quarta-feira, 22 de julho de 2009

FALEMOS DE SAÚDE: Livre-se da Hipertensão

Voltamos hoje à temática “falemos de saúde”, sobre o mais importante problema de saúde em Portugal: as Doenças Cardiovasculares ou Doenças do Aparelho Circulatório e a um dos factores de risco implicado nessas doenças: A Hipertensão.
Aqui deixamos, de uma forma simples, para informação dos nossos visitantes, alguns conceitos e princípios sobre esta epidemia dos nossos dias.

"A conservação dos prédios é a limpeza dos canos…."
A Pressão Sanguínea elevada (hipertensão) atinge cerca de dois milhões de portugueses (20%da População).


É um conhecido factor de risco das doenças cardiovasculares e, só em Portugal, atinge cerca de dois milhões de pessoas.

Mas a hipertensão é, muitas vezes, uma doença silenciosa, estimando-se que apenas metade dos atingidos, tenha conhecimento de que sofre de Pressão Arterial elevada.

Urge, por isso, mais informação sobre esta doença e por isso damos-lhe algumas das respostas que precisa de saber.
O que é a hipertensão?

Quando se mede a pressão arterial ou tensão arterial, como costumamos dizer, registam-se dois valores: um mais elevado, que se produz quando o coração se contrai (sístole); e outro mais baixo, que corresponde à relaxação entre um batimento e outro (diástole).

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), os valores de referência, ou chamados normais, situam-se entre os 120 e 130 mm Hg (12 a 13 como costuma dizer-se) para a pressão sistólica, e os 80 e 85mm Hg (8 a 8,5) para a diastólica.

Quando a pressão sistólica (chamada de «máxima») for igual ou superior a 140 mm Hg, e/ ou a pressão diastólica (chamada de «mínima») for igual ou superior a 90 mm Hg, está-se perante um caso de Hipertensão (geralmente, tanto a pressão sistólica como a diastólica são elevadas, mas pode ocorrer apenas um dos valores estar aumentado).Contudo, qualquer indivíduo pode apresentar pressão arterial acima de 140/ 90 mm Hg sem que seja considerado hipertenso. Apenas a manutenção de níveis permanentemente elevados, em múltiplas medições (pelo menos 3), em diferentes horários e posições e condições (repouso, sentado ou deitado) caracteriza a hipertensão arterial.

Como se faz o diagnóstico da doença?
O diagnóstico é feito através da medição da pressão arterial e pela verificação de que os seus níveis estão acima do limite normal, em várias medições sucessivas e em dias diferentes. Só é considerado hipertenso um indivíduo que tenha valores elevados em, pelo menos, três avaliações seriadas. Compete ao médico fazer o diagnóstico da doença, uma vez que a pressão arterial num adulto pode variar devido a factores como o esforço físico ou o stress, sem que tal signifique que o indivíduo sofre de hipertensão arterial.

Quais são as causas da hipertensão?
Cerca de 90% dos casos de pressão “arterial elevada” têm uma causa desconhecida, chamando-se a essas situações hipertensão primária. Quando a causa é conhecida, a afecção denomina-se hipertensão secundária. Entre 5% e 10% dos casos têm como causa uma doença renal, e entre 1% e 2% têm a sua origem numa perturbação hormonal ou no uso de certos fármacos.

Há factores de risco?
A obesidade, o sedentarismo, o consumo excessivo de sal e/ ou de álcool, o tabagismo e o stress são, provavelmente, factores de risco no aparecimento da hipertensão arterial em pessoas que possuem uma sensibilidade hereditária. A idade também é outro factor a ter em atenção. Em geral, quanto mais idosa for a pessoa, maior a probabilidade de desenvolver hipertensão arterial. Cerca de dois terços das pessoas com idade superior a 65 anos são hipertensas.

Pode-se prevenir a hipertensão?
A adopção de um estilo de vida saudável constitui a melhor forma de prevenir a hipertensão arterial. Assim, recomenda-se: uma redução da ingestão de sal; a preferência por uma dieta rica em frutos, vegetais e com baixo teor de gorduras saturadas; a prática regular de exercício físico; o consumo moderado de álcool (um máximo de 30 ml etanol por dia nos homens, e 15 ml por dia para as mulheres); a cessação tabágica; uma redução de peso, no caso dos indivíduos obesos; e um controlo do stress.

Quais os sintomas que estão associados à doença?
Habitualmente, a hipertensão arterial não provoca quaisquer sintomas (a única maneira de a detectar é verificando valores tensionais elevados, através da medição da pressão arterial). Em alguns casos, a hipertensão arterial pode, contudo, manifestar-se através de sintomas como dores de cabeça, tonturas, cansaço ou um mal-estar vago e difuso – sinais que são comuns a várias outras doenças. No entanto, com o decorrer dos anos, uma hipertensão não tratada acaba por lesar os vasos sanguíneos e os órgãos vitais (o cérebro, o coração e os rins), provocando sintomas e sinais de alerta vários.

Quais os problemas que a hipertensão pode desencadear?
Quando a pressão arterial elevada não é tratada, o risco de se desenvolver uma doença cardíaca (como a insuficiência cardíaca ou um enfarte de miocárdio), uma insuficiência renal e um acidente vascular cerebral (AVC) aumenta. Aliás, a hipertensão arterial é o maior factor de risco de um AVC – a principal causa de morte em Portugal – e é também um dos três factores principais de risco de enfarte do miocárdio (juntamente com o hábito de fumar e o colesterol elevado).·Para além de poder levar a lesões graves nos órgãos vitais – e, consequentemente, a incapacidades e até à morte –, a hipertensão arterial é também um factor de risco para aterosclerose (espessamento e perda de elasticidade das artérias). Por isso, praticamente todos os órgãos do corpo podem sofrer lesões.

Quais as formas de tratamento?
A hipertensão arterial, como doença crónica que é, não tem cura. Contudo, é possível um controlo eficaz, baseado na reformulação dos hábitos de vida, e, se necessário, também através de medicação.
Tratamento não farmacológico.

A adopção de um estilo de vida saudável proporciona, geralmente, uma descida significativa da pressão arterial. A prática de uma alimentação equilibrada – nomeadamente uma redução no consumo de sal e de álcool – e de exercício físico regular são medidas recomendadas.A diminuição do consumo de sal reduz a pressão arterial em grande número dos hipertensos – e não é, necessariamente, uma medida difícil de cumprir! A habituação ao sabor salgado é facilmente moldável e, por isso, em poucas semanas, as suas papilas gustativas habituar-se-ão aos novos sabores.Já através de uma prática física regular também se pode reduzir significativamente a pressão arterial. O exercício escolhido deve compreender movimentos cíclicos (como marcha, corrida, natação ou dança, por exemplo).A perda de peso (no caso dos doentes com excesso de peso ou obesidade), a diminuição do stress, a cessação tabágica e a minimização do uso de medicamentos que possam elevar a pressão arterial (como anticoncepcionais orais ou anti-inflamatórios) são outras medidas desejáveis.
Tratamento farmacológico.

Quando as medidas não farmacológicas são insuficientes tem que se recorrer aos medicamentos. No entanto há que lembrar que os fármacos também não curam a hipertensão; só a controlam. Por isso, uma vez iniciado, o tratamento medicamentoso deverá, em princípio, ser continuado a mantido por toda a vida.Hoje em dia, existem muitos fármacos eficazes na redução da pressão arterial. Compete ao médico decidir qual o mais apropriado. Em alguns casos, não basta apenas um, sendo necessária uma medicação combinada.Quando judiciosamente utilizada, a terapêutica permite controlar a hipertensão na esmagadora maioria dos casos. De qualquer modo, o tratamento farmacológico não dispensa, claro, a adopção de hábitos de vida mais saudáveis!

Todos devem vigiar a pressão arterial?

Já respondemos às suas perguntas. Agora, damos-lhe um conselho: meça a sua tensão arterial! Os números são elucidativos: existem cerca de dois milhões de portugueses hipertensos, mas apenas metade sabe que tem a doença. Talvez porque – como constatámos – a fase inicial da hipertensão arterial se caracteriza, muitas vezes, pela ausência de quaisquer sintomas. Por isso, a medição regular da tensão arterial deve ser um hábito a seguir. Todos os adultos, em particular os obesos, os diabéticos e os fumadores ou com história de doença cardiovascular na família, devem medir a sua pressão arterial, pelo menos uma vez por ano.A detecção precoce e o controlo adequado da hipertensão arterial podem, comprovadamente, reduzir o risco de incidência de doença cérebro-cardiovascular, e, assim, os números de incapacidade e de mortalidade.

Qual a frequência com que deve medir ou vigiar a Tensão arterial?

- Se você tem uma Tensão arterial dentro de valores normais (normotenso), 1 vez por ano è suficiente para fazer um seguimento/monitorização deste parâmetro.

- Se você estiver medicado (Sinal de que foi considerado Hipertenso) e os valores estiverem na maioria das medições, dentro de valores normais, no máximo 4 medições por ano, são suficientes.

- Se os seus valores estiverem elevados em relação aos valores normais (medicado ou não), deve consultar o seu médico para que este ajuste a medicação, e deve medir até que os valores estejam normais e estáveis e depois passar a um regime de medição de acordo com os profissionais de saúde.

SEMPRE MAS SEMPRE, ESSES VALORES DEVEM SER REGISTADOS EM IMPRESSO APROPRIADO E ESTAREM SEMPRE EM SEU PODER.
(Nunca deite fora esses valores, vá sempre acrescentado, esse pormenor pode ser extremamente importante para os profissionais de saúde, mas sobretud0 para a sua saúde)

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