segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O nosso mundo, por MST…

Eis mais um exemplo de porque não perco uma crónica do Miguel Sousa Tavares:




Nota: Tenho uma professora no agregado familiar, pelo que espero que não veja este post. Registe-se, no entanto (para amenizar), que considero que a questão do professores envolve outros importantes contornos, sobre os quais os mesmos têm legítimas razões de queixa relativamente à política preconizada nos últimos quatros anos...
Bonito Dias
(bonitodias@gmail.com)

Marvão Outonal - Olha… Vê…e Repara!


Marvão (e a sua envolvente) é extraordinário todo o ano, no entanto eu gosto particularmente do Marvão outonal! Para apreciar esta paisagem o ideal é a caminhada. Não sendo tal possível, essa apreciação também pode ser efectuada de carro.

Foi o que ontem fiz, em mais uma visita…

Numa das paragens, quando fotografava, fui “interpelado” por um amigo de longa data, residente no concelho, que questionou intrigado:

- Então o que se passa, Bonito?

Respondi:

- Porquê “o que se passa?”?

E ele:

- Estás, para aí, a tirar fotografias!

Justifiquei:

- Estão, não reparas na extraordinária paisagem que aqui temos nesta altura do ano? É deslumbrante!

Não respondeu, trocámos algumas banalidades e despedimo-nos. Mas, reparei que ia pensativo…






















Nota: Este post é dedicado aos marvanenses que estão deslocados e não têm, por isso, oportunidade de apreciar estas paisagens. E, também, aos residentes que não reparam…
Grande Abraço

Bonito Dias

domingo, 29 de novembro de 2009

FALEMOS DE SAÚDE

LEITURAS DE FIM-DE-SEMANA

Num tempo de medicalização intensiva, em que se trata “quase tudo” com recurso às “pílulas milagrosas", convém ter em conta alguns conhecimentos sobre possíveis efeitos secundários dos ditos, pois tal como na vida não existem “almoços grátis”, também não existem Medicamentos sem efeitos secundários. No artigo que aqui reproduzo e que fui buscar ao Suplemento Médicos de Portugal, analisa-se a interacção de alguns medicamentos muito em voga na actualidade, como é o caso dos antidepressivos e ansiolíticos (as chamadas pílulas da felicidade), que parecem não o serem tanto como nos querem fazer crer, gerando muitas vezes um círculo vicioso, ao potenciarem “o desprazer”, e levando ao aumento do consumo e, consequentemente, a um aumento desse mesmo “desprazer”.


Medicamentos e desejo sexual: Relações delicadas


Entre os medicamentos e o desejo sexual existe uma interacção delicada: é que muitos dos que tomamos para doenças como a depressão e a pressão arterial podem causar uma baixa na libido. A homens e mulheres.
Já aqui se tem escrito - e por mais do que uma vez - que os medicamentos não são inócuos. Significa isto que, apesar de concebidos para restaurar o estado de saúde, produzem efeitos secundários, sendo benéficos para alívio de determinada condição mas causando pequenos incómodos a outros níveis. São incómodos como febre, náuseas e vómitos ou sonolência, entre muitos outros que vêm descritos no folheto informativo que acompanha cada embalagem.

E, nessa lista, há um efeito associado a medicamentos prescritos para problemas de saúde muito comuns: uma diminuição da libido. Há uma perda de interesse na actividade sexual que pode ficar a dever-se ao facto de o medicamento em causa gerar letargia ou ao facto de interferir com os mensageiros químicos do cérebro.

Bem conhecida é a interacção entre os antidepressivos e a libido, mas não são os únicos: também os ansiolíticos, tranquilizantes e sedativos podem ter o mesmo efeito e tudo porque actuam sobre o sistema nervoso central, enfraquecendo a ligação entre o centro sensorial e o centro motor, o que faz com que os músculos relaxem.


Antidepressivos e C.ª

Um dos efeitos secundários do tratamento com antidepressivos é a nível sexual, que geralmente incluem diminuição do desejo sexual (libido). Mas a baixa da libido é apenas uma das consequências possíveis, podendo também ocorrer disfunção eréctil (dificuldade em obter e manter a erecção), ejaculação retardada e orgasmo diminuído ou até dificuldade em conseguir um orgasmo.

O mecanismo exacto desta interferência é ainda alvo de debate, indo desde a sedação à interferência com os mediadores cerebrais na zona do cérebro que regula o desejo sexual. Os inibidores selectivos da recaptação de serotonina são dos que mais têm efeitos a este nível, embora os antidepressivos tricíclicos possam causar disfunção eréctil.

Também quem sofre de pressão arterial elevada pode ver o desejo sexual diminuir: é um dos efeitos secundários dos medicamentos para tratar este problema, sobretudo dos chamados beta-bloqueadores. É ainda possível que ocorra disfunção eréctil, dificuldade em alcançar o orgasmo (nos homens e nas mulheres) e insuficiente lubrificação vaginal acompanhada de dor durante o acto sexual.

Os diuréticos, ao diminuírem o fluxo sanguíneo no pénis, podem tornar difícil uma erecção, bem como interferirem na formação de testoterona devido à diminuição de zinco. Medicamentos ainda mais comuns, como os usados no tratamento da constipação, da gripe e das alergias, podem interferir a este nível. Neste caso estão os anti-histamínicos de primeira geração que causam sonolência: e quando se está sonolento pode ser difícil manter o interesse no sexo.

Estas interacções entre medicamentos e a libido tornam-se mais comuns com o avançar dos anos: é que os idosos são normalmente polimedicados, o que pode ter um efeito cumulativo. Nos homens, baixos níveis de testosterona podem também induzir uma quebra no desejo sexual. Já nas mulheres, a pílula contraceptiva parece igualmente ter alguma influência, embora alvo de discussão. Alguns dados apontam para cerca de cinco a 10 por cento das mulheres que tomam a pílula poderem ter diminuição da libido e lubrificação.

Todavia, o facto de estas interacções estarem identificadas não significa que sejam inevitáveis. Ou irreversíveis. Significa apenas que são possíveis. E há que esperar para ver: numa pessoa podem afectar a libido, noutra podem não ter qualquer interferência. E mesmo que haja perturbações é possível actuar: por exemplo, mudando o medicamento, de modo a obter o mesmo resultado terapêutico sem o inconveniente da baixa de desejo sexual.


Por isso, atenção meus amigos e minhas amigas, deverão sempre, em conjunto com os vossos médicos, ponderar muito bem o “custo benefício”, antes de iniciarem uma terapêutica com os ditos.

sábado, 28 de novembro de 2009

Paulo Costa é candidato a presidente da AAC

Paulo Costa, que encabeçou a lista da CDU para a Câmara Municipal nas últimas eleições autárquicas em Marvão, é candidato a presidente da Associação Académica de Coimbra.

ler mais em:


Bonito Dias
(bonitodias@gmail.com)

Fernanda Gomes Rosa, por mail





A Feira da Castanha
(excerto de 24 de Novembro de 2009)






A vida, por aqui, continua muito animada, mas vai entrar, espero!, em total sossego…

A Feira da Castanha foi a penúltima desgraça a que assisti, este ano civil. Digo “penúltima” porque ainda não nos pagaram… Dizem que “é a crise”… Coitada da “crise” que tem as costas tão largas!!

Retomando o tema da Feira da Castanha: mais uma vez, estivemos cercados e reduzidos às dimensões das nossas casas, dois dias inteirinhos. Compras?? Almoçar fora?? Sair da vila para passear ou visitar alguém??? Grupo!!!

Os utentes aplicados e assíduos destes eventos são de opinião que os “residentes” deviam ou migrar para outra zona e deixá-los em paz enquanto usufruem e destroem tudo que existe nesta bela vila medieval, ou manterem-se longe das suas vistas, ou seja, trancadinhos nos seus domicílios para não incomodarem! Os “residentes”, por sua vez, preenchem folhas do livro de reclamações da Câmara Municipal, escrevem artigos para jornais, discutem em fóruns, expondo as suas mágoas e revolta perante a selvajaria desta gente…

Gente?? Penso que há três tipos de visitantes destes eventos, culturais e outros: gente, gentinha e gentalha!! Não querendo ofender ninguém com bons princípios e valores morais, estes últimos invasores pertencem á terceira classe referida…

Só no sábado, dia 14, contaram-se 10000 entradas… Realmente, os “residentes” estavam mesmo a mais!!

Foi um dia traumático: acordei estremunhada com um alarido do pior, vindo da rua e não consegui voltar a adormecer… Nem eu, nem as minhas sobrinhas, nem ninguém! Cumpri a rotina de todos os dias: levantei-me e abri a janela, já que o dia até nem estava mau… Má ideia, muito, muito má!! Uma enxurrada de espanhóis encontrava-se na muralha em frente, a tirar-me fotografias…. E ao meu maravilhoso pijama azul escuro decorado com renas e trenós e árvores de Natal… Privacidade, saberão o que é???

Domingo, o tempo não inspirava confiança… Até às 11.00 da manhã, o nevoeiro era tão cerrado e o vento tão forte que só se viam os bombeiros e outros funcionários da câmara… Vingança!! Abri a janela da cozinha e gritei: “Acabou a Feira da Castanha!” Errado! A meio da manhã, recomeçou a confusão. Humanos por todo o sítio. A repetição do dia anterior. Até começar a chover torrencialmente e a velocidade do vento aumentar! Grande, grande Marvão!!

Nos dias seguintes, sofremos a “ressaca” da castanha: trânsito intenso, com hora de ponta, na vila, para tirar tudo o que seja barraquinhas e tendas, lixo por todo o lado, o respectivo camião do lixo, flores partidas, pisadas e espezinhadas, os jardineiros, sempre acompanhados daquela coisa irritante e chocalhante chamada “Dumper”, furiosos… E tudo discute, tudo se zanga… E o grande objectivo camarário para 2010 é ainda trazer mais e mais gente… Para sermos felizes.

Fernanda Gomes Rosa

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

EXPOSIÇÃO: A LIBERDADE É UM RISCO


Esta exposição é o resultado de um concurso lançado a nível mundial pela Feco Portugal (Associação de cartoonistas). Contou com a adesão de 200 artistas de 50 países, num total de 400 trabalhos, dos quais foram seleccionados 200, para a presente exposição.

ESTA EXPOSIÇÃO CONTA COM UM TRABALHO DA AUTORIA DE HERMÍNIO FELIZARDO


PROGRAMA DE INAUGURAÇÃO

Dia 02 de Dezembro de 2009 (4ª feira) – pelas 14,45 horas - Biblioteca Municipal de Portalegre


Dia da abolição da escravatura - Celebrado com a impressão do humor Gráfico.


Tertúlia / Colóquio – dinamizados por José Oliveira, Presidente da Feco Portugal e Osvaldo de Sousa, especialista, estudioso e divulgador internacional de humor gráfico.


Recital com com Manuel Freire : Cantor que eternizou a " Pedra filosofal "

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Ex-Ministra da Saúde da Finlândia, Dra. Rauni Kilde

Continuo com tantas dúvidas e vocês?

Será assim não será, é assustador.


segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Mais um jogo de Velhas-Guardas

Hoje jogo eu (… e joguei mesmo!).

Realizou-se no sábado dia 21 de Novembro, mais um jogo de Velhas-Guardas do GDA, desta vez com os nossos vizinhos e amigos (da onça) do Sport Nisa e Benfica.

NISA 3 (5) – GDA 1

O jogo realizou-se nas belíssimas instalações de Vila-Velha de Ródão, pena que, não existisse luz artificial, o que obrigou que meio jogo fosse disputado em “lusco-fusco”.


Equipa do GDA (da esquerda para a direita): Bonacho, Zé Carlos, Nuno Macedo, Beto, Cardoso, Manolo, JM Freire, Zé Vaz, Peixe, Bolou e Antunes. Não estão na Foto: Alves, Luís Costa, Jbuga e o "mister" Fernando Bonito.


Outro senão desta organização, foi o engano que nos fizeram, ao pensarmos que estávamos a jogar com árbitro e com leis de jogo e tal não sucedeu, pois o dito validou dois golos ao Nisa inacreditáveis. Por isso, o resultado verdadeiro foi de 3-1, e não de 5-1.

Esta situação influenciou ainda mais o resultado, porque permitiu ao Nisa passar de estar a perder por 0-1 e a ser dominado, e num ápice, ter passado a ganhar por 3-1. Claro que isto mesmo a brincar, custa e desmotiva.

Entretanto aconteceram mais duas estreias de dois “craques” que há mais de 10 anos não tocavam na “redondinha”: Alves e Jbuga.



A terceira parte, essa sim, os nossos Amigos serviram-nos um excelente repasto e um cordial e agradável convívio na sua Sede. Aqui deixamos os nossos agradecimentos.

Resta dizer por fim e com alguma mágoa, que apenas estiveram presentes 14 elementos do GDA, e que os organizadores desta modalidade tiveram muita dificuldade para conseguir compor a equipa.

Daqui apelamos a todos aqueles que gostam destas iniciativas, que não deixem morrer pela segunda vez este Projecto, em que se alia o gosto pelo “pontapé-na-bola”, o matar saudades e a um salutar convívio entre todos os participantes, e não contribuem para a divisa que: “… se não há, deveria haver; e quando há, deixa-se morrer”.

O próximo jogo será no dia 9 de Janeiro de 2010, com retribuição ao Nisa e Benfica.

domingo, 22 de novembro de 2009

Sempre Marvão!

(Página 93 da revista Única do Expresso de 21 de Novembro de 2009)

A imagem de Marvão continua a ser aproveitada para “vender” Portugal e sem aproveitamento a nível regional.

Vistas curtas!

Bonito Dias
(bonitodias@gmail.com)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

MporM por mail

(clicar na imagem e, de seguida, na bolinha laranja no canto inferior direito)






Reunião da Câmara Municipal de Marvão em 18.11.2009

(Subsídio à Associação Comercial de Portalegre - O Executivo cedeu)


Esta que foi a segunda reunião de Câmara com o novo executivo, quarta-feira dia 11 de Novembro de 2009, contou na assistência com a presença de Gonçalo Monteiro, Nuno Pires e Tiago Pereira.
Fora da ordem do dia foram aprovadas as aquisições de dois prédios no Concelho.

A ordem do dia começou com o Projecto de Regeneração Urbana em Marvão, relativamente à qual a autarquia beneficia da candidatura a um programa comunitário. Esta obra, que se encontra em fase de concurso, foi confrontada com uma lista de erros e omissões apresentada por um empreiteiro. Os erros estavam relacionados com a área de “lajeamento” da parte interior do castelo e as omissões tinham a ver com a pré-instalação das condutas de ar condicionado nos edifícios requalificados. Entendeu-se por unanimidade aceitar os erros e omissões, visto que os mesmos não porão em causa o preço base da obra.

Foi também aprovado o plano de segurança para o pavilhão industrial a construir em Santo António das Areias.

No ponto seguinte começou a trapalhada Feira da Castanha – Associação Comercial de Portalegre. Foi aprovada, pela maioria que saiu das eleições autárquicas, uma alteração ao orçamento no que toca à realização da Feira da Castanha - 40.000 € (quarenta mil euros), que foram transferidos para a Associação Comercial de Portalegre para pagar a componente nacional da Candidatura ao Programa MODCOM, isto é, a candidatura feita pela Associação Comercial de Portalegre paga 60% da maioria das despesas (pelo que se soube na reunião, todas excepto vinho e castanhas), e a componente nacional, os restantes 40%, é paga pela autarquia. Esta alteração ao orçamento ocorreu porque a Câmara, até há pouco tempo, tinha como adquirido que não iria ter despesas com esta candidatura ao MODCOM; segundo o Presidente, tal só aconteceu porque houve falta de comunicação com a Associação Comercial de Portalegre.

O ponto a seguir demonstra bem a necessidade de uma oposição forte, que fiscalize ao pormenor toda a actividade do executivo, contribuindo assim para o desenvolvimento do Concelho. Esta batalha foi ganha pelo Movimento por Marvão, que, sem ter representação em sede institucional, tem feito um trabalho sério de análise da gestão do Concelho. Ora, o executivo recuou na atribuição do subsídio de 10.000 € (dez mil euros) à Associação Comercial de Portalegre, o qual configurava um atentado contra a transparência municipal e contra as associações do Concelho, que sairiam prejudicadas com aquela atribuição. O executivo deu a mão à palmatória, e o MporM saúda-o por isso.

Mas não há bela sem senão. No ponto a seguir, foi aprovado um projecto de protocolo entre a Câmara Municipal de Marvão e a Associação Comercial de Portalegre que prevê o pagamento de 58.470 € (cinquenta e oito mil e quatrocentos e setenta euros) da Câmara à Associação; este protocolo vem trazer alguma transparência, mas parece-nos que se trata de um valor avultado; ao menos, a próxima Assembleia Municipal terá oportunidade de se manifestar sobre a regularidade e pertinência do mesmo. No entanto, há dois aspectos que deveriam ser resolvidos. O primeiro diz respeito ao facto de não ser referido no protocolo que a contrapartida pecuniária à Feira da Gastronomia e à Feira da Castanha advém de uma candidatura ao Programa MODCOM. Parece que legalmente isso não pode acontecer, porque assim a Associação Comercial de Portalegre perderia a candidatura, mas esta questão deve constituir uma preocupação para o executivo. O outro aspecto, que deveria ser, e não é, mencionado no dito protocolo, e para o qual o Movimento por Marvão lança um repto a todas as forças políticas com assento na Assembleia Municipal, prende-se com o facto de o protocolo não prever qualquer fiscalização da Câmara Municipal às verbas concedidas; operacionalizando a ideia, deveria haver um ponto neste protocolo que funcionasse como garantia para a Câmara Municipal de Marvão, e que, por exemplo, poderia consistir no envio, por parte da Associação Comercial de Portalegre, das fotocópias das facturas que resultarem das actividades/iniciativas ocorridas no Concelho de Marvão.

Fica a ideia.

Mas a “história” com a Associação Comercial de Portalegre não ficaria por aqui, visto que o Presidente da Câmara Municipal de Marvão tinha ordenado durante a semana o pagamento de 15.000 € (quinze mil euros) a essa Associação, valor que funcionou como um adiantamento ao protocolo, procedimento pelos vistos legal, mas muito questionável do ponto de vista democrático, porque, em caso de chumbo do protocolo em reunião de Câmara ou na Assembleia Municipal, o município teria de reclamar à entidade a qual fez o pagamento (neste caso, à Associação Comercial de Portalegre), a devolução dessa verba. O Presidente da Câmara, revestido da sua musculada maioria, “saltou” os órgãos que emanam da representação dos Marvanenses e processou um adiantamento à Associação Comercial de Portalegre. Como seria de esperar, os vereadores da oposição teceram, a propósito, duras críticas ao Presidente da Câmara.

O Vereador Nuno Lopes tinha feito chegar à Câmara uma proposta para que o município passasse a controlar e a analisar a água dos fontanários e fontes do Concelho, visto que inúmeras pessoas pelo Concelho fora utilizam essa água para consumo doméstico. A proposta foi chumbada pela maioria, justificando a orientação de voto com base na ideia de que tal não compete ao município, visto que essas são competências da Administração Central e dos organismos que tutelam a saúde pública; o município procede a algumas análises a fontes e fontanários, através de um programa da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo, o qual, todavia, é manifestamente insuficiente para determinar a potabilidade da água.

Por último, foi aprovada uma moção que se insurge contra uma portaria que determina a cobrança de serviços do ICN.B (Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade), a qual foi saudada pela oposição. Esta moção vai ser enviada para os deputados eleitos pelo distrito de Portalegre, para o Ministério da tutela e para as Câmaras que estejam inseridas em zonas protegidas.

No período de informações, o Presidente da Câmara falou no artigo que saiu no New York Times; a Vereadora Madalena Tavares manifestou a intenção de apresentar na próxima reunião uma proposta para que as verbas resultantes da cobrança da entrada na Feira da Castanha revertam integralmente para os Bombeiros, visto que no programa vinha inscrito que essas verbas seriam aplicadas na construção do novo Quartel dos Bombeiros; o vereador José Manuel Pires falou da constituição do Clube de Natação de Marvão.

Seguiu-se o período de questões da assistência, em que o membro do Movimento por Marvão Tiago Pereira inquiriu a vereação com seis perguntas: 1) Quais eram os critérios de atribuição de casas por parte do município, se havia algum regulamento em vigor e se havia ou não alguma lista de espera, por parte de munícipes, para a atribuição dessas casas; 2) Para quando o, bem dito e afamado, Regulamento de Apoio ao Associativismo, que traga justiça e transparência aos subsídios concedidos pelo município; 3) Qual o ponto da constituição do Conselho Municipal de Juventude, um imperativo legal, e que tinha de estar constituído até Agosto do corrente ano; 4) Se irá haver, ou não, uma Comissão Local de preparação das comemorações do Centenário da República; 5) Onde está o parecer jurídico sobre a cobrança de entradas na Vila de Marvão aquando da Feira do Café e da Feira da Castanha; 6) Se era ou não pública a Memória Descritiva do Projecto de Regeneração Urbana.

O Presidente da Câmara usou da palavra para responder às questões colocadas - sobre a atribuição de casas, disse que estava em vigor um regulamento, o qual é público, e que não existe lista de espera, são feitos concursos separados com as casas que a Câmara tem à disposição; acerca do Regulamento de apoio ao associativismo, disse que, depois da última reunião de Câmara, deu ordens para que se elaborasse um regulamento que tivesse como preocupação a separação, por tipologias, das associações; sobre o Conselho Municipal de Juventude nada sabia, pelo que o Sr. Manuel Lourenço (Chefe de Divisão Administrativa) interveio esclarecendo que, de facto, o prazo legal para a sua constituição era até Agosto passado, mas que, pelo facto de ter havido eleições, estava atrasado; acerca da Comissão Local de preparação das comemorações dos 100 anos da República, o Presidente começou por dizer que não tinha chegado nada à Câmara Municipal, pelo que o Sr. Manuel Lourenço interrompeu, outra vez, para dizer que, efectivamente, tinha chegado há já algum tempo um ofício da Associação Nacional de Municípios, tendo o Presidente da Câmara dito que não sabia se era relevante ou não o município festejar o Centenário da República; relativamente ao parecer jurídico sobre a legalidade da cobrança de entradas na Vila de Marvão aquando das Feiras do Café e da Castanha, o Presidente afirmou com firmeza que tal não era uma prioridade para o executivo; por fim, esclareceu que todos os projectos da Câmara são públicos e, por consequência, a memória descritiva do Projecto de Regeneração Urbana está disponível para todos os munícipes.

Os membros do Movimento por Marvão esperam ter contribuído, mais uma vez, para o debate no seio da Câmara Municipal de Marvão, pelas perguntas que foram feitas ao executivo, e também pela disponibilização deste relatório sobre a reunião. Reforçando a ideia de que o Movimento por Marvão é um porta-voz da população, esperamos que, nos próximos tempos, por carta ou por e-mail, cheguem questões acerca das quais os Marvanenses desejem obter esclarecimentos ou resolução por parte da sua Câmara Municipal.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Miguel Teotónio Pereira, por mail

A festa, a castanha, o euro, o bom senso e a cidadania
(comentário ao post “O euro da discórdia")

A festa da castanha é um regabofe sem espírito, sem objecto, sem critérios, sem qualidade, sem ordenamento, sem percursos, sem mais-valias e sem respeito pelos residentes. A única “ideia” que a anima é a mesma (única) que “anima” todos os outros “eventos”: atafulhar, de qualquer maneira, Marvão de “turistas”, comprimi-los, espremê-los, às centenas, aos milhares, qualquer dia aos milhões, não se sabe porquê, e para quê; vale tudo - já se vendem cães, concerteza produtos do artesanato local. Tenho as maiores dúvidas que estes “eventos”, “organizados” sem pinta de inovação, de imaginação, sem nada que os diferencie de centenas de eventos similares plantados por esse país fora, sem uma ideia conducente àquilo que verdadeiramente importaria - realçar a singularidade de Marvão, a qual, aliás, também por via deste espírito festeiro, que confunde cultura com turismo, turismo com festas e festas com multidões engodadas e enganadas, rapidamente caminha para o suicídio -, resulte em benefício de Marvão; mas já não tenho dúvidas de que eles, esses “eventos”, contribuirão fortemente para a construção de uma imagem de um Marvão caótico, sem norte e também sem sul, normalizado, calibrado, e que cometeu a proeza de transformar um produto local num bilhete-postal dos anos 70.

Mas isto é um desabafo. Que terá o destino que costumam ter os desabafos: o esquecimento; porque, entre outras coisas, os entusiastas das “festas”, que o são porque são entusiastas dos “eventos” que tragam, nem que seja de joelhos e acorrentados, “gentes e gentes”, que o são porque são entusiastas dessa ideia de “turismo”, que o são porque são entusiastas da ideia-fetiche de que o “turismo” constitui a única hipótese de desenvolvimento das povoações raianas e despovoadas, não se dão ao trabalho de tentar perceber porque é que décadas dessa estratégia, com o partido A ou o B ao leme dessa nau desgovernada, nunca impediram o despovoamento e o empobrecimento persistentes, continuados, em aceleração; é como se dissessem: temos uma receita que aplicada diligentemente ao longo de 35 anos se revelou como a mais eficaz para empobrecer e despovoar o concelho; pois bem, o que vos propomos são mais 35 anos dessa estratégia!

Mas onde verdadeiramente eu queria chegar era ao “euro da discórdia”; porque a falta de senso tem limites. E começo pelo começo: não se trata, aqui, de saber se “eventos”, “festas”, e tutti quanti, deverão ou não ser cobrados; essa é uma conversa interessante, para a qual deverão carreados outros aspectos, como sejam as fontes diversas de financiamentos, a transparência na sua obtenção e distribuição, prioridades, parcerias, etc. Mas não é essa a questão. A questão é só a de saber se se pode, qualquer que seja o pretexto, cobrar a entrada num espaço, por natureza, público. E é claro que não pode. Juridicamente, moralmente e eticamente. A cobrança (coerciva, sim, que eu tenho olhos e ouvidos) do tal euro é absolutamente ilegal: aos olhos da lei e aos olhos do entendimento cívico de que espaços públicos não são privatizáveis; essa cobrança revela, entre outras malfeitorias, uma clara exorbitância das funções legalmente atribuídas às vereações, que não são donas do sítio, são gestoras, condicionadas pela lei e pelo bom senso, do sítio. A questão não é saber se se cobra a entrada para uma “festa”; a questão é saber se se pode cobrar a entrada numa povoação. E a analogia com outras “festas”, noutros locais, é no mínimo demagógica - porque, demagogicamente, omite o facto, relevante, de em Marvão, para se cobrar a entrada numa “festa”, cobrar-se a entrada na vila.

Uma última palavra para os residentes; eles já se habituaram a serem tratados como “gentes”, objecto das estratégias que outros em seu nome decretam, e não sujeitos do seu próprio destino; todas as humilhações estão já habituados a suportar; mas, desenganem-se: estão habituados, mas não conformados; eles trabalham, pagam impostos, deslocam-se, têm família, vão às compras, etc; não são “macaquinhos” presos na era medieval cuja única razão de vida parece ser a de constituírem uma “atracção” para os turistas, os de cá e os de fora. Parece haver quem lhes queira distribuir meia dúzia de bilhetinhos para entrar na sua própria terra, para aceder às suas casas, calcorrear as suas ruas, sem ter que dar justificação disso, ou pedir desculpas por atrapalhar o trânsito turístico. Deviam, penhorados, agradecer. Mas eu digo: guardem lá os bilhetinhos. Os moradores de Marvão não vendem a sua condição, e não deitarão borda fora, pelos menos não sem luta, a sua condição de cidadãos de corpo inteiro.

Miguel Teotónio Pereira
Novembro de 2009

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Gonçalo Monteiro e Tiago Pereira, por mail

Ver melhor clicando abaixo:

Esmiuçando os Subsídios
(Texto de Opinião)

No dia 4 de Novembro ocorreu a primeira reunião da Câmara Municipal de Marvão com o novo executivo constituído, na qual foram debatidos alguns temas polémicos, entre os quais destacamos a atribuição de um subsídio de dez mil euros à Associação Comercial de Portalegre.

Desde há muito tempo que vimos defendendo a criação de um Regulamento para a atribuição de subsídios às Associações e Instituições Particulares de Solidariedade Social. Este Regulamento é essencial para trazer justiça e transparência aos subsídios concedidos pelo município, tal como para controlar a aplicação dos mesmos, através da criação de uma espécie de contratos-programa, como acontece noutros municípios que conhecemos.

O que foi oficialmente aprovado, ainda que à condição, na Reunião de Câmara, foi um subsídio de dez mil euros à Associação Comercial de Portalegre, em resposta ao ofício enviado por aquela Associação, por fax, à Câmara Municipal de Marvão, no qual se pode ler: “com o intuito de atrair pessoas e promover o comércio tradicional local [do concelho de Marvão], estão previstas acções natalícias, festejo do dia dos namorados e algumas iniciativas de divulgação [no concelho de Marvão]”. Este ofício, como se pode constatar, não discrimina o valor que é pretendido para o apoio solicitado, nem que actividades, em concreto, vão ser desenvolvidas.

É também oficial, e está escrito na acta da Reunião de Câmara, que houve uma reunião entre o Presidente da Câmara Municipal de Marvão e alguns membros da Associação Comercial de Portalegre para serem tratadas questões relativas à candidatura (a decorrer) ao programa MODCOM e, concomitantemente, para se averbar o montante que o Município iria conceder à Associação. Foi explicado pelo Presidente do executivo, na Reunião de Câmara, que este programa MODCOM, a que a Associação Comercial de Portalegre se candidatou, permite ao Município ter 60% das despesas, que vão desde a Feira da Gastronomia até ao lançamento da imagem de marca de Marvão, passando pela Feira da Castanha, pagas.

Na reunião de Câmara, à qual tivemos o prazer de assistir, o Presidente da Câmara lamentou a falta de compreensão dos vereadores da oposição, e também do vereador da maioria José Manuel Pires (que teve bastantes dúvidas em votar a favor da atribuição daquele subsídio), pois sustenta que, se o município não colaborasse neste apoio à Associação Comercial de Portalegre, possivelmente, para o ano que vem, esta não candidataria neste programa (MODCOM) as despesas dos eventos realizados em Marvão, sendo que esta é a única entidade que se pode candidatar a este programa.

Para terminar a “história” oficial, tem que ser dito que o vereador José Manuel Pires votou à condição a atribuição desta verba, dado que lhe cabe agora o pelouro da cultura e pretende saber que tipo de actividades caberia nesta proposta. Os vereadores da oposição (Nuno Lopes e Madalena Tavares) votaram contra este subsídio, sublinhando que o ofício não discrimina que actividades irão ser desenvolvidas no Concelho pela altura do Natal e do Dia dos Namorados, para além de se tratar de um montante exagerado para o efeito, assumindo, assim, contornos pouco transparentes.

Mas tudo ficaria mais claro após a Reunião, numa conversa que tivemos com o Presidente da Câmara – Vítor Frutuoso, onde nos foi explicado o imbróglio desta candidatura ao programa MODCOM. Eis então a raiz do problema: a maioria das facturas de despesa respeitantes aos eventos da Câmara Municipal de Marvão foi passada em nome da Associação Comercial de Portalegre para ser elegível ao dito programa. O que se passa, então, é que, neste momento, a Associação Comercial não dispõe de verba para pagar parte dessas facturas, “por inexperiência da sua estrutura”. Assim, alegadamente irá haver umas animações de natal e namoradeiras, que previsivelmente custarão tuta-e-meia à Associação Comercial de Portalegre e, com a verba sobrante, esta equilibra a sua tesouraria e paga as facturas respeitantes aos eventos ocorridos em Marvão. Sem estar em causa, neste caso, qualquer aproveitamento pessoal, perguntámos: “então se é assim, porque é que não se faz um protocolo com a Associação Comercial de Portalegre para que esta situação fique totalmente clara?”, tendo o Presidente da Câmara respondido que, assim, esse documento teria de passar pela Assembleia Municipal, com todos os inconvenientes inerentes, para além de que ia demorar imenso tempo. Voltámos à carga: “se as facturas não estão em nome do município, que problema há em demorar esse tempo, pelo menos o processo era totalmente transparente, não?”, “pois, mas assim para o ano já não havia candidatura” – respondeu o Presidente, com receio de uma possível retaliação da Associação Comercial de Portalegre, caso não fosse concedido este subsídio.

Outro pormenor preocupante é o saldo, à data da entrada do fax, para este tipo de apoios que era, como podem ver no ofício, de 10.082,15 €; o que quer dizer que com a atribuição deste subsídio, o saldo municipal para os apoios às Associações do Concelho até ao final do ano será de 82 €. Isto é muito preocupante. Sabemos que se pode fazer alguma ginástica orçamental e ir buscar verbas a outras rubricas, mas, em qualquer caso, tratar-se-á de um péssimo resultado. Todos sabem que muitas Associações do Concelho promovem acções, e actividades de grande interesse, pela altura do Natal, e o que é que temos agora? 82 € a dividir por todas as Associações do Concelho, quando a Câmara deu 10.000 € à Associação Comercial, Industrial e Serviços do Distrito de Portalegre.

Não duvidamos do benefício que esta parceria com a Associação Comercial de Portalegre traz ao Concelho de Marvão, no entanto, os processos têm de ser claros, têm de passar pelos órgãos com legitimidade democrática de forma séria, têm de ser ouvidos os agentes locais interessados, e têm de se respeitar, em primeiro lugar, as Associações do Concelho de Marvão, o que não aconteceu. Mais uma vez fica comprovado que urge um Regulamento municipal que discipline estas situações.

Cada munícipe, cada instituição, cada força política tirará as suas conclusões; nós esperamos com este trabalho estar a contribuir para a Democracia Participativa no Concelho de Marvão, que há muito defendemos.

Marvão, 16 de Novembro de 2009

Gonçalo Monteiro
Tiago Pereira

Grupo de Pais do Amaral desiste do golfe de Marvão!



Grupo de Pais do Amaral desiste do projecto turístico do golfe de Marvão!





Não percebi: desiste ou suspende?

Esta posição do grupo de Pais do Amaral talvez seja, apenas, uma táctica de pressão sobre os investidores do aldeamento turístico e outras partes importantes neste negócio.

Oxalá seja!


Bonito Dias
(bonitodias@gmail.com)

domingo, 15 de novembro de 2009

O Euro da discórdia!


Mais uma Feira da Castanha... mais uma tarde de sábado muito bem passada!

A tarde prometia chuva mas esta não passou de um “molha parvos” e muito nevoeiro a circundar Marvão. Revelou-se, assim, um excelente cenário e um tempo perfeito para comer castanhas assadas e beber algumas (poucas) canecas de vinho na alegre companhia de alguns bons amigos.
Apesar de serem já quase 16,00 horas, a chegada a Marvão foi tranquila. Não estava nenhuma daquelas enchentes de outros anos, contudo havia muita gente mas, sem o caos dessas edições, deambulava-se tranquilamente em Marvão.
As castanhas estavam boas e o vinho excelente!

Diria que a Feira estava “normal”, na sequência de outras edições anteriores. Não vislumbrei novidades, tendo ficado, contudo, com a ideia que a animação de rua era escassa.

Estas considerações levam-me a meditar que será necessário “repensar” esta feira, acrescentar-lhe novidades. Não há “produto” nenhum que se mantenha na “na crista onda” do mercado se não se introduzir, periodicamente, algumas inovações. Enfim, novos atributos que o relancem!

Assim sendo, as conversas centraram-se (mais uma vez) no euro pago à entrada. O euro da discórdia!

Eu defendo que os eventos em Marvão devem ser cobrados. O cenário é edílico (e único), tendo toda a lógica que os eventos aí realizados captem recursos, os quais possam depois ser (re) investidos na indústria turística de Marvão.

(E a todos os sítios onde vou é, sempre, tudo a pagar.)

Portanto, considero que um euro até é “curto”! E não concordo que sejam as Associações a usufruir, reiteradamente, dos fundos cobrados nos eventos em Marvão.

Existe, no entanto, um argumento de peso que põe em causa a cobrança de entradas logo às portas da Vila. Dizem os residentes que se, por exemplo, têm convidados para almoçar torna-se necessário apresentar justificações à porta para que os mesmos não tenham que pagar para os visitar. Pertinente!

No caso da “Al Mossassa”, em que o perímetro da festa é mais restrito essa situação fica, na minha opinião, ultrapassada…

Assim, julgo que futuros eventos a criar em Marvão deveriam ser mais circunscritos (tipo Al Mossassa), com apostas mais arrojadas ao nível dos “artistas” e “bem cobrados”.

Marvão tem atributos que o justificam…

Bonito Dias
(bonitodias@gmail.com)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O MUNDO DOS OUTROS...

Por se tratar de uma Opinião que revela muita coragem, tal como outras que tem emitido, e num país em que parece que esse valor anda arredio, aqui vos trago mais um artigo do Grande jornalista que é Mário Crespo, que apesar de se referir a temas nacionais, penso que também a nós marvanenses dizem respeito.

Os intocáveis – Por Mário Crespo no JN
2009-11-02

O processo Face Oculta deu-me, finalmente, resposta à pergunta que fiz ao ministro da Presidência Pedro Silva Pereira - se no sector do Estado que lhe estava confiado havia ambiente para trocas de favores por dinheiro. Pedro Silva Pereira respondeu-me na altura que a minha pergunta era insultuosa.

Agora, o despacho judicial que descreve a rede de corrupção que abrange o mundo da sucata, executivos da alta finança e agentes do Estado, responde-me ao que Silva Pereira fugiu: Que sim. Havia esse ambiente. E diz mais. Diz que continua a haver. A brilhante investigação do Ministério Público e da Polícia Judiciária de Aveiro revela um universo de roubalheira demasiado gritante para ser encoberto por segredos de justiça.

O país tem de saber de tudo porque por cada sucateiro que dá um Mercedes topo de gama a um agente do Estado há 50 famílias desempregadas. É dinheiro público que paga concursos viciados, subornos e sinecuras.

Com a lentidão da Justiça e a panóplia de artifícios dilatórios à disposição dos advogados, os silêncios dão aos criminosos tempo. Tempo para que os delitos caiam no esquecimento e a prática de crimes na habituação.

Foi para isso que o primeiro-ministro contribuiu quando, questionado sobre a Face Oculta, respondeu: "O Senhor jornalista devia saber que eu não comento processos judiciais em curso (…)".
O "Senhor jornalista" provavelmente já sabia, mas se calhar julgava que Sócrates tinha mudado neste mandato.


Armando Vara é seu camarada de partido, seu amigo, foi seu colega de governo e seu companheiro de carteira nessa escola de saber que era a Universidade Independente. Licenciaram-se os dois nas ciências lá disponíveis quase na mesma altura. Mas sobretudo, Vara geria (de facto ainda gere) milhões em dinheiros públicos.

Por esses, Sócrates tem de responder. Tal como tem de responder pelos valores do património nacional que lhe foram e ainda estão confiados e que à força de milhões de libras esterlinas podem ter sido lesados no Freeport.

Face ao que (felizmente) já se sabe sobre as redes de corrupção em Portugal, um chefe de Governo não se pode refugiar no "no comment" a que a Justiça supostamente o obriga, porque a Justiça não o obriga a nada disso. Pelo contrário. Exige-lhe que fale. Que diga que estas práticas não podem ser toleradas e que dê conta do que está a fazer para lhes pôr um fim.

Declarações idênticas de não-comentário têm sido produzidas pelo presidente Cavaco Silva sobre o Freeport, sobre Lopes da Mota, sobre o BPN, sobre a SLN, sobre Dias Loureiro, sobre Oliveira Costa e tudo o mais que tem lançado dúvidas sobre a lisura da nossa vida pública.

Estes silêncios que variam entre o ameaçador, o irónico e o cínico, estão a dar ao país uma mensagem clara: os agentes do Estado protegem-se uns aos outros com silêncios cúmplices sempre que um deles é apanhado com as calças na mão (ou sem elas) violando crianças da Casa Pia, roubando carris para vender na sucata, viabilizando centros comerciais em cima de reservas naturais, comprando habilitações para preencher os vazios humanísticos que a aculturação deixou em aberto ou aceitando acções não cotadas de uma qualquer obscuridade empresarial que rendem 147,5% ao ano.

Lida cá fora a mensagem traduz-se na simplicidade brutal do mais interiorizado conceito em Portugal: Nos grandes ninguém toca.

TA: Já agora, convém referir que assino por baixo…

1ª REUNIÃO DO NOVO EXECUTIVO CAMARÁRIO

O Movimento por Marvão (MporM), enviou-nos o seguinte mail sobre a Reunião do Executivo da Câmara Municipal de Marvão no passado dia 4/11/2009, que aqui divulgamos:


Na quarta-feira, dia 04/11/09, teve lugar a reunião da Câmara Municipal de Marvão no Salão Nobre do Município; estas reuniões, que contam com a presença de todos os Vereadores eleitos, são também abertas ao público, que pode no final colocar questões sobre a actividade municipal. Nesta reunião apenas estavam presentes duas pessoas no público - Gonçalo Monteiro e Tiago Pereira, ambos membros do Movimento por Marvão.
A reunião, que começou com um ligeiro atraso, contou com um assunto fora da Ordem do Dia, e que se relacionava com um pedido de subsídio da Associação Comercial de Portalegre.

O ofício, ao qual o Movimento por Marvão teve depois acesso, solicitava um subsídio a fim de se realizarem umas animações na época natalícia e no dia dos namorados. O Presidente da Câmara adiantou que a Associação Comercial de Portalegre tem sido parceira da Câmara, nomeadamente nos eventos que têm acontecido, desde a Feira da Gastronomia até à Feira da Castanha, bem como na promoção da imagem de marca de Marvão. Acontece que a Associação Comercial de Portalegre fez uma candidatura, que pelos vistos foi aceite e está em funcionamento, onde a Câmara tem a maior parte das despesas destes eventos, comparticipadas a 60% pelo programa MODCOM.

O pedido de subsídio não discriminava o montante, sendo que o Presidente da Câmara interveio para dizer que se tinha comprometido numa reunião com a Associação a subsidiar aquela instituição com 10.000 € (dez mil euros).

Após ter revelado aquele valor, os vereadores da oposição, e também o Vereador José Manuel Pires, ficaram intrigados com o valor em causa e com a falta de informação que o ofício revelava. Pediram mais esclarecimentos, mas pouco mais foi dito - o Presidente adiantou apenas que, se não se apoiasse a Associação nesta fase, no futuro a Câmara poderia perder a candidatura, que só pode ser submetida pela Associação Comercial.

O que aconteceu na reunião foi que se votou um subsídio de 10.000 € para a Associação Comercial de Portalegre desenvolver, apenas e só, umas actividades no Natal e nos dias dos namorados.

O próprio Vereador José Manuel Pires, agora com o pelouro da cultura, foi à condição que viabilizou a concessão desde subsídio, isto é, apenas dá ordem à contabilidade para ser feito o pagamento quando souber que tipo de actividades vão ser desenvolvidas. Os vereadores da oposição votaram contra, com elucidativas declarações de voto. Um processo muito pouco claro este, e que deve ser esmiuçado.

Nesta reunião ficou a saber-se que o Parque de Campismo Naturista aprovado pela Câmara e pela Assembleia Municipal para a freguesia de Santo António das Areias já não irá para a frente, porque o investidor não chegou a acordo com os proprietários dos terrenos em questão; na calha, existe agora outra localização, na Freguesia de São Salvador da Aramenha, mais concretamente nos Alvarrões; mas para este projecto ir para a frente tem de ter de novo as aprovações da Câmara e da Assembleia Municipal, e foi essa diligência que ocorreu na tarde de quarta-feira, tendo sido aprovado o avanço do processo.

As reuniões de Câmara têm sempre uma dificuldade inerente para o público que vai assistir: é que este não conhece os documentos, os valores, as rubricas dos projectos que se estão a discutir; isto a propósito do terceiro assunto, relativo à alteração do orçamento para fazer face às obras no Moinho da Cova, na Portagem, o qual irá funcionar como Centro de Interpretação dos Moinhos de Água e garantir, igualmente, o atendimento turístico na zona. A alteração da rubrica do orçamento para esta obra prevê o acréscimo de 150.000 € (cento e cinquenta mil euros).

Foi também aprovada, no âmbito da Etapa do Campeonato do Mundo de Corridas de Aventura, a ter lugar em Marvão no dia 11 de Novembro, a oferta de um almoço aos participantes, bem como o transporte para a deslocação das bicicletas.

Sobre a Feira da Castanha, importa dizer que foi aprovada nos mesmos moldes, o que comprova de que nada serviu a reunião preparatória da Feira, onde o Movimento por Marvão esteve presente e apresentou propostas concretas. No seguimento de um pedido feito pela Vereadora Madalena Tavares, ficou escrito em acta que a Câmara Municipal deve procurar munir-se de um parecer jurídico acerca da legalidade da cobrança de bilhetes à entrada da Vila, por ocasião da Feira; o Movimento por Marvão, que naquela reunião se manifestou contra essa cobrança, espera que se obtenha esse mesmo parecer o mais rápido possível.

Foi também aprovada uma alteração, que será presente à Assembleia Municipal, no que toca às taxas; foi deliberado, ainda, devido a uma derrapagem, o reforço do apoio às obras da Igreja da Escusa em 2.000 € (dois mil euros).

No período reservado ao público, o membro do Movimento por Marvão, Tiago Pereira, deu os parabéns a todos, de forma pública, pela sua eleição; pediu para que honrassem os cargos de vereadores, e que o processo de auscultação da população não se tivesse esgotado na campanha eleitoral. Dito isto, questionou ainda o executivo sobre a sua abertura para que o Boletim Municipal - infoMarvão passasse a ter duas páginas distribuídas/divididas pelas forças políticas candidatas nas últimas eleições para os órgãos da autarquia, para que, desta forma, possa haver uma maior pluralidade na mensagem que chega aos munícipes, à semelhança do que acontece noutros Concelhos, e de acordo com o Programa Eleitoral do Movimento por Marvão. O Presidente não se comprometeu com esta sugestão, e disse que estaria aberto a receber propostas, pelo que o Movimento por Marvão fará chegar na próxima semana essa proposta, por escrito, à Câmara Municipal.

Fica assim demonstrado, uma vez mais, que o Movimento por Marvão não se esgotou nas eleições autárquicas e, mesmo sem representação institucional, continuará a apresentar propostas à Câmara Municipal, a lutar pelo seu programa e, essencialmente, a ser um porta-voz da população.

domingo, 8 de novembro de 2009

Finalmente a ETAR na Beirã


Na anterior Assembleia Municipal, aí pelo início de 2006, foi promovida a descentralização de algumas sessões, tendo sido realizada uma em cada freguesia do concelho. Foi uma excelente ideia, já que nessas assembleias normalmente havia mais gente a assistir e discutiam-se sempre alguns “assuntos locais”.

Lembro-me que na realizada na freguesia da Beirã foi debatida a questão dos esgotos nessa localidade, tendo sido frisado por alguns membros da Assembleia aí moradores que os mesmos corriam a céu aberto; o cheiro era nauseabundo; e que, inclusivamente, os esgotos inundavam terrenos de particulares, como por exemplo do antigo (e actual) membro da AM, prof. José Garraio.

E que a situação se mantinha assim já há largos anos!

Lembro-me de, na altura, pensar que essa era uma situação insustentável e que, além das questões estratégicas (as quais me despertavam sempre mais atenção) estas também eram questões prementes que urgia resolver.

E que em décadas não se tinha investido no concelho em outras infra-estruturas com a “desculpa” que tinha sido necessário dar prioridade ao saneamento básico e, no entanto, ainda existiam situações destas…

Este assunto era, portanto, lamentável e a sua resolução envolvia grande urgência. Foi a conclusão!

Foi, por isso, com satisfação que hoje li a notícia no “Fonte Nova” que aqui vos trago:

http://www.jornalfontenova.com/fnonline.asp

Finalmente, vai ser construída uma nova ETAR na Beirã para que os esgotos não corram a céu aberto!

Bonito Dias
(bonitodias@gmail.com)

CRÓNICA DE UMA “derrota” NÃO PREVISTA!

Hoje jogo eu!

Realizou-se ontem dia 7 de Novembro, mais um jogo-convívio entre as equipas de Velhas-Guardas do Grupo Desportivo Arenense e o Clube Desportivo de S. Mamede.

O jogo teve lugar no Campo Municipal Eduardo Lima (Professor Du), nos Assentos e terminou com o resultado de 2-1, favorável à equipa de Portalegre, que marcou o golo da vitória no último minuto de jogo. O golo do Arenense foi obra dos manos Macedo, depois dum centro remate de Luís Miguel, surgiu a concretização à boca da baliza por Nuno.

Mais uma vez um bom jogo por parte do Arenense que tem por sina não ganhar ao S. Mamede, mas merecia…


GDA (da esquerda para a direita e de cima para baixo): Sabi, Bonito, JM Freire, Peixe, -Zé, Chaparro, Barradas, Zé Vaz, Jbuga, Nuno, Zé Carlos, Antunes, J. Vitorino, João Carlos, Bonacho, Zé Domingos, J. Paulo, Manolo e Luís Miguel.


Equipa das Velhas Guardas de S. Mamede


Seguiu-se uma terceira parte, ainda mais animadíssima no Restaurante Jorge Isidro, com um repasto farto e um convívio fora de série com mais de 50 pessoas, e com a sempre boa animação da malta de Portalegre, dos quais somo admiradores. Não faltou sequer as cerimónias de “baptizo” daqueles que vestem pela 1ª vez a camisola do S. Mamede e que têm que demonstrar que não suam só a dita, mas que a transpiração se estende até às “cuecas”!


As duas equipas perfiladas, como "manda a sapatilha"

Quem acabou por fazer o seu “baptizo” na equipa do GDA foi o Sabi-sénior, que a estas horas deve andar a arrastar-se com um “andar novo”, devido ao facto de não ter aceite os “meus conselhos”, há vinte anos atrás e estar com algum défice de desenvolvimento de algumas competências, nomeadamente, ao nível dos “abdutores” e dos “glúteos” (mais conhecidos por nadegueiros!), mas deixa lá que isso passa…
No Relatório do mano, conta que atingiste os mínimos. E o que interessa é a boa vontade.

Venha o próximo que será já no dia 21 de Novembro em Nisa.