Outro dos temas abordados pelo presidente da Câmara de Marvão na AM de 28/2 foi o consumo público de Energia Eléctrica.
Em relação aos consumos de electricidade, o presidente informou que “os custos aumentaram bastante, e que se irá tomar medidas para desligar cerca de 25% da iluminação pública, evitando, por enquanto, proceder a um “apagão” das zonas rurais, como estão a fazer já outros concelhos.”
O grande problema dos nossos gestores, sobretudo os públicos, talvez porque o que administram, não seja deles, é o de usarem sempre aquele ditado popular que diz “que depois da casa roubada trancas à porta”.
Os nossos autarcas fazem uma gestão da coisa púbica tipo “navegação à vista”, como os antigos marinheiros, ou de “quem vier atrás que feche a porta”. Governam para agradarem aos que os elegem (normalmente aqueles que sabem que votam neles), e não para usarem princípios de gestão de eficácia e muito menos de eficiência. E quando acabam o mandato vão-se embora e não prestam contas a ninguém!
Foi assim que se criou em Marvão, tal como no resto do país, uma Hiper-Iluminação Pública típica de país rico, que começou nos anos 70 e não parou de aumentar até aos nossos dias.
Instalou-se no cidadão comum a ideia que a luz eléctrica nasce da natureza assim como a luz do sol, que ter uma lâmpada de iluminação pública junto da porta de cada munícipe é um bem de primeira necessidade assim como o pão para a boca, o agasalho que nos protege do frio ou a água que bebemos. E se foi posta uma para o vizinho, eu também quero, alguém há-de pagar!
Para além destas pequenas benesses a particulares, como fonte de angariação de votos, os nossos autarcas entraram nos últimos anos numa histeria de embelezamentos bacocos à custa de iluminações públicas, que em Marvão até encandeava e encandeia.
"A luz é tão bonita, como dizia a minha mãe, mas a magana é tão cara!"
Ele era o castelo, ele é os parques de estacionamento, os jardins, os caminhos rurais onde ninguém passa, as estradas onde só passam carros com belos faróis, as piscinas, as ruas urbanas com o dobro de lâmpadas que aquelas que são precisas para qualquer mortal por os pés direitos e, se anteriormente já era demais agora pomos o dobro (veja-se o caso da entrada de Marvão e Parque de Estacionamento da Portagem), etc. etc.
Só que a electricidade não nasce do ar nem vem do céu! Vem na sua maioria do maldito petróleo e do carvão. E do estrangeiro, a quem tem que se pagar em dólares. E quem a irá pagar? Será o Estado.
Ora o Estado, neste caso o “estado local” é a Câmara, que paga com o dinheiro de todos nós, os que pagamos impostos. Aqueles que não pagam não têm que se ralar, mas estejam descansados que talvez sejam os vossos filhos ou netos de que vocês dizem gostar tanto. A dever é que ninguém vai ficar que o tal Estado não perdoa, e agora, muito menos os chineses.
Por volta de 1987 (já lá vão 25 anos), quando as coisas ainda estavam por metade ou nem tanto, falando um dia com o então Presidente António Andrade, propus-lhe que se desligassem metade das lâmpadas nas zonas rurais, que ninguém daria por nada, porque a que restasse seria mais do que suficiente para cumprir a sua função. Respondeu-me que não podia, que existiam protocolos e contratos com a EDP. Sugeri-lhe que adquirisse uma “pressão-de-ar” e fosse “poste sim-poste não” e afinfasse uma chumbada nas ditas! Ele riu-se e a coisa lá continuou.
Mais recentemente, em 2010 passados 23 anos, quando elegi o “desperdício público” para chamar a atenção dos nossos aurtarcas e depois de diversas chamadas de atenção nas Assembleias Municipais, já rapaz mais responsável, no último discurso que fiz em 25 de Abril desse ano, quando já estava à vista de muitos (mas não dos nossos autarcas), que a “carrada já começava a tombar” tive a oportunidade de alertar publicamente, falando de desperdícios, com as seguintes palavras:
“... no ano de 2009, a CM de Marvão, isto é, todos nós, pagou à EDP do sr. Mexia, cerca de 27% de todos os custos com electricidade consumida no concelho, esse valor foi aproximadamente de 230 000 euros. Tomemos como exercício académico, que a CM Marvão se propunha poupar 15% destas despesas. Bastaria, talvez, ligar e desligar a iluminação pública com 1 hora de diferença à noite e pela manhã, e anular alguns pontos de luz inúteis, tanto nas povoações como fora delas (o que certamente ninguém notaria e o ambiente agradeceria), e estaríamos a falar de uma poupança de 35 000 euros anuais.”
Quando acabei o discurso, fui imediatamente abalroado, sobretudo pelos Presidentes de Juntas de Freguesia mas não só, dizendo-me que o que eu tinha acabado de dizer era uma espécie da blasfémia, já que o que os munícipes mais gostavam era de uma lâmpada pública a iluminar-lhes as suas portas! Respondi-lhes:
- E quem paga, a coisa tem custos?
Em 25 anos, com um corte de apenas 15% desses custos, Marvão poderia não ter “queimado” em iluminação inútil, cerca de 1 milhão de euros e sem que ninguém tivesse dado nada por isso. Durante esse período, 1 milhão de euros daria para governar 4 ou 5 famílias.
Agora vai-se cortar 25%, diz o presidente da Câmara. O que disseram os Membros da AM? Nada, incluindo os Presidentes das Juntas.
Mas ainda vai ter de se cortar mais! Senão mais 4 ou 5 famílias irão ficar sem pão!
Penso que estragar não é grandeza, digo eu...
Em relação aos consumos de electricidade, o presidente informou que “os custos aumentaram bastante, e que se irá tomar medidas para desligar cerca de 25% da iluminação pública, evitando, por enquanto, proceder a um “apagão” das zonas rurais, como estão a fazer já outros concelhos.”
O grande problema dos nossos gestores, sobretudo os públicos, talvez porque o que administram, não seja deles, é o de usarem sempre aquele ditado popular que diz “que depois da casa roubada trancas à porta”.
Os nossos autarcas fazem uma gestão da coisa púbica tipo “navegação à vista”, como os antigos marinheiros, ou de “quem vier atrás que feche a porta”. Governam para agradarem aos que os elegem (normalmente aqueles que sabem que votam neles), e não para usarem princípios de gestão de eficácia e muito menos de eficiência. E quando acabam o mandato vão-se embora e não prestam contas a ninguém!
Foi assim que se criou em Marvão, tal como no resto do país, uma Hiper-Iluminação Pública típica de país rico, que começou nos anos 70 e não parou de aumentar até aos nossos dias.
Instalou-se no cidadão comum a ideia que a luz eléctrica nasce da natureza assim como a luz do sol, que ter uma lâmpada de iluminação pública junto da porta de cada munícipe é um bem de primeira necessidade assim como o pão para a boca, o agasalho que nos protege do frio ou a água que bebemos. E se foi posta uma para o vizinho, eu também quero, alguém há-de pagar!
Para além destas pequenas benesses a particulares, como fonte de angariação de votos, os nossos autarcas entraram nos últimos anos numa histeria de embelezamentos bacocos à custa de iluminações públicas, que em Marvão até encandeava e encandeia.
"A luz é tão bonita, como dizia a minha mãe, mas a magana é tão cara!"
Ele era o castelo, ele é os parques de estacionamento, os jardins, os caminhos rurais onde ninguém passa, as estradas onde só passam carros com belos faróis, as piscinas, as ruas urbanas com o dobro de lâmpadas que aquelas que são precisas para qualquer mortal por os pés direitos e, se anteriormente já era demais agora pomos o dobro (veja-se o caso da entrada de Marvão e Parque de Estacionamento da Portagem), etc. etc.
Só que a electricidade não nasce do ar nem vem do céu! Vem na sua maioria do maldito petróleo e do carvão. E do estrangeiro, a quem tem que se pagar em dólares. E quem a irá pagar? Será o Estado.
Ora o Estado, neste caso o “estado local” é a Câmara, que paga com o dinheiro de todos nós, os que pagamos impostos. Aqueles que não pagam não têm que se ralar, mas estejam descansados que talvez sejam os vossos filhos ou netos de que vocês dizem gostar tanto. A dever é que ninguém vai ficar que o tal Estado não perdoa, e agora, muito menos os chineses.
Por volta de 1987 (já lá vão 25 anos), quando as coisas ainda estavam por metade ou nem tanto, falando um dia com o então Presidente António Andrade, propus-lhe que se desligassem metade das lâmpadas nas zonas rurais, que ninguém daria por nada, porque a que restasse seria mais do que suficiente para cumprir a sua função. Respondeu-me que não podia, que existiam protocolos e contratos com a EDP. Sugeri-lhe que adquirisse uma “pressão-de-ar” e fosse “poste sim-poste não” e afinfasse uma chumbada nas ditas! Ele riu-se e a coisa lá continuou.
Mais recentemente, em 2010 passados 23 anos, quando elegi o “desperdício público” para chamar a atenção dos nossos aurtarcas e depois de diversas chamadas de atenção nas Assembleias Municipais, já rapaz mais responsável, no último discurso que fiz em 25 de Abril desse ano, quando já estava à vista de muitos (mas não dos nossos autarcas), que a “carrada já começava a tombar” tive a oportunidade de alertar publicamente, falando de desperdícios, com as seguintes palavras:
“... no ano de 2009, a CM de Marvão, isto é, todos nós, pagou à EDP do sr. Mexia, cerca de 27% de todos os custos com electricidade consumida no concelho, esse valor foi aproximadamente de 230 000 euros. Tomemos como exercício académico, que a CM Marvão se propunha poupar 15% destas despesas. Bastaria, talvez, ligar e desligar a iluminação pública com 1 hora de diferença à noite e pela manhã, e anular alguns pontos de luz inúteis, tanto nas povoações como fora delas (o que certamente ninguém notaria e o ambiente agradeceria), e estaríamos a falar de uma poupança de 35 000 euros anuais.”
Quando acabei o discurso, fui imediatamente abalroado, sobretudo pelos Presidentes de Juntas de Freguesia mas não só, dizendo-me que o que eu tinha acabado de dizer era uma espécie da blasfémia, já que o que os munícipes mais gostavam era de uma lâmpada pública a iluminar-lhes as suas portas! Respondi-lhes:
- E quem paga, a coisa tem custos?
Em 25 anos, com um corte de apenas 15% desses custos, Marvão poderia não ter “queimado” em iluminação inútil, cerca de 1 milhão de euros e sem que ninguém tivesse dado nada por isso. Durante esse período, 1 milhão de euros daria para governar 4 ou 5 famílias.
Agora vai-se cortar 25%, diz o presidente da Câmara. O que disseram os Membros da AM? Nada, incluindo os Presidentes das Juntas.
Mas ainda vai ter de se cortar mais! Senão mais 4 ou 5 famílias irão ficar sem pão!
Penso que estragar não é grandeza, digo eu...
5 comentários:
Lá está este Bugalhão convencido que é mais social democrata que os da câmara. Irra que quer ser candidato à força!
O mais rápido a querer ganha! Será o PS ou o PSD? Senão cria-se para aí algum movimento...
Fraco de pensamento e limitado de ideias faz constatações e afirmações de quem apenas se sabe pavonear pelas Terras de Marvão.
Dizem as más línguas que quer uma reforma mais choruda e que talvez a câmara possa dar uma força à coisa.
Agora parece que quem precisa de um choque elétrico é ele para ver se o tico e o teco começam a "tique-tar" com alguma razão e energia!
"Tá fraco de espírito" ou a inteligência é curta!
O teu “espírito até pode ser forte” e a inteligêcia bué da larga, mas faltam-te To****S, para dares a cara, que é uma coisa tipica dos cobardes...
Dizem as más linguas...?
Só mesmo as que não conhecem o João Bugalhão, são capazes de tecer comentários e suposições acerca de quem não se digna, sequer, a falar no supérfluo.
A inveja é feia, muito feia e só alguém com tal atributo se digna a escrever tal, sob o anonimato.
Se ele “mexe” com o burgo?
Mexe, é claro, ou deixaria de ser ele e a sua marcada personalidade, aberta à discussão, à troca de ideias, ao contraditório, em troca de NADA, se excetuarmos o amor que tem incondicionalmente à sua terra, aos seus canchos, às suas muralhas, ao seu Marvão.
Sede de poder ou ganancia são palavras que não coabitam contigo, João.
Por certo estás a incomodar “alguém”…
Continua, pois só com as tuas” ideias limitadas” consegues colocar o dedo na ferida… mas de olhos nos olhos, como sempre.
Eh pá...anda aqui alguém a escrever por terceiros. Mas ao menos escreve melhor que o terceiro e expõe melhor as ideias...
Sr. Maruanence,
Só pelo facto de misturar dois nomes, revela alguma hibridez da sua parte, ou um bom sentido de humor, num cardápio que não é carne, nem é peixe.
Nada devo ao Bugalhão a não ser apenas o facto de fazer o favor de ser meu AMIGO, há mais de 25 anos.
Por isso deixe-me discordar do Sr.
Apesar do feitio(eu diria fachada)não creio que o mesmo tenha apenas o Tico e o Teco, os esquilos reproduzem-se em grande velocidade, logo por ai, terá mais de dois neurónios...não muitos, mas isso é outra história.
Que a sua frontalidade, o seu conhecimento de causa, a sua paixão por Marvão incomodam o poder instituído, não tenho duvidas, o know-how é uma arma poderosa.
Num concelho onde continua a interessar que o vinho "instrua" e o fado "induque", qualquer pessoa que não alinhe no status quo, será sempre rejeitado pelo sistema.
Continue a incomodar...
Um abraço
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