domingo, 16 de setembro de 2012

Uma histeria colectiva...



Começo por afirmar:

- Que sou contra qualquer “corte” em salários ou pensões abaixo dos 800 euros mensais;

- Que não admito, num país em banca rota, andarem a cortar salários à classe média, e manterem as “mordomias” de alguns parasitas sociais que deviam ser imediatamente extintas, sem apelo nem agravo (Carros de luxo de serviço, telemóveis, ordenados acima do 1º Ministro, Pensões acima de 3 000 euros/mês, muitas ajudas de representação, fundações, institutos públicos, sindicalistas pagos sem trabalharem nas suas funções profissionais, rendas excessivas das PPP´s, o excesso de consultores e assessores na administração pública, etc., etc.);

- Que acho que as pessoas que deveriam ser mais ajudados socialmente, são aqueles a quem o desemprego bateu à porta, pois esses sim merecem todo o meu respeito de manifestação, e, de exigirem à sociedade portuguesa que os ajude nesta época difícil que atravessamos. Mas, também, todos aqueles que forem “ajudados” (subsidiados) devem dar o seu contributo social ao país, seja em instituições públicas, seja em instituições sociais;

Mas para além disto, tenho dificuldade em perceber este folclore televisivo, este vocabulário ordinário gratuito dos cartazes, esta histeria colectiva de “maria-vai-com-as-outras”, de juntar “protestantes” tão diferentes (do belmiro, aos banqueiros, à leite, passando pelo soares, aos responsáveis politicos que nos levaram a esta situação; aos coitados que não têm pão para dar aos filhos) todos no mesmo saco (só falta aparecerem os loureiros, os rendeiros, os costas, os varas, os contâncios e os sócrates). E não lhes reconheço razão para tantos devaneios, e não me parecem acertados em muitos deles, e passo a fundamentar:

- No meu caso pessoal, segundo o INE no que toca à declaração de rendimentos, faço parte de 30% da população que maiores valores declaram às finanças (não pensem que é uma fortuna, são cerca de 1 300 euros mensais). Com todos estes alaridos, até agora o “(des) governo” do Coelho (para atenuar as loucuras socretinas), levou-me num ano cerca de 2 000 euros a mais que o costume, que eu preferia não ter pago, como é lógico;

- Uma minha familiar que ganha cerca de 1 000 euros/mês (ainda acima da média nacional), confessava-me ontem, que até agora no mesmo período de tempo, o “gaspar” lhe ficou com cerca de 1 500 euros; e outro membro familiar cujo ordenado está perto da média nacional (800 euros), confirmou-me, que até agora, tinha contribuído com cerca de 1,5 mês de salário, isto é, 1 200 “chavos”;

Ainda no que respeita ao meu caso pessoal, tentei atenuar esse "contributo" com pequenas medidas, muito simples, como por exemplo:

“Bebia em média, 3 cafés por dia, que me custavam 2 euros/diários. Passei a beber apenas 1, bebendo os outros 2 em casa. Se gastava 60 euros/mês nesta despesa, passei a gastar apenas 20. Ao fim dos 12 meses terei uma amortização de cerca de 500 euros no “roubozinho” do coelho"!

Nestes 3 casos são pessoas que recebem do Orçamento Geral do Estado (funcionários públicos e pensionista), o que quer dizer que, às pessoas do sector privado, e nas mesmas condições, nada pagaram ainda para o “roubo” do coelho & gaspar (para além do IVA e combustíveis).

Serão isto valores para toda esta histeria colectiva? Ou deveríamos ter um pouco mais de calma, para avaliarmos os resultados em tempo devido!

Parece-me assim que, existe por aí muitos manifestantes oportunistas, e oxalá, esta “balbúrdia” não nos venha a custar bem mais caro “às nossas vidas”.

PS: Chamo a atenção para o Post que escrevi anteriormente: “Questões em tempo de crise”.

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