quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

INFORMAÇÃO FÓRUM



Hei-nos chegados ao fim de 2008! Ano do advento do Fórum Marvão.

Nascemos em 12 de Maio, e ao longo destes 8 meses que levamos de vida, mais não fizemos que “dar a palavra aos marvanenses”, num concelho em que a informação local e o debate, praticamente não existem; essa é a principal razão da nossa existência.

Nestes primeiros meses aqui se publicaram 136 Posts sobre os mais variados assuntos. Demos opinião com frontalidade, criticámos, fomos criticados, concordámos, discordámos, recolhemos opiniões, demos informações, caricaturámos, fotografámos, escolhemos músicas, fizemos poesia, fomos reconhecidos por uns e ignorados por outros, etc. Mas sempre com respeito, educação, liberdade e sem censura. Durante este período entraram na nossa Porta cerca de 21 600 visitantes, numa média de 2 700/mês, quase 100 visitas/dia.

Parece que valeu a pena! Obrigado a todos.

Se fossemos presunçosos, bem poderíamos afirmar que a nossa presença tem sido um êxito, mas não o fazemos, pois sabemos perfeitamente, que tal como na vida, existem bons e maus momentos e nós, também por lá passaremos e para isso estaremos preparados. Mas por agora o tempo é de celebração, amanhã, isto é, para o ano, logo se vê.

Nestes dois últimos meses (Novembro e Dezembro), realizámos duas sondagens. Na primeira quisemos saber qual a “Opinião dos nossos visitantes sobre a Candidatura de Mena Antunes à Câmara Municipal de Marvão”. E como podemos verificar no Quadro 17, obtivemos um total de 204 respostas. Dessas, 64% consideram essa candidatura “Má”, enquanto 36% a consideram “Boa”.



Por fim, e com a finalidade de elegermos o “Tema Musical do Ano” do Fórum, numa rubrica que denominámos em “defesa do que é nosso”, procedemos à eleição final dos temas apurados nas diversas votações parciais que fomos realizando, sendo o tema mais votado o “adivinha quanto gosto de ti”, interpretado por André Sardé, que mereceu a preferência de 55% dos nossos visitantes; ficando em 2º lugar o tema “intervalo” dos Perfume.

E é com o tema vencedor, que aqui vos deixamos e nos despedimos de 2008, com desejos para todos de um feliz 2009 e contem com Fórum Marvão.
Nós contamos convosco…



POESIA POR POESIA! VAMOS A ISTO...

Cântico Negro

"Vem por aqui" – dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom se eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha mãe.

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: "vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis machados, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!

Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
- Sei que não vou por aí.

José Régio

NATAL

Como é falsa a verdade
Como é verdadeira a inveja

Onze meses e meio de luta
Faca na liga, dentes serrados
Quem é que é o filho da mãe
Que o desfaço em bocados

Escrever, falar verdade, dizer
O que por aí vai de bem ou mal
Fica tão bem no velho papiro
Ainda mais quando chega o Natal

Quinze dias de boca aberta
Oh então estás bom, como vais
A tua vida corre-te bem
A família, os filhos e os Pais

Vem o homem das barbas
Gorro, casaquinha vermelha
Leva o saco da traição, ódio
Parte chaminé, parte telha

Entramos em trabalhos de parto
Alguidares, panos de água quente
Nasce por casualidade um Menino
Começa a contagem decrescente

O homem já não tem barbas
Trás o que levou, misturado
O amor pelo ódio, paz pela guerra
O que era bom está mudado

O mau está melhor ou seja pior
Tornando-se num número primo
Com o seu ego e o da camarilha
Escalando encostas até ao cimo

Como eu gosto do Natal

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Reflexão de fim de Ano


Permitam-me acrescentar uma reflexão também e que a Miguel Sousa Tavares pertence.

Face à nossa obsessão de vida tão movimentada e possessiva, o texto conduz a reflexão, pese embora tenha sido escrito à data do falecimento da mãe, Sophia de Mello-Breyner, encontro sempre nele muito de verdade.

"... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."


Desejo o melhor 2009 possível, pelo menos com alguma saúde.

SOU EU ( SOMOS NÓS)

Gostava de vos deixar aqui um poema de Àlvaro de Campos.
Agora que estamos a chegar ao fim do ano, acho que um momento de poesia não nos fará mal...

Sou Eu

Sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo,
Espécie de acessório ou sobressalente próprio,
Arredores irregulares da minha emoção sincera,
Sou eu aqui em mim, sou eu.
Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou.
Quanto quis, quanto não quis, tudo isso me forma.
Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade em mim.
E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco inconsequente,
Como de um sonho formado sobre realidades mistas,
De me ter deixado, a mim, num banco de carro eléctrico,
Para ser encontrado pelo acaso de quem se lhe ir sentar em cima.
E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco longínqua,
Como de um sonho que se quer lembrar na penumbra a que se acorda,
De haver melhor em mim do que eu.
Sim, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco dolorosa,
Como de um acordar sem sonhos para um dia de muitos credores,
De haver falhado tudo como tropeçar no capacho,
De haver embrulhado tudo como a mala sem as escovas,
De haver substituído qualquer coisa a mim algures na vida.
Baste! É a impressão um tanto ou quanto metafísica,
Como o sol pela última vez sobre a janela da casa a abandonar,
De que mais vale ser criança que querer compreender o mundo —
A impressão de pão com manteiga e brinquedos
De um grande sossego sem Jardins de Prosérpina,
De uma boa vontade para com a vida encostada de testa à janela,
Num ver chover com som lá fora
E não as lágrimas mortas de custar a engolir.
Baste, sim baste! Sou eu mesmo, o trocado,
O emissário sem carta nem credenciais,
O palhaço sem riso, o bobo com o grande fato de outro,
A quem tinem as campainhas da cabeça
Como chocalhos pequenos de uma servidão em cima.
Sou eu mesmo, a charada sincopada
Que ninguém da roda decifra nos serões de província.
Sou eu mesmo, que remédio! ...

(Álvaro de Campos)



Um bom ano de 2009 para todos, acima de tudo com saúde e trabalho.

Um abraço

Jorge Miranda

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

"PRÓ-ACTIVOS/REACTIVOS"

No Post anterior vem o Fernando Bonito, a propósito da “recolha dos móveis” da Estação da Beirã pela CP, chamar-nos a atenção para um dos problemas de Gestão Estratégica, que denominou de “agir por pró-actividade ou por reactividade”. Ficando bem claro, que no caso concreto que nos apresenta, a Câmara Municipal de Marvão (a entidade que nos representa a todos nós marvanenses), apenas reagiu, quando, certamente, se aconselharia que tivesse sido pró-activa, e, através de uma qualquer acção preventiva, “talvez” tivesse evitado a perda do património em causa. Quiçá…?

Venho pois, trazer aqui ao Fórum uma outra situação, que apresentei na última Assembleia Municipal, que talvez venha a ter um desfecho idêntico, a julgar por aquilo que foi defendido, pelo actual edil Vítor Frutuoso. Refiro-me, concretamente, ao Património do Bairro da Fronteira do Porto Roque.


Como sabemos, este Bairro da Fronteira foi inaugurado em 1972, como aqui já nos foi dito pelo Kasa, e era constituído “por 20 fogos e 16 edifícios com uma área coberta de 3450m2, em 20 hectares de terreno com as mais elementares infra-estruturas (um luxo para a época), redes de energia, abastecimento de águas, estação depuradora de esgotos, distribuição de gás, telefones externos e internos, antenas de telecomunicações, etc. O custo total do empreendimento foi de 33 000 contos.”
Para além destas infra-estruturas tem ainda o Posto de Turismo, e um Restaurante.

Também é do conhecimento geral, que apesar deste Bairro se encontrar numa zona nobre do concelho – Porta de entrada em Portugal, para quem vem da Europa, o mesmo se encontra em avançado estado de degradação, com poucas casas ocupadas por moradores que, certamente, apenas esperam uma oportunidade para serem “indemnizados”, por uma qualquer “entidade”, para de lá saírem para melhores condições.



É também sabido que este Bairro é Património do Estado, isto é, em última análise de todos nós (portugueses), administrado por um qualquer Instituto a nível Central em Lisboa.

Em minha opinião, este espaço, dava para quase tudo, o que ali se quisesse construir e criar.

Defendi na altura, a ideia de um Projecto de “Aldeamento Social para a 3ª Idade”, porque me parece uma ideia inovadora, pouco vista em Portugal, mas que será no futuro fundamental, para as gerações que aí se adivinham. Com habitações para uma ou duas famílias, com espaços comuns e individuais, onde as pessoas se sentissem como em suas casas, mas com todos os cuidados de apoio social.

Claro que bem sei que isto não são competências autárquicas, nem é isso que estava a propor! À autarquia apenas se pretenderia que fosse o facilitador, o parceiro, o “enzima”, que numa primeira fase se apresentasse junto desse Instituto Central e negociasse o Património, e, se possível o adquirisse, por inteiro. Negociando-o de seguida, com uma Instituição Social, ou mesmo com Privados que garantissem essa finalidade.

Não me vou aqui alargar muito mais, apenas referir que o Sr. Presidente, acha isso um “absurdo”! Com a explicação de que, actualmente, essas infra-estruturas, não têm condições para tal Projecto….

Ao que eu respondo: A quem pertencia o actual Edifício da Unidade de Cuidados Continuados da Beirã? (R: A um qualquer Instituto Central, penso que até o mesmo que detém a propriedade do referido Bairro); Estava capaz de receber os Serviços que lá funcionam actualmente? (R: Não, tiveram que se fazer obras profundas); Foi um bom investimento? (R: Claro que foi, criou emprego e trás fundos exteriores ao concelho).

Então imagine-se o Projecto do Porto Roque? Que até podia ser transfronteiriço…





TA: Se não for este ramo, poderá ser outro depende da imaginação PRÓ-ACTIVA. Agora não percamos mais este Património. Senão, depois, vamos andar a ser “REACTIVOS” e a fazer como o S. Brás, que primeiro, não quis o “chibo” e depois vá de “correr” atraz dele…

domingo, 28 de dezembro de 2008

A CP recolheu móveis históricos da Estação da Beirã






(clicar para ampliar)

A recolha de móveis da Estação da Beirã, efectuada pela CP, foi notícia em jornais nacionais e até na televisão.

Atendendo ao valor histórico do mobiliário, a Câmara Municipal reagiu rápida e contundentemente, através de carta/comunicado que pode ser consultada em http://municipiodemarvao.blogspot.com/.

A CP alega que é proprietária desse mobiliário, o qual estava ao abandono (por isso o levou para o preservar) e que não recebeu qualquer pedido ou proposta para aquisição do mesmo.

Se a CP está de boa fé, uma eventual acção pró-activa da Câmara talvez pudesse ter evitado esta recolha. Se! Nesse caso, os móveis ficariam na Beirã e a situação, com certeza, quase que não teria visibilidade.

Este é um grande problema em “gestão”: se somos pró-activos e as coisas correm bem, parece tudo normal e quase ninguém repara; se somos surpreendidos por acontecimentos que não previmos, com consequências negativas, “ficamos mal na fotografia” porque apenas reagimos…

Há, no entanto, sempre uma aprendizagem a retirar destes acontecimentos com consequências negativas: verificar se existem outras situações semelhantes e aproveitar para “jogar na antecipação”!

Será que no concelho não existirá mais património que, sendo propriedade de entidades externas públicas ou privadas, tenha algum interesse histórico (ou outro) para Marvão?


Grande Abraço
Bonito Dias

sábado, 27 de dezembro de 2008

Bonito serviço !



( clicar para ampliar )
Há dias bonitos; dias assim ... assim e dias maus : Dias bonitos, são aqueles, em que nos levantamos e sabemos que podemos fazer aquilo que nos der na real gana e tudo parece ser radioso à nossa volta .
Todos temos, no entanto, certos dias em que tudo parece correr mal : O carro que não pega, ou fica riscado numa manobra qualquer mal calculada ; vamos visitar os nossos blogues de estimação ( como o Fórum Marvão ) e deparamos com a nossa figura adulterada por um qualquer cirurgião dentista cartunista . Apetece gritar :
- DOUTOR PRECISO DE AJUDA ! Esta cirurgia, ainda ficou pior que a da Manuela M. Guedes, começando nos lábios, passando pelos dentes e acabando nas orelhas ! Eu não sou assim !

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

“O CONTRA-ATAQUE”

O Presidente da Câmara Municipal de Marvão, Vítor Frutuoso, decidiu responder ao Folheto de “Boas-Festas” publicado pelo PS em época natalícia.



(clicar para ampliar)

Ao contrário da opinião do Fernando Bonito, não me parece que o Folheto apresentado pelo PS, tenha sido uma boa estratégia de “marketing político”, em minha opinião, considero-o até de bastante “mau gosto”, o misturar a religiosidade das pessoas (boas-festas natalícias), para fazer passar mensagens partidárias. Mas, como estamos numa época em que vale tudo, e, onde os valores e os princípios valem muito pouco, siga a marinha, que a “guerra” vem por aí…

Na mesma linha vem a resposta de Vítor Frutuoso, que bem podia ter esperado mais dois dias para fazer a resposta.

Agora o que parece não haver dúvidas, é que estamos perante contradições de números. Enquanto o PS vem afirmar que o actual executivo já contraiu empréstimos superiores a 2 milhões de euros (400 000 contos); Vítor Frutuoso, diz que apenas pediu 725 000 euros (145 000 contos), e que tem no “bolso” quase 1,5 milhões de euros (300 000 contos) e ainda é credor, a curto prazo, de 880 mil euros (175 000 contos).

Sendo assim, alguém não tem razão e anda com dificuldades de simples aritmética. No entanto, existem por aí muitos cursos, nomeadamente, nas “novas oportunidades só-cretinas”, é só inscreverem-se! Não sei é se se aprende lá grande coisa, mas isso, são dúvidas minhas…

Agora sobre “marketing”, o que me parece é que, o PS difundiu a sua mensagem publicamente (verdadeira ou não), chegando a todos os marvanenses, enquanto Vítor Frutuoso, continua a acreditar na sua boa “estrela”, respondendo através de “comunicado oficial”, com muitas dificuldades de divulgação, com uma linguagem que a maioria das pessoas não percebe, correndo riscos de a não fazer passar. Mas ele lá sabe quem são os seus conselheiros!

O que talvez valha a pena aqui perguntar, é que, com tantos euros na “algibeira” porque não paga Vítor Frutuoso às Associações do concelho os pequenos subsídios aprovados? Dos quais ainda deve alguns relativos a 2007!

Seria uma boa “prenda de natal” para o movimento associativo do concelho e uma resposta com as mesmas “armas” ao PS.

Ou estará a guardar-se para mais tarde?

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

É TEMPO DE NATAL


O Fórum Marvão deseja a todos os Colaboradores e Visitantes um Feliz Natal.




A noite fora longa, escura, fria.

Ai noites de Natal que dáveis luz,

Que sombra dessa luz nos alumia?

Vim a mim dum mau sono, e disse: «Meu Jesus…»

Sem bem saber, sequer, porque o dizia.

E o Anjo do Senhor: «Ave, Maria!»

Na cama em que jazia,

De joelhos me pus

E as mãos erguia.

Comigo repetia: «Meu Jesus…»

Que então me recordei do santo dia.

E o Anjo do Senhor: «Ave, Maria!»

Ai dias de Natal a transbordar de luz,

Onde a vossa alegria?

Todo o dia eu gemia: «Meu Jesus…»

E a tarde descaiu, lenta e sombria.

E o Anjo do Senhor: «Ave, Maria!»

De novo a noite, longa, escura, fria,

Sobre a terra caiu, como um capuz

Que a engolia.

Deitando-me de novo, eu disse: «Meu Jesus…»

E assim, mais uma vez, Jesus nascia.

José Régio

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

INFORMAÇÃO FÓRUM

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE MARVÃO

Vai realizar-se no próximo dia 26 de Dezembro de 2008, sexta-feira, a 5ª sessão ordinária da Assembleia Municipal, que terá lugar na Casa da Cultura -Câmara Velha, com a seguinte Ordem de Trabalhos:

1 – Pedido de renuncia ao mandato do Membro da Ass. Municipal – Sr. Fernando José Machado Gomes – Tomada da posse da Dr.ª Catarina Alexandra Dias.

2 – Eleição do Primeiro Secretário da Assembleia Municipal.

3 – Informação do Sr. Presidente da Câmara acerca da actividade municipal.

4 – Aprovação do pedido de informação previa sobre o Parque de Campismo de Cabeçudos.

5 – Reapreciação do processo de adesão à NaturTejo.

6 – Grandes Opções do Plano 2009/2012 - Orçamento 2009.

7 – Aprovação da minuta do contrato de cedência de Infra-Estruturas às Àguas do Norte Alentejano.

8 - Aprovação da minuta do contrato de delegação de competências com subvenção global a celebrar entre a autoridade de gestão do PO Regional do Alentejo 2007/2013 e a AMNA.

9 – Assuntos Diversos.

O PS de Marvão apresenta Nuno Lopes


(clicar para ampliar)

À boleia da época natalícia, o PS de Marvão fez a sua primeira comunicação aos munícipes, através do folheto acima digitalizado.

É uma regra básica de marketing (neste caso de marketing político) que quem tem algo para vender deverá escolher o seu público-alvo e comunicar com ele, apresentando o seu produto e as vantagens deste. O PS de Marvão, de uma forma inteligente, tomou já a dianteira neste processo.

Num concelho em que nos habituámos a ver essas comunicações só quase “em cima” das eleições, esta realidade, à distância de dez meses do acto eleitoral, é novidade.

Nesta primeira comunicação, o principal objectivo a atingir foi apresentar o candidato Nuno Lopes, já que a maior parte da mesma centra-se na descrição do seu curriculum. Apenas, e só, o candidato a presidente!

Além disso, o PS, neste folheto, tenta transmitir a imagem de um executivo actual inoperante, gastador e “autista”.

Esta prematura comunicação do PS pode despoletar algo de novo e positivo em Marvão. Nomeadamente, que os diversos candidatos vão, com tempo, apresentando as suas ideias e propostas. E debatendo-as!

Contudo, por agora, o PS ainda não o fez. Fala em diversas propostas mas não concretiza nenhuma! Ou não as tem, ou foi de uma forma deliberada, já que o objectivo era outro: mostrar o seu candidato.

Aguardemos!


Grande Abraço
Bonito Dias

domingo, 21 de dezembro de 2008

Orçamento e Plano para 2009


Logo no primeiro dia em que iniciei a apanha da azeitona, constatei haver um roncar estranho que ecoava na Beirã.

O meu companheiro de faina logo se apressou a esclarecer tratar-se de barulho proveniente de uma máquina alisadora de terreno, ruído esse justificado pela necessidade de terraplanar as terras descarregadas na área definida para o aumento do Bairro e zona a lotear.

Como havia chegado de noite não vi que os trabalhos estavam a avançar.
Também fui informado de que, à data do início do processo, havia muitos interessados nos lotes.

Pois é. Mas isso foi antes ... só que entretanto correu o tempo e mesmo admitindo ter havido inscrições o certo é que o mundo mudou e muita premissa se alterou.

Veja-se o raciocínio e a razão.
O ministro das Obras Públicas bateu o pé durante meses pelo aeroporto da OTA. Em sua defesa veio o nosso Primeiro acrescentar que ao serem solicitadas mais estudos, nunca se faria obra neste País. Felizmente que a razão veio ao de cima e afinal o aeroporto vai para o ‘deserto’ da margem sul e pessoalmente espero que a concretizar-se prossiga um crescimento modular e moderado para o bem de todos os nossos filhos e netos que o vão ter de pagar.
Retornando ao nosso cantinho de concelho do fim do mundo, que não chegou a ver a luz das verbas vindas da Europa Comunitária e onde o numero de munícipes é cada vez menor, onde os empregos crescem mas nos concelhos vizinhos e onde a REMAX e a ERA disputam os avisos de venda de imóveis, que razões leva à criação de espaços de loteamento e bairros mesmo que económicos?

Dirão uns que se tem de cumprir uma promessa eleitoral. Outros afirmarão que é normal que as administrações gostem de deixar uma marca da sua actuação.

Pois é. Compete aos governantes saber gerir a ‘coisa pública’ mas também saber moldá-la ao sabor das necessidades, explicando-a e ouvindo conselhos. E se é certo que nas grandes cidades se recebe muito pelo que se loteia e autoriza a construir também não é menos verdade que se assistem a projectos de co-financiamento para recuperar os imóveis em estado de abandono com vista à sua re-ocupação.

Os ventos da economia global já se fazem sentir e os seus indicadores não são de há dias. Os juros para empréstimo já são altos há alguns anos e a vontade de emprestar é muito pequena por razões internacionais e não só. Mesmo quem empresta a juros altos exige hoje um fiador. Importa pois que a matéria se discuta e os governantes sejam chamados à razão.
Mas nós o que fazemos?
Quantos imóveis tem já o Concelho devolutos e com alcatrão à porta?
Quantos anos têm de devoluto os imóveis da Fronteira dos Galegos a ostentar as portas escancaradas, vidros partidos e a degradação a entrar por tudo quanto é sitio?


Pois é. Assim não vamos lá.
Se queremos mostrar serviço, o Concelho tem bem por onde. Conviria ser mais aplicado nas soluções deixando as grandezas para o Sr Ministro das Obras Públicas.

Agora que se aproxima o Orçamento e o Plano de Investimento para 2009 no nosso Concelho é a correcta altura para ser tudo muito ponderado.
Vêm aí maus ventos, e se continuarmos a aplicar tudo em matéria não produtiva nunca seremos nada e o despovoamento será inevitável.

Também é o último Orçamento deste ciclo autárquico. É também altura de Natal e de bolos, mas cuidado porque lá diz o dito: ‘com papas e bolos se enganam os tolos’.

Boas Festas e o melhor 2009 possível são os meus votos.

Presépio ao vivo 2008




(clicar para ampliar)
Foi ontem inaugurado o presépio ao vivo 2008, na Igreja do Espírito Santo em Marvão, organizado pela Associação de Jovens Maruam.

Já no ano passado tinha tido oportunidade de ir ver o Presépio ao Vivo em Marvão e tinha gostado. Este ano repeti!

Nesta iniciativa, os jovens da Maruam “dão o corpo ao manifesto” e por isso ela é tão interessante. Mesmo não se sendo crente, o quadro natalício do Presépio é incontornável, fazendo parte do nosso imaginário infantil. E este é especial porque é de “carne e osso”.

Com o espaço muito bem organizado, onde nem faltava uma choça, tão característica da nossa região, o quadro estava verdadeiramente interessante, com uma simbiose perfeita entre jovens, animais e a música da Escola de Música de Marvão.

Esta iniciativa até despertou o interesse da televisão. Estava lá a RTP que teve oportunidade de recolher imagens do Presépio e entrevistar o Jorge, presidente da Maruam.

Parabéns à Maruam por esta excelente iniciativa!!


Grande Abraço
Bonito Dias

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

INFORMAÇÃO FÓRUM

Ainda o 30º Aniversário do GDA

(Do Jornal Fonte Nova na sua Edição nº 1611 deTerça-feira, 16 de Dezembro de 2008, retirámos a seguinte reportagem)

Arenense festeja 30 anos - longe dos êxitos de outros tempos

Mas isso parece fazer parte do passado. No dia em que a colectividade comemorou o 30º aniversário, a direcção lamentou a falta de apoios e a consequente desmotivação que afecta o grupo.

Foi na sede do Grupo Desportivo Arenense (GDA), bem no centro de Santo António das Areias, que algumas dezenas de pessoas se reuniram no dia 12 de Dezembro para assinalar mais um aniversário da colectividade. Uma reunião de amigos, os poucos que ainda acreditam e lutam por uma Instituição que conta actualmente com cerca de 300 sócios pagantes, um número muito inferior ao registado há uns anos atrás.

Na sala dos troféus está escrita a história do Arenense. Móveis cheios de taças e paredes repletas de fotografias das várias gerações de futebolistas que passaram pelo clube. E foi no meio das memórias dos sucessos do GDA que aproveitámos para conversar com João Bugalhão. Presidente do GDA há três meses. É um repetente neste cargo, uma vez que já havia desempenhado as mesmas funções entre 1996 e 2000.

Com alguma mágoa na voz, João começou por dizer que o seu regresso ao Arenense aconteceu "para que esta casa não fechasse". Tal como contou, "foram feitas várias tentativas para encontrar uma direcção e como não foi possível encontrar alguém que liderasse, pelo amor que tenho a esta casa e ao movimento associativo de Marvão, achei que talvez pudesse ajudar a que esta casa não fechasse".

Naturalmente, os tempos mudam e com eles mudam também as instituições. João Bugalhão afirmou ao nosso jornal que "esta casa está muito diferente, o clube de hoje não é o clube de há 12 anos. Naquela altura, o clube era uma Instituição muito importante no concelho, com uma larga actividade desportiva e recreativa e hoje está moribundo", atirou. E na óptica do presidente, o GDA "está moribundo porque de facto há entidades e instituições, que não têm dado a atenção devida ao clube e isso tem levado a uma certa desmotivação das pessoas que, de forma voluntária têm dirigido o clube. Qualquer dia temos estruturas, mas já não temos pessoas, porque não foram apoiados na devida altura".

Além disso, o responsável atribuiu também algumas responsabilidades endógenas, de anteriores direcções, pois "também houve algumas asneiras por parte de dirigentes do clube há cerca de três ou quatro anos, que levaram o clube a estar numa situação muito difícil", disse o presidente.

João não podia deixar de referir as dificuldades financeiras. Reconhecendo que "as coisas não estão nada fáceis", o responsável explicou que "temos um passivo avultado, de alguma gravidade para as nossas capacidades actuais. A direcção anterior conseguiu amortizar alguma coisa, e um dos nossos objectivos é pagar o que for possível para amortizar". Para o presidente, o importante é que "independentemente do que fizermos, não fiquemos a dever nada a ninguém das despesas que formos responsáveis. Temos de viver de acordo com as nossas posses".

Referindo-se especificamente ao aniversário do GDA, e porque, afinal de contas, o dia era de festa, João Bugalhão afirmou que "hoje o que está na base desta comemoração é uma homenagem às pessoas que há 30 anos conseguiram criar a instituição e todos aqueles, que de uma forma ou de outra, ajudaram o clube a chegar até aqui".

Olhando para as vitrinas cheias de troféus, o presidente concluiu dizendo que "são 30 anos de história e alguma riqueza, também por estes prémios, mas principalmente pelas pessoas, pelos centenas de jovens que por aqui passaram e aqui fizeram a sua aprendizagem cívica e desportiva para a vida".

domingo, 14 de dezembro de 2008

O G.D.A. comemorou os 30 anos!








(clicar para ampliar)


Na passada 6ª Feira, dia 12 de Dezembro, o Grupo Desportivo Arenense fez 30 anos!

Conforme anunciado, a sua direcção preparou a comemoração desta bonita idade, a qual decorreu na sua sede, em Santo António das Areias. Estiveram presentes algumas dezenas de sócios que confraternizaram imbuídos no espírito Arenense.

Nesta singela, mas digna, comemoração estiveram presentes vários antigos presidentes do clube, todos os quatro presidentes de junta de freguesia do concelho e o próprio presidente da câmara de Marvão que prometeu mais apoio para o futuro.

O presidente da direcção agradeceu a presença de todos aqueles que se quiseram juntar a esta comemoração, falou das dificuldades que o clube atravessa, lembrou os Arenenses que já não se encontram entre nós, particularmente um atleta (Quim Maria) que, com 15 anos, perdeu a vida, há 25 anos atrás, ao serviço do clube e enalteceu o trabalho dos outros membros da direcção.

Esta foi, também, uma oportunidade para alguns recordarem outros tempos, através das fotografias expostas na sede do clube. Fotografias que demonstram o porquê de muitos gostarem tanto do GDA e sentirem um carinho especial pelas pessoas que os acompanharam enquanto jovens atletas do Arenense.


Nota 1 – Na foto da direcção falta o seu tesoureiro, Rui Boto, que, aquando das fotografias para a comunicação social, ainda se encontrava no seu estabelecimento comercial.

Nota 2 – A última fotografia é a minha relíquia. É a equipa de Iniciados do Arenense da época 81/82, a minha primeira época no meu “teatro dos sonhos”.

Começando pela fila de cima e da esquerda para a direita: Manuel Joaquim Mota, Luís Sequeira, José Domingos Felizardo, João Manuel Lança, Salsa (mais velho), Orlando, Bonito, João Filipe, Artur Sequeira, Pedro Graça, Mário Bugalhão, Tó-Zé Rosado, Paulo Jorge (Magafo), Picanço (mais novo), Coelho (mais velho), Fernando Luz (Pituxa), Quim Maria, Francisco (Pélé), Rui (Bailaradas), Chaparro, Rui Felino, Vitorino (Bareta).


Grande Abraço
Bonito Dias

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Os responsáveis que temos no Concelho

Acabada que foi a safra da azeitona e regressado ao domicílio primeiro, eis-me perante a minha primeira intervenção neste Forum.

A maioria dos leitores não me conhece mas por este texto fica de imediato a entender que defendo valores que julgo elementares e que para muitos já cairam em desuso. Assim tem sido ao longo da minha vida e assim espero nunca abdicar. A defesa dos valores é cada vez mais importante nos tempos que correm.

Como sabem alguns, por neste Forum já o ter sido publicado, decorreram no passado dia 28 de Novembro as eleições no seio do PSD, cujos reflexos se farão sentir no nosso Concelho.

A situação transportou-me para o ano de 1958.
Recordo-me perfeitamente de ter acompanhado meu pai à Mesa de Votação no Liceu Pedro Nunes da capital. À data era imperioso votar porquanto, à posteriori, era ‘apreciado’ ao pormenor quem tinha faltado. Ao contrário na provincía, a Mesa, já no final do dia e face ao conhecimento quase familiar dos eleitores, abatia nos cadernos eleitorais e colocava mais um voto favorável na urna.

Pois na invernosa noite do dia 28 e quando ainda mal íam decorridos 15 minutos da abertura da Mesa constatei uma tentativa velada de inserção de voto por outrém, ausente. Com a interpelação a respiração foi suspensa e ... voltou-se atrás. Mesmo assim logo alguém se apressou a afirmar que sem tal procedimento não havia quantidade de votos palpável. A estupetefacção deu lugar ao contraditório e daí se passou a outro tema, no intuito de ir preenchendo o tempo até às 23H00, hora do encerramento da Mesa.

Os militantes com e sem direito a voto lá foram aparecendo e até ao encerramento das urnas só haviam votado 9 dos possíveis 25, num universo estimado de 50.

E a surpresa estava para vir. Qual liturgia católica que na catequese se aprendeu como a parábola da duplicação dos pães e dos peixes.
Uma semana decorrida e eis que o relatório rubricado aponta para 13 votos recepcionados.

Como é que uma situação destas ocorre decorridos tantos anos de democracia, implantada no país? Com que objectivos? Como podemos confiar a condução do Concelho quando na presença do seu Presidente, a Mesa elabora o presente relatório?

Ele é nas coisas mais pequenas que nós podemos medir a honestidade das pessoas envolvidas. Um professor de inequívocas responsabilidades no Concelho e um colaborador da Câmara que se aponta como futuro vereador são os signatários, pois presidiram à Mesa, mas o certo é que o Sr Presidente da Concelhía e da Câmara ficou a acompanhar a atitude e não pode aqui ilibar-se de uma situação à qual não é por certo alheio.

A abstenção é uma forma de crítica e essa leitura tem de ser feita por quem de direito. Não vale a pena tapar o sol com a peneira.

Agora o que daqui se extrai é a questão da honestidade, do oportunismo para fazer crer que tudo vai bem no reino e que a atitude não é lesiva dos governados. Os indícios estão aí e isso é relevante da forma da condução dos bens pertença do Concelho. Os actos ficam com quem os pratica, mas como diz o povo ‘tão ladrão é o que rouba na vinha como o que fica a avisar’.

São para mim valores a defender, a honestidade, a transparência e a ética.
Não pactuarei com atropelos, nem me pessam para branquear determinadas atitudes.

É fácil reagir e criticar, mas o que se torna imperioso é agir.
Quem me quiser acompanhar, seja militante de qualquer causa ou independente, encontrará comigo forma de dar a volta por cima.

O Concelho merece e precisa de melhor.

Como se dizía num panfleto de Outubro de 2005 ‘É TEMPO DE MUDAR’.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

“Família da Ilha Paraíso”

Ontem tive oportunidade de assistir no Canal de televisão SIC, a uma reportagem feita no concelho de Marvão (freguesia da Beirã), sobre uma família originária da Alemanha, e denominada “Família da Ilha Paraíso”.

Para quem não assistiu à reportagem, esta mostrava como é a vida de um grupo de 10 pessoas (4 adultos e 6 crianças), que vivem em comunidade, em convívio aberto com a natureza, com uma alimentação à base de vegetais que eles próprios cultivam sem recurso a produtos químicos, mas ingerindo alguns produtos de origem animal, tais como leite, mel e ovos.

Certamente para um país, de gente cada vez mais urbanizada, que pensam que não se pode sobreviver sem a ingestão das 100 ou 200 gramas de carne ou peixe, o duche diário tomado a horas certas e, que os filhos só podem começar a trabalhar aos 30 anos de idade; ao observarem aqueles “maltrapilhos”, que mais pareciam um grupo de selvagens, descobertos num qualquer local da selva amazónica; devem ter olhado para aquilo como asnáticos a olhar para um convento. Ignorando, certamente, que à excepção da não ingestão de carne ou peixe, e o não possuírem um Computador (como estes!), à 70 ou 80 anos atrás, ou menos, mais de metade da população do concelho de Marvão, vivia naquelas circunstâncias, não por opção, mas, porque não tinham outro remédio (a minha infância não foi muito diferente).

Para muita desta gente, não terá deixado de existir um certo desejo, e mesmo inveja, para experimentarem um tipo de “estilo de vida assim”! Pensarão mesmo alguns, iludidos pelo título da coisa, estarmos perante “o eden”, ou mesmo a felicidade suprema!

Convém no entanto, que aqui façamos algum contraditório e levantemos algumas questões que me parecem importantes para a vida destes “adãos e evas”, mas também para a comunidade onde habitam.

Compete ainda, realçar que nada tenho contra os estilos de vida, usos e costumes de cada um, e sou um devoto da liberdade individual, e cada um é como cada qual, e cada qual…
O problema está em, quando essa liberdade individual, começa a por em causa a liberdade colectiva e o equilíbrio de uma comunidade e as suas próprias obrigações…

Há cerca de 15 dias, quando um autarca me falou dessa problemática da “ilha paraíso”, confidenciando-me: “que aquilo era um problema, pois viviam com os animais, as crianças não iam à escola, não consumiam água canalizada, defecavam ao ar livre…”, até pensei para comigo, e daí, quem é que tem a ver com tal, serão menos felizes por isso?
Mas perguntei, e as vacinas? Estarão em dia…? Ontem ao ver a reportagem, soube a resposta: NÃO!

E mais, o “adão patriarca” é contra, nada de químicos, quem manda ali é a mãe natureza, e ele, claro!

Lembro aqui, que o problema das grandes epidemias infecciosas, que causaram milhões de mortes no passado, só foram debeladas graças à vacinação, e por isso o PNV, é considerado o mais importante Programa de Saúde, bem mais importante que o uso dos antibióticos, por exemplo.

Acresce ainda esclarecer, que a maioria dos microrganismos causadores das doenças, susceptíveis de prevenir pela vacinação, não foram extintos. Estão por aí, cada vez mais fortes, só à espera de terreno fértil, para atacarem, na sua luta pela sobrevivência.

São exemplos recentes, o surto de sarampo que no último verão, desabrochou na Europa Central, a Europa dos ricos (Alemanha, Áustria, Suiça, Holanda), com graves consequências; e cujas origens, se pensa terem sido este tipo de “ilhas paraíso”, pois por essas bandas, estes estilos de vida, são mais frequentes do que por cá.
Convém relembrar, que estes microrganismos sofrem mutações e por isso não atacam só os não vacinados, atacam todos.

Se os nossos "amigos vírus” andarem por aquelas paragens, encontrarão nesta “ilha paraíso da Beirã”, algumas das condições ideais, para se reproduzirem, armarem e prepararem o ataque. Depois, é só apanharem boleia de um qualquer vector (até as abelhinhas lhes servem), e as primeiras consequências, serão para a comunidade marvanense, e sobretudo, as crianças. As deles e as dos outros.
E numa comunidade tão dada à religiosidade, como parece ser aquela, convirá sempre perguntar: “… e as crianças meu Deus, que mal fizeram…?”

Por tudo isto, convirá questionar quais as diligências que as entidades responsáveis já tomaram? E as autoridades de saúde já foram alertadas?

Convirá mais uma vez realçar, que não se pretendem estratégias punitivas, mas dialogantes e assertivas, para que a tal “liberdade de poucos”, não interfira com a liberdade de muitos… e todos possamos viver em paz e harmonia!

Quanto ao dormirem ao relento, comerem cru, devolverem à natureza o que ela lhes dá, fumarem uns charros, ou mesmo não irem à escola, etc., etc. Bem, isso é lá com eles…

TA: Já agora, e porque aparecia no final da reportagem, que Marvão não possuía Comissão de Protecção de Crianças e Jovens, isso não é responsabilidade da “ilha paraíso”, é das entidades locais. Ou será mais uma particularidade em que Marvão é diferente?

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

INFORMAÇÃO FÓRUM

Do Jornal Fonte Nova, de 9/12/2008, Edição Nº 1609, Extraímos a seguite Notícia:



"Hermínio Felizardo - A angústia de um artista sem tempo"


Um marvanense que nasceu com um dom, mas que vive na angústia de não ter tempo para mostrar todo o seu potencial. É em Carreiras que encontramos Hermínio Felizardo, um marvanense formado em Artes Plásticas e Escultura, que nos abriu a porta da sua casa e do seu coração e confessou as frustrações e o desânimo de quem tem um sonho nas mãos, mas não o consegue realizar.



Natural de Santo António das Areias, Hermínio Felizardo nasceu a 24 de Agosto de 1963. Desde muito novo provou ter uma apetência especial para as artes visuais, o que o levou a completar o 12º ano, a ingressar no Centro de Arte e Comunicação Visual (ARCO) e, pouco tempo depois, no curso de Artes Plásticas/Escultura na Escola Superior de Belas Artes, no Porto onde, segundo nos disse, teve "uma grande oportunidade de limar algumas arestas, conhecer técnicas e ter um relacionamento muito mais incisivo com o meio. Depois do curso, e como neste País a importância dada ao mundo da arte é quase nula, tive de colocar o pão na mesa para a família e começar a dar aulas de Educação Visual, História de Arte, Teoria do Design", recorda.




No início da carreira docente, Hermínio Felizardo leccionou em Póvoa do Varzim, Santo Tirso, Matosinhos, Gondomar e, de regresso ao Alentejo (1992), nas escolas do Crato, Mouzinho da Silveira e na José Régio (até aos dias de hoje). Apesar de admitir que ser professor é uma profissão que exerceu sempre com imenso prazer, o marvanense afirma que, nos dias de hoje, a componente burocrática é extremamente intensa e responsável pelo surgimento de factores de grande ansiedade. Mas o pior é o tempo, uma vez que ao final de um dia de trabalho, incluindo a preparação de aulas, restam-lhe pouco minutos para dedicar à família e à sua grande paixão.


A verdade é que com afinco e determinação, Hermínio Felizardo lá vai aceitando alguns desafios e realizando pequenos sonhos. A sua casa é o espelho disso mesmo. Todo o design do edifício e da sua envolvência foram projectados pela sua imaginação e criatividade. Tanto no interior como no exterior, o artista deixa a sua marca, seja em grandes peças ou pequenos pormenores. Enquanto no jardim podemos encontrar uma piscina (também idealizada) e várias obras que realizou através da reutilização e descontextualização de objectos das mais variadas matérias-primas, o interior emana todo um percurso artístico, desde o curso de artes plásticas até aos dias de hoje.



"O artista vive para a arte e pela arte e eu não consigo"

De salientar o arquivo de cd´s numa balança antiga, os candeeiros feitos de filtros de automóveis e até de patuscas e o sofá, construído a partir de um banco traseiro de um carro antigo. Mas, além disso, há uma panóplia de quadros, pinturas, desenhos, tapeçarias e até esculturas. Como nos revelou, "penso que apenas sou conhecido pela Banda Desenhada que, nos dias de hoje, não me satisfaz completamente. Sou melhor a fazer outro tipo de trabalho e quis mostrá-lo porque a minha casa é uma pequena galeria. Não sou um artista consagrado, nem procuro estar na ribalta, mas sinto a necessidade constante de produzir arte", frisou, acrescentando que não se pode ser artista sem tempo


Os trabalhos que nos foi apresentando são, na sua opinião, fruto do tempo que "rouba" constantemente à família, um gesto que lhe cria momentos de grande ansiedade, angústia e frustração.
Em termos de trabalho, Hermínio Felizardo continua a dedicar-se a um leque bastante vasto de formas de expressão. A caricatura, a pintura, a banda desenhada, a tapeçaria, decoração de interiores e exteriores, a recuperação de móveis antigos, a reutilização e descontextualização de objectos e ainda a escultura são estilos facilmente identificáveis na casa do homem que fez o busto de Mouzinho da Silveira, em Portalegre.


No entanto, e apesar de ser reconhecido pela banda desenhada, Hermínio Felizardo garante que, neste momento, é nos cartoons e, principalmente, na caricatura que tem conquistado uma grande aceitação, até mesmo a nível internacional, com a publicação do novo Presidente dos Estado Unidos – Barack Obama – no myspace. Além disso, também este ano, participou, pela primeira vez, no Salão Luso-Galaico de Caricatura de Vila Real, onde se destacou com cartoons de José Carlos Malato, José Sócrates e Durão Barroso e José Rodrigues dos Santos. No passado, Hermínio Felizardo realizou ainda quatro cartazes para a Feira da Castanha de Marvão, escreveu duas bandas desenhadas e colaborou no nosso jornal com o "Moisés o Anti–Profeta".
Em termos monetários, o artista confessa que o seu trabalho não lhe tem dado muitos proveitos. "São poucos os que podem viver exclusivamente da arte. Já vendi muitos trabalhos, mas penso que na generalidade, já perdi mais dinheiro do que realmente ganhei. Sempre pensei que quando fizesse o busto de Mouzinho da Silveira tivesse mais projecção, mas não tenho recebido grande procura. Na verdade, também não tenho tempo para expor o meu trabalho. A minha casa é o meu salão de exposição, de peças que não vou vender", sublinha, revelando que já produziu um busto de José Régio para colocar na Escola, mas que ainda não recebeu a aceitação de ninguém.











Quando questionado sobre o que é que falta para ter mais projecção, o artista respondeu, sem hesitar, "o tempo". "Ou se escolhe a família, o trabalho, ou a arte. Vou continuar, mas não me posso dedicar a 100 por cento e vou todos os dias para a cama com projectos que nunca poderei realizar. Tenho muitas expectativas, projectos e sonhos, mas o tempo foge-me das mãos", frisou, dizendo por último que vai continuar a viver "na angústia de não poder realizar os sonhos e projectos que tenho".
Para divulgar o seu trabalho, Hermínio Felizardo utiliza o espaço http://felizardocartoon .blogspot.com/, um espaço onde podemos encontrar caricaturas de políticos portugueses, como José Sócrates e Manuela Ferreira Leite; futebolistas, como Cristiano Ronaldo e Figo; músicos como Mick Jagger e ainda políticos locais, com o vereador marvanense, Pedro Sobreiro.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

INFORMAÇÃO FÓRUM


30º ANIVERSÁRIO DO GDA

1978 – 2008


No próximo dia 12 de Dezembro, sexta-feira, o Grupo Desportivo Arenense, completa 30 anos de vida.

Através da sua Direcção, o Fórum Marvão recebeu o Convite, extensivo a todos os Colaboradores e Visitantes, que queiram estar presentes numa singela cerimónia, que terá lugar nessa data, na Sede do Clube, pelas 18H30.

O Fórum Marvão agradece o Convite, e endereça desde já o parabéns ao GDA pelos seus 30 anos em prol da comunidade marvanense, desejando as maiores felicidades ao Clube, e que as suas actividades se possam manter por muitos e bons anos.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Marvão já teve em mim um enfermeiro

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Senhoras, tão encantadoras
Tanta simpatia, quero agradecer
Senhores, se tiverem dores
Uma pneumonia, trato-os com prazer

Marvão já teve, em mim um doutor
Para além de sábio, também, sou escritor
Lá estou para os ver, para os injectar, para os abrir
Para os retalhar, para os cozer, sempre a sorrir

A minha satisfação, o meu calor e prosápia
Estão nesta minha invenção, alegroterápia
Curar a valer, não é para mim conseguir
E então morrer por morrer, que seja a rir

Este mártir da ciência,
Autor de curas magníficas
Sacrificou a opulência,
às descobertas científicas

Até a mobília de ornatos
Pôs no prego com saudade
E empenhou os próprios fatos
Para salvar a humanidade
Ao Doutor Caldeira Martins igual
Com os micróbios não se engana
É um émulo sem rival
Do doutor Câmara Pestana

Teu saber não tem preço
Podes contar com as velhotas
Pela ciência eu agradeço
Que eu preciso é das notas
Interpretação livre da letra do fado cantado por Vasco Santana, no filme "A canção de Lisboa".

Marvão vai ter um Ninho de Empresas!




(clicar para ampliar)

Começou a terraplanagem no terreno onde será instalado o futuro Ninho de Empresas de Marvão. O mesmo, localiza-se em Santo António das Areias (S.A.A.), junto à sede dos Bombeiros Voluntários.

Uma excelente novidade!

A implementação de infra-estruturas que facilitem a criação/instalação de pequenos negócios em Marvão foi considerada, na campanha autárquica de 2005, a principal prioridade nos programas eleitorais dos dois partidos que elegeram vereadores. Portanto, este “arranque” do Ninho de Empresas não deveria ser novidade. Mas é!

É, porque esta prioridade já foi apontada em anteriores eleições e, até ao momento, apesar de menores apertos orçamentais, nunca tinha sido implementada. Surge, assim, com um atraso de, pelo menos, quinze anos.

Oxalá não seja demasiado tarde!

O Ninho de Empresas permitirá, eventualmente, acomodar alguns negócios que se encontram em instalações inadequadas e promover outros investimentos que possam criar novos postos de trabalho, tão importantes para contrariar a tendência da crescente desertificação do concelho em geral e desta zona em particular. Em complemento, parece já estar também em fase de projecto a concretização de uma pequeno loteamento industrial que se localizará perto deste Ninho, aproveitando o perímetro industrial existente.

Santo António das Areias, pela mão do Sr. João Nunes Sequeira, tornou-se o maior núcleo urbano do concelho de Marvão. Foi uma das aldeias mais industrializadas da região e essa era a sua força. Com o declínio da actividade empresarial esta terra tem vindo, paulatinamente, a perder cada vez mais gente! Contudo, essa raiz empresarial ainda existe, tornando-se urgente salvaguardá-la.

Se a zona sul do concelho (Portagem, etc) terá, pela sua localização e beleza paisagística, um futuro risonho, já a zona norte (S.A.A., Beirã, etc) terá, pela localização e falta de atracção turística, grandes dificuldades de sobrevivência. Assim, a dinamização da actividade empresarial em S.A.A é, apesar de tardia, fulcral!

Com a “morte” da linha do comboio a Beirã ficou isolada… sem saída. Beirã e S.A.A. estão no interior do concelho… sem saídas! E isso poderá ser fatal.

Curiosamente, mesmo junto ao futuro Ninho de Empresa inicia-se uma estrada em direcção a Valência de Alcântara cujo percurso até esta localidade espanhola é de, somente, cerca de dez km. A mesma, poderia constituir uma saída extraordinária para a zona norte do concelho de Marvão, só que pelo meio surge o rio Sever, faltando uma ponte que possibilite a ligação das duas margens.

Esta visão foi lançada há já alguns anos, também com “marca” Sequeira, mas ninguém com responsabilidades, até ao momento, ainda a levou a sério, iniciando as conversações que pudessem conduzir a uma eventual concretização deste projecto tão importante e estruturante: a ponte!

Com infra-estruturas que facilitassem a instalação de pequenas unidades empresariais e com esta ligação tão próxima a Espanha promover-se-iam, certamente, crescentes relações socio-económicas com os vizinhos espanhóis que poderiam inverter esta tendência de inviabilidade do norte do concelho.

Enquanto ninguém se interessa por este segundo projecto pelo menos que se implemente o primeiro, o qual, mesmo isoladamente, poderá revelar-se de importância capital.

Não sei se Vitor Frutuoso conseguirá concretizar, no tempo que medeia até à eleições, o Ninho de Empresas mas, no mínimo, já ficará recordado como o presidente que iniciou a execução deste projecto tão importante e tão antigo, o qual, em longos anos, ninguém teve vontade política para implementar.

Esta é a responsabilidade mínima que se exige a uma autarquia: criar as condições…

Depois, a iniciativa privada fará (ou não) o resto!


Grande Abraço
Bonito Dias