Passos Coelho: A frase da discórdia!
"... só com persistência, exigência e intransigência o país terá credibilidade. (...) Devemos pois persistir, ser exigentes, não sermos piegas e ter pena dos alunos, coitadinhos, que sofrem tanto para aprender "
"... só com persistência, exigência e intransigência o país terá credibilidade. (...) Devemos pois persistir, ser exigentes, não sermos piegas e ter pena dos alunos, coitadinhos, que sofrem tanto para aprender "
Leia aqui uma resposta assertiva de Rui Rocha, "in Delito de Opinião", para reflexão, quem sabe até para o PM:
"Passos Coelho devia saber que quando se refere aos portugueses está a designar uma abstracção. A entidade abstracta os portugueses responde, quando muito, a uma identidade colectiva mais ou menos afirmada pela existência de uma história partilhada, de uma cultura comum e de uma língua utilizada como meio preferencial de comunicação.
É claro que os portugueses (ou o povo) são invocados a propósito de tudo e de nada, de qualquer par de botas e dos respectivos atacadores. Reconheça-se, todavia, que para lá de um mais intuído do que palpável sentir colectivo, que por natureza será sempre difuso e apropriável pelo primeiro da fila, os portugueses enquanto entidade abstracta, não têm sentimentos. Esses são exclusivo de pessoas reais e da sua circunstância.
Sob a designação portugueses encontraremos então realidades tão díspares como a de Ricardo Salgado; ou a da Maria de Lurdes que ontem perdeu o emprego. Estão reunidos debaixo dessa etiqueta 700.000 desempregados e 700.000 funcionários públicos que viram os seus salários reduzidos em mais de 20%. O rótulo aplica-se tanto aos alucinados que clamam contra o fim da tolerância de ponto no Carnaval, como àqueles outros que já hoje não sabem como vão chegar ao fim do mês.
Entendamo-nos. Há portugueses que são uns sacaninhas de primeira extracção, outros que são felizes, uns que sofrem, muitos que desesperam, alguns que se agarram à esperança, vários que erraram, outros tantos que cumpriram. Por isso, o Primeiro Ministro comete um erro grave quando pede, em termos genéricos, aos portugueses para serem menos piegas.
Não há ponta de pieguice no sofrimento de muitos. Nestes, tais palavras só podem gerar raiva e indignação. Na melhor das hipóteses, aconselharão o Primeiro Ministro a aprender a medir as palavras. Na pior, dirão em resposta ao pedido de menos pieguice que Passos Coelho deve ter mais vergonha. Custe o que custar..."
"Passos Coelho devia saber que quando se refere aos portugueses está a designar uma abstracção. A entidade abstracta os portugueses responde, quando muito, a uma identidade colectiva mais ou menos afirmada pela existência de uma história partilhada, de uma cultura comum e de uma língua utilizada como meio preferencial de comunicação.
É claro que os portugueses (ou o povo) são invocados a propósito de tudo e de nada, de qualquer par de botas e dos respectivos atacadores. Reconheça-se, todavia, que para lá de um mais intuído do que palpável sentir colectivo, que por natureza será sempre difuso e apropriável pelo primeiro da fila, os portugueses enquanto entidade abstracta, não têm sentimentos. Esses são exclusivo de pessoas reais e da sua circunstância.
Sob a designação portugueses encontraremos então realidades tão díspares como a de Ricardo Salgado; ou a da Maria de Lurdes que ontem perdeu o emprego. Estão reunidos debaixo dessa etiqueta 700.000 desempregados e 700.000 funcionários públicos que viram os seus salários reduzidos em mais de 20%. O rótulo aplica-se tanto aos alucinados que clamam contra o fim da tolerância de ponto no Carnaval, como àqueles outros que já hoje não sabem como vão chegar ao fim do mês.
Entendamo-nos. Há portugueses que são uns sacaninhas de primeira extracção, outros que são felizes, uns que sofrem, muitos que desesperam, alguns que se agarram à esperança, vários que erraram, outros tantos que cumpriram. Por isso, o Primeiro Ministro comete um erro grave quando pede, em termos genéricos, aos portugueses para serem menos piegas.
Não há ponta de pieguice no sofrimento de muitos. Nestes, tais palavras só podem gerar raiva e indignação. Na melhor das hipóteses, aconselharão o Primeiro Ministro a aprender a medir as palavras. Na pior, dirão em resposta ao pedido de menos pieguice que Passos Coelho deve ter mais vergonha. Custe o que custar..."
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