A “caridadezinha” parece que está em moda.
Com todo o respeito por todos aqueles que precisam de ser ajudados, mas, com muito pouco apreço, por muitos daqueles que a "praticam". Sobretudo, por aqueles, que no dia a dia, se encontram em lugares de decisão e que nada fazem para evitar.
Nesta perspectiva, encontrei o poema de outros tempos de Manuel da Fonseca, e que agora aqui vos deixo. De facto, mudam-se os tempos…, mas história quase sempre se repete.
"DONA ABASTANÇA"
«A caridade é amor»
Proclama dona Abastança
Esposa do comendador
Senhor da alta finança.
Família necessitada
A boa senhora acode
Pouco a uns a outros nada
«Dar a todos não se pode.»
Já se deixa ver
Que não pode ser
Quem
O que tem
Dá a pedir vem.
O bem da bolsa lhes sai
E sai caro fazer o bem
Ela dá ele subtrai
Fazem como lhes convém
Ela aos pobres dá uns cobres
Ele incansável lá vai
Com o que tira a quem não tem
Fazendo mais e mais pobres.
Já se deixa ver
Que não pode ser
Dar
Sem ter
E ter sem tirar.
Todo o que milhões furtou
Sempre ao bem-fazer foi dado
Pouco custa a quem roubou
Dar pouco a quem foi roubado.
Oh engano sempre novo
De tão estranha caridade
Feita com dinheiro do povo
Ao povo desta cidade.
Com todo o respeito por todos aqueles que precisam de ser ajudados, mas, com muito pouco apreço, por muitos daqueles que a "praticam". Sobretudo, por aqueles, que no dia a dia, se encontram em lugares de decisão e que nada fazem para evitar.
Nesta perspectiva, encontrei o poema de outros tempos de Manuel da Fonseca, e que agora aqui vos deixo. De facto, mudam-se os tempos…, mas história quase sempre se repete.
"DONA ABASTANÇA"
«A caridade é amor»
Proclama dona Abastança
Esposa do comendador
Senhor da alta finança.
Família necessitada
A boa senhora acode
Pouco a uns a outros nada
«Dar a todos não se pode.»
Já se deixa ver
Que não pode ser
Quem
O que tem
Dá a pedir vem.
O bem da bolsa lhes sai
E sai caro fazer o bem
Ela dá ele subtrai
Fazem como lhes convém
Ela aos pobres dá uns cobres
Ele incansável lá vai
Com o que tira a quem não tem
Fazendo mais e mais pobres.
Já se deixa ver
Que não pode ser
Dar
Sem ter
E ter sem tirar.
Todo o que milhões furtou
Sempre ao bem-fazer foi dado
Pouco custa a quem roubou
Dar pouco a quem foi roubado.
Oh engano sempre novo
De tão estranha caridade
Feita com dinheiro do povo
Ao povo desta cidade.
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