Faz hoje uma semana, que sucederam os acontecimentos que hoje aqui trago à reflexão. Não o quis fazer logo no dia seguinte porque há situações que devemos deixar esfriar, dar algum tempo, para vermos melhor; sobretudo, as de alguma relevância e espectacularidade. Refiro-me, concretamente, às Eleições em “A Anta” na Beirã.
Sem querer interferir minimamente na vida desta Associação, contribuindo para algumas clivagens, na minha modesta opinião, estas eleições e o seu desfecho, deveriam merecer alguma análise social e política, ou mesmo discussão por parte da comunidade marvanense, e por isso, aqui deixo o meu contributo.
Relembro que, concorreram ao acto eleitoral 2 Listas. Uma liderada por Luís Curinha e outra por Luís Vitorino. Votaram 133 associados, tendo a Lista de Luís Curinha obtido 81 votos (61%), e a de Luís Vitorino 51 (38%), registando-se 1 voto nulo. Pode ver aqui as Listas completas.
Em primeiro lugar, quero aproveitar esta oportunidade, para felicitar a Lista vencedora liderada por Luís Curinha e toda a sua equipa, pela disponibilidade e coragem reveladas, desejando, simultaneamente, que os mandatos que têm pela frente sejam um êxito, pois essa Instituição bem o merece, enquanto uma das mais relevantes do concelho de Marvão.
Em segundo lugar, manifestar a minha surpresa pela derrota sofrida pela Lista onde estavam como candidatos à Direcção: Luís Vitorino Vice-Presidente da Câmara Municipal; a esposa do Presidente da Câmara Mª do Céu Frutuoso; e o Assessor da Câmara de Marvão Lourenço Costa!
Esta segunda constatação leva-me a deixar aqui as seguintes questões:
1ª – Sabendo nós que o actual Executivo Camarário adicionou, em relação ao anterior, meio-tempo a um Vereador e meteu um Assessor a tempo inteiro, alegando muito trabalho; porque andam agora a desbaratar recursos e tempo que deviam exercer em exclusividade nas suas funções autárquicas?
2ª – Se não houvesse nenhuma alternativa (outra Lista), ainda se podia compreender, mas havendo..., porque pretendem os Autarcas ser dirigentes associativos, e não confiam à sociedade civil esse papel?
3ª – Porque estão estes Autarcas apenas interessados nas Associações que têm trabalhadores e utentes fragilizados? Porque não apareceram por exemplo em Associações como o Grupo Desportivo Arenense, quando em Agosto de 2008, essa Associação esteve quase a fechar as portas por falta de dirigentes?
4 – Porque não se limitam os Autarcas a fazer alguma coordenação e regulação das Instituições de Solidariedade Social do concelho, colaborando activamente com todas para uma estratégia de complementaridade entre elas, que muito precisam; em vez de quererem entrar directamente nos seus corpos sociais, contribuindo para algumas hostilidades entre elas, e que mais parece uma "táctica de assalto” à boa maneira estalinista, não fazendo uso dos princípios da social-democracia de que se dizem representantes?
Se alguém souber e quiser responder a estas questões, que o façam, com educação, respeito e urbanidade de acordo com os princípios aqui do Fórum. Senão, pensem ao menos com os vossos botões...
Sem querer interferir minimamente na vida desta Associação, contribuindo para algumas clivagens, na minha modesta opinião, estas eleições e o seu desfecho, deveriam merecer alguma análise social e política, ou mesmo discussão por parte da comunidade marvanense, e por isso, aqui deixo o meu contributo.
Relembro que, concorreram ao acto eleitoral 2 Listas. Uma liderada por Luís Curinha e outra por Luís Vitorino. Votaram 133 associados, tendo a Lista de Luís Curinha obtido 81 votos (61%), e a de Luís Vitorino 51 (38%), registando-se 1 voto nulo. Pode ver aqui as Listas completas.
Em primeiro lugar, quero aproveitar esta oportunidade, para felicitar a Lista vencedora liderada por Luís Curinha e toda a sua equipa, pela disponibilidade e coragem reveladas, desejando, simultaneamente, que os mandatos que têm pela frente sejam um êxito, pois essa Instituição bem o merece, enquanto uma das mais relevantes do concelho de Marvão.
Em segundo lugar, manifestar a minha surpresa pela derrota sofrida pela Lista onde estavam como candidatos à Direcção: Luís Vitorino Vice-Presidente da Câmara Municipal; a esposa do Presidente da Câmara Mª do Céu Frutuoso; e o Assessor da Câmara de Marvão Lourenço Costa!
Esta segunda constatação leva-me a deixar aqui as seguintes questões:
1ª – Sabendo nós que o actual Executivo Camarário adicionou, em relação ao anterior, meio-tempo a um Vereador e meteu um Assessor a tempo inteiro, alegando muito trabalho; porque andam agora a desbaratar recursos e tempo que deviam exercer em exclusividade nas suas funções autárquicas?
2ª – Se não houvesse nenhuma alternativa (outra Lista), ainda se podia compreender, mas havendo..., porque pretendem os Autarcas ser dirigentes associativos, e não confiam à sociedade civil esse papel?
3ª – Porque estão estes Autarcas apenas interessados nas Associações que têm trabalhadores e utentes fragilizados? Porque não apareceram por exemplo em Associações como o Grupo Desportivo Arenense, quando em Agosto de 2008, essa Associação esteve quase a fechar as portas por falta de dirigentes?
4 – Porque não se limitam os Autarcas a fazer alguma coordenação e regulação das Instituições de Solidariedade Social do concelho, colaborando activamente com todas para uma estratégia de complementaridade entre elas, que muito precisam; em vez de quererem entrar directamente nos seus corpos sociais, contribuindo para algumas hostilidades entre elas, e que mais parece uma "táctica de assalto” à boa maneira estalinista, não fazendo uso dos princípios da social-democracia de que se dizem representantes?
Se alguém souber e quiser responder a estas questões, que o façam, com educação, respeito e urbanidade de acordo com os princípios aqui do Fórum. Senão, pensem ao menos com os vossos botões...
Um comentário:
“Na ausência de «âncoras» de profundidade valorativa, a moralidade social foi-se dissipando num relativismo que tem conduzido a uma moralidade de direitos sem obrigações e feito emergir, como valores dominantes, os associados à maximização do bem material individual imediato, dando prevalência ao material sobre o intangível, ao presente sobre o futuro, ao individual sobre o comum.
(…)
Independentemente de qualquer outro julgamento que se lhe queira associar, tal quadro de valores é incompatível com a prossecução duradoura do bem comum de uma comunidade e, por conseguinte, mais cedo ou mais tarde, essa inconsistência acabará por levar a rupturas de maior ou menor gravidade.”
Vítor Bento in “ Economia, Moral e Política”
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