quarta-feira, 7 de outubro de 2009

SERÃO (Debate) MORNO NO SALÃO NOBRE…

OPINIÃO

Presentes: Fernando Gomes (MpM); Madalena Tavares (Juntos por Marvão); Mena Antunes (CDS/PP); Nuno Lopes (PS); Paulo Costa (CDU) e Vítor Frutuoso (PSD). Jornalista da RP: Gabriel Nunes

Decorreu morno o serão de debate entre os 6 candidatos à presidência da CM de Marvão, já que, de debate não teve nada, pois, estas novas modas da comunicação social, apenas permitem respostas às perguntas dos jornalistas, ficando o debate/contraditório ausente, o que, na minha opinião, era o que interessava aos marvanenses.
Mas mesmo assim, devemos estar agradecidos à Rádio Portalegre, senão, nem isso tínhamos.

O que eu me questiono hoje, assim como, certamente, a maioria dos marvanenses é o porquê de 6 candidaturas em Marvão, já que após a comunicação de ontem, eles parecem estar, maioritariamente, de acordo em relação aos temas apresentados.

Salvo raras excepções, foi assim em relação à parceria futura com a Fundação Ammaia, em relação ao processo do Campo de Golfe, às desventuras da Candidatura de Marvão a Património Mundial, ao projecto de desenvolvimento económico para Marvão e ao sonho de aumentar a população.

Perguntarão então os marvanenses: o que move estas pessoas para em vez de procurarem acordos e unirem esforços para uma mais eficaz administração do concelho, preferem dividir-se em pequenos grupos, sem que apresentem políticas de fundo alternativas?

Em minha opinião, a resposta é bem simples:
1º - Os projectos pessoais dos candidatos, em vez das políticas para o concelho
2º - A organização feudal e anti democrática dos Partidos políticos
3º - As interferências exteriores na política marvanense

Não estou aqui a defender que todos se deveriam unir. Sou contra a unicidade e as soluções do antigo regime; e sou a favor da liberdade de associação, do contraditório e das políticas alternativas. E para isso, e com todo o sentimento democrático, num concelho como o nosso, certamente 3 candidaturas eram mais que suficientes para representar as diversas sensibilidades das nossas gentes.

Mas em síntese, gostaria aqui de realçar algumas ideias chaves ou “âncora” (onde é que eu já ouvi isto) que captei ao longo do “debate” e que me parecem até, possíveis de conciliar, nomeadamente: a proposta de Vítor Frutuoso em privilegiar aquilo a que chamou de “economia social”, como modelo de desenvolvimento assente nas Instituições de serviços sociais do concelho; que poderia combinar com a proposta de Madalena Tavares de promover e facilitar a criação de um Equipamento Social (Cuidados domiciliários de apoio social) no Bairro da Fronteira, que servisse a população idosa de uma forma mais personalizada. Numa outra vertente, considero positiva a proposta de Fernando Gomes da criação de uma “Casa de Marvão” (com pólos em Marvão, Lisboa e Cáceres), como facilitadora da divulgação exterior dos produtos da “marca Marvão”; alguns desses produtos deveriam ser, de acordo com a proposta de Mena Antunes, produção de salsicharia, nos quais já fomos famosos no passado. Em relação a Nuno Lopes, destaco a proposta de unir SA das Areias a Valência, via Castelhanas, um projecto que contribuiria para o desenvolvimento da parte norte do concelho. Por fim destaco a reflexão de Paulo Costa, sobre a gestão da água e os perigos da privatização deste bem público, tendo em conta que num futuro próximo, de acordo com peritos, a água será um bem mais precioso para a humanidade que o petróleo é hoje, e Marvão tem aqui um património que urge acautelar.

Mas em minha opinião ficaram por abordar temáticas essências para a vida do concelho, essas sim de importância fulcral para a nossa continuidade como comunidade, e sobre as quais muito pouco se conhece a opinião dos candidatos, deixo aqui alguns exemplos:

- No concelho de Marvão residem cerca de 1 400 pessoas com mais de 65 anos (35% da população), como pensam as diversas candidaturas defender estas pessoas junto do SNS, para que possam usufruir de cuidados de saúde idênticos aos de todos os outros concelhos do distrito?

- Com tantas e diversas respostas de Apoio Social, que pensam fazer os candidatos para promover uma articulação eficiente de complementaridade, entre as diversas Instituições do concelho? Será apenas através de uma politica subsidiária?

- Em relação à Educação, como pensam no futuro os candidatos lidar com a problemática das duas Escolas, com a diminuição acentuada da população escolar?

- Qual a política desportiva e de lazer para o concelho. Como fazer face a termos chegado a 2009 e sermos o único concelho que não tem um Pavilhão Gimnodesportivo? Ou uma Sala Multiusos que possa receber condignamente mais de 50 pessoas?

- Como pensam fazer a Gestão de Recursos Humanos dos cerca de 110 trabalhadores da autarquia de forma a rentabilizar e motivar para uma maior eficácia de prestação de serviços aos munícipes e que custam cerca de 40% do orçamento total da Instituição?

Mas isto sou eu pensar, e no dia 11 teremos que decidir entre estas 6 candidaturas qual será a que melhor corresponde às preferências dos marvanenses.

TA: Resta acrescentar que terminei este Serão em tertúlia, na companhia de mais três amigos, em que fizemos as nossas apostas, que resumido dá o seguinte:

1ª – Ganha o PSD com 2 Vereadores, PS elege também 2 e Madalena Tavares completa o quinteto.

2ª e 3ª – Ganha Madalena Tavares com 2 Vereadores, o PS elege também 2 e o PSD 1.

4ª – Ganha PSD com 3 Vereadores, o PS 1 e Madalena Tavares será eleita.

Complicado! Também para nós, mas já tínhamos bebido umas tantas “mines”…

Têm a palavra os marvanenses...

9 comentários:

João disse...

É interessanto o facto de ser candidato(a) e não poder votar em si próprio... Para que servem este tipo de candidaturas? Julgo que nem deviam ser admitidos candidatos, que não estivessem recenseados no concelho ao qual são candidatos, sendo que o caso piora quando temos cabeças de lista... A ser isto verdade, é lamentável, independentemente das capacidades dos candidatos...

Bonito disse...

De facto, o “debate” acabou por se revelar, apenas, como uma série de perguntas (idênticas para todos os candidatos) e as respectivas respostas, também em série.

Julgo que isto terá acontecido por várias razões:

1 – Elevado número de candidatos (6);
2 – Jornalista de fora do concelho;
3 – Debate com regras muito apertadas;
4 – Maioria dos candidatos com estratégias defensivas.


O painel extenso (de seis candidatos) tornou o trabalho do jornalista muito difícil. Este, ao não ser do concelho garantia isenção mas, por isso, escaparam-lhe pormenores (maiores) muito importantes que deveria questionar. Por outro lado, o “esquema” do debate (com perguntas idênticas para todos) foi demasiado rígido (até na sequência).

Verificou-se, ainda, que com excepção de Nuno Lopes e, por vezes, de Menas Antunes os candidatos assumiram uma estratégia defensiva, isto é, preocuparam-se em não hostilizar os adversários.

Assim, existiram raríssimas situações de contraditório. Restou-nos verificar quais os candidatos que se preparam melhor para o debate…

Existiu uma situação transversal a todos que notei com surpresa: nenhum deu ênfase à sua equipa. Todos se centraram apenas no candidato a presidente. E, com a complexidade do mundo em actualmente vivemos, é muito importante a complementaridade de competências. É claro, sempre com a questão da liderança numa posição central!

No entanto, na minha opinião, o que faltou sobretudo foram as questões “direccionadas” sobre algumas matérias críticas.

Como por exemplo:

Quando o candidato do PS, Nuno Lopes, afirma que, se for eleito presidente, irá criar uma zona industrial “para todo o concelho” no “eixo Portagem – Fronteira dos Galegos” seria importante questioná-lo sobre:

1 – Qual a data que prevê para a criação dessa zona industrial?

2 – Se irá “abortar” o ninho de empresas e o loteamento industrial em S.A.A.?


Abraço
Bonito Dias

NUNO PIRES disse...

Uma vez que o Amigo Bugalhão tornou público a bolsa de apostas, tenho que reconhecer que as " mines " tiveram bastante influência na minha aposta.

SINTO QUE FUI UM POUCO MODESTO!!!

Quanto á refª das Equipas tenho de discordar do Amigo Bonito, pois os últimos 3minutos de intervenção da Candidata á CM Marvão pela Candidatura " JUNTOS POR MARVÃO" MADALENA TAVARES refere:
4 vezes a palavra "Equipa";
3 vezes a palavra "Nós";
1 vez a palavra "Somos";
1 vez a palavra "Pedimos";
1 vez a palavra "Ajudem-nos";
1 vez a palavra "Vestimos";
1 vez a palavra Não queremos;
Bem como também foi referidos os " Candidatos á Junta de Freguesia"

Ou seja em apenas 3 minutos além de ser referido por 4 vezes a palavra Equipa, foram utilizadas várias expressões,verbos, que se referem á Equipa.

Este tipo de palavras, saem naturalmente, pois digamos que é um som que o coração transmite.

Quanto se trabalha em Equipa como trabalhamos ao longo de muitos meses, os resultados surgem naturalmente.

Somos uma Equipa coesa e unida, que a partir do dia 11 queremos ver aumentada por toda a população do concelho de Marvão.

SÓ ASSIM O NOME DA NOSSA CANDIDATURA GANHARÁ A IMPORTÂNCIA QUE DESDE O INICIO NOS PROPUSEMOS.

" JUNTOS POR MARVÃO"

Abraço.

Nuno Pires

Isabel I disse...

Mais uma vez verifico nos marvanenses um certo chauvinismo. Será por a sua terra ser tão bonita que acham que só tem direito a ela quem lá nasceu? Ou quem lá mora, quanto muito? As terras são como os amigos, podem escolher-se à medida do nosso coração. De uma "forasteira" que escolheu Marvão Isabel I

Garraio disse...

D. Isabel I:

Quero acreditar que, aquando do seu anterior comentário, se esqueceu de colocar a palavra "alguns" antes da palavra "marvanenses".

Nasci e vivo em Marvão (Vila e concelho) há mais de 45 anos e devo dizer-lhe que as gentes de Marvão, são, na sua maioria, gentes de bem, humildes, trabalhadoras e sobretudo hospitaleiras.

De chauvinismo, nada de nada.

Não confundamos chauvinismo com uma certa antipatia sentida por ALGUNS naturais do concelho quando se deparam com determinados "chicos espertos" que para cá se mudam porque isto até é bonito e até tem ar puro, e até é "In". Olham de cima para baixo para os indigenas, como se se tratasse de uma tribu de apaches que montou as suas tendas à volta do Sapoio.

Na minha modesta opinião, da qual não abdico, em Marvão vive-se, actualmente, uma grande crise de liderança. Por isso, temos chuva de candidatos aos Órgãos autárquicos.

A falta de emprego e de oportunidades levou muita da população activa a emigrar, uns para os grandes centros, outros simplesmente para a grande aldeia de Portalegre. Isso originou uma certa "paralesia intelectual" na sociedade.

Só que "alguns" restam por cá. E esses certamente estarão atentos ao rumo que as coisas irão tomar.

Bonito disse...

Amigo Nuno Pires

Com certeza que os números que referiste estão correctos. Outros, como por exemplo Nuno Lopes, também disseram sempre “nós”.

Mas eu não me referia a este tipo de ênfase no “nós”, referia-me sim ao facto de nenhum dos candidatos ter sublinhado e valorizado as competências dos respectivos “vereadores”!

Quando mencionei equipa era a isso que me referia. À equipa de vereadores que constituirão o futuro “Conselho de Administração” da câmara.

Abraço
Bonito

Isabel I disse...

Pois claro que era alguns. E ser um bocadinho chauvinista não é mau, quando isso significa apego às nossas raizes. De toda essa "tribo" que aí vive, no cimo dessas pedras, só tenho recebido simpatia e nunca notei nenhuma especie de paralisia intelectual, ou outra. Tento retribuir, à minha maneira, o melhor que posso: falando de Marvão, preocupando-me com Marvão, amando Marvão. Como podia ser de outra maneira? Eu até tenho uma neta Marvanense! Isabel I

Garraio disse...

479 vezes, das quais 328 nos últimos 3 minutos...

Clarimundo Lança disse...

Achei simpático o debate.
As perguntas deveriam rodar aleatóriamente (sei que foi por sorteio), mas não, tudo bem, mas mesmo assim ficou no ar (estratosfera) que parecia que as perguntas tinham só um sentido (a maneira afável como se tratavam) que havia pré-preparação e só se focava temas onde através de outros tinhamos brilhado, e estavamos por dentro da questiúncula, procurando tirar proveito de ensinamentos anteriores.