projecto de campo de golpe falha no Marvão - RTP Noticias, Vídeo

Memórias do dia 22 de Janeiro de 1974 – Um dia que nunca esqueço!

(Em homenagem a todos os meus companheiros dessa jornada)

CAPÍTULO I

Recordo-me hoje, com algum detalhe, passados 36 anos, do dia 22 de Janeiro de 1974.

Portugal, nesse período, era governado pelo Estado Novo, que se caracterizava por ser um regime autoritário, conservador, nacionalista, corporativista de inspiração fascista, anti-parlamentarista, anti-comunista, e colonialista. O regime tinha a sua própria estrutura de Estado e um aparelho repressivo (PIDE, colónias penais para presos políticos, etc.), característico dos chamados Estados policiais, apoiando-se na censura, na propaganda, nas organizações paramilitares (Legião Portuguesa), nas organizações juvenis (Mocidade Portuguesa), no culto do "Chefe" autoritário. Encontrava-se ainda envolvido na Guerra Colonial desde 1961, contra os Movimentos de Libertação das Colónias Africanas, para onde enviava a combater os seus jovens na flor da idade, para matarem e muitos morrerem.

A nível laboral, o país era dominado pelas Corporações, que tinham o seu próprio Ministério no Governo. As relações entre os trabalhadores e patrões eram, basicamente, reguladas pelo poder patronal individual, com uma fraca contratação colectiva.

O movimento sindical, era dominado por essas mesmas Corporações, que aí se faziam representar por trabalhadores por si indicados, existindo no entanto, por essa data, algumas excepções em sindicatos, onde os trabalhadores conseguiam colocar os seus representantes, como era o caso dos Metalúrgicos. A palavra “greve” era vocábulo proibido, e amargava na boca daqueles que a pronunciavam, pois a promessa de 6 meses de “férias” em caxias ou no aljube, era quase sinónimo garantido.

O desemprego não existia desde meados dos anos sessenta, estávamos em plena “era dourada”, da revolução industrial portuguesa. Novos e velhos (que nessa época eram poucos), homens e mulheres, todos os dias arranjavam trabalho, e mudavam de patrão, perante aquele que lhe oferecesse melhores condições e melhores recompensas.

No entanto, desde 1972, após a primeira “crise do petróleo”, que as dificuldades começaram a aumentar, e no inicio do ano de 1974, só com um poder reivindicativo forte, ou com um “patrão bom”, se conseguia que o patronato, lá fosse abrindo um pouco os cordões à bolsa para fazer face a carestia de vida.

Por essa época, eu era um moço de 16 anos, isto é, um adolescente, como hoje são designados os jovens dessa idade. No entanto, já carregava comigo, cinco anos de trabalho assalariado. Primeiro, entre 1969 e 1971 na próspera empresa de então, A Celtex, em Santo António das Areias; a partir de Julho de 1971, como Aprendiz de Serralheiro Civil, numa empresa de metalomecânica, no concelho de Sintra (para onde tinha “emigrado” para poder estudar), de seu nome: Cacém Industrial Metalúrgico.

Era usual nessa empresa, que todos os anos em Maio, o "patrão Neves", procedesse a alguns aumentos de ordenados, consoante o nosso comportamento individual ao longo do ano. No meu caso foi assim que em 1972, passei de 30 para 35 escudos diários (6 dias por semana, num total de 48 horas semanais), e no ano seguinte, tinha prosperado para a quantia de 43 escudos por jornada diária de 8 horas.

Mas o ano de 1973, não havia sido fácil para os portugueses. A inflação tinha disparado como há muito não acontecia, e começou a sussurrar-se, em pequenos grupos, que o melhor seria que "o Neves", fizesse a tradicional actualização salarial, logo do mês de Janeiro, para ver se a malta conseguia aguentar-se, e ter possibilidade de ter mais “algum” daquele com que se compravam e compram os “melões”, bem como outros bens essenciais, que por essa altura, eram pouco mais que o pão, o leite e o vinho.

Só que, contactado o sr. engenheiro, pelos mais velhos da casa (quais comissões de trabalhadores, que ainda estavam para nascer), este mandou dizer, nada bem disposto com a ideia, que nem pensar. Nem em Janeiro, e o mais que provável, era que nem em Maio, porque a vida estava difícil para todos, e, os patrões também não andavam, propriamente, a nadar em dinheiro.

Este recado de negação absoluta, não caiu nada bem no peito daqueles cerca de duzentos homens e rapazes, oxidados por fora e por dentro, à reivindicação que, na nossa perspectiva, nos parecia mais que justa, e, sem se saber muito bem como, a palavra interditada GREVE, começou a circular de boca em boca.

Não sei ainda, até aos dias de hoje, a génese de tal devaneio. Havia quem dissesse, que a iniciativa havia surgido do nada, como tantas vezes acontece, um homem lembrar-se no seu âmago de uma sensação de injustiça, de uma paixão de causas nobres, de um sentimento reprimido, e zás, num ápice, sem que mal se dê conta, aí está a transgressão inconcebível. Mas, sempre houve aqueles que afiançavam, que por detrás de tal génese, estava o planeamento das tais “lebres”, que nos fala o saramago, em levantado do chão.

O facto é que, pelas 10 horas do dia 22 de Janeiro, quatro meses antes do futuro Dia da Liberdade, os proletários da CIM, fizeram ali um silêncio sepulcral, naquele arraial de “malhar ferro”, e, mandaram dizer ao patrão Neves, que a partir daquela hora, estavam em greve, até que ele decidisse proceder à justa actualização salarial.

Eu era um deles e também aderi…

TA: A estas e outras histórias, poderão aceder em http://retoricabugalhonica.blogspot.com/, onde pretendo continuar um espaço mais intimista, deixando este, para intervenções mais do âmbito da vida colectiva dos marvanenses.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

AÍ ESTÁ A MARCA “marvão”

Após vários anos de debate, surge enfim, no próximo dia 24 de Janeiro, na Casa da Cultura, pelas 15 horas, a cerimónia de lançamento do Projecto da denominada Marca “marvão”, da responsabilidade da Câmara Municipal de Marvão.



(Clicar para ler melhor)


Tanto quanto nos foi possível apurar na Reunião de Câmara, do passado dia 20/1, para a elaboração do logótipo, lançamento, divulgação e dinamização desta iniciativa a Câmara conta com os serviços de uma empresa exterior, especializada nestas actividades.

Se os objectivos de uma tal iniciativa parecem não estar em causa, já a escolha da “imagem” seleccionada para representar “a marca marvão”, parece estar envolta em alguma polémica, pois há quem defenda, que talvez outras “alternativas” representassem melhor a Imagem de Marvão que a escolhida.






Para vosso conhecimento deixamos aqui a imagem, que a partir de agora representará Marvão, interna e exteriormente.











Em minha opinião, penso que uma decisão deste tipo, em que está em causa a “representação” dos marvanenses, talvez se devesse ter procedido a uma “discussão” pública, com apresentação de outras alternativas.

Há bem pouco tempo, estive inserido num processo idêntico, ao nível da escolha da imagem representativa da Assembleia Intermunicipal do Norte Alentejano, enquanto membro da mesma, e a selecção do seu “logótipo” foi feita, exactamente, por essa Assembleia representativa dos habitantes dessa área geográfica, mediante a apresentação de diversas alternativas.

Mas como costume dizer, quem dirige, decide…, é por isso que recebem!

PORTUGAL dos pequeninos…

OPINIÃO

Ao iniciar este Post, bem sei que, irão muitos dos nossos visitantes pensar, ou mesmo desabafar: “Quem nos dera a nós…, pois ainda estamos pior!”

Quero também desde já dizer, que nada tenho contra as outras “classes”, aqui citadas como estando em melhores situações de carreira profissional, e que tenho todo o respeito por aqueles que ainda estão em pior situação.

A temática que hoje aqui me trás nesta reflexão, são os Enfermeiros, a Carreira de Enfermagem e a situação de desigualdade e injustiça a que tem estado sujeita nos últimos anos, face a outras profissões congéneres, mas bem mais mediáticas, reivindicativas e, certamente, mais reconhecidas socialmente.

Convém também afirmar, que os Enfermeiros (profissão de grande desgaste) são, em todos os inquéritos, reconhecidos pela população portuguesa, como profissionais de maior confiança, habitualmente só superados pelos Pilotos de Aviação, Bombeiros e Farmacêuticos “ (o estudo «Marcas de Confiança 2005», desenvolvido a nível europeu para avaliar os níveis de confiança relativamente às instituições, profissões e marcas, revela os pilotos de aviação (92,4 por cento) são a profissão em que os portugueses mais confiam seguido dos bombeiros (92 por cento), farmacêuticos (88 por cento), enfermeiros (86 por cento) e médicos (80 por cento)”.

Convém ainda, dar a conhecer que desde 1991 os Enfermeiros começaram a adquirir as suas Licenciaturas. Primeiro através de habilitações próprias à medida que iam fazendo os seus Cursos de Especialização, depois, através de Cursos de Complemento (como os Professores) e que, actualmente, cerca de 95% dos Enfermeiros possuem o Grau de Licenciados.

Durante estes 20 anos em que foram adquirindo a Licenciatura, nunca os Enfermeiros tiveram qualquer retribuição salarial por isso. Por exemplo os Professores, que fizeram um percurso académico idêntico, assim que iam adquirindo a Licenciatura, consecutivamente, passavam a ser remunerados como tal.


Posta esta pequena introdução, cabe então questionar, porque têm agendado os Enfermeiros 3 dias de Greve, para os dias 27, 28 e 29 de Janeiro? E porque razão não falam os “meios de informação” em tal coisa, preferindo bombardear-nos, até à exaustão, com problemas de outras profissões, que já conseguiram há mais de 10 anos aquilo que os Enfermeiros agora reivindicam?

Poderá ser por várias razões: porque somos poucos (cerca de 30 000), porque somos conhecidos como “licenciados de segunda”, porque não nos pomos em bicos de pés como outros, porque somos submissos, porque não ofendemos a ministra com “slogans” vergonhosos, porque mesmo em situações de greve mantemos os serviços básicos a funcionar, porque temos “representantes dóceis” e não andam nas cúpulas dos partidos políticos, etc., etc.

O facto é que a Carreira dos nossos parceiros Médicos, que começaram a sua negociação algum tempo depois de nós, está aprovada, sem luta e com todo o reconhecimento; os Professores, poupem-me a mais tempo de antena; e os Enfermeiros têm que usar a última alternativa, a GREVE (em que aqueles que menos culpa têm, serão os vitimados - os utentes), para conseguirem o quê?

Ser apenas e só reconhecidos e remunerados como Técnicos Superiores, como o são todos os outros Licenciados.

Todos os Licenciados iniciam a sua Carreira na Administração Pública, com um salário superior a 1 200 Euros, pois a Sra. Ministra, quer que os Enfermeiros iniciem com 945 Euros…, sendo este valor inferior ao de início da actual Carreira Técnica.

Dá como desculpa a Sra. Ministra, apesar de reconhecer que os Enfermeiros têm razão, o facto do Sr. Ministro das Finanças dizer que não tem dinheiro, porque vai ter que o transferir para o Ministério da Educação, por causa do novo acordo da outra Sra. Ministra da respectiva pasta.

E então, os Enfermeiros que se aguentem, porque já o vêm fazendo há 15 anos… Ou como diriam os “anarquistas” nos anos 70: “Os ricos (enfermeiros) que paguem a crise”!

Mas não me parece que esta contribuição (injustiça), sirva para tapar algum “buraco”, nem mesmo que ele fosse muito pequenino.

TA: Nada tenho contra a situação dos Professores. Se aqui os cito, é apenas por terem feito uma Carreira paralela à de Enfermagem, e que nesta situação, foram justamente, reconhecidos, e ainda bem. É exactamente essa a reivindicação dos Enfermeiros, haja bom senso.

Fotos, Apresentações e Súmula do II Seminário “Pensar Marvão”





No dia 16 de Janeiro de 2010, pelas 14h30m, na Antiga Escola da Beirã, teve lugar o 2º Seminário “Pensar Marvão” organizado pelo Movimento por Marvão. Este seminário foi abrangido por 2 painéis, o primeiro sobre a saúde e o segundo sobre acção social no Concelho. O painel que abordou as questões da saúde contou com as participações de José Rodriguez Silva, João Bugalhão e Jorge Marques; por outro lado, o painel que incidiu sobre a acção social foi protagonizado por Jorge Rebeca, Cristina Novo e Jorge Alberto.

José Silva arrancou o primeiro painel, dando uma verdadeira consulta colectiva no que respeita à medicina preventiva, explicitando que um estilo de vida saudável contribui de forma decisiva para a prevenção de certas doenças. Explicou quais são as opções que devemos escolher no que toca à alimentação e actividade física. Por outro lado, João Bugalhão, que falou sobre os Cuidados de Saúde Primários em Marvão, começou por fazer uma análise retrospectiva no que toca aos conceitos relacionados com a prestação de cuidados de saúde em Portugal e no Mundo. Tendo adiantado um modelo ambicioso e inovador para a estruturação do Centro de Saúde de Marvão assente numa Unidade de Saúde Familiar, numa Unidade de Cuidados na Comunidade e numa Unida de Cuidados de Saúde Personalizados. A fechar o painel, uma excelente intervenção de Jorge Marques, que aprofundou a Emergência Médica em Marvão, explicitando as fases que compõem a emergência médica, bem como alguns exemplos práticos que ajudaram a compreender a realidade. Por fim lançou a ideia de que se devia investir mais na educação para a emergência médica, pelo que os municípios poderiam ser os provisores desta ideia. Neste enfiamento, seguiu-se um período de debate muito rico, onde intervieram: Luiza Assis, Tiago Pereira, Fernando Bonito Dias, José Manuel Pires, Vanda Costa, e Maria Gertrudes Bernardo.

Depois de um pequeno beberete iniciou-se o segundo painel, que tinha subjacente a acção social no Concelho de Marvão. Jorge Rebeca empeçou, no entanto, por comentar algumas questões do painel anterior falando da importância dos municípios no que respeita à saúde, e comentou a ideia de Jorge Marques que tinha avançado uma Figura do Provedor do Utente, como sendo uma solução interessante para o Concelho. No que diz respeito à sua intervenção, isto é, o papel dos centros de dia e de convívio na vida das comunidades começou por referir a importância que a Associação 25 de Abril tem na Escusa como dinamizador social. Tendo adiantado que o desafio de futuro, de forma sustentada, da associação é construir o Centro de Dia, de forma a melhorar e ampliar a resposta social da associação. Por fim, deixou uma nota de que a Câmara Municipal de Marvão tinha que saber ouvir e incluir os seus munícipes e as suas instituições. Cristina Novo centrou a sua intervenção nas respostas sociais ao envelhecimento e o papel da Casa do Povo de Santo António das Areias, explicitando os recursos que são necessários deter para haver uma eficaz resposta social, bem como os planos de futuro da Casa do Povo que passam invariavelmente pela construção do Lar. No término, falou ainda de algumas candidaturas comunitárias que a Casa do Povo se tem candidatado. No final, Jorge Alberto transmitiu aos pressentes quais são as propostas sociais do Movimento por Marvão, que passam: pelas parcerias com as associações, uma política de habitação assente na reabilitação, uma rede de voluntariado e ocupação de tempos livres, o Encontro de Gerações, a rede de mobilidade, e tudo isto numa lógica de orçamento participativo. Depois deste profícuo período de intervenções veio o debate que contou com as participações de Fernando Gomes, Vanda Costa, João Bugalhão, Maria Gertrudes Bernardo e Tiago Pereira.

Este 2º Seminário “Pensar Marvão” levado a cabo pelo Movimento por Marvão, demonstra mais uma vez a importância que é atribuída por este grupo à discussão dos problemas do Concelho, que tenta encontrar as respostas para esses problemas nestes fóruns participados e inclusivos.

Link's das Intervenções:

João Bugalhão - https://docs.google.com/present/edit?id=0AQ_d-DfddsmNZGNoazJjdzRfNmYyZGZnOGcz&hl=en

José Silva - https://docs.google.com/present/edit?id=0AQ_d-DfddsmNZGNoazJjdzRfMTBoYms4cThoag&hl=en

Jorge Alberto - https://docs.google.com/present/edit?id=0AQ_d-DfddsmNZGNoazJjdzRfMTVmM3Q5Y2ZmYg&hl=en

Jorge Marques - https://docs.google.com/present/edit?id=0AQ_d-DfddsmNZGNoazJjdzRfMzRjZnhnc2Njdw&hl=en

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

“Turismo de Portugal” propõe-se comprar Golfe de Marvão!


Quando em 19 de Dezembro último, num post intitulado “Golfe de Marvão, agora, por €551.000,00”, aqui escrevi:

“…Nesta perspectiva, e já que um dos credores da actual dívida é o Fundo de Turismo, porque não pensar numa parceria entre a Câmara Municipal de Marvão, aquele Fundo, a Turismo do Alentejo e outras entidades interessadas na matéria para, no âmbito da defesa do desenvolvimento do interior, salvar esta infra-estrutura e, posteriormente, atrair privados (com “Know how”) interessados em explorar o campo de golfe…
E até fazer “lobby” para desbloquear a questão da construção do hotel, a qual viabilizaria o restante investimento imobiliário.”

Não estava, de facto, muito convicto que isso pudesse tornar-se uma realidade…

Contudo, a notícia hoje vinculada no AA e na Rádio Portalegre, sobre a proposta efectuada pelo “Turismo de Portugal”, aponta uma solução bastante animadora para o problema do Golfe!

Entende-se, assim, o contentamento expressado pelo Presidente da Câmara naqueles órgãos de informação. Considero que, das suas palavras, o mais importante é uma pequena frase publicada na notícia acima digitalizada: “… o município estará empenhado em colaborar em tudo o que o Fundo de Turismo quiser…”

De facto, concretizando-se a aquisição do Golfe pelo Fundo de Turismo, julgo que a CMM tem a obrigação de se envolver, determinantemente, numa parceria que viabilize o funcionamento daquela infra-estrutura.


Cumprimentos

Bonito Dias
(bonitodias@gmail.com)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Simulacro na RTP1

Notícia do simulacro no "Portugal em Directo", da RTP 1.

http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?tvprog=19455&idpod=34453&formato=flv&pag=recentes&escolha=

CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS EM MARVÃO

A convite do Movimento por Marvão, participei em 16/1/2010, no II Seminário “Pensar Marvão”, num Painel dedicado aos “Cuidados de Saúde” no concelho de Marvão.


Este Painel abordou 3 Temas: um sobre a temática da Medicina Preventiva, apresentado pelo Dr. José Silva (actual responsável pelo Centro de Saúde Marvão); outro sobre Respostas em Situações de Emergência e a Gestão do Risco, apresentado pelo Enf.º Jorge Marques; e um outro, da minha responsabilidade, sobre a Reorganização dos Cuidados de Saúde Primários.

É sobre este tema que aí apresentei, e de acordo com o desafio lançado pelo Fernando Bonito, que aqui vos deixo um Resumo sobre a minha visão de organização e funcionamento dos cuidados de saúde, num pequeno concelho como é Marvão.




INTRODUÇÃO

Convém registar para conhecimento dos nossos visitantes, que actualmente, decorre em todo o país, uma Reorganização dos Cuidados de Saúde Primários, bem como das Instituições mais privilegiadas para os exercer: Os Centros de Saúde.

Esta reorganização surge na sequência das experiências dos Centros de Saúde de 1ª Geração, que iniciaram a sua implementação em 1971; dos Centros de Saúde de 2ª Geração (centros de saúde integrados), implementados pela legislação de 1983. Pretendo-se agora, e desde 2008, criar os chamados Centros de Saúde de 3ª Geração em todos os concelhos do país.

Para chegar a esta Proposta, apresentei primeiro nesse Painel, um breve resumo histórico de como se chegou ao conceito de “cuidados de saúde primários” (ou cuidados de base, como foram denominados inicialmente), seguido de um pequeno “diagnóstico da situação” do que temos actualmente em Marvão. Mas a que hoje vos poupo da sua apresentação, para não tornar, ainda mais fastidiosa, esta apresentação.

Antes de entrarmos na apresentação do tema, convém apresentar a definição do Conceito de Cuidados de Saúde Primários proposto pela OMS e por nós aceite, assim: Consistem na prestação da assistência de saúde essencial, baseada em métodos e técnicas práticas, apropriadas sob o ponto de vista científico e aceitáveis socialmente, posta ao alcance de todos os indivíduos e famílias das comunidades (…) Proporcionam o primeiro nível de contacto do indivíduo, da família e da comunidade com o sistema nacional de saúde, permitindo a aproximação da assistência de saúde o mais possível dos locais onde a população vive e trabalha, e constituem o primeiro elemento de um processo permanente de assistência de saúde.

Convém ainda realçar, que esta “Proposta Organizativa” não pretende ser qualquer “RECEITA”, pois essa, deve ser OBRA dos actuais profissionais do CS de Marvão, que são quem estão no terreno e têm essa responsabilidade. Ela pretende ser apenas, o ponto de partida para uma discussão sobre essa mesma reorganização, que mais tarde ou mais cedo, irá ter que acontecer, pois a melhoria da prestação de cuidados de saúde é uma exigência dos marvanenses.

É sobre a nova Estrutura destes Centros de Saúde, que incidiu a minha participação neste Painel, que aqui vos deixo para vosso conhecimento e reflexão.



Marvão tem actualmente cerca de 3 900 habitantes, estando inscritos no CS de Marvão apenas cerca de 3 500 utentes, o que quer dizer que cerca de 400 habitantes de Marvão estarão inscritos nos CS de C. de Vide e Portalegre.

Trabalham no CS de Marvão, actualmente 4 Médicos, com 42 horas/semana cada um, 6 Enfermeiros com cargas horárias de 35 horas/semana, 5 Assistentes Administrativos e 5 Assistentes Operacionais.

Em comparação com outros Centros de Saúde idênticos, não existem grandes diferenças de Recursos Humanos. Como exemplos C. Vide tem 4 médicos e 8 enfermeiros; Arronches tem 2 médicos e 6 enfermeiros; Monforte tem 3 médicos e 6 enfermeiros. Todos estes Centros de Saúde têm horários de abertura prolongados aos fins-de-semana e feriados, bem como os restantes 11 Centros do distrito de Portalegre

Uma das críticas que se apontam aos CS de 1ª e 2ª Geração é terem sido criados “por decreto” de cima para baixo. Pretende-se agora com esta reforma, que as organizações e funcionamento dos CS se façam em cada local (de baixo para cima), acreditando na capacidade e iniciativa dos profissionais em cada local de trabalho.




Terá o CS de Marvão capacidade de se organizar de acordo com o Modelo proposto pela Unidade de Missão para a Reforma dos Cuidados de Saúde Primários? E o que será melhor, juntar-se a C. de Vide, ou fazer a sua reorganização isolado?

Se o não fizer e deixarem ficar tudo como está, mais tarde ou mais cedo, será integrado ou absorvido por C. Vide. Se existir capacidade dos seus profissionais para se organizarem, talvez seja possível manter a sua identidade, já que o Projecto é claro: em cada concelho deverá existir pelo menos 1 Centro de Saúde.




PROPOSTA DE REORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMEETO DO CS DE MARVÃO

De acordo com Organograma proposto pela Unidade de Missão, os CS deverão associar-se em Agrupamentos para partilharem alguns recursos. Deverão depender directamente das Administrações Regionais de Saúde, embora no nosso caso, e devido ao facto de existir uma Unidade Local de Saúde (ULSNA), que abrange os 2 Hospitais e o conjunto dos CS do distrito, consequentemente, os Agrupamentos dependem hierarquicamente da ULSNA, que por sua vez depende da ARS do Alentejo.




No caso do Distrito de Portalegre estão criados 2 Agrupamentos: Caia (Elvas, C. Maior, Arronches, Monforte, Fronteira, Avis e Sousel); e S. Mamede (Portalegre, C. Vide, Nisa, P.Sôr, Montargil, Crato, Alter, Gavião e Marvão).

Em cada CS deverá existir pelo menos uma Unidade de Saúde Familiar (USF) ou em alternativa, uma Unidade de Saúde de Cuidados Personalizados (USCP); e uma Unidade de Cuidades na Comunidades (UCC).

Sendo que em cada Agrupamento, deverão existir uma Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados (URAP) e uma Unidade de Saúde Pública (USP), para apoiarem o conjunto de CS.




Esta é a definição aceite para o CS de 3ª Geração, que vigora já desde 1999, embora interrompida por uma outra de 1993, mas que vigorou muito pouco tempo, voltando-se a esta do DL nº 157/99.




Todas as Unidades de Saúde, enquanto serviços públicos, deverão ter definido a sua Missão. A que aqui propomos está de acordo com o Regulamento Interno da UlSNA, e tem uma perspectiva de abrangência da globalidade de prestação de cuidados primários, em todas as fases de vida dos utentes, isto é, desde o nascimento até à morte.




Em relação à Visão, refere-se praticamente o mesmo que foi dito para a Missão. Estes dois conceitos, são de extrema importância serem definidos, para que gestores, profissionais e utentes saibam o que podem e devem esperar do “seu” Centro de Saúde e deveriam estar expostos ao público em todos os serviços.


Passando agora à Organização concreta do CS de Marvão, não existindo condições para a criação de uma USF, devido ao pequeno nº de utentes e profissionais, deveria ser criada uma Unidade de Saúde de Cuidados Personalizados (USCP) e uma Unidade de Cuidados à Comunidade (UCC), cujos responsáveis operacionais seriam o médico responsável pelo CS e enfermeira responsável, que seria em simultâneo Coordenadora da UCC. As Actividades de Saúde Pública seriam da responsabilidade da Unidade de Saúde Pública do Agrupamento de S. Mamede, bem como algumas das atribuições da Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados



UNIDADES FUNCIONAIS DO CS

Unidade de Saúde de Cuidados Personalizados (USCP) - O que é e como devera funcionar:

Nos dois próximos slides estão resumidas as atribuições e actividades a desenvolver pela unidade funcional, USCP.




De referir que esta Unidade deveria funcionar pelo menos 4 horas diárias aos fins-de-semana e feriados, para atendimento de situações agudas, ou agravamento de doenças crónicas. Evitando-se assim, as frequentes deslocações dos marvanenses, às suas custas, aos CS das redondezas, nomeadamente, a C. de Vide e Portalegre, cujos serviços estão dotados para fazer face às necessidades de saúde das populações desses concelhos, representando os utentes de Marvão uma sobrecarga, para os quais deverão ser criadas condições de atendimento no CS de Marvão. Evitando-se assim, alguns conflitos com os profissionais desses Centros de saúde, que se têm vindo a verificar ultimamente.
No CS de Marvão existem, actualmente, recursos humanos para responder a essas necessidades dos marvanenses, tem é que se criar um modelo que responda a essas carências.




Devido às características geodemográficas de Marvão (Sede de concelho com pouca população), e estando a maior parte da população fixada nas freguesias, propõem-se a existência de 2 Pólos de funcionamento para a USCP.




Um que serviria população da parte norte do concelho, com o seu núcleo principal sedeado em S.A. das Areias, mas mantendo e aumentando, períodos de atendimento em todas as Extensões de Saúde existentes actualmente, com deslocação dos profissionais.




Outro Pólo para a parte sul do concelho, com o seu núcleo sedeado em S.S. da Aramenha e funcionando de maneira idêntica à descrita para a parte norte.


Unidade de Cuidados à Comunidade (UCC) - O que é e como deveria funcionar:

A Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC), é a exemplo da USCP, outra das unidades funcionais a criar e organizar no CS de Marvão. A UCC intervém no âmbito comunitário e numa lógica de base populacional.




A UCC tem por missão contribuir para a melhoria do estado de saúde da população da de todo o concelho de Marvão, visando a obtenção de ganhos em saúde e concorrendo assim, de um modo directo, para o cumprimento da missão do CS.




A UCC presta cuidados de saúde e apoio psicológico e social, de âmbito domiciliário e comunitário, especialmente às pessoas, famílias e grupos mais vulneráveis, em situação de maior risco ou dependência física e funcional ou doença que requeira acompanhamento próximo, e actua, ainda, na educação para a saúde, na integração em redes de apoio à família e na implementação de unidades móveis de intervenção.





À UCC compete ainda, constituir as Equipas de Cuidados Continuados Integrados (ECCI).
No caso específico do concelho de Marvão, com uma população muito envelhecida (35% da população tem idade superior a 65 anos), mas ainda com algum apoio familiar, esta será uma das actividades a privilegiar.
A ECCI é uma equipa multidisciplinar da responsabilidade das UCC e das entidades de apoio social, para a prestação de serviços domiciliários, decorrentes da avaliação integral, de cuidados médicos, de enfermagem, de reabilitação e de apoio social, ou outros, a pessoas em situação de dependência funcional, doença terminal, ou em processo de convalescença, com rede de suporte social, cuja situação não requer internamento mas que não podem deslocar-se de forma autónoma.
Esta equipa apoia-se nos recursos locais (humanos e outros) disponíveis, no âmbito da UCC e do serviço local da Segurança Social, conjugados com os outros serviços comunitários, nomeadamente as autarquias.

Integra os profissionais médicos, de enfermagem, de reabilitação, de apoio social e psicológico e outros destinados à prestação de cuidados no domicílio, recorrendo à imprescindível articulação dos diferentes profissionais da equipa e outros recursos do CS e da comunidade.

No caso específico de Organização e Funcionamento da UCC e devido às suas especificidades, deveria reflectir-se sobre a possibilidade de fazer um Projecto conjunto com a UCC de Castelo de Vide, com vista a rentabilizar recursos e oferecer uma maior carteira de actividades às populações dos dois concelhos. Mas a Sede deveria estar sedeada em Marvão, por ser um concelho mais disperso e onde as actividades atribuídas a esta Unidade poderiam ter mais frequência.




Caso não seja possível essa união, o CS de Marvão deverá avançar para apresentação do seu Projecto de candidatura a uma UCC.

Muito obrigado a todos pela participação.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Simulacro em Marvão

Na noite de Sexta-Feira, a vila de Marvão foi cenário de um simulacro de incêndio urbano. A ocorrência teve início pelas 20.30 e contou com a participação dos Corpos de Bombeiros de Marvão, Castelo de Vide e Portalegre, envolvendo um total de 7 veículos e 30 bombeiros. Este exercício, teve como objectivos, entre outros, testar a capacidade operacional e agilizar a ligação institucional entre os corpos de bombeiros presentes.

A comunicação social, regional e nacional, (RTP) também marcou presença neste evento.

Após terminar o exercício, decorreu um debriefing, na Casa da Cultura, esperando-se que os ensinamentos recolhidos sejam úteis para o futuro.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

UMA PEDRADA NO CHARCO

OPINIÃO

Vai realizar-se este sábado, dia 16 de Janeiro, na Beirã, o II Seminário “Pensar Marvão”, organizado pelo MpM, desta vez dedicado a dois temas muito relevantes: A Saúde e Acção Social.
E muito relevantes, porque têm a ver com as pessoas, nomeadamente, com o seu bem-estar e com a sua qualidade de vida.

Cada vez que há eleições, em todos os Programas Eleitorais das diversas forças politicas, constatamos, como promessas, que primeiro estão as pessoas, que os investimentos devem ser, prioritariamente, nas pessoas! Mas, o que vemos logo de seguida, após eleitos, é que essas estratégias caem quase sempre no esquecimento, e são, com frequência, substituídas pelas “ditaduras do alcatrão e do cimento”. Veja-se o caso do último Plano de Actividades para 2010 da CM de Marvão, em que os valores apensos a estes dois Objectivos Estratégicos, representam apenas 0,5 % (45 000 €) do Orçamento total.

Aceitemos que é pouco, mesmo muito pouco, para duas áreas das mais importantes da vida das pessoas em geral, e dos marvanenses em particular. Não se trata aqui de fazer “crítica por critica” ao actual Executivo, até porque, fui dos que votei favoravelmente em AM esses Documentos, mas antes fazer uma constatação, que urge analisar e reflectir no futuro. Até porque, se olharmos para o passado, estas duas rubricas foram sempre os “parentes pobres” dos Orçamentos camarários.

É por estas razões, mas não só, que se insere a importância desta iniciativa do MpM.


Num concelho onde escasseiam os momentos de análise e reflexão de alguns problemas que nos afectam, estas Actividades devem merecer o nosso carinho e o nosso apoio, e é por isso que irei participar neste Seminário. Gostaria que muitos marvanenses participassem, independentemente, das opções politicas de cada um, e, sobretudo aqueles que têm, actualmente, responsabilidades na gestão do concelho.

Este evento tem ainda outra particularidade, ter os 2 Painéis constituídos por pessoas do concelho de Marvão, o que certamente será garantia de irem falar de coisas que conhecem e, que a exemplo do 1º, será um momento para todos sairmos mais enriquecidos e mais conhecedores.

Parabéns por esta iniciativa ao MpM e venha daí, já a seguir, a Educação e Desporto.

OS OUTROS PODEM... NÓS NÃO PODEMOS???

Real Federación Española de Golf

Campos Públicos en España

(a 1 de enero de 2010)


CLUB DE GOLF LA CAÑADA (Guadiaro/Cádiz)
CLUB DE GOLF POZOBLANCO (Córdoba)
CLUB DE GOLF LA GARZA (Linares/Jaen)

CAMPO MUNICIPAL DE GOLF DE CALATAYUD (Calatayud)
CAMPO MUNICIPAL DE GOLF EL CASTILLEJO (Teruel)

CAMPO MUNICIPAL DE LA LLOREA (Gijón/Asturias)
GOLF MUNICIPAL DE LLANES (Llanes/Asturias)
CAMPO DE GOLF DE LAS CALDAS (Oviedo/Asturias)
CLUB DE GOLF LA MORGAL (Cayes-Llanera/ Asturias)
CAMPO MUNICIPAL EL TRAGAMÓN-MADERA III (Asturias)

CLUB DE GOLF NESTARES (Reinosa/Cantabria)
CAMPO MUNICIPAL DE GOLF MATALEÑAS (Santander)
CAMPO DE GOLF ABRA DEL PAS (Santander)
CAMPO DE GOLF DE LA JUNQUERA (Pedreña/Santander)

GOLF SANT JOAN (Rubí/Barcelona)
EL VALLÉS GOLF DE TARRASA (Tarrasa/Barcelona)

CAMPO DE GOLF LA LAGUNILLA (El Bonillo, Albacete)

CLUB DE GOLF EL FRESNILLO (Ávila)
CLUB DE GOLF DE SORIA (Soria)
CAMPO DE GOLF DE VILLARRIN (Zamora)
CAMPO MUNICIPAL ISLA DOS AGUAS (Palencia)
CLUB DE GOLF LA DEHESA DE MORON (Soria)
CLUB DE GOLF NAVALUENGA (Avila)
CLUB DE GOLF LAS LLANÁS (Segovia)
CLUB DE GOLF CANDELEDA (Ávila)

CLUB DE GOLF SALAS DE LOS INFANTES (Burgos)

CAMPO DE GOLF DE LOGROÑO (Logroño)

GOLF DE MEIS (Pontevedra)

CLUB DE GOLF TORRE PACHECO (Torre-Pacheco/Murcia)

CLUB DE GOLF COSTA DE AZAHAR (Castellón)

IZKI GOLF/LAGRÁN (Urturi-Lagran) (Álava)
MEAZTEGI GOLF (Ortuella/Vizcaya)

CENTRO NACIONAL DE GOLF DE LA RFEG (Madrid)
CENTRO DE TECNIFICACIÓN DE GOLF (Madrid)

CAMPO PÚBLICO DE TALAYUELA (Talayuela/Cáceres)

CLUB GALISTEO GOLF (Galisteo/Cáceres) 9 hoyos pitch & putt
CAMPO PÚBLICO DE MELILLA (Melilla) 9 hoyos
CAMPO MUNICIPAL TORRE DE HÉRCULES (La Coruña) 9 hoyos pitch & putt
Canchas
CANCHA DE LA UNIVERSIDAD PÚBLICA DE NAVARRA
CANCHA MUNICIPAL DE CIUDAD REAL LAS ALBARIZAS
ESCUELA DE GOLF DE CASTILLA Y LEÓN (Valladolid)

ESCUELA MUNICIPAL DE GOLF DE ORDUÑA (Orduña, Vizcaya)
ESCUELA PÚBLICA DE GOLF LA CARTUJA (Sevilla)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

INFORMAÇÃO FÓRUM

Do Município de Marvão, recebemos a seguinte Nota de Imprensa que aqui se divulga.






(Clicar para aumentar)

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Nuno Silva no I Seminário “Pensar Marvão”

Respondendo ao convite, Nuno Silva disponibiliza-nos a sua apresentação no I Seminário “Pensar Marvão”, na qual o mesmo põe em causa a afirmação “Interior = Ausência de Competitividade”.

O tema foi “Acessibilidades e Transportes: A interioridade como factor de perda de competitividade”.

Está disponível aqui:
Obrigado Nuno
Bonito Dias

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Seminários “Pensar Marvão”

O MporM teve a excelente ideia de organizar alguns Seminários denominados “Pensar Marvão”, os quais promovem algo de novo neste concelho: o debate de ideias sobre a vida, as estratégias e as políticas de Marvão.

O primeiro desses debates realizou-se em 19 de Setembro de 2009, em plena campanha eleitoral, e versou sobre “Actividades Culturais no Concelho de Marvão” e “Desafios da Economia Locar” (tendo eu participado no segundo painel com o tema “A Captação de Investimento, Incentivos e Desafios à Iniciativa privada”).

Aproxima-se, agora, o segundo desses seminários que versará sobre “Saúde e Acção Social no Concelho de Marvão”, o qual será, também, estruturado em dois painéis.

Por isso, e porque considero estas iniciativas muito importantes (já que nas mesmas são desenvolvidas matérias críticas para o concelho), convidava os oradores de ambos os Seminários a remeterem-nos as suas “apresentações” (as do II Seminário após o próximo dia 16, naturalmente) para serem publicadas no Fórum Marvão, permitindo, assim, o acesso às mesmas a mais gente.

Dando o exemplo, aqui vos deixo os diapositivos que utilizei na minha exposição, bem como as folhas com as notas pessoais que orientaram a mesma, de forma a melhor poderem compreender as ideias nela defendidas.


(diapositivo 1)

(Diapositivo 2)

(Diapositivo 3


(Diapositivo 4)


(Diapositivo 5)


(Diapositivo 6)


(Diapositivo 7)



(Diapositivo 8)


(Diapositivo 9)


(Diapositivo 10)


(Diapositivo 11)


(Diapositivo 12)

(Diapositivo 13)

(Diapositivo 14)

(Diapositivo 15)

(Diapositivo 16)


Cumprimentos
Bonito Dias