quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Simples operação de subtracção...

O Estado português arrecadou por estes dias uma receita extraordinária de aproximadamente 6 000 milhões de euros (cerca de 3,5% das Receitas totais de 2011), provenientes do “fundo de pensões dos bancários”, transferidos para Segurança Social.

Mesmo com esta receita, segundo dizem (mas eu não sei se acredito), Portugal vai mesmo assim ter um défice de 5,8% (cerca de 10 000 milhões euros); embora e, segundo também se diz (mas eu também não acredito), vão sobrar cerca de 2 000 milhões, que vão ser gastos em pagamento de dívidas, sobretudo a empresas.

Assim meus caros, se perguntar não ofende, não percebo como é que alguns “cérebros”, andam falando em “folgas” e “almofadas orçamentais”. Para mim a coisa é muito clara, e resolve-se com uma simples operação de “menos” como se dizia no meu tempo de escola:

- Se faltavam 10 000 milhões, e agora dizem que sobram apenas 2 000 mil milhões, se estiverem bem as operações, em minha opinião, parece-me que faltam ainda 8 000 milhões. Ou não será assim?

Como é possível que haja almofadas para certas "cabecitas"?



Ah, já me esquecia, como diz o grande filósofo de economia José Sócrates, isso de pagar dívidas dos países como Portugal ou Espanha: “... é uma ideia de crianças!”

TA: E não esquecer que esses 6 000 milhões foram “extraordinários” e irrepetíveis, e que no futuro, o Estado vai ficar com a responsabilidade, que não tinha, de pagar Pensões ao sector bancário!

2 comentários:

João, disse...

Já perceberam porque estamos falidos?

08 Dezembro 2011
Camilo Lourenço

José Sócrates diz que pagar dívidas do Estado é ideia de criança: "Para pequenos países como Portugal e Espanha, pagar a dívida é uma ideia de criança. As dívidas dos Estados são, por definição, eternas. As dívidas gerem-se. Foi assim que eu estudei".
E acrescentou: "Claro que não devemos deixar crescer a dívida muito, porque isso pesa depois sobre os encargos. Todavia, para um país como Portugal, é essencial financiamento para desenvolver a economia".

Caro leitor, já percebeu por que estamos na bancarrota? Sócrates não percebe nada de Economia e não aprendeu com os erros. Vejamos: se o Estado se endividar para fazer investimentos úteis, o retorno desses investimentos é suficiente para amortizar a dívida contraída. Não há razão para não pagar dívida se há dinheiro. Foi isso que fizeram Suécia e Irlanda (esta até ao colapso do seu sistema financeiro) nos últimos 20 anos.

As dívidas só se mantêm elevadas, e por isso têm de ser "roladas", quando os investimentos não criam riqueza. Como aconteceu connosco na última década e meia. Além de que "rolar" dívida é arriscado: quando os mercados percebem que o Estado se viciou em endividamento, penalizam os detractores.

Mais: se de repente o Estado tiver de se endividar para fazer a uma emergência, o stock de dívida (e o seu custo) disparam para níveis proibitivos. Exactamente o que Sócrates fez nos últimos três anos: levou a dívida pública de 68% para 100% do PIB (com retorno zero).

Só há uma coisa que não percebo nesta conversa: onde mesmo é que Sócrates "estudou" estas teorias? Definitivamente não se deve tirar cursos ao fim-de-semana…

João, disse...

Parece que as minhas “contas” até nem estão muito mal feitas!!!

O primeiro-ministro afirma que as receitas extraordinárias provenientes dos fundos de pensões da banca permitirão registar um défice inferior a 4,5%.

Os seis mil milhões de receitas extraordinárias provenientes dos fundos de pensões da banca permitirão ao Governo apresentar um saldo orçamental inferior ao previsto, avança hoje o 'Correio da Manhã'.

Em declarações ao jornal, Passos Coelho garante que com essas receitas extraordinárias será possível registar um défice abaixo dos 4,5%, ou seja, bastante melhor que o negociado com troika e que apontava para 5,9%.

"Portugal atingiu as metas do défice deste ano, mas através de medidas extraordinárias e precisa de adoptar políticas de austeridade para assegurar a redução duradoura da dívida", cita o CM.

Apesar dos bons valores, os subsídios de Natal já foram reduzidos a metade. Questionado se o corte seria necessário, Passos justifica não teve alternativa porque sem esta acção, "nem sequer nos tinham deixado utilizar os fundos de pensões para corrigir o défice".

Recorde-se que Portugal tinha-se comprometido a apresentar um saldo orçamental negativo correspondente a 5,9% do PIB, mas no entanto, sem receitas extraordinárias, o número apontava para perto de 8%.

Assim, como as receitas da nacionalização do fundo de pensões da banca correspondem a quase 4%, os números a apresentar oficialmente representam uma melhoria significativa.