quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Marvão “ostracizado” nos cuidados de saúde...

Participei ontem, ia a dizer assisti, mas como lá me deixaram colocar uma “questãozita” no final, acho que participei, no debate promovido pela Rádio Portalegre, sobre «Questões de saúde no distrito de Portalegre», que teve lugar em Nisa.

Convém desde já esclarecer que, em minha opinião, o “Debate” pouco ou nada teve a ver com os verdadeiros problemas de saúde do distrito, abordando apenas alguns “falsos problemas da saúde”, no caso concreto: o encerramento de Extensões de Saúde e uniformização de Horários do C. de Saúde, que nem adiantam nem atrasam na prestação de razoáveis (oposição a excelência), cuidados de saúde.

Das 3 intervenções postas ao dispor do público, lá consegui, a muito custo, ser um dos bafejados e, muito à pressa, porque se estava em cima da hora para terminar o Programa, lá questionei o Concelho de Administração da ULSNA, sobre:

"Porque é que, mais uma vez, o concelho de Marvão é prejudicado em relação aos restantes 14 concelhos do distrito de Portalegre. Já que todos têm, no mínimo, 54 horas de abertura por semana dos seus Centros de Saúde; enquanto Marvão tem apenas 35 Horas/semana, tendo como consequência a deslocação dos marvanenses para o concelho de Castelo de Vide, assim como dos poucos profissionais de saúde colocados em Marvão que passam a ter que ir trabalhar para o C. de Saúde de C. Vide."

A resposta do CA da ULSNA, foi a seguinte:
“Reconhecem a situação de desigualdade e prejuízo dos utentes do concelho de Marvão. E que tal só se verifica devido às especificidades geográficas do concelho de Marvão, sobretudo, no que diz respeito às “acessibilidades”!!!! Estão dispostos a dialogar com o Executivo de Marvão e estudar uma forma de encontrar uma solução. Para que em breve, os marvanenses possam ter horários de acesso aos cuidados de saúde, idênticos aos restantes concelhos com menos de 7 000 habitantes e de acordo com a Circular Normativa publicada aqui.”

Fiquei assim com a intuição que, a solução deste problema, depende da competência negociativa e de diálogo do Executivo e do Presidente da Câmara, bem como da capacidade reivindicativa dos marvanenses, que lhes sai dos bolsos as deslocações para Castelo de Vide.

Quando todos os concelhos andam a protestar pelo fecho de Extensões de menos de 100 habitantes. Porque hão-de os 3 550 habitantes de Marvão não ter acesso aos serviços de saúde como nos outros 14 concelhos?

Nota: Presente neste debate estava o Sr. Presidente da Câmara de Marvão, que mais uma vez, e como de costume, chegou atrasado. Em minha opinião, a sua intervenção no debate em nada contribuiu para focalizar o problema de Marvão no essencial: prejuízo dos marvanenses em relação a todos os outros; deambulando mais uma vez pelo supérfluo, afirmando que não agiu porque só teve conhecimento da situação “à posteriori” (Aqui no Fórum os “encerramentos” foram anunciados em 18/10), chegando a ameaçar com “tribunais”; num discurso de manobra de diversão, que em nada contribui para a resolução do problema.
Quem duvidar, pode ouvir, se quiser, em repetição no próximo Sábado, a partir das 12 horas, na Rádio Portalegre (Frequência de 100,5 Mz).

2 comentários:

Jorge Miranda disse...

O circo continua e os espectadores que não merecem outra coisa pagam...
A partir de JANEIRO ACHO/QUERO ACREDITAR QUE VAI ACABAR ALGUM DO NACIONAL PORREIRISMO.
Não podemos é esquecer que somos nós que elegemos os nossos AUTARCAS...e para bom entendedor meia palavra basta.

Catarina disse...

Tantas vezes me interrogo, a razão de ser sempre necessário arranjar um culpado, um bode expiatório.
De que valerá o contínuo " a culpa não é minha que eu não sabia" ou o "foi outro alguém que fez mal".
A questão não está na culpa, mas na decisão de agir perante os factos. Digo eu...
Mas concordo plenamente com o Jorge, temos aquilo que merecemos.