terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Foliões Improváveis!


Nunca gostei muito do carnaval!

Os corsos dos maiores carnavais nacionais nunca passam de “cópias frias” dos grandes desfiles no sambódremo carioca. Esses sim, bem quentinhos! Localmente, o tradicional carnaval de Castelo de Vide, que fui presenciando, ficava sempre um pouco aquém das expectativas.

Este desinteresse carnavalesco teve apenas uma excepção há cerca de oito anos, quando, por acaso, vivi uma noite de carnaval na Nazaré. Ao ritmo de música frenética, típica daquele carnaval, deambulámos de bar em bar por ambientes divertidíssimos, passando momentos bem agradáveis.

Portanto, o carnaval nunca foi festa que apreciasse particularmente.

Há cinco anos, tudo mudou! No âmbito do “Marvão Folião”, e perante a falta de comparência de um elemento da família, deparei-me, em cima da hora do desfile, com um traje de bruxa. Avancei… e encarnei na dita de uma forma que até a mim me surpreendeu. O carnaval, a partir daí, nunca mais foi a mesma coisa. Seguiu-se um frade e, depois, o enquadramento num grupo excepcional onde fiz novas amizades e cimentei antigas.

E agora, perante mais uma edição do "Marvão Folião", o frenesim já está aí novamente!

Para os foliões, o carnaval começa mais cedo. E o convívio, também! Tudo se inicia com um “brainstorming” para a escolha dos temas. Depois é pura diversão, imaginando as diversas personagens e situações. E convívio, sempre!

Assim, são os foliões (muitos, como eu, improváveis) que melhor aproveitam o carnaval. Daí talvez eu, como mero espectador, considerasse os de Castelo de Vide aquém das expectativas.

Geminado de vontades populares, o “Marvão Folião” tem trazido, ano após ano, as pessoas e a animação para a rua. Os mais velhos, saudosistas, costumam dizer que, nestes dias, S.A.A. tem quase tanta animação como nos S. Marcos de antigamente. E há, também, a discoteca “A Cave”, que ganha a vida de outros tempos. E há, ainda, os bailaricos na Sala nº 1…

Há, sobretudo, partilha, convívio e diversão. Cada vez mais raros neste mundo individualista e egoísta…

Para abrir “o apetite”, aqui ficam algumas fotos de outros anos:











Bonito Dias

2 comentários:

Gi caldeira disse...

Eu não entendo porque razão se denomina Marvão folião... Talvez seja por rimar, torna se mais sonoro.

Se decorre em Santo Antonio das Areias, não seria melhor passar a identificar-se com a localidade?

Não tenho nada contra o facto de se lhe atribuir o nome do concelho, mas Marvão ja tem um lugar de destaque a nivel nacional e internacional.

Bonito disse...

Percebo as objecções da Gi Caldeira à denominação do carnaval (realizado em SAA) de “Marvão Folião”.

Mas não concordo com elas!

Considero que a utilização da denominação “Marvão” em eventos realizados noutros locais do concelho é acertadíssima, principalmente por duas razões (uma externa e outra interna):

1 – Aproveitar a excelente imagem que Marvão “transporta”. É completamente diferente publicitar este carnaval nos concelhos limítrofes como “Marvão Folião” ou “SAA Folião”. Tal como seria diferente se se tratasse de um qualquer outro evento numa qualquer outra localidade do concelho. É a tal questão da “marca chapéu”. Só o facto de surgir o termo “Marvão” já é outra coisa…Faz toda a diferença!

2 – Uma questão de aglutinação e sentido de pertença. Não obstante as suas características diferenciadoras positivas, Marvão é um concelho que se diferencia dos outros, também, por uma característica bastante negativa. Enquanto que os outros (Portalegre, Castelo de Vide, Arronches Monforte, Crato, Alter, etc) têm uma sede de concelho que aglutina (concentra) a população, as infra-estruturas, os eventos e as vontades (permitindo certas realizações), Marvão tem uma sede de concelho que, devido à sua singularidade, não desempenha esse papel.

Em Marvão a população, as (escassas) infra-estruturas, os eventos e (sobretudo) as vontades estão dispersas pelo concelho. Assim, é importante que se promova o sentido de pertença juntos dos marvanenses. Isto é, que quando se concretiza algo em SAA (ou na portagem, ou em S. Salvador da Aramenha, ou no Porto da Espada, ou na Beirã, etc etc) seja sentido (e vivido) como algo dos marvanenses. E por isso denominar esses eventos como “de Marvão” parece-me bastante acertado.

Comprimentos
Bonito