sexta-feira, 28 de novembro de 2008

FALEMOS DE SAÚDE - 03

OBESIDADE – PARTE II

(Se nada, ou pouco for feito, sobre esta Epidemia do século XXI, pela primeira vez, na história da humanidade, assistiremos à morte em massa dos filhos, antes dos pais)

Após termos abordado no primeiro Capítulo sobre – A OBESIDADE, a definição deste Problema de Saúde e a algumas das suas implicações e consequências gerais desta epidemia que nos assola; iremos hoje abordar, como algumas dessas consequências, influenciam a “saúde individual” e daqueles que de nós dependem, como se manifestam, bem como algumas consequências positivas da “perda de peso”.

Mas qual é o problema de ser “Gordo”? Então a “gordura não é formosura?"

A Obesidade é considerada uma doença crónica, com origens diversas, que requer empenhos continuados para ser controlada, constituindo uma ameaça para a Saúde e um importante Factor de Risco, quase só por si, para o desenvolvimento e agravamento de outras Doenças.

Acresce, que os “benefícios” na saúde das pessoas obesas e com excesso de peso, conseguidos através da “perda de peso intencional”, principalmente se mantida a longo prazo, se pode manifestar na saúde em geral, na melhoria da qualidade de vida, na melhoria da mortalidade e na melhoria das doenças crónicas associadas, com destaque para a Diabetes tipo 2, para as Doenças do Coração e associadas e mesmo como prevenção de diversos tipos de Cancro.

Pode a Obesidade estar implicada no aparecimento de outras doenças?

Sabe-se hoje através de diversos estudos, os Riscos Relativos de doenças associadas à Obesidade que podem ser Grandes, Moderados ou Ligeiros:

Riscos Grandes (superior a três vezes nos Obesos)
- Diabetes tipo 2
- Dislipidémias (colesterol e trigliceridos elevados)
- Doenças vesiculares
- Falta de ar
- Apneias do sono
- Resistências à acção da Insulina

Riscos Moderados (entre duas a três vezes superior nos Obesos)
- Doença do coração
- Hipertensão Arterial (Pressão sanguínea elevada)
- Ácido úrico elevado e “gota”
- Problemas de sobrecarga nos membros inferiores, sobretudo nos joelhos

Risco Ligeiro (entre uma a duas vezes superior nos Obesos)
- Cancro da mama e do útero (na pós-menopausa)
- Sindroma do ovário poliquístico
- Diminuição da fertilidade
- Impotência nos homens
- Dores lombares
- Malformações fetais associadas à obesidade materna

Mas afinal existem alguns benefícios na perda de peso?

Os benefícios conseguidos através da perda de peso intencional, mantida a longo prazo por um obeso, podem manifestar-se na saúde em geral, melhoria da qualidade de vida, redução da mortalidade precoce e melhoria das doenças crónicas associadas.

- Pequenas perdas de peso:

Pequenas perdas de peso, definidas como 5 a 10% do peso inicial (entre 5 a 10 Kg no português normal), melhoram nitidamente:
- O controlo glicémico (açúcar no sangue)
- Reduzem a Tensão Arterial
- Reduzem os níveis de colesterol
Há, igualmente, benefícios na dificuldade respiratória, na apneia do sono e na sonolência diurna, bem como nos problemas dos ossos e articulações. É importante ter em conta que estes Ganhos em Saúde, poderão ser variáveis, de acordo com o tempo de evolução das doenças instaladas.

- Grandes perdas de peso (necessidade de acompanhamento médico)

Estas perdas de peso têm necessidade de um acompanhamento médico rigoroso, destinam-se a pessoas com um Índice de Massa Corporal superior a 40, e pretende-se que os beneficiários percam 20 a 30 Kg em 6 meses, ou mais. Alguns dos benefícios conseguidos são, nestes casos, substanciais, como:
- Redução da Tensão Arterial na ordem dos 43%, nos obesos hipertensos
- Redução dos níveis de glicemia na ordem dos 70%, nos obesos diabéticos tipo 2
- Redução do colesterol total em 10%, e 30% de trigliceridos, por cada 10 Kg perdidos

Muito Importante

A perda de 3% peso corporal em Crianças e Adolescentes Obesos, diminui, de forma significativa, a Tensão Arterial.
Se o Programa de Emagrecimento incluir Exercício Físico, acentua-se a melhoria dos níveis tensionais. É, igualmente, evidente o efeito da perda de peso na redução, no sangue dos níveis de trigliceridos, da insulina e o aumento do colesterol “bom” (HDL), proporcionais à percentagem perda de peso.
No caso da Diabetes tipo 2, que já começa a afectar os adolescentes, a perda de peso, embora difícil, é mais eficaz na melhoria do controlo glicémico quando o regime alimentar é reduzido em hidratos de carbono.
No caso de doenças do fígado é, também, evidente, resultante da redução dos aumentos da insulina circulante e do aumento da sensibilidade à insulina.

No próximo Capítulo, abordaremos algumas estratégias de Prevenção no Combate à Obesidade.

Um comentário:

Garraio disse...

Isto é muito massudo. Não é?
;)