sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Duetos Improváveis!!!




VS



Há dias, enquanto assistia ao jogo de futebol entre o Barcelona e o Real Madrid e após mais um desaire dos merengues, dei por mim a pensar que o Real e Portugal, para vencerem, precisavam de uma estratégia comum!

Penso ser do conhecimento geral que o Real tem um grupo de jogadores dos melhores que há no mundo; é treinado por José Mourinho considerado por alguns, um dos melhores treinadores de futebol da actualidade, e, um especialista em estratégias da arte do pontapé-na-bola. No entanto, o nosso Zé e o Real dos castelhanos, raramente têm conseguido levar de vencida os messis e xavis, lda. Porquê?

Claro que, como de treinadores e de loucos todos temos um bocadinho, e se os meus amigos tiverem alguma paciência e seguirem o meu modesto raciocínio, talvez eu consiga levar a água ao moinho, ou mais concretamente, o barco a bom porto, que é o que me interessa.

Voltando às pelejas Barça-Real ou vice-versa, Mourinho já tentou de tudo estrategicamente. Desde tácticas prudentes de base defensiva (até o Coentrão foi lateral direito), explorando o contra-ataque rápido para assalto à baliza adversária; tácticas deliberadamente ofensivas com pressão a todo o campo aos jogadores da Catalunha; tácticas imitativas ao Barça, tentando através de uma possessão continuada de bola, leva-la ao objectivo principal do jogo que é o golo; etc. etc. Mas nada, quando o jogo termina, o resultado é quase sempre o mesmo: os de Barcelona ganham!

Uma das vezes que isso esteve mais perto de não suceder, foi no último jogo. O Real, apesar de não vencer (empatou 2-2), isso esteve quase a acontecer, e diga-se, se no futebol houvesse justiça, os de Madrid, bem o mereciam!

Penso ser do consenso geral que o Barça não tem melhores actores de jogo, mas o Real também não goza de qualquer supremassia. Então, na prática, seria de esperar algum equilíbrio nos resultados. Porque não acontece então?

Em minha opinião, se o Real quiser ganhar pelo menos em metade dos jogos disputados terá que fazer aquilo que fez no último jogo. Nem pode querer ser tacticamente igual ao seu adversário, porque lhe falta experiência de anos e anos; mas, também não pode basear o seu esquema de jogo no inverso, porque isso é o que Guardiola e sus muchachos querem.

Logo o Real deve optar por uma estratégia mista. Isto é, ao mesmo tempo que tem que tentar, no meio-campo, anular os fazedores de jogo do Barça procurando nessa zona do campo equilibrar a contenda nem que seja com “trabalho extra” (substituindo jogadores sempre que estes atinjam cansaço); terá e deverá manter a sua identidade de equipa de cariz ofensivo, soltando os seus “desequilibradores” de jogo (Ronaldo, Benzema e Ozil), e tentando criar supremacia de jogo através das alas que podem e devem ser os laterais (Coentrão e Sérgio Ramos, ou outros)!

Vem toda esta conversinha, que até poderá ser interessante para algumas águas e alguns marinheiros, mas não para as ondas que eu quero hoje navegar. Antes pretendo que me sirva de fundamentação para contrariar a opinião de um tal “Schulo ou Schulz” (ou lá como se chama a besta que dizem ser presidente dum tal parlamento europeu), ao vir criticar a política externa portuguesa de relacionamento com o resto do mundo fora das relações com a Europa!

Portugal já baseou a sua política externa durante cerca 500 anos nas relações privilegiadas com África, América (Brasil), e mesmo com a Ásia, virando praticamente as costas à Europa: talvez o 1º erro; em contrapartida, nos últimos 35 anos Portugal voltou-se para a Europa, virando costas ao resto do mundo: possivelmente 2º erro...

Em minha opinião, Portugal só poderá sobreviver através do tal “sistema estratégico misto” (tal como o do Real para ganhar ao Barça), que ao mesmo tempo que cultiva o seu relacionamento no contexto de país europeu, não pode descurar a sua identidade e o seu desiderato de país virado para o mar enquanto plataforma de onde se parte, mas também onde se chega, de onde se compra, mas também de onde se vende; e isto serve prioritariamente a Portugal, mas também à Europa.

E isso é muito importante para os portugueses, percebeu senhor Schulo!

2 comentários:

Felizardo Cartoon disse...

Esta espécie de metáfora, entre o futebol e a política está bastante fundamentada e parece-me apropriada.

No entanto eu considero que em termos meramente futebolísticos, não há tanto demérito do Real, nem tanto mérito do Barcelona.

Eu devo ser das poucas pessoas do mundo que gosta de futebol, mas não gosta de ver jogar o Barcelona, perguntar-me-ão,porquê?
1º-São tão bons a fazer jogo, como anti-jogo, a equipa está avisada para que ao mínimo toque dos jogadores adversário, nos seus oponentes, estes caiam, como que fulminados, nos relvados.
2º- Não raras vezes, jogam com um elemento a mais, o próprio árbitro.

O Barcelona a praticar este tipo de futebol de salão, matreiro, não teria grande sucesso, em Inlaterra, onde os adeptos gostam de um futebol de entrega total e leal.

Não obstante, reconheço que os Catalães, são uma grande equipa. Só os vejo, quando jogam contra o Real, que, para mim, pratica um tipo de futebol muito mais leal e atrativo.

Jorge Miranda disse...

Já somos dois a não achar piada ao facto do Barcelona ser muitas vezes levado ao colo.