terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Análise política séria



E aqui estamos em 2009, ano de muita conversação política.
Como é sabido decide-se este ano quem vamos ter na orientação do país ao longo de mais quatro anos bem como, ao nível autárquico, teremos na condução do nosso concelho.

E a fazer jus do que foi debatido e aceite na Assembleia do passado dia 26, nada de bom se me afigura quer para 2009 quer para o período 2010-2013. E o porquê é muito simples.

Não se trata de dotar de mais verba esta ou aquela rúbrica, nem de fazer mais este ou aquele loteamento. A questão é que na falta de investimento privado deve haver investimento público para activar os poucos agentes económicos e para despoletar a vida deste concelho que definha a cada ano que passa.

Porém, com toda esta situação que se vem arrastando, assisto a uma passividade total do tipo 'laisser faire laisser passé ... la nature est bonne' de uns e o espartilhar das opções partidárias por outros na tentativa de demonstrar que a minha visão é que é a boa, tudo como se os recursos não fossem escassos.

Como uma andorinha por si só não define a Primavera e como para fazer um muro são precisos muitos tijolos, limito-me a trazer para este Forum a minha contribuição.

Assim para os mais estudiosos aconselho, neste dia em que os Reis Magos, entregam as suas prendas ao Menino, duas situações:
a) O livro do Medina Carreira e Ricardo Costa intitulado 'O dever da verdade' (preço 13€)
b) A exploração do site do Instituto Francisco Sá Carneiro em http://www.institutosacarneiro.pt/ onde a diversos níveis são feitas análises e concentradas informações desde o Instituto Nacional de Estatística ao Banco de Portugal, entre outros.

Na proposta a) encontrarão os leitores uma visão muito dura do nosso Portugal. Realista para mim, derrotista para outros. E não obstante o desafio do autor para ser proporcionado um debate com 'optimistas' o certo é que ainda não se verificou.

A proposta b) é uma proposta séria lançada recentemente e que me parece de muito boa qualidade. Poderá parecer tendenciosa por vir de onde vem, mas aconselho vivamente a sua consulta antes de emitirem qualquer opinião.


Termino recomendando a todos o melhor ano de 2009.

2 comentários:

Jorge Miranda disse...

Sr. Manuel Andrade,

Em relação ao seu conceito de análise política séria, sobretudo com os dois indicadores aqui sugeridos, desde já coloco a minha reserva...
O Dr. Medina Carreira mais não fez ao longo dos últimos 20 anos que ser o Arauto da Desgraça e quanto teve a hipótese de provar a sua mais-valia no governo (que eu saiba…), limitando-se posteriormente a criticar tudo e todos em termos económicos, acima de tudo irrita-me o pessimismo, nem tudo é cor-de-rosa, nem tudo é negro, teremos que encontrar o caminho do meio.
Em relação ao Instituto que o Sr. recomenda, basta ler as duas primeiras linhas para perceber o alcance da comparação…
O nosso problema como Portugueses, é um problema de mentalidade, sustentado por um problema estrutural com quase 900 anos, enquanto não acertarmos contas com o passado e modificarmos a nossa mentalidade, não teremos futuro.
O que gostaríamos de ver aqui debatido, é a forma como esse investimento público que o Sr. preconiza pode ter retorno no nosso Concelho e, sobretudo, melhorar a qualidade de vida dos Marvanenses.
Em minha opinião, deve investir-se é nas pessoas e sobretudo, melhorar a qualidade de vida da maior franja da nossa população: os idosos
Um abraço
Jorge Miranda

Bonito disse...

Caro Manuel Andrade,

Este seu parágrafo:

“Não se trata de dotar de mais verba esta ou aquela rubrica, nem de fazer mais este ou aquele loteamento. A questão é que na falta de investimento privado deve haver investimento público para activar os poucos agentes económicos e para despoletar a vida deste concelho que definha a cada ano que passa.”

deixou-me um bocadinho confuso, na medida em que afirma que “na falta de investimento privado deve haver investimento público para activar os poucos agentes económicos…” mas, ao mesmo tempo, defende que “não se trata de dotar de mais verba esta ou aquela rubrica…”

Então não é dotando mais ou menos certas rubricas, dividindo os tais recursos escassos, que o executivo define as suas prioridades para o concelho?

Depois, cada um concorda ou não concorda com as propostas e apresenta as alternativas para a “divisão do bolo” da forma a alocar mais recursos às “suas” prioridades…

(desenvolverei este tema no post que estou a preparar sobre a situação financeira da autarquia…)


Grande Abraço
Bonito Dias