segunda-feira, 9 de agosto de 2010

AINDA OS ECOS DA ENTREVISTA DO PRESIDENTE DA CM de MARVÃO

Por me parecer pertinente e fazer algum contraditorio, o comentário postado por “mgmarvão num dos Post´s anteriores, sobre o assunto em epigrafe, e, por concordar também, que os comentários feitos na altura, acabaram por se dirigir para outros assuntos, que não a análise dos conteúdos abordados por Vítor Frutuoso na entrevista ao “Diário do Sul”, venho colocar aqui em destaque algumas das criticas dirigidas por mgmarvão”, na esperança que tal possa estimular algum debate sobre a politica do concelho de Marvão, agora que nos aproximamos de um ano de mandato do actual executivo.

Pena é, que este nosso comentador tenha optado pela impessoalidade, mas por considerarmos que as suas criticas são respeitadoras dos princípios deste Blog, aqui as reproduzimos para que não fiquem esquecidas em Post´s anteriores.


"Estou muito admirado com os vossos comentários, pois, deveriam dirigir-se á entrevista do Sr. Presidente da Câmara e não aos conteúdos que estamos a visualizar.

No início da sua entrevista, diz que «o concelho de Marvão estava estagnado, ou seja parado, isto quando o Sr. inicio funções ao substituir o Dr. Bugalho; não vá pensar que eu estou a defender o Dr. Bugalho pois nunca o apoiei nem morro de amores por ele.

E actualmente, está assim tão desenvolvido o nosso concelho? Não se nota nada.

O que é certo é que o Dr. Bugalho desenvolveu obra no nosso concelho, eis o desenvolvimento da Portagem, eis a piscina coberta de Santo António das Areias, a Extensão de Saúde da mesma localidade, entre outras obras.

Como o Sr. disse um dia «não funcionam bem», mas para melhorar está quem sucede, neste caso o Sr. Presidente. Anote uma obra sua com esta envergadura...

Ao longo do seu discurso refere que há anos S. António das Areias e Beirã, foram... agora estão a entrar na estagnação, de quem é a responsabilidade? Do seu executivo (2 mandatos) e o que foi feito para ajudar essas populações, que na sua maioria são idosos? Nada. Até lhe posso dar uma dica, a qual eu sempre considerei importantíssima para o desenvolvimento do nosso concelho a restauração das termas da Fadagosa, dá trabalho, eu sei, mas para ter trabalho o eleitorado aí o colocou.

A certa altura, diz, que quer criar empregos, implementação de uma política de habitação social, é um antigo discurso seu, que deixa os jovens abandonar o nosso concelho, pois eles já não acreditam nessa sua versão pois, não há nada que os motive a permanecer aqui. Vão para os concelhos vizinhos ou para outros pontos do país e até estrangeiro. É com tristeza que ao falar com jovens que estão a terminar o 9º ano ou 12º ano de escolaridade me digam: estamos ansiosos por sair deste desterro, pois, aqui não há nada que nos incentive a permanecer aqui.
E, eu, posso dizer-vos com tristeza, que, logo que possível irei embora com a minha família, é triste mas é a realidade. Olhemos para o nosso concelho vizinho, a diferença. (Castelo de Vide).

(mgmarvao)"

7 comentários:

Garraio disse...

Se damos trela a anónimos, baixamos consideravelmente a fasquia.

Gilberto Gil disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jorge Miranda disse...

Garraio 100% contigo, não podemos baixar o nivel.
Senão começamos a ser o Em Portalegre Cidade do Alto Alentejo e outros semelhantes.
Um abraço
Jorge Miranda

José Boto disse...

Embora um pouco tardiamente, por falta de tempo, gostava também de fazer alguns comentários:
1 - Resulta da entrevista do Presidente da Câmara que o futuro de Marvão passa pelos projectos do Golfe e da recandidatura de Marvão a Património Mundial.
Ou seja, por algo que já tivemos e perdemos (o golfe) e por algo que deu muita visibilidade a Marvão (a candidatura a Património Mundial) mas que não culminou no resultado esperado e desejado.
São (ou foram ??)de facto 2 projectos fundamentais para o desenvolvimento de Marvão, pois são estruturantes e potenciam outros.

2 – No caso da Candidatura a Património Mundial, mesmo evitando erros anteriores, tenho serias dúvidas de que alguma vez se venha a obter o resultado desejado.
Mas sou a favor da recandidatura, quanto mais não seja porque enquanto estiver de pé e se o processo for bem encaminhado em termos de marketing, muito se falará de Marvão; e isso influencia muito positivamente a opção do Turista pela visita à N/Região.
3 – No referente ao Golfe concordo que é importantíssimo para Marvão e é também um projecto âncora para a Região.
Mas no referente ao Hotel do Golfe não concordo com a necessidade do mesmo, nem mesmo com o argumento de que será a componente que vai viabilizar o projecto.
Marvão já tem neste momento uma oferta Turística bastante diversificada com 1 Pousada, 1 Hotel 4 Estrelas (O Poejo), 1 Hotel 3 Estrelas (D. Manuel), várias unidades de Turismo Rural e de alojamento local; são muito raros os dias do ano em que a capacidade instalada está próxima de ser totalmente ocupada.
Se juntarmos Castelo de Vide a Marvão, então a situação ainda fica menos favorável em termos de ocupação.
Talvez o projecto do Golfe possa ser feito com parcerias com as unidades Hoteleiras já instaladas a poucos Kms, com contrapartidas para o “Golfe” logicamente, pois o aumento da capacidade existente não me parece necessária e duvido que seja rentável a instalação de uma unidade de média dimensão em Marvão.
4 – Mas o desenvolvimento de Marvão não pode passar só pelos 2 projectos anteriores.
Há que valorizar o que já temos e fazem falta novas ideias.
No referente ao Parque, de facto o Presidente da Câmara só falou do mesmo no sentido negativo, mas não tenhamos dúvidas de que o estarmos integrados no P.N.S.S.M é uma mais valia em termos de desenvolvimento de Marvão (e custa-me a crer que tal não seja também a opinião do Presidente da Câmara), pelos motivos já bem explicados por João Carlos Claro.
Há exageros da parte da Direcção do Parque, por aquilo que todos nos apercebemos; e o diálogo com as Instituições e com os residentes não foi nunca bem encaminhado o que não é compreensível.
Mas muitos Turistas nos visitam por causa do Parque e de forma indirecta contribuem para a ocupação de muita gente em Marvão e na Região; e também não me parece que o Parque tenha alguma responsabilidade para com o despovoamento de Marvão e dos restantes Concelhos onde está instalado, como é insinuado ou mesmo referido por alguns.
Era bom que quer a direcção do Parque, como os dirigentes autárquicos, como as pessoas que têm influência sobre a opinião da população, se entendessem, tomando por base os interesses comuns que todos certamente temos de contribuir para o desenvolvimento de Marvão e da Região; não se entende como tal não é possível.

5 - Em minha opinião uma lacuna da entrevista do Presidente da Câmara é a ausência de referência à Região , embora certamente não propositadamente (a entrevista não foi por aí).
Em minha opinião Marvão é parte de um destino Turístico (é sem dúvida uma das principais jóias da coroa da n/ Região) e pensar em desenvolver turisticamente Marvão isoladamente de Castelo de Vide/Portalegre/Parque Natural,…. é um erro – talvez o principal erro cometido pela anterior candidatura de Marvão a Património Mundial – o envolvimento da Região foi esquecido.
Falta também neste aspecto capacidade e vontade para avançar com projectos conjuntos; e certamente todos os intervenientes terão culpas e todos se defendem com as culpas dos outros.

José Boto disse...

6 – Mas não se pode apostar apenas no vector Turismo para desenvolver Marvão.
Aqui ainda existe uma empresa agro-industrial com projecção Nacional e até com um certo peso em termos de exportação; e com disponibilidade para parcerias com outros empresários existentes ou a instalar-se, bem como com o sector agrícola.
Ocupa hoje muito menos postos de trabalho, mas os tempos que vivemos a isso obrigam para poder ser competitiva – mecanização, organização do trabalho, melhoria da produtividade, redução de custos de estrutura, especialização e parcerias com empresas com outras localizações,…
No referente à criação do ninho de empresas, já vem muito tarde e já perdemos várias oportunidades de instalação de pequenas unidades; a conjuntura e o despovoamento continuo também não ajudam nada; mas vale mais tarde do que nunca, embora não seja de esperar que funcione como grande potenciador do desenvolvimento.

7 – O sector agrícola também não pode ser desprezado – têm aparecido vários jovens agricultores com vontade de dar continuidade ao trabalho dos Pais e seguindo projectos interessantes. Evidentemente que o trabalho também não é desenvolvido como antigamente e que a agricultura de subsistência que ocupava muita da n/ gente não tem viabilidade nem continuidade.
Nesta área fazem falta estruturas de apoio e parcerias (associações) efectivas.
A revitalização da Cooperativa do Porto da Espada se pensada de uma forma estruturada (não como uma mera loja) pode desempenhar um papel importante; e também poderão ser criadas parcerias interessantes nomeadamente com a empresa “Nunes Sequeira” referida no ponto anterior.

8 – Por ultimo, o combate ao despovoamento passa muito pouco por repetidamente nos lamentarmos, repetirmos as memórias do passado e por criticarmos todas as ideias diferentes com algum potencial de desenvolvimento; passa pelo lançamento de projectos e pela revitalização dos existentes.
Uma palavra para a subsidio - dependência que tem sido cultivada e apoiada a vários níveis; em minha opinião não é útil para o desenvolvimento do interior do País e em vez de o fomentar contribui muito mais para a estagnação e consequente retrocesso.
Actualmente há falta de gente para as actividades sazonais na agro-indústria e na agricultura, bem como na área da hotelaria e restauração durante quase todo o ano, mas há muita gente desocupada quer em Marvão como no resto do interior do País.
Como pensar em novos projectos nestas condições?

9 – Já agora uma opinião sobre os comentários de anónimos.
Já se falou aqui várias vezes nisso em anteriores ocasiões.
Na minha opinião não vejo problema nenhum nesses comentários desde que sejam respeitadores dos princípios do blog e apresentem opiniões úteis.
Eu não gosto de fazer comentários como anónimo, mas chateia-me mais que quando os comentários são menos favoráveis à opinião dominante se critique logo os mesmos só porque são anónimos.
José Boto.

gi disse...

Segundo dados do INE Marvão tem um indice de poder de compra que ronda os 59.20, se olhar-mos para os concelhos limitrofes temos Portalegre com 107,28, e só mesmo o concelho de Arronches a nível distrital apresenta valores inferiores.São somente números mas atraves deles podemos verificar o nível de vida dos que por cá teimam em permanecer. Nós os Marvanenses somos de uma materia dura como o granito do castelo o que nos confere este espirito de sacrificio. O turismo de que tanto se fala, é certamente uma fonte de redimento, mas outras formas de desenvolvimento terão que ser dinamizadas ou corremos o risco de ser absorvidos. Com uma sede de concelho onde residem aproximadamente 100 habitantes, torna-se necessário implementar mediadas para contrariar esta situação.

Marilia Rosado Carrilho disse...

Só um reparo muito muito importante: de ano para ano nota-se um decréscimo nos visitantes em Marvão. Tem um potencial extraordinário mas não é aproveitado, divulgado... Marvão não está nos destinos a visitar em Portugal, para os estrangeiros... Não aparece nem nos simples sacos/malas ou postais q se vendem sobre Portugal. E, sem dúvida, q é dos locais mais únicos deste país. Óbidos... tem todos os dias centenas de visitantes e Marvão (desculpem a opinião) é mais esplendoroso. Mas... onde estão eventos? Onde está a publicidade feroz, incisiva, apelativa? O turismo é o potencial desta terra!!! É aqui q o trabalho deve ser feito. O resto virá se o turismo for bom. A cada ano q passa o decréscimo, a cada ano... dá q pensar!