terça-feira, 7 de junho de 2011

Hipótese Nula: Talvez não seja “pitrol”...

Ainda a propósito do Post que aqui publiquei, com o título sarcástico: “Eu acho que é pitrol”, acerca da aquisição de terrenos pedregosos no concelho de Marvão, não posso deixar de trazer aqui outras opiniões que me parecem bem mais sérias, e tal como dizem os seus autores é preciso dar conhecimento e alertar quem de direito, para um destes dias não ficarmos surpreendidos.

Tendo encontrado estes dois comentários no Blog http://vendoomundodebinoculosdoaltodemarvao.blogspot.com/, e por me parecer um assunto de extrema importância para o concelho de Marvão, não posso deixar de os trazer aqui à primeira página do Fórum, com a finalidade de aumentar a divulgação de opiniões sobre um assunto que tem andado, em termos de discussão pública, no segredo dos deuses.

Com as minhas desculpas ao proprietário do Blog, e aos autores, para conhecimento dos visitantes do Fórum, aqui vai:


Escreveu a Luiza Assis:

“... Há uma coisa que se chama “Terras Raras”, são minerais valiosos, que existem nos locais onde todas essas propriedades têm sido compradas. Basta ir á Net e pesquisar, em inglés a sigla é (ree rare earth elements). Basta de chicos espertos.”



De seguida Jaime Miranda escreveu:

“A propósito destas terras raras, em português, há tempos encontrei algum material, nomeadamente estudos recentes, que indicam que a zona de Santo António das Areias poderá ser a área mais fértil do nosso país nestes materiais.

(Relatório de Actividades 2010 LABORATÓRIO NACIONAL DE ENERGIA E GEOLOGIA,- http://www.lneg.pt/download/2492/LNEG_RA_2010_Final.pdf) e (Revista Electrónica de Ciências da Terra GEOTIC – Sociedade Geológica de Portugal -VIII Congresso Nacional de Geologia 2010 - http://metododirecto.pt/CNG2010/index.php/vol/article/viewFile/150/400)

Destaque-se que o valor destes minérios é extraordinário, e a tendência é que o aumento da sua procura venha a torná-los como as mais valiosas pedras preciosas.

Terras raras como o itrio, cuja concentração no nosso concelho é bastante relevante, segundo os estudos que encontrei, são utilizadas em aplicações de altíssima tecnologia, como telemóveis, ipads, veículos eléctricos, fibra óptica, lasers, acumuladores de energias renováveis, etc. Actualmente o principal produtor é a China que tem vindo a diminuir a sua produção de forma a rentabilizar as reservas.

Face a estas notícias, provavelmente será a oportunidade de negócios futuros na área da extracção mineira que levou à compra de tantos terrenos no nosso concelho, e aos investimentos de que temos ouvido falar, assunto que tem intrigado muitas pessoas e que o Sabi, sempre a fazer serviço público de qualidade no seu estabelecimento, trouxe para a discussão.

A minha opinião é que devemos estar alerta.

Na revista do Público, do dia 29 de Maio saiu um artigo com o título “Os seus “gadgets” deixam um rasto de sangue e poluição?” (http://economiadestaque.blogspot.com/2011/06/origem-das-materias-primas-para-os.html), que merece a nossa leitura e reflexão.

Estas descobertas têm as suas virtudes e os seus inconvenientes e tratando-se de matérias pouco estudadas o risco que acarretam é desconhecido.

Acredito que fazer circular a informação é o principal meio de prevenir surpresas desagradáveis e, no que diz respeito ao concelho de Marvão, espero que as autoridades políticas e os responsáveis pelas questões ambientais e patrimoniais estejam atentos e sejam responsáveis perante a população.

Porém, apesar destes receios, não deixo de ficar um pouco entusiasmado com estas notícias, uma vez que é conhecido que, desde os primórdios, a história e o sucesso do nosso concelho estiveram associados à exploração mineira: assim foi no tempo dos romanos, em que o concelho era um dos mais desenvolvidos centros de exploração mineira da Lusitânia, como refere Laranjo Coelho, no livro Terras de Odiana; assim foi no sec. XVI, quando o Rei D. Sebastião deu ordem para explorar as ferrarias que existiam na nossa região; e foi assim até aos meados do século XX, tempo que ainda persiste na memória de alguns, que recordam as histórias do volfrâmio que era extraído do subsolo da nossa terra e era transportado para a Alemanha, para alimentar a industria que Hitler desenvolveu ao serviço da II Guerra Mundial.


Quem sabe se não é por aqui que se inicia mais uma das mil e uma histórias sobre as maravilhas do nosso concelho, aquela que sem nós darmos por isso, o futuro está a escrever...

Aquele abraço.”

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