quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Contra Informação à portuguesa...

(Como complemento ao Post anterior da Catarina)

Nota de intenções: Não sou contra a existência de Fundações, sou é pouco favorável a que sejam financiadas pelos dinheiros públicos.

Sobre a problemática extinção/redução de Instituições, modelo “Fundações”, tem existido nos últimos dias, em minha opinião, uma completa desinformação sobre as decisões do Concelho de Ministros.

Indo-se ao extremo por parte daqueles que foram os principais responsáveis pelo seu florescimento “como cogumelos” (passou-se praticamente de uma, conhecida de todos os portugueses - A Gulbenkian, para cerca de 500 em meia dúzia de anos), para agora andarem a defender, que esta decisão governativa: “A montanha pariu um rato”, e que se deveria ter ido muito mais longe!

A nossa comunicação social, tão pródiga em controversas, logo que veio anunciar, em grandes parangonas, que apenas foram extintas 4 Fundações (quando eu aqui conto pelo menos 29), ignorando, propositadamente, contabilizar todas aquelas a quem o Poder Central vai cortar apoios financeiros públicos, finalidade principal desta medida.

Aos contribuintes portugueses o que deve interessar, não é se há muitas ou poucas Fundações (interessante seria que houvesse muitas e surgissem da iniciativa da sociedade, sustentadas financeiramente por doadores altruístas e pelos seus “curadores” privados); o que interessa aos contribuintes portugueses é acabar com este “forrobodó” de promiscuidade entre o público e o privado, de verdadeiros ninhos de “bóis”, pagos a preços incomportáveis pela nossa pouca produção.

Nesta perspectiva, faz todo o sentido, contabilizar todas as “Extintas” e as que deixarão de ter “Apoios Financeiros” públicos, isto é, com o dinheiro de todos nós. Por isso, a bem da verdade, aqui deixo a lista das que dependiam do “Poder Central”. A juntar a estas ficam aquelas que dependem do “Poder Local” e as quem vai ser reduzido os apoios financeiros, como pode ser verificado aqui.

Estamos a falar de muito dinheiro, para onde os marvanenses também contribuem....


Extinção das seguintes fundações:

No âmbito da Presidência do Conselho de Ministros (3)

- Fundação Cidade de Guimarães,

- Fundação Museu do Douro;

- Fundação para a Salvaguarda e Valorização do Vale do Côa

No âmbito da tutela do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (1)

- Fundação para a Protecção e Gestão Ambiental das Salinas do Samouco,

No âmbito da tutela do Ministério da Educação e Ciência, recomenda-se a extinção (13):

- Fundação Carlos Lloyd de Braga (Universidade do Minho);

- Fundação Cultural da Universidade de Coimbra (Universidade de Coimbra);

- Fundação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Universidade de Lisboa);

- Fundação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (Universidade Nova de Lisboa);

- Fundação da Universidade de Lisboa (Universidade de Lisboa);

- Fundação Fernão de Magalhães para o Desenvolvimento (Instituto Politécnico de Viana do Castelo);

- Fundação Gomes Teixeira (Fundação da Universidade do Porto);

- Fundação Instituto Politécnico do Porto (Instituto Politécnico do Porto);

- Fundação João Jacinto de Magalhães (Fundação da Universidade de Aveiro);

- Fundação Luís de Molina (Universidade de Évora);

- Fundação Museu da Ciência (Universidade de Coimbra);

- Fundação Nova Europa (Universidade da Beira Interior);

- Fundação para o Desenvolvimento da Universidade do Algarve (Universidade do Algarve)

Propostas formuladas para as fundações em cuja criação ou financiamento participam as Regiões Autónomas (2)

- Extinção da Fundação Madeira Classic (Madeira)

- Extinção da Fundação Gaspar Frutuoso (Açores)


Cessação do total de apoios financeiros públicos às seguintes fundações (10):

No âmbito da Presidência do Conselho de Ministros

- Fundação Casa de Mateus;

- Fundação Oriente;

No âmbito da tutela do Ministério das Finanças

- Cessação do total de apoios financeiros públicos à Fundação Casa de Bragança

No âmbito da tutela do Ministério dos Negócios Estrangeiros

- Fundação Luso Africana para a Cultura;

- Fundação D. Manuel II;

No âmbito da tutela do Ministério da Economia e do Emprego

- Fundação Vox Populli;

- Fundação para as Comunicações Móveis;

No âmbito da tutela do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território

- Fundação Alter Real;

- Fundação Mata do Buçaco;

- Fundação Convento da Orada

3 comentários:

João, disse...

Portugal no seu melhor!!!!

Das 38 fundações sobre as quais há uma proposta de extinção, o Governo só tem poder, na prática, para decidir o destino de quatro: Cidade de Guimarães, Museu do Douro, Côa Parque e a das Salinas do Samouco.

Ao nível da administração central, o número previsto é de 17, mas em 13 a última palavra caberá às instituições do ensino superior que as criaram.

Ao nível das autarquias, o Governo propôs a extinção de 21 mas também aqui a decisão final caberá aos órgãos municipais e os responsáveis de algumas câmaras já avisaram que não vão acatar a proposta governamental.

Em relação às regiões autónomas, Carlos César já decidiu que não irá mexer nas três fundações do arquipélago.

Alberto João Jardim garantiu que não vai extinguir a [Fundação] Madeira Classic.

(Jornal Público)


«Decisão de extinguir a Fundação Madeira Classic é um acto nulo e tudo continua na mesma.»

(Alberto João Jardim, Lusa)

Vítor Ramalho, presidente do INATEL, protesta contra o corte de 30% do financiamento público na fundação que dirige.

(Jornal i)

«O corte só pode estar sustentado num grande equívoco ou mal-entendido. Não me passa sequer pela cabeça, não quero acreditar e muito menos aceitar, que pudesse acontecer.»

Fernando Nobre, fundação AMI

(Jornal i)

«Tenho pena se tivermos de acabar com essas acções de solidariedade social que são a razão de existência da nossa fundação, mas tenho fé que ainda possam reflectir sobre este problema e o possam emendar, procurando não prejudicar as fundações.»

(Maria Barroso, presidente da Fundação Pro Dignitate, Lusa)

Mais de um terço das câmaras não acata a proposta de extinguir fundações.

(Jornal Público)


O presidente da Fundação Frei Pedro (Guarda) considerou hoje que o cancelamento do estatuto de utilidade pública da instituição é uma «injustiça».

(Virgílio Mendes Ardérius, Lusa)

Artur Santos Silva, presidente da Fundação Gulbenkian e do Centro Português de Fundações, diz que a resolução do Governo é «infeliz» e afecta a reputação das fundações na sociedade portuguesa.

(Jornal Público)

«Governo está a fazer uma crucificação às fundações, nunca antes feita, e que é completamemente errada.»

Carlos Monjardino, presidente da Fundação Oriente,

(Diário Económico)

João, disse...

(Continuação)

Portugal no seu melhor!!!!


«Decisão de extinguir Fundação Paula Rego [em Cascais] é um lapso monumental.»

António Capucho, ex-presidente da câmara de Cascais

(Jornal Público)

Corte de 30% na Fundação Eça de Queiroz, com sede em Baião, pode levar a despedimentos. «Se esse corte for concretizado, ficaremos numa situação muito difícil», alertou a directora executiva, Anabela Campos.

(Lusa)

«A sensação com que ficamos perante este anúncio é de profunda injustiça. Esta decisão não premeia quem faz melhor.»

Luís Braga da Cruz, presidente da Fundação Serralves

(JN)

«Esta fundação [Serrão Martins] faz muita falta.»

Jorge Colaço, presidente da câmara de Mértola

(Lusa)

O director-delegado da Fundação Abel e João de Lacerda, do Caramulo, lamentou que o Governo queira "penalizar bons alunos" com o fim dos apoios financeiros públicos, que poderá colocar em risco projectos desenvolvidos nos últimos anos.

(Lusa)

A presidente do município de Portalegre quer manter a Fundação Robinson e a câmara de Vila Nova de Cerveira não só não aceita a proposta de fechar a Fundação Bienal de Cerveira como deixa aberta a porta a um eventual recurso aos tribunais.

(Jornal Público)

O presidente da Câmara de Loulé, Seruca Emídio, disse que vai contestar a decisão de extinção da Fundação António Aleixo.

(Lusa)

O presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, estranhou a proposta do Governo de extinção da Fundação Marquês de Pombal, detida em 89% por mecenas privados.

(Lusa)

«Com a extinção da Fundação Odemira estão em causa cerca de cem postos de trabalho e 200 alunos.»

Presidente da câmara de Odemira, José Alberto Guerreiro

(Lusa)

«Não se podem meter as fundações todas no mesmo saco. O Salazar não primava por ser de esquerda e acarinhava o Inatel.»

Vítor Ramalho

(Jonal i)

«Mais do que uma ingerência do Estado, é uma anormalidade.»

António Capucho

(Diário Económico)

Graça Nunes, vice-presidente da câmara de Grândola, classifica a decisão de "absurda" e manifesta oposição à intenção do Governo de reduzir para 30% os apoios públicos à Fundação Frédéric Velge

(Jornal Público)

«Temos um projecto de hortas solidárias, onde damos apoio a 60 hortelões, alguns deles que pertencem a famílias carenciadas. Temos também a única marinha a produzir sal no estuário, algo que aconteceu este ano pela primeira vez, apoio aos burros mirandeses, uma bióloga em formação e organizamos várias visitas ao local. Se não houver uma entidade que faça o mesmo trabalho que a fundação, perde-se um importante habitat e vai caminhar-se para uma degradação das salinas.»

Firmino Sá, presidente da Fundação para a Protecção e Gestão Ambiental das Salinas do Samouco

(Lusa)

298 - Manuel Andrade disse...

Caros leitores

Ele há Fundações e Fundações.
Se prestam bons serviços à Comunidade, pois devem ser vistas à lupa, para ver se assim o é.
As que prosseguem outros fins, só há que as cortar.
É também preciso saber que os apoios do Estado (leia-se de todos nós) não se resume só a subsídios. São também isenções em IMI, circulação automóvel, etc etc, para lá do desconhecimento que as Finanças têm em saber como são aplicados os dinheiros.
O último numero que ouvi não foram 500 mas sim 800 e tal.

Sem dúvida que estes desvios são uma gota de água mas que a somar a tantos outros desvios alimentados há 38 anos, estão-nos agora a ser cobrados e vão continuar a sê-lo por gerações.
Cumprimentos a todos.