domingo, 22 de janeiro de 2012

Memórias do dia 22 de Janeiro de 1974 – Um dia que nunca esqueço

Preâmbulo

Com este Capítulo chega ao fim o relato que aqui venho fazendo, em dias do aniversário, da experiência que vivi no dia 22 de Janeiro de 1974, quando participei num feito que considero histórico, que é o de ter participado numa “greve” durante o regime do Estado Novo, algo que era considerado crime.

Tenhamos em conta que esse regime já agonizava, e que o seu fim se aproximava, a passos largos, no próximo 25 de Abril, mas mesmo assim o risco era grande! Nessa época, convém relembrar que, participar numa aventura destas punha em risco a própria vida. Mas, o que representava essa mesma vida para um jovem de 16 anos, que via aproximar-se, a sua ida para África, para matar ou morrer, numa guerra absurda e por uma causa bem menos justa.

Capítulo III e Epílogo

Como já havíamos revelado no Capítulo anterior, esta «média empresa» não passava, há três anos atrás, de uma pequena oficina familiar de vão de escada, com meia dúzia de operários que, praticamente, executavam obra miúda, tal como portas e portões ou janelas em ferro, para protecção das propriedades privadas das redondezas. Havia sido concebida e criada “a meias” entre dois sócios, em que um, o actual patrão, à boa maneira portuguesa se havia desenvencilhado do segundo, assim que a coisa começou a prosperar e dar rendimentos.

As instalações de produção eram constituídas por dois grandes pavilhões contíguos que embora iguais no seu formato, parecendo irmãos, poder-se-ia antes dizer que um havia parido o outro, sendo assim um o principal e o outro o secundário. Ali eram construídas toda a gama de maquinaria para a construção civil, desde gruas a betoneiras, até silos e cofragens; ali trabalhavam mais de duzentos operários entre traçadores, cortadores, torneiros, maçariqueiros, ferramenteiros, desempenadores, serralheiros civis e mecânicos, soldadores, serventes para toda a obra, montadores, electricistas, fresadores, aprendizes, praticantes de tudo e de nada, controladores de produção, e, qualidade, chefes de secção, e, gerais, etc., etc. Digamos que, de grosso modo, ferro era connosco.


(...)

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Um comentário:

Helena Barreta disse...

Pode dizer-se que foram corajosos.