segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Pais do Amaral quer golfe de Marvão, mas por um preço justo, diz " O SOL online"

O futuro do campo de golfe de Marvão (Portalegre), em processo de insolvência e em situação de abandono, continua indefinido, tendo hoje decorrido, sem sucesso, uma hasta pública para apresentação de propostas de compra


Na hasta pública, que decorreu no Tribunal de Castelo de Vide, o valor de licitação para a globalidade dos bens a vender da insolvente Ammaia-Clube de Golfe de Marvão, S.A., situava-se nos dois milhões de euros, tendo sido apresentadas duas propostas.

Uma das propostas encontrava-se «em branco», segundo constatou a agência Lusa no local, e a outra, em nome da empresa The Edge Group, ligada ao empresário País do Amaral, continha um valor inferior ao lançado pelo administrador da insolvência.

Fonte judicial disse à Lusa que a proposta apresentada pela empresa de Pais do Amaral situou-se «um pouco acima dos 750 mil euros».

«Não foi efectuada a venda, em virtude da proposta apresentada não reunir as condições de venda publicitadas, seguindo-se agora os ulteriores termos processuais», revelou a mesma fonte.

Em declarações à Lusa, José Luís Pinto Basto, sócio de Pais do Amaral para os investimentos na área turística, escusou a confirmar o valor da proposta apresentada, mas reiterou o interesse do The Edge Group em adquirir o projecto de Marvão.

«Estamos aqui, mais uma vez, nesta hasta para demonstrar o nosso interesse em adquirir o golfe pelo seu valor justo e não pelo valor que estava em cima da mesa», disse.

Segundo Pinto Basto, a proposta foi apresentada «pelo valor actual» que a empresa atribui aos imóveis «no estado em que actualmente se encontram».

Luís Pinto Basto espera agora «manter conversações» com a comissão de credores para que, num futuro próximo, esta venha a decidir se «aceita ou não» as condições avançadas pela empresa The Edge Group.

De acordo com o sócio de Pais do Amaral, assim que a empresa termine o negócio com a comissão de credores, estão logo à partida projectadas «obras de recuperação» do campo de golfe, a continuação da obra do empreendimento e uma intervenção para melhorar o «enquadramento paisagístico» daquele conjunto.

A construção de um hotel com cerca de 100 quartos e a finalização do projecto de aldeamento turístico em redor do golfe é outra das metas que o grupo pretende atingir.

Para que isso aconteça, o Parque Natural da Serra de São Mamede, que classificou aquela área como «protegida», terá que, eventualmente, alterar o processo para que se concluam as obras.

Inaugurado em 1997, o campo de golfe situa-se no centro de uma moldura única em pleno coração do Parque Natural da Serra de São Mamede, tendo sido considerado em 2000 pela Federação Portuguesa de Golfe O Campo do Ano.
Ao abandono há alguns anos, costumando mesmo servir para as ovelhas pastarem, o golfe de Marvão e o empreendimento turístico Aldeia D'Azenha que lhe está adjacente, pertenceram numa fase inicial a Carlos Melancia, ex -governador de Macau.

Após a insolvência da empresa de Carlos Melancia (Bevide), pedida pela administração e posteriormente decretada pelo tribunal devido a dívidas a fornecedores e funcionários, surgiu no negócio o Grupo Hoteleiro Fernando Barata que adquiriu, em Abril de 2007, através da Solévora, os bens da Ammaia Clube de Golfe de Marvão, SA.

O mesmo grupo, que já tinha comprado o aldeamento turístico associado ao campo de golfe, a Aldeia d'Azenha, era um dos quatro sócios da Ammaia, integrada também pela empresa de Carlos Melancia.

A empresa de Fernando Barata saiu do projecto por incumprimento de prazos de pagamento à comissão de insolvência, tendo ainda perdido uma caução inicial de cerca de 400 mil euros.

Fonte: Semanário "O Sol ONLINE", de segunda feira, 2 de Fevereiro de 2009

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