O presente artigo que reproduzo abaixo é sobre politica e figuras nacionais, mas com alguma facilidade, poderia ser aplicado aqui no burgo.
É impressionante como determinadas “cenas” e determinados “cromos" se replicam nos diversos contextos nacionais.
O país já não está de “tanga”, eu diria que “portugal vai nu”! E a democracia está enferma à beira de ser tumulada em campa rasa, ou quem sabe até, numa qualquer vala comum.
Desenganem-se aqueles, que acreditam que a recuperação da crise está aí ao virar da esquina. A CRISE em Portugal ainda está para vir. A crise portuguesa não é apenas “economesa”, a nossa crise é de princípios e valores, e, com políticos destes não vamos lá!
Mário Crespo tem toda a minha solidariedade, porque é um bom Jornalista e um Homem de coragem. Infelizmente, e a exemplo de outros, não resistirá.
É impressionante como determinadas “cenas” e determinados “cromos" se replicam nos diversos contextos nacionais.
O país já não está de “tanga”, eu diria que “portugal vai nu”! E a democracia está enferma à beira de ser tumulada em campa rasa, ou quem sabe até, numa qualquer vala comum.
Desenganem-se aqueles, que acreditam que a recuperação da crise está aí ao virar da esquina. A CRISE em Portugal ainda está para vir. A crise portuguesa não é apenas “economesa”, a nossa crise é de princípios e valores, e, com políticos destes não vamos lá!
Mário Crespo tem toda a minha solidariedade, porque é um bom Jornalista e um Homem de coragem. Infelizmente, e a exemplo de outros, não resistirá.
A “gaveta” já o espera. O “Sistema” não perdoa.
Eu sei o que isso é, já o senti na pele.
Para conhecimento e reflexão dos visitantes do Fórum:
Mário Crespo
Terça-feira dia 26 de Janeiro. Dia de Orçamento.
O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa.
Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”). Fui descrito como “um profissional impreparado”. Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal.
Definiram-me como “um problema” que teria que ter “solução”. Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo. É fidedigno. Confirmei-o.
Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): “(…) o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre (…)”. É banal um jornalista cair no desagrado do poder. Há um grau de adversariedade que é essencial para fazer funcionar o sistema de colheita, retrato e análise da informação que circula num Estado. Sem essa dialéctica só há monólogos.
Sem esse confronto só há Yes-Men cabeceando em redor de líderes do momento dizendo yes-coisas, seja qual for o absurdo que sejam chamados a validar. Sem contraditório os líderes ficam sem saber quem são, no meio das realidades construídas pelos bajuladores pagos. Isto é mau para qualquer sociedade. Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerandos e obrigados.
Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser “um problema” que exige “solução”. Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre.
Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos “problemas” nos media como tinha em 2009.
O “problema” Manuela Moura Guedes desapareceu. O problema José Eduardo Moniz foi “solucionado”.
O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser “um problema”.
Foi-se o “problema” que era o Director do Público.
Mário Crespo
Terça-feira dia 26 de Janeiro. Dia de Orçamento.
O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa.
Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”). Fui descrito como “um profissional impreparado”. Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal.
Definiram-me como “um problema” que teria que ter “solução”. Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo. É fidedigno. Confirmei-o.
Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): “(…) o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre (…)”. É banal um jornalista cair no desagrado do poder. Há um grau de adversariedade que é essencial para fazer funcionar o sistema de colheita, retrato e análise da informação que circula num Estado. Sem essa dialéctica só há monólogos.
Sem esse confronto só há Yes-Men cabeceando em redor de líderes do momento dizendo yes-coisas, seja qual for o absurdo que sejam chamados a validar. Sem contraditório os líderes ficam sem saber quem são, no meio das realidades construídas pelos bajuladores pagos. Isto é mau para qualquer sociedade. Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerandos e obrigados.
Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser “um problema” que exige “solução”. Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre.
Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos “problemas” nos media como tinha em 2009.
O “problema” Manuela Moura Guedes desapareceu. O problema José Eduardo Moniz foi “solucionado”.
O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser “um problema”.
Foi-se o “problema” que era o Director do Público.
Agora, que o “problema” Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais “um problema que tem que ser solucionado”. Eu.
Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada.
Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada.
Um comentário:
Que perigosa palhaçada e que perigoso palhaço!
O mesmo palhaço que há uns tempos atrás Mário Crespo descreveu na perfeição numa crónica sua (no mesmo jornal, que agora lhe fechou as portas). Nesse texto não se sabia ao certo quem era o palhaço, o público, esse sim, estava à vista quem era!
Nesta palhaçada é a mesma coisa: não se sabe se o palhaço é o Sócrates Silva, o Alagoense Lacão, o representante legal do Big Brother, ou quem sabe o próprio Mário Crespo! O Público, a Plateia essa é a mesma de sempre, desde Roma do pão e circo, que nos entra, aos nossos dias, pela nossa casa adentro todo o santo dia...e a malta aplaude, e dá maiorias, que não sendo se tornam, absolutas, aqui no burgo escondido, como no mediático parlamento!
E palmas para os palhaços
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