sexta-feira, 18 de maio de 2012

Novas ideias de negócios para Marvão

Tive oportunidade nestes 2 últimos dias de assistir à apresentação do Concurso de Novas Ideias de Negócios para Marvão, uma iniciativa do Conselho Municipal de Juventude e apadrinhada pela CM de Marvão e outros parceiros como foi noticiado num outro Post lá atrás.

A primeira apresentação decorreu em Portalegre na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, onde se pretendia apresentar o Projecto aos alunos finalistas destas áreas de estudos. Só que coisa não correu lá muito bem, pois apenas estavam presentes cerca de 10 alunos num Auditório que alberga cerca de 300 pessoas, apesar da divulgação pertencer ao Departamento de Marketing dessa Escola. Digamos que algo falha para as bandas do “marketing”.

A segunda decorreu ontem no Ninho de Empresas de SA das Areias, nas comemorações do Dia do Empresário em Marvão, com a presença de uma plateia de cerca de 50 pessoas, sendo alguns (poucos), empresários.

A apresentação, a cargo do Tiago Pereira, esteve em ambos os locais em muito bom nível, com muita simplicidade mas com muita clareza e domínio dos conteúdos.

Para os interessados, penso que Regulamento pode ser consultado no sítio da CM de Marvão. Convém que se apressem porque os tempos são curtos. Entretanto, para quem queira melhor conhecimento e alguma fundamentação sobre estes Projectos, deixo algumas opiniões de peritos que retirei daqui:

Para que servem os concursos de ideias?

Nos últimos anos, os concursos de ideias e de empreendedorismo multiplicaram-se em Portugal. Empresas, instituições e universidades têm tido um papel importante na promoção destas iniciativas. Mas qual é o seu real valor? Ouvimos pessoas que fazem parte deste mundo para descobrir.

Francisco Maria Balsemão, Presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários: “Esses concursos, prémios e eventos na área do empreendedorismo funcionam como incentivos para quem se abalança na criação de negócios. Mas, como em tudo, o valor real varia de iniciativa para iniciativa (...), alguns concursos atribuem “prémios pecuniários e outras regalias que se revelam importantes para o desenvolvimento dos negócios em causa. Num contexto de crise, todos os incentivos ao empreendedorismo são bem-vindos.”

Manuel Forjaz, Professor Universitário e investigador da área: “Ao incentivo junta-se a visibilidade. Muitas pessoas concorrem aos prémios para ganhar mais visibilidade, conseguir mais apoios e projecção. Regra geral, quem procura este tipo de concurso já vai com alguma preparação ou então acaba por ser obrigado a aprender durante o percurso."

Pedro Vilarinho, responsável pela área de valorização do conhecimento da Associação Empresarial para a Inovação, explica: “Estes concursos podem constituir uma excelente plataforma de aprendizagem para os empreendedores, quando os painéis de peritos dão uma opinião honesta e realista sobre as propostas apresentadas. (...) Na generalidade, os projectos que são apresentados a este tipo de concursos estão num estado muito embrionário de desenvolvimento. Temos vindo a reforçar o nosso programa no apoio entre o momento em que o potencial da ideia é avaliado e o lançamento da startup, porque concluímos que sem esse apoio os projectos não chegavam ao mercado.”

Miguel Gonçalves, um dos criadores da Spark Agency, salienta: “É importante conhecer o mercado e ter experiência, antes de concorrer a um concurso de ideias. Cada caso é um caso, mas não estou certo de que seja bom começar um negócio aos 23 anos. Faz sentido entrar no mercado e ter experiência e quem tem perfil para criar uma empresa, tem perfil para estar no mercado de trabalho. Ganhar um concurso é só o início de um percurso que vai exigir muito dos promotores da ideia e não é garantia de que o negócio dê certo. 82 % das empresas portuguesas fecham no primeiro ano. O mercado trabalha com uma margem de conversão de 10 por cento. Ou seja, entre 100 novas ideias talvez só 10 consigam singrar.

Filipe Castro, gestor de negócios e tecnologias no UPIN, gabinete de transferência de tecnologia da Universidade do Porto: “São cada vez mais frequentes empresas que surgem de projectos académicos. Podemos ajudar a compreender melhor o mercado, informar e agir na criação e valorização de propriedade intelectual. As universidades afirmam o seu papel incubador de novos projectos. O desafio é proporcionar o contexto adequado para quem deseja criar valor.”

Susana Bandarrinha, da Associação Acredita Portugal: “Vencer um destes prémios é uma rampa de lançamento para uma startup e tem de ser visto como tal. Significa visibilidade, promoção, divulgação, para além do próprio prémio que pode ser monetário. Mas esta é apenas a primeira etapa do percurso. Existe muito trabalho pela frente."

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