Entre 1995 e 1996 um Presidente da Câmara Municipal de Marvão (eleito pelo Partido Socialista), teve uma espécie de agouro ou visão ou, como diz o povo, “um espírito santo de orelha” e decidiu que, sendo Marvão um sítio bonito, quiçá até original em Portugal, o poderia internacionalizar através de uma candidatura a património da humanidade tão em voga por essa época. Assim o cogitou e assim o fez.
Os resultados são aqueles que todos sabemos. Em 2006, já com outro Presidente, eleito agora pelo Partido Social Democrata (PSD) a ocupar a cadeira do poder, e para que não se visse essa candidatura passar pela desonra de ser chumbada pela Unesco, decidiu-se, habilmente, pela sua retirada. As argumentações para o possível chumbo foram diversas e a gosto dos justificantes.
No entanto, o que ficou dessa candidatura, para além de alguma divulgação e publicidade externa de Marvão foram custos e despesas, talvez exageradas nunca contabilizadas ou divulgadas para um pequeno município que vive das receitas do Orçamento Geral do Estado que talvez devesse pensar noutras prioridades, sem que alguém tenha assumido a responsabilidade do fracasso e, muito menos, pelos custos de tal aventura.
Entre 1996 e 2006 (período da anterior candidatura), eu acompanhei por dentro a vida PSD, sei perfeitamente aquilo que pensavam alguns dos actuais dirigentes executivos sobre esse Projecto, que apenas o não manifestaram publicamente e em programas eleitorais por não parecer, na altura, estrategicamente vantajoso. Mas posso assegurar que, tal candidatura, era tudo menos o ser considerada importante e muito menos estruturante para o concelho, ao contrário do que pensavam os políticos promotores.
Foi assim, com muita surpresa, que em 2011 vi os actuais dirigentes do executivo abraçarem de novo um Projecto de Candidatura de Marvão a Património Mundial, sobre a qual, anteriormente, manifestavam imensas dúvidas. O que prova, mais uma vez, que em política, o que ontem era mentira, hoje já pode ser verdade, desde que sejamos nós a conduzir o desígnio.
Quanto a mim, tenho as maiores dúvidas sobre o êxito deste Projecto, já que anualmente apenas é aceite uma candidatura por país e, Marvão é muito “pequenino” para se impor no panorama nacional, onde candidaturas idênticas brotam como cogumelos.
Não quero dizer com estes argumentos que Marvão não possui características de beleza e singularidade que deveriam merecer tal distinção. O que quero defender é de que será muito difícil, ou mesmo muito pouco provável que tal venha a ser reconhecido, por mais que algum “maltês” disso nos queira convencer. Sejamos realistas e não andemos a desbaratar recursos, certamente, essenciais para outras prioridades.
Por agora vou aqui deixar algumas questões, num debate que deveria ser público e abrangente (que o Presidente diz que existe) e que mereceriam ser tidas em conta, já que se o Projecto falhar, os rostos daqueles que enveredaram por mais esta aventura, terão que nos prestar contas, pois numa qualquer um cai; em duas é preciso ter pouco tino, ou interesses particulares!
Aqui ficam pois as dúvidas que me assaltam:
- Quem assume a paternidade do actual Projecto: Vítor Frutuoso, José Manuel Pires, Francisco Ramos? O Ray (rei), não é de certeza, porque apenas veio passar umas férias à Pousada...
- Este Projecto nasceu de uma necessidade colectiva manifestada pelos marvanenses, ou da cabeça de qualquer iluminado que gosta de aparecer nos “media”?
- Porque não se envolve a população marvanense neste Projecto, e continuamos a ver apenas meia dúzia de elementos da elite nas sessões desta candidatura?
- Porque não se envolvem os concelhos limítrofes neste Projecto, já que os benefícios do êxito de uma candidatura destas seriam de toda a Região, quer portugueses ou mesmo espanhóis?
- Qual é o orçamento deste Projecto? De onde virá o dinheiro? E qual o impacto do custo benefício?
- Quem irá na altura da decisão prestar contas, já que duvido que os promotores deste Projecto, na altura da decisão, ainda por cá andem para serem responsabilizados? Já no passado assim sucedeu!
Os resultados são aqueles que todos sabemos. Em 2006, já com outro Presidente, eleito agora pelo Partido Social Democrata (PSD) a ocupar a cadeira do poder, e para que não se visse essa candidatura passar pela desonra de ser chumbada pela Unesco, decidiu-se, habilmente, pela sua retirada. As argumentações para o possível chumbo foram diversas e a gosto dos justificantes.
No entanto, o que ficou dessa candidatura, para além de alguma divulgação e publicidade externa de Marvão foram custos e despesas, talvez exageradas nunca contabilizadas ou divulgadas para um pequeno município que vive das receitas do Orçamento Geral do Estado que talvez devesse pensar noutras prioridades, sem que alguém tenha assumido a responsabilidade do fracasso e, muito menos, pelos custos de tal aventura.
Entre 1996 e 2006 (período da anterior candidatura), eu acompanhei por dentro a vida PSD, sei perfeitamente aquilo que pensavam alguns dos actuais dirigentes executivos sobre esse Projecto, que apenas o não manifestaram publicamente e em programas eleitorais por não parecer, na altura, estrategicamente vantajoso. Mas posso assegurar que, tal candidatura, era tudo menos o ser considerada importante e muito menos estruturante para o concelho, ao contrário do que pensavam os políticos promotores.
Foi assim, com muita surpresa, que em 2011 vi os actuais dirigentes do executivo abraçarem de novo um Projecto de Candidatura de Marvão a Património Mundial, sobre a qual, anteriormente, manifestavam imensas dúvidas. O que prova, mais uma vez, que em política, o que ontem era mentira, hoje já pode ser verdade, desde que sejamos nós a conduzir o desígnio.
Quanto a mim, tenho as maiores dúvidas sobre o êxito deste Projecto, já que anualmente apenas é aceite uma candidatura por país e, Marvão é muito “pequenino” para se impor no panorama nacional, onde candidaturas idênticas brotam como cogumelos.
Não quero dizer com estes argumentos que Marvão não possui características de beleza e singularidade que deveriam merecer tal distinção. O que quero defender é de que será muito difícil, ou mesmo muito pouco provável que tal venha a ser reconhecido, por mais que algum “maltês” disso nos queira convencer. Sejamos realistas e não andemos a desbaratar recursos, certamente, essenciais para outras prioridades.
Por agora vou aqui deixar algumas questões, num debate que deveria ser público e abrangente (que o Presidente diz que existe) e que mereceriam ser tidas em conta, já que se o Projecto falhar, os rostos daqueles que enveredaram por mais esta aventura, terão que nos prestar contas, pois numa qualquer um cai; em duas é preciso ter pouco tino, ou interesses particulares!
Aqui ficam pois as dúvidas que me assaltam:
- Quem assume a paternidade do actual Projecto: Vítor Frutuoso, José Manuel Pires, Francisco Ramos? O Ray (rei), não é de certeza, porque apenas veio passar umas férias à Pousada...
- Este Projecto nasceu de uma necessidade colectiva manifestada pelos marvanenses, ou da cabeça de qualquer iluminado que gosta de aparecer nos “media”?
- Porque não se envolve a população marvanense neste Projecto, e continuamos a ver apenas meia dúzia de elementos da elite nas sessões desta candidatura?
- Porque não se envolvem os concelhos limítrofes neste Projecto, já que os benefícios do êxito de uma candidatura destas seriam de toda a Região, quer portugueses ou mesmo espanhóis?
- Qual é o orçamento deste Projecto? De onde virá o dinheiro? E qual o impacto do custo benefício?
- Quem irá na altura da decisão prestar contas, já que duvido que os promotores deste Projecto, na altura da decisão, ainda por cá andem para serem responsabilizados? Já no passado assim sucedeu!
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