segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O nosso mundo, por MST…

Eis mais um exemplo de porque não perco uma crónica do Miguel Sousa Tavares:




Nota: Tenho uma professora no agregado familiar, pelo que espero que não veja este post. Registe-se, no entanto (para amenizar), que considero que a questão do professores envolve outros importantes contornos, sobre os quais os mesmos têm legítimas razões de queixa relativamente à política preconizada nos últimos quatros anos...
Bonito Dias
(bonitodias@gmail.com)

13 comentários:

Felizardo Cartoon disse...

No que respeita à Educação, o Homem ( M. S. T.) não acerta uma !

Simplesmente não sabe do que está a falar ! A divisão da Carreira em duas, que ele tanto defende, não era baseada no mérito, mas na antiguidade e a sorte de estar no local certo, à hora certa .

Um professor com uma média de curso e de estágio superior a um outro qualquer, colocado numa escola a 100 metros, poderia não ser titular em detrimento deste último, só pelo facto de estar a leccionar noutro estabelecimento de ensino em que as vagas para titular, fossem menores em termos percentuais .

O rol de injustiças causado por esta barreira ARTIFICIAL, é tão vasto, tão vasto, que podia estar aqui a inumerar exemplos, uma noite inteira .

Teve como objectivo, o factor economicista ; criou um clima de mau estar entre colegas, pois, não me canso de reafirmar, criou clivagens artificiais não alicerçadas ( de forma alguma ) no mérito; competência e dedicação à causa, da grande esmagadora maioria dos docentes .

O titular que me iria avaliar, não era da minha área disciplinar ; tem uma média de estágio e de curso inferior à minha ! Tirou um curso superior ( bacharelato ), creio que de três anos .

Não querendo pôr em causa, a sua competência, há aqui qualquer coisa que não joga bem : é mais profissional que, eu só por possuir mais 4 anos de serviço ?

Eu tenho licenciatura num curso de 5 anos que me custou ( a mim e à minha família, os olhos da cara ).

Não gosto de puxar dos meus galões, mas onde é que está, a justiça neste processo ? Posso afirmar que casos como o meu, são às centenas .

Os professores querem avaliação . Não querem esta avaliação absurda .

Qual é a mais valia pedagógica de um professor de Ed. Física, ou de Ed. Músical, ir avaliar outro de Educação Visual ?

Para que é que serve a especialização ?

Acresce que a avaliação inicialmente preconizada por Mª de Lurde Rorigues, era simpelmente inexequível, pois punha meio mundo avaliar outro meio, para não falar da componente extremamente burocrática .

Inicialmente um professor cujo sucesso dos seus alunos, fosse elevado, era beneficiado na avaliação !!!!

Queremos um ensino de sucesso à força, onde o resultado final do aluno que se esforça, será igual àquele que deverá ser levado ao colo ?

A equipa ministrial cedo se apercebeu da "diarreia mental" e do elefante branco que criou.

Houve fases em que já nem sequer conseguiam disfarçar o desnorte .

Apenas na comunicação social, apareciam com o discurso burilado, trabalhado, para português ver, com o objectivo de denegrir a imagem dos professores . Em muitos sectores da sociedade foram bem sucedidos, infelizmente .

Ficava para segundo plano o que é fundamental ( creio eu )... que é leccionar .

Acresce, que não há profissão mais avaliada .

Eu sou avaliado todos os anos e tive a sorte de frequentar acções de formação, que me fizeram crescer como pessoa e como profissional .

Dou todos os dias o melhor de mim .

O Professor é avaliado pela tutela; pelos orgãos de gestão ; pelo pessoal discente ; pelos Encarregados de Educação ; pelos alunos ; pelos colegas .

É uma das profissões mais vigiadadas e constantemente sob a mira da opinião pública .

O erro do professor ( em termos pedagógicos e científicos ) tem que se aproximar do zero .

Não há espectáculo mais triste, do que ver alguém, a reafirmar posições em jornais de referência, sobre assuntos, que não domina de todo !

Felizmente em outras matérias, regra geral, é assertivo .

Desculpa a discordância, mas como dizia o poeta :

contigo em contradição pode estar um grande amigo... duvida mais dos que estão sempre de acordo contigo !

Grande abraço : Hermínio

Bonito disse...

Só por este comentário do Hermínio já valeu a pena colocar aqui este post!

Eu conheço essas tuas razões do sector (e outras) e concordo com elas. Contudo, é certo que existe um grande problema na função pública que tem a ver com avaliação do mérito. Não é justo que todos tenham a mesma progressão de carreira e, mais grave, o país não tem condições económico-financeiras para pagar os vencimentos instituídos no último terço da carreira de muitas (sublinho “muitas”) profissões da função pública.

Portanto, há que fazer alguma coisa nesta matéria (como em muitas outras, naturalmente)!

É certo, também, que não será fácil implementar um sistema de avaliação envolvendo matérias dificilmente mensuráveis e avaliadores inadequados. E existem funções, como por exemplo a de professor, com especificidades que é obrigatório levar em linha de conta. Indexar, por exemplo, o mérito de um professor às “notas” dos seus alunos é muito pernicioso, podendo levar ao facilitismo.

Expurgando essas (e outras) particularidades concordo com o MST de que na função pública, tal como em qualquer empresa privada é necessário avaliar o mérito e compensar os melhores. Só assim se podem melhorar os níveis de produtividade (que é um dos principais problemas do país).

Relativamente às “quotas” para ascensão nas carreiras envolvem, por vezes (muitas vezes), injustiças mas convenhamos que nas empresas privadas elas também existem, não estando abertas as portas do topo de carreira a todos.

Enfim, estas são matérias muito melindrosas porque envolvem dinheiro. O dinheiro que cada um aufere ao fim do mês. Mas já se viu que o país não tem condições para manter os níveis de “rendimentos” que nas últimas décadas proporcionou (mal) a alguns (muitos).


Nota: reitero que tenho uma funcionária pública (prof.) no agregado familiar, pelo que, obviamente, me convinha que a sua ascensão na carreira não tivesse estado congelada vários anos e que pudesse atingir (no topo de carreira) um vencimento idêntico aos actualmente existentes.

Convinha…

Grande Abraço
Bonito

Mac disse...

Não gosto de MST.

Neste artigo concordo com ele. Há muita gente a pensar que o Estado tem uma árvore das patacas. Não tem. O dinheiro é o que nós contribuímos.

No meu caso, somos 28000, mas apenas 1/4 (pela positiva), se dedica a proteger a proteger o cidadão. O resto está "entravancado" em serviços burocráticos e/ou a servir a própria instituição (a ler-se: mordomias).
Isto só lá vai cortando a direito, mas alguma vez terá de ir, nem que seja a "Sociedade das Nações" ou a CE a tomar conta disto.

No que toca à "guerra", não a entendo. Gostaria que me a explicassem como se eu fosse muito burro. Afinal o que é que os professores querem objectivamente. Será que apresentaram soluções? Onde é que as posso ler?

Eu sou avaliado semestralmente e por pessoas que nem chegam a conhecer-me. E sei que nunca vou chegar ao topo da minha carreira, apesar de ter sido sempre dos primeiros dos meus inúmeros cursos. Os meus avaliadores são, por norma, energúmeros (mas todos os chefes o são - excepto os porreiraços). Mas também sei ver que seria impossível toda a gente chegar lá.

Felizardo Cartoon disse...

Nesta resposta, o Bonito revelou mais conhecimento de causa (aliás como é seu timbre ), do que mil tempos de antena, do M. S. T abordando esta temática .

Grande abraço !

Jorge Miranda disse...

Caro Herminio; não tenho duvidas que sempre foste uma pessoa que investiu na tua carreira e acima de tudo na tua própria realização pessoal.
O problema amigo Herminio, é não conseguirmos separar o Trigo do Joio, e olha que com 4 filhos poderia quase escrever um manual " como não ser Professor no SecXXI".
Existem muito maus professores, como existem maus profissionais em todas as àreas, mas até à pouco tempo todos os professores eram muito bons, só assim se pode explicar o topo de carreira para todos os docentes.
Penso que o caminho correcto será, o do meio, nem herois nem vilões, mas sobretudo sem se dissociarem do papel fundamental que têm como formadores.
Um abraço, deste rato...
Jorge Miranda

Felizardo Cartoon disse...

Não tenho duvidas relativamente ao que defendes Jorge . A epopeia empreendida por Mª de Lurdes Rodigues, é que não foi, nem será nunca, uma solução para o problema .

Milhares de professores reformaram-se com grandes penalizações no vencimento, descontentes com as actuais práticas no ensino, veículadas pela anterior equipa ministrial, não só no que concerne à ascensão na carreira, mas na própria orgânica do sistema de ensino .

Posso garantir-te que alguns desses docentes dissidentes, eram excelentes professores e que optaram ir para casa , repito, com muito menos dinheiro, do que aquele que lhes era devido .

o cerne da questão e a fonte de todos os males do ensino, não é só a progressão na carreira, dos professores . Esta temática asseguro-te daria pano para mangas !

Grande abraço ! Hermínio .

Clarimundo Lança disse...

Mais uma matéria que do meu ponto de vista e parco olho, o Governo pratica uma verdadeira barbárie contra os Professores, os coitadinhos (desculpem qualquer conotação), vejam bem que a muitos milhares de Professores obrigaram-nos a dar AULAS, isto não se faz.
Não admira pois que também muitos milhares de Professores se vissem forçados a reformar-se com grandes perdas de vencimento, infelizes, por não concordarem com as práticas do ensino.
Vou individualizar, a minha entidade patronal também tem as suas práticas, e que ganho eu não concordar com elas, faço greve, vou para a porta do Governo Civil (ou para a porta da rua), ou então eis senão quando reformo-me, perdendo uma pequena parte que seja, e com que fico, com pouco, mas isto não é queixa é a realidade de milhões de PORTUGUESES , que não concordando, concordam diariamente com tudo e com nada.
Eles não, reformam-se, vão para casa, cuidar dos netos, cães, gatos, etc.
Se fosse isto, até que nem era mau para PORTUGAL, mas não é isto que acontece com estes infelizes, o que diz a realidade é bem outra:
-Dar aulas nas Particulares – A preços simbólicos (também não acredito)
- Dar explicações – A preços de Modelo (Levas Três Pagas Uma)
- Ou ainda para a coitada da Política ( Que tão mal os trata?)
O Anti-Crise
Clarimundo Lança

Felizardo Cartoon disse...

Ó Clarimundo : A grande esmagadora maioria dos professores, não se sentem coitadinhos por ter de trabalhar e de desempenharem a função para a qual se sentem capacitados e aptos .

Não foi necessário que e a anterior ministra obrigasse os docentes a dar aulas, porque eles já o faziam, maioritariamente com muito esmero e com muita qualidade .

Tu não tiveste bons professores ? Que raio !

Vamos meter toda a gente no mesmo saco ?
As centenas de milhar de docentes que vieram para as ruas, estavam todos equivocados ?

Estavam animados de saudável espírito excursionista durante os sábados e em vigílias nocturnas, muitas vezes debaixo de chuva em todas as capitais de Distrito, até em Portalegre, cidade pouco dada a este tipo de contestações ?

Não tinham direito à indignação ?

Ainda estamos em 1973 ?

Pensas que a grande maioria dos docentes que se reformaram compulsivamente, foram para casa de ânimo leve todos contentes da vida?

Uu posso apresentar-te alguns, que estando ainda na posse de todas as capacidades para desempenhar uma profissão que abraçaram com dignidade e cuja competência era reconhecida por todos menos pela tutela, que foram embora com grandes dores na alma, por se sentirem manchados na sua dignidade e à mercê das inúmeras injustiças às quais já fiz referência num comentário anterior .

A auto comiseração, não ocorre, nesta profissão pelo facto das pessoas terem que trabalhar; trocar experiências e saberes com os alunos .

O que pode ocorrer é o direito à indignação, devido às injustiças e a um sistema de ensino cada vez mais burocrático, opressivo, onde a função primordial do docente que é dar aulas se dilui cada vez mais num mar de papelada muitas vezes inconsequente e lesivo do interesse dos alunos .

O estado não sai tão prejudicado, com a reforma antecipada de um docente, como à partida pode parecer . Não é linear que com a saída de um professor,este seja substituído por outro,por diversas ordens de razões : a população estudantil e a natalidade estão a diminuir . Cada docente é pau para toda a colher .

Porque é que os alunos recentemente formados nas E. S. de Educação, a quem prometeram mundos e fundos, vêem as carreiras passar-lhes ao lado, simplesmente porque o sistema lhes fechou a via de ensino a sete trancas ?

E os pais desses alunos que investiram na educação dos seus filhos ? Um dia poderão ser os teus os os meus .

Para os bem nascidos haverá sempre escapatória, um tacho ;uma cunha... e os outros, emigram ? Como já está a acontecer com muitos recém formados que não encontram no solo pátrio possibilidades de exercer as profissões com que sonharam ?


Eu dou aulas a alunos do ensino especial, que estão inseridos em turmas enormes do ensino regular .

Qual é vantagem pedagógica de ter alunos que só sabem assinar o seu nome, porque o decoraram mas não o sabem soletrar .

A isto chamam integração, eu chamo discriminação . Muitas vezes, quando solicitados a intervir no decorrer das actividades lectivas, são alvo de chacota por parte dos outros .

Repito, a isto chama-se integrar ou marginalizar ?

Que fazer aos bons alunos ?

Vamos nivelar cada vez mais por baixo ?

Acresce que muitos docentes não têm especialização para lidar com este tipo de alunos, com a agravante de não poder dedicar mais tempo aos outros que estão na sala de aula em patamares cognitivos mais avançados , a não ser que os docentes ascendam à categoria de deuses omnipotentes e omnipresentes .

Felizardo Cartoon disse...

As super escolas que este sistema de ensino preconiza, é uma amálgama em termos de faixa etária e em termos cognitivos ( um antigo aluno da CERCI, desde que saiba assinar o seu nome pode integrar uma turma do ensino regular, como já disse ) .

As super escolas estão a despovoar as aldeias mais pequenas .

Santo Antº das Areias tem alguma coisa a ganhar, sem o pulsar que os jovens lhe transmitem e por arrasto, sem os docentes que aí são colocados ?



A este propósito, transcrevo aqui um parecer do Doutor Hugo Capote :

1 – No meu entendimento, e após ouvir várias opiniões de estudiosos da matéria, é um erro pedagógico grave juntar crianças com uma tão grande amplitude de estádios cognitivos e sócio-afectivos num mesmo espaço físico, mesmo que previstas soluções para evitar contactos prolongados entre crianças com grandes diferenças etárias.

O desejável é a sequencialidade pedagógica entre a educação pré-escolar e o 1º ciclo do ensino básico, num mesmo espaço físico, tanto quanto possível integrado no meio social envolvente correspondente ao ambiente familiar (área de residência dos pais, avós, vizinhos, ou familiares, ou, em alternativa, área de trabalho dos pais), processando-se depois, por altura da entrada na adolescência, à mudança para estabelecimento de ensino dos seguintes ciclos do ensino básico .

A ironia a que recorreste em "posts" anteriores com as quais eu me ri, dada a sua argúcia e sentido crítico, aqui não foi tão assertiva !

Nenhuma ministra precisa de pedir aos "coitadinhos" dos professores, para que trabalhem, para que eles o façam com qualidade!

Desculpa o desabafo, sem qualquer tipo de ressentimentos :
Abraço !
Hermínio

Clarimundo Lança disse...

Boas Hermínio
Eu defendo que em todas as profissões os melhores e só os melhores devam ser os "MELHORES".
Mas hás-de concordar que a classe "Professor" abarcou ou deixaram abarcar, muitos incompetentes e pessoas sem poder de mando, como havia antigamente, não de régua na mão, mas sem medo do aluno, mas eu até nem me referia a estes no comentário, mas sim aqueles que sendo Professores faziam a sua carreira, sem dar aulas, agarrados as secretárias de Gabinetes, pagos para coordenarem o Ensino, e que anos após anos o deixou cair neste estado lastimoso em que se encontra. O Estudante é estudante na medida em que estuda, e o Professor será professor enquanto leccionar, transmitir o que aprendeu aos seus alunos, e tú sabes melhor do que eu quantos milhares de Professores recebem vencimentos principescos neste País sem nunca por o pé numa sala de aula por período lectivo, são estes que minam, e que vocês protegem, e não recebem reciprocidade.
O Anti-Crise
Clarimundo Lança

Felizardo Cartoon disse...

Ó Clarimundo : com o que disseste acabas por me dar razão . Muitos dos docentes que exerceram cargos directivos e burocráticos, foram os primeiros a ascender à categoria de titulares .

A função primordial de um professor, é mesmo dar aulas e não ser um rato de biblioteca ou burocrata a tempo inteiro.

Posso ainda garantir-te que os docentes do ensino básico e secundário, não auferem remunerações principescas ; recebemos muito menos que os nossos vizinhos espanhóis que passam muito menos horas na escola .

Se formos para o ensino Superior e para os cursos de formação, aí sim há ordenados principescos.

Eu leccionei no Barreiro em 97, vivia num prédio do 3º andar sem elevador, com a minha mulher grávida da minha primeira filha, sem trabalhar . Tinha mais desafogo financeiro do que na actualidade . Os meses de muita gente, que é professor engordaram para álem do ordenado .

Tu deves saber do que eu estou a falar .

Num país onde alguns detentores de cargos públicos, roubam aos milhões, é a função pública o maior de todos os males ?

Isto já vai longo !
Sempre tive muita consideração por ti, apesar de nunca termos privado muito, talvez devido ao meu feitio introspectivo .

Abraço ! Hermínio .

Clarimundo Lança disse...

Hermínio agora é fácil para mim devolver o louro, mas como é sincero, cá vai, nutro o mesmo por ti sem qualquer complexo considero-te um amigo e bom conversador, apesar efectivamente das poucas vezes que privamos.
Mas, concordarás comigo, que infelizmente neste País há classes que bateram totalmente no fundo sem poder nenhum, como os comerciantes, empregados administrativos, escritório, operários de calçado etc etc etc, sem voz nenhuma e mais grave ainda surdos-mudos (com o devido respeito por estes), em que por da cá aquela palha fecha-se a fábrica e lá vão 100, 200, 500, para a rua com as duas mãos atrás, sem tostão algum, e a vossa CLASSE chega invariavelmente aquele dia e lá está o dito com que se compram os melões, para uns já menos do que aquando da árvore das patacas, mas existe e muito acima da média.
Trabalham muito, não duvido, muita carga horária, talvez ( e os outros), os alunos são uns incultos, não têm educação, pois também é verdade, mas cá vai uma pergunta mas o Ministério não se chama da EDUCAÇÃO, então porque não educam, porventura será melhor mudar-se o nome ao Ministério e passaria a chamar-se MINISTERIO DO ENSINO.
O Anti-Crise
Clarimundo Lança

manel disse...

Cada um tem as suas razões.
Percebo os professores e a minha mulher tb o é.
Discordo quase por inteiro de inúmeras coisas. No meu tempo a escola ensinava a ler, a escrever e a contar. E os professores eram mal pagos.
Hoje os meu dilhos não são bem ensinados e sempre tive uma discordância quase total com a minha mulher a propósito destas coisas.
E cada vez estou mais radical. Mas porque é que o emprego é para toda a vida? Mas porque é que um funcionário administrativo, um tipógrafo, um electricista, até um pedreiro, ou outro, não consegue ganhar no privado o que se ganha no público (muitas vezes sem hazer nada, como todos sabemos)?
porque é que os jovens que saem licenciados são muitas vezes mais analfabetos que a mairira dos tipos da minha idade com o 5º ano do liceu?
Porque é que na iniciativa privada (tirando as empresas de energia e de telecomunicações em regra) não se consegue pagar mais de 600 euros a uma pessoas e e´preciso explicar-lhe que isso custa 900 euros à empresa?
Mas se a mesma pessoa for trabalhar para a Câmara já pode ganhar 100 líquidos?
Mas pq é que oe lic que foram para profs, se acham que estão mal, não abrem escolas?
Eu, se pudesse, metia logos os meus gaiatos numa á antiga.
Estou a ser duro, é verdade, mas para o caso de não entenderem, o ex-vice presidente da Câmara de portalegre teve de se reformar como professor pq ganhava mais do que vp da CM. Isto é normal?
E é normal que um guarda com o 9º ano ganhe mais que um lic numa empresa?
Não, nada disto é normal, mas enquanto as empresas tiverem de pafar o IVA sem receberem o valor das facturas que emitiram, enquanto as empresas tiverem de fazer descontos brutais, os empregados vão viver na miséria.
Defendo o pagamento do ordenado bruto aos empregados - nunca menos do actual vezes 14 meses - e cada um que trate dos seus descontos, que até podem alguns ser obrigatóros, mas não quero ser eu o "paizinhos" dos meus funcionários.
E quanto aos profs, só t~em de estar no mercado de trabalho como todos os outros profissionais. Se há gaiatos, pois que dêem aulas; se não há, pois que sejam taxistas, designers, electricistas, caixas de super-mercado ou de prefer~encia empresários: que façam empresas, criem emprego e riqueza. Disso é que precisamos, não de funcionários públicos e empregados sempre dependentes dos outros.
repito que estou a ser duro, mas é de propósito.
Custa-me entender um médico a administrar serviços; tem é de dar consultas e de tratar de doentes, foi para isso que estudou, e gerir, que o faça quem estudou ou pelo menos aprendeu para isso.
Quanto aos professores, há muitos anos que digo que um dos males maiores do nosso ´País é serem eles a mandar nas escolas.
Digo até mesmo que devia ser proibido um professor gerir uma escola como um médico um hospital.
Nos tempos da Regorma Agrágrias e das grandes convulsões, quanto habitantes havia no distrito? (lembro que tínhamos quatro deputados), e nessa altura a patente mais alta da GNR era um capitão, e só havia um, e meia dúzia de sargentos, ou nem tanto. Hoje são não sei quantos tenentes coronéis, dezenas de majores e capitães, toneladas de sargentos e ao todo mais de 600 guardas.
Quantos gaiatos havia? E quantas escolas? E quantos profs?
Pois quem mandava era o dr serrote e uma funcionária que trabalhavam num gabinete do liceu.
Hoje com menos escolas, menos profs e menos alunos, só para andar há um prédio inteiro na Av de Sto António e dois directores, um para cada metade do distrito.
... e os gaiatos cada vez sabem menos!