sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Fogachos da política nacional # 2 - Políticas de cigarra

Os Bancos, pela voz dos seus poderosos Presidentes, vêm por estes dias dar conhecimento dos seus resultados referentes ao ano de 2011. Ou muito me engano, ou julgar pelo que tenho ouvido, as perdas vão rondar os 2 000 milhões de euros.

Surpresa! Para quem nas últimas décadas, em tempos de vacas gordas (embora com hormonas de má qualidade), não se cansou de andar a anunciar lucros fabulosos para aliciar incautos e papalvos, e que os distribuiu pelos seus nobres accionistas.

Em vez de usar uma política de capitalização de “formiga”, acumulando no verão para sustento no inverno, não, há boa maneira portuguesa, fizeram uma política de cigarra, cantando ou mandando cantar, num despudor que até arrepiava.

Estes “pseudo-financeiros” da felicidade, mais não fizeram que uma política de merceeiros principiantes, que pensam que quando iniciam um negócio, tudo o que lhes cai na gaveta é lucro! Agora vêm então lamentar-se...

Porque não aliciam agora estes carolas, em acções de charme, os accionistas por quem dividiram noutra época os pseudo-lucros?

Sim pseudo-lucros, porque a julgar por outras notícias, estes arautos da fortuna, já há alguns tempos vinham “aldrabando” as contas, transformando prejuízos em lucros, tipo “milagre das rosas”, e debaixo do nariz do nosso super regulador Constâncio e “sus muchachos”.

Mas tudo a bem da naçãozinha!

Um comentário:

Fórum Marvão disse...

O que se diz por aí sobre este tema.

"in Delito de Opinião" da autoria de jaa:

"Como outras grandes empresas, os bancos nacionais gastaram nos últimos anos dezenas ou centenas de milhares de euros a delinear «planos de continuidade do negócio». É irónico como tiveram o cuidado de prever a possibilidade de incêndios, terramotos, ataques à bomba ou através de vírus informáticos mas nenhum conseguiu antever os riscos inerentes ao próprio negócio (por exemplo, os relacionados com o excesso de crédito concedido ou com a falta de qualidade dos títulos adquiridos).

Mas, enfim, a nossa especialidade sempre foi pensar no acessório. Agora que os prejuízos chegaram, só posso recomendar aos banqueiros nacionais, esses expoentes da economia e da gestão, que lhes apreciem devidamente o sabor – poderão achá-lo um tudo-nada ácido mas experiências novas, ainda para mais em idades já avançaditas, são sempre de valorizar.

E, para bem de todos (deles e nosso), esperemos que não tenham de engolir muito pior."