Não tarda nada estão a cumprir-se cinco anos desde que o golfe da Ammaia fechou as portas. Várias têm sido as tentativas e os bluffs que rodearam este malfadado investimento, na sua área, o único e verdadeiro projecto âncora do Nordeste Alentejano.
O imbróglio que envolve todo este empreendimento é uma autêntica charada de improvável solução, pelo menos a curto e médio prazo. E é urgente que alguém faça alguma coisa antes que os sistemas de rega e outros equipamentos se deteriorem completamente, tornando a sua recuperação mais difícil e mais onerosa.
No contexto actual, há que destrinçar duas coisas: a urbanização, por um lado, e o campo de golfe, por outro.
Apesar de estarem ligados um ao outro, são dois equipamentos completamente diferentes: a urbanização limita-se a alojar os seus proprietários ou arrendatários, jogadores ou não de golfe.
O campo é um equipamento desportivo eminentemente destinado ao turismo e consiste no maior pólo de atracção de turismo de médio e alto standing que existe no interior do Alentejo.
Gostemos ou não, assim são as coisas... e o certo é que ninguém quis ser partícipe activo de uma solução para um problema que mexe com toda a hotelaria e restauração, entre outras actividades económicas, do distrito de Portalegre.
E se a urbanização ainda tem que passar vários anos enrolada nos tribunais, porque nem Pais do Amaral é o pai natal nem os promitentes compradores foram vistos em nenhum santuário, é urgente que o campo de golfe se recupere e reabra as suas portas, porque o golfe tem uma influência directa e imediata no funcionamento de todas as nossas unidades hoteleiras e dos nossos restaurantes. E isso significa posto de trabalho e, já agora, produz atractividade populacional, pois convém não esquecer as famílias que de cá sairam, porque ficaram desempregadas, quando o campo fechou. O golfe é trabalho, o golfe é turismo, o golfe é dinamismo, o golfe é prestígio.
Em suma, o importante é encarar a realidade e reconhecer que este investimento privado que fracassou devido a uma gestão nefasta, cega e irrealista a todas as luzes, não é um investimento como outro qualquer. É um investimento transversal à única indústria sustentável de Marvão e que não é outra que o turismo. E por isso, a bem de Marvão, tem que ser recuperado.
Não existindo investidores privados interessados no projecto, cabe às entidades públicas recuperar o campo, no âmbito das suas atribuições no desempenho de serviço público, dinamizando, de forma clara e inequívoca, a decadente economia local.
Num país (ou num distrito) normal, a Associação de Municípios de Castelo de Vide, Marvão e Portalegre e talvez o Município de Nisa, nunca teriam deixado este campo encerrar, porque traria semanalmente para cá, cada município, largas dezenas ou centenas de miúdos, em conceito de desporto escolar, outro dos irrefutáveis aproveitamentos deste projecto. Mas essa pseudo-associação intermunicipal só existe no papel, nem falam, nem dialogam, nem respeitam os compromissos financeiros, etc, etc. Imagino o dia que não sejam todos da mesma cor política...
Neste cenário, penso que chegou o momento de nos despirmos de traumas e complexos sem sentido, pelo que só resta ao Município de Marvão “agarrar o touro pelos cornos” e estudar a hipótese de assumir a recuperação e manutenção do campo, voltando a reabri-lo. A longo prazo, quando se resolver o problema da urbanização, e se assim o entender, vende. Bem vendido.
O imbróglio que envolve todo este empreendimento é uma autêntica charada de improvável solução, pelo menos a curto e médio prazo. E é urgente que alguém faça alguma coisa antes que os sistemas de rega e outros equipamentos se deteriorem completamente, tornando a sua recuperação mais difícil e mais onerosa.
No contexto actual, há que destrinçar duas coisas: a urbanização, por um lado, e o campo de golfe, por outro.
Apesar de estarem ligados um ao outro, são dois equipamentos completamente diferentes: a urbanização limita-se a alojar os seus proprietários ou arrendatários, jogadores ou não de golfe.
O campo é um equipamento desportivo eminentemente destinado ao turismo e consiste no maior pólo de atracção de turismo de médio e alto standing que existe no interior do Alentejo.
Gostemos ou não, assim são as coisas... e o certo é que ninguém quis ser partícipe activo de uma solução para um problema que mexe com toda a hotelaria e restauração, entre outras actividades económicas, do distrito de Portalegre.
E se a urbanização ainda tem que passar vários anos enrolada nos tribunais, porque nem Pais do Amaral é o pai natal nem os promitentes compradores foram vistos em nenhum santuário, é urgente que o campo de golfe se recupere e reabra as suas portas, porque o golfe tem uma influência directa e imediata no funcionamento de todas as nossas unidades hoteleiras e dos nossos restaurantes. E isso significa posto de trabalho e, já agora, produz atractividade populacional, pois convém não esquecer as famílias que de cá sairam, porque ficaram desempregadas, quando o campo fechou. O golfe é trabalho, o golfe é turismo, o golfe é dinamismo, o golfe é prestígio.
Em suma, o importante é encarar a realidade e reconhecer que este investimento privado que fracassou devido a uma gestão nefasta, cega e irrealista a todas as luzes, não é um investimento como outro qualquer. É um investimento transversal à única indústria sustentável de Marvão e que não é outra que o turismo. E por isso, a bem de Marvão, tem que ser recuperado.
Não existindo investidores privados interessados no projecto, cabe às entidades públicas recuperar o campo, no âmbito das suas atribuições no desempenho de serviço público, dinamizando, de forma clara e inequívoca, a decadente economia local.
Num país (ou num distrito) normal, a Associação de Municípios de Castelo de Vide, Marvão e Portalegre e talvez o Município de Nisa, nunca teriam deixado este campo encerrar, porque traria semanalmente para cá, cada município, largas dezenas ou centenas de miúdos, em conceito de desporto escolar, outro dos irrefutáveis aproveitamentos deste projecto. Mas essa pseudo-associação intermunicipal só existe no papel, nem falam, nem dialogam, nem respeitam os compromissos financeiros, etc, etc. Imagino o dia que não sejam todos da mesma cor política...
Neste cenário, penso que chegou o momento de nos despirmos de traumas e complexos sem sentido, pelo que só resta ao Município de Marvão “agarrar o touro pelos cornos” e estudar a hipótese de assumir a recuperação e manutenção do campo, voltando a reabri-lo. A longo prazo, quando se resolver o problema da urbanização, e se assim o entender, vende. Bem vendido.
10 comentários:
Ora aqui está um bom tema para discutir:
Deveria a Câmara adquirir o golfe; recuperá-lo; pô-lo em funcionamento e, na melhor altura, aliená-lo, encaixando uma (eventual) mais-valia?
Este tema envolveria muitas questões. Por exemplo:
1ª Questão – Será que o golfe se reveste de importância estratégica para o concelho que justificasse, eventualmente, este investimento público?
2ª Questão – Estaria a câmara em condições financeiras para adquirir, recuperar e manter em funcionamento o golfe?
3ª Questão – Competirá à câmara substituir a iniciativa privada numa situação destas?
Na minha opinião:
1ª Questão – Sim.
Julgo que o golfe tem uma importância estratégica para o desenvolvimento da principal vertente económica do concelho: o turismo. E, portanto, para o concelho.
2ª Questão – Muito dificilmente.
Considerado que a aquisição seriam os €750.000,00 que o grupo de País do Amaral se comprometeu a desembolsar e que (segundo uma pesquisa super rápida na net) a recuperação poderia custar, eventualmente, entre € 250.000,00 e € 500,000,00, conclui-se que estaria ao alcance da câmara pôr o golfe em funcionamento (por exemplo, o investimento da câmara no projecto da Fundação da AMMAIA será de €1.000.000,00, sem que a mesma fique com qualquer património).
O pior seriam os custos de funcionamento que (segundo uma pesquisa super rápida na net) poderiam variar entre os € 20.000,00 e os € 50.000,00 mensais. Fazer face a estes valores é que seria tremendamente complicado se a situação se mantivesse por muito tempo.
3ª Questão – Se se admitir a resposta à primeira questão como um sim… sim. Sim, mas (atendendo à segunda questão) com parcerias.
Os parceiros mais lógicos seriam (como disse o Garraio) os municípios de Portalegre e, sobretudo, de Castelo de Vide. Como é difícil de acreditar numa parceria desse género, poderia admitir-se, também, o envolvimento de alguma empresa privada interessada.
Em conclusão, julgo que (mantendo-se o impasse do negócio do golfe) esta ideia do Garraio poderia ser considerada pela câmara, numa perspectiva de parceria e muito bem estudada na vertente financeira.
Abraço
Bonito
E estudar a hipótese de constituição de uma empresa municipl, de prefer~encia multimunicipal, com a eventual entrada de privados no capital e na gestão?
Tinha pensado não responder aos comentários deste post, porque vou apresentar outros sobre o assunto, mas o tema apaixona-me e gostei da forma como o abordaste.
Considero imprescindível uma parceria com as unidades hoteleiras da região, mas ela é francamente viável, porque os privados têm um interesse especial em que este affaire tenha um desenlace rápido e satisfatório.
O "medo" da CMM, poderia residir, mais manutenção do que na aquisição e penso que esta, (atentas as circunstâncias) pode ser consideravelmente inferior à oferta da Edge (Pais do Amaral), mas é perfeitamente possivel cobrir parte da mão de obra com prata da casa semi-aproveitada e até utiizar as instalações da Câmara, para reparações de equipamento.
Em todo o mundo há campos municipais e eles não devem ser deficitários, pela certa.
Penso ser bastante viável que a despesa mensal, bem geridas as coisas, não supere os 10000
euros, uma vez que, por exemplo a CM não precisa de serviços de contabilidade, já tem; não precisa de uma oficina de raiz, já tem; não precisa de meios de transporte, etc. etc...
Não me alargo mais, mas ainda te informo que o campo tb gera receitas. Em 2003, nefastamente explorado, arrecadava 60.000 euros de quotas dos sócios e à volta de 40.000 de fees (voltas o campo) vendidas a não sócios.
Isto sem falar na exploração da loja e do bar-restaurante, cujas concessões tb podem representar uma receita interessante.
O que não é sustentável é pagar 4000 por mês a um profissional e outros tantos a um director, porque assim não há dinheiro que resista.
Há soluções para que essas despesas se reduzam pelo menos para um terço, o que já gerava uma poupança na ordem dos 60000euros/ano.
Certamente já percebeste que com um bocadinho de geito facilmente se chegaria a receitas na ordem dos 150000 euros /ano, o que tornaria o projecto completamente sustentável, sem entrarmos nos beneficios indirectos que tal geraria para a região.
Abraço.
Isso era o ideal “Manel”!
Mas, multimunicipal não acredito; não me parece que haja visão para tanto, no nordeste alentejano!
Abraço
Pois infelizmente não poddo de deixar de concordar com o Bonito
Meus Amigos,
Lamento estragar as v/contas, não tendo conhecimento dos n/das receitas, sei muito bem o que é a despesa do Campo na reconstrução e também os custos mensais, só no que diz respeito á Manutenção.
Assim aos valores apresentados pelo amigo Bonito para a reconstrução, seria um verdadeiro milagre, e arrasaria a concorrência se conseguisse efectuar a reconstrução por esses valores. Actualmente o estado do Campo de Golfe de Marvão, implicará um custo de reconstrução entre 1.500.000,00€ e 3.000.000,00€, esta diferença tão grande é a diferença em tornar o Campo de Golfe verde e minimamente jogável ou torná-lo com a qualidade que já tivemos oportunidade de conhecer.
Quanto á manutenção posso vos dizer que em 2001 e com, muitos aspectos controlados que influenciam bastante os custos anuais, foi um milagre ter conseguido manter o campo com 200.000,00€. Passados 10 anos e atendendo á subida de preços que se verificaram em combustíveis, consumíveis, adubos, areias, herbicidas, mão de obra, e considerando até o que a prata da casa poderia fornecer, seria muito bom conseguir repetir os valores.
Assim penso, que mesmo com as receitas que já se registavam, talvez não seja um processo tão linear.
Abraço.
Nuno Pires
Amigo Nuno,
De certeza que conheces muito melhor este negócio do que eu (que não conheço nada!).
E conheces este campo de golfe, em particular!
Os números por mim apresentados basearam-se, somente, num pesquisa “super rápida” na net (como referi). Essa pesquisa incidiu sobre custos referentes a campos de golfe, de uma forma muito genérica e sem qualquer rigor. Naturalmente, esses custos variarão muito conforme o estado do campo e a sua localização. Por isso referi, também, que seria muito importante fazer um estudo aprofundado a nível financeiro.
Nos números por ti avançados surpreende-me, no entanto, a disparidade entre os €1.500.000,00 e os €3.000.000,00. Resulta daí que também seria necessário equacionar muito bem que tipo de campo se quereria (e provavelmente muitas outras variáveis…).
Com este importante contributo de quem está por dentro da matéria conclui-se que para uma eventual intervenção directa da câmara seria imprescindível a existência de parcerias.
Públicas e/ou privadas!
Abraço
Bonito
Amigo Bonito,
Esses valores por mim apresentados, são números muito aproximados dos que as Empresas nesta área, apresentaram ao Edge Group, para a reconstrução do Campo.
Como conheco ambas as Empresas e o tipo de trabalho que fazem, prefiro não justificar as diferenças.
De qualquer forma entendo que este campo para merecer novamente a visita dos golfistas que já mereceu, e a ser escolhido para a realização de importantes torneios como foi no passado, só o será se tiver qualidade. Qualidade que contribua também para dignificar Marvão.
Abraço.
Nuno Pires
Ó Nuno, acho que puseste uns zeros a mais, à direita da vírgula...
;)
Abraço.
Amigo Garraio,
para que não fiquem dúvidas escrevo por extenso.
( um milhão e meio de euros; três milhões de euros),
Abraço.
Nuno Pires
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