sexta-feira, 30 de março de 2012

Comunicado do MporM

Comunicado à População, Amigos e Comunicação Social
(30-03-2012)

O Movimento por Marvão foi um dos mais interessantes projectos de intervenção cívica concretizados no Concelho de Marvão, nos últimos anos. Nasceu de uma base jovem e espalhou-se através de uma malha heterogénea, que a partir de 2005 e de uma forma organizada a partir de 2009, lutou contra a depressão social, cultural e económica do Concelho de Marvão.

A história é conhecida; após ter sido feita uma auscultação exaustiva às forças vivas do Concelho, o MporM (como ficou conhecido) conseguiu, paralelamente a outro grupo de cidadãos eleitores, recolher as assinaturas necessárias, e apresentou uma candidatura, séria e inovadora, à Câmara e à Assembleia Municipal de Marvão. Não tendo conseguido eleição em nenhum dos órgãos, os seus membros foram-se desagregando, vivendo as suas vidas (fora de Marvão para muitos, por força do destino), enquanto decorriam as lides municipais.

Serve este último comunicado para transmitir aos munícipes de Marvão, amigos e comunicação social, que o Movimento por Marvão se esgotou enquanto projecto político e de intervenção cívica.

Neste tipo de situações é necessário colocar um ponto final, quando outros não o fazem. É necessário informar os nossos eleitores e esclarecer as pessoas e os nossos amigos. O MporM pode ter acabado, mas deixa ao Concelho um grande espólio: em primeiro lugar, o seu blog na internet poderá continuar a ser visitado, oferecendo uma biblioteca riquíssima a nível social, cívico e político; temos ainda a intenção de deixar todos os materiais, correspondências e repositório no Arquivo da Casa da Cultura de Marvão, para que possam ser consultados por quem quer que seja que neles manifeste interesse.

Mas o grande legado que o Movimento por Marvão deixa ao Concelho de Marvão é o da DEMOCRACIA, participativa e inclusiva, o da OPOSIÇÃO AOS MEDOS instalados no Concelho e o da ESPERANÇA por um futuro melhor em Marvão.

Para que fique claro, a causa do decesso foi natural, nada teve a ver com desavenças ou problemas entre os seus membros.

Ninguém no concelho de Marvão vai esquecer o período do MporM, dado que um projecto como este tão depressa não voltará a acontecer no Concelho.

Uma última ressalva: o Movimento pode ter tido o seu término, mas os seus membros não, e com certeza que, de uma forma individual ou integrados noutros projectos, continuarão a lutar pelo desenvolvimento do Concelho de Marvão.

--
(Movimento por Marvão)

4 comentários:

TiagoGaio disse...

Ninguém resiste aos chineses:
http://www.movimentopormarvao.com/

Catarina disse...

Tenho pena que neste concelho só se consiga ver a política quando enquadrada nos partidos. É bem verdade que perde a democracia, o debate de ideias, a pluralidade.
Ainda se tal significasse que as pessoas se unem em torno de ideias, mas não...creio que é apenas o hábito...

João, disse...

Em primeiro lugar quero felicitar o MporM, já que a sua existência representou, embora por pouco tempo, uma lufada de ar fresco no marasmo político que é o concelho de Marvão.

Em segundo lugar lamento a sua extinção, embora também concorde, que por vezes vale mais terminar um projecto de que promover o seu arrastamento. Certamente os seus promotores decidiram-se pelo que acharam melhor.

Talvez o MporM tenha errado na sua estratégia, sobretudo na avaliação do contexto do concelho de Marvão, onde é difícil servir “caviar” a pobres e, em minha opinião, este Movimento estava nas suas ideias e intervenções, muito para além daquilo que a sociedade marvanense requer. Onde a política continua a ser a do favor, do amiguismo, do caminho arranjado, da lâmpada ao pé da porta, do emprego temporário, do benefício obscuro, do investimento material manhoso em detrimento das pessoas etc., etc.

Logo, num contexto destes, a filosofia do MporM tinha um caminho muito difícil e longo para trilhar. Não se mudam mentalidades, hábitos e comportamentos de um dia para o outro.

Tenho pena, mas percebi, que este Movimento tenha enveredado pela disputa eleitoral, mas, certamente, alguns dos seus membros tinham ou têm aspirações nessa área. Quiçá se tivessem ficado por um movimento cívico, que muito é necessário em Marvão, a sua vida tivesse sido diferente. Mas isso é eu a pensar...

Da minha parte obrigado por terem existido, mas a “coisa” está a ficar cada vez mais preta, e eu sei de quem esfrega as mãos de contente!

Isabel I disse...

Deixar o espólio no Arquivo da Casa de Cultura de Marvão para que possa ser consultado é que não me parece muito sensato uma vez que neste momento o Arquivo está desactivado por falta de arquivista e a própria Casa da Cultura( fechada este Domingo) mais não é que um espaço morto onde às vezes se fazem reuniões.