sexta-feira, 16 de abril de 2010

Flagrantes da vida real

Francisco é um homem do partido. Não interessa que partido (são todos iguais).

No dia em que o Carlinhos, seu filho, com a irreverência dos seus 18 anitos mal educados, disse que não queria estudar mais, depois de ter chumbado 3 vezes no 10º ano, o pai percebeu que tinha um problema considerável dentro de casa.
Após meditar durante uns dias, resolveu telefonar a um colega de Partido, na altura Presidente de… qualquer coisa.

- Manuel, como estás? Tudo bem? Preciso que me faças um favor. O meu Carlinhos diz que não quer estudar mais, pá. Preciso que me arranjes um trabalho para o puto, antes que me comece a andar nos copos e na passa todas as noites… para ver se sente a necessidade de continuar a estudar.

Manuel franziu o sobrolho e pensou para os seus botões ”mais um a pendurar-se… a ver se se lembram de mim, se algum dia eu precisar…”

- Ok, amigo Francisco, não te preocupes que alguma coisa se há-de arranjar. Para isso servem os amigos, não é? Assim que tiver novidades, ligo-te.


Três dias depois, o Presidente Manuel ligou e diz:

- Assunto resolvido. O Carlinhos vai ser adjunto do Administrador Regional de Saúde. 3000 euros por mês. Tá fixe, não tá?
-Não! Isso é muito… Eu quero que ele continue a estudar!


Passados dois dias, nova chamada do Presidente para o amigo Francisco:

- Pronto, já encontrei qualquer coisa. Secretário privado de um Chefe de Gabinete. 2500 euros mês…
- Não, Manuel, isso é muito. Se ele se apanha a ganhar esse dinheiro nunca mais pensa em estudar na vida dele! Tem que ser uma coisa para ganhar 500 euros mês. Auxiliar administrativo, ou uma coisa assim…



- Ó Francisco, és cego ou quê, pá? Para esses lugares é impossível haver tachos, meu! Não sabes que é preciso abrir concursos, são centenas de concorrentes, exigem o 12º ano, experiência profissional, etc. etc.?

Nenhum comentário: