Na Edição nº 1807, de Terça-feira, 11 de Janeiro de 2011, do Jornal Fonte Nova, retirámos esta reportagem sobre um dos nossos conterrâneos, a que a má sorte bateu à porta num fatídico 18 de Abril de 1990.
Nestes 20 anos, o César, é um exemplo de coragem e persistência, contra agruras da vida, e por isso aqui, dignamente é lembrado no Fórum:
Nestes 20 anos, o César, é um exemplo de coragem e persistência, contra agruras da vida, e por isso aqui, dignamente é lembrado no Fórum:
"Um exemplo de força e vontade - César Lopes luta para conquistar o que a vida lhe roubou
César Lopes era um jovem normal, fanático por desporto e tauromaquia, tinha cumprido recentemente o serviço militar e preparava-se para ingressar na GNR…mas tudo mudou.
No dia 18 de Abril de 1990, e depois de ter transportado o seu irmão para o trabalho, o marvanense despistou-se. Um acidente que nunca mais esqueceu e que o atirou imediatamente para uma cama de hospital. Quando acordou, o jovem, na altura com 21 anos, não conseguia mexer nem os braços, nem as pernas, pouco mexia a cabeça e não conseguia falar…foi o maior choque da sua vida, como próprio recorda.
"A primeira vez que me sentaram, ao fim de três meses, e fiz força para me levantar, vi que não mexia pernas, braços e mal mexia a cabeça. E não conseguia falar. Fiquei três anos sem falar. O que para mim foi ainda mais difícil", relatou.
Com o apoio e insistência da família, que tem estado a seu lado desde o acidente, minorando todas as dificuldades, César iniciou uma sequência de tratamentos e intervenções que, pouco a pouco, lhe foram devolvendo alguma mobilidade e a voz.
"A primeira vez que ouvi a minha voz, ao fim de três anos, foi uma alegria imensa", declarou, acrescentando ainda que a fisioterapia também lhe conseguiu devolver algum movimento (nos braços) e também equilíbrio nas costas.
Foram anos de intensa luta física e interior, presenteados com um equipamento que hoje lhe permite uma autonomia radicalmente diferente.
César Lopes era um jovem normal, fanático por desporto e tauromaquia, tinha cumprido recentemente o serviço militar e preparava-se para ingressar na GNR…mas tudo mudou.
No dia 18 de Abril de 1990, e depois de ter transportado o seu irmão para o trabalho, o marvanense despistou-se. Um acidente que nunca mais esqueceu e que o atirou imediatamente para uma cama de hospital. Quando acordou, o jovem, na altura com 21 anos, não conseguia mexer nem os braços, nem as pernas, pouco mexia a cabeça e não conseguia falar…foi o maior choque da sua vida, como próprio recorda.
"A primeira vez que me sentaram, ao fim de três meses, e fiz força para me levantar, vi que não mexia pernas, braços e mal mexia a cabeça. E não conseguia falar. Fiquei três anos sem falar. O que para mim foi ainda mais difícil", relatou.
Com o apoio e insistência da família, que tem estado a seu lado desde o acidente, minorando todas as dificuldades, César iniciou uma sequência de tratamentos e intervenções que, pouco a pouco, lhe foram devolvendo alguma mobilidade e a voz.
"A primeira vez que ouvi a minha voz, ao fim de três anos, foi uma alegria imensa", declarou, acrescentando ainda que a fisioterapia também lhe conseguiu devolver algum movimento (nos braços) e também equilíbrio nas costas.
Foram anos de intensa luta física e interior, presenteados com um equipamento que hoje lhe permite uma autonomia radicalmente diferente.
Há cerca de seis anos, César conseguiu finalmente a chave para lhe abrir novamente as portas do mundo: uma cadeira que se adapta perfeitamente à sua condição e que lhe permite mobilidade dentro e fora de casa. Com este equipamento, conseguiu sair de casa e percorrer toda a vila de Marvão.
"Esta cadeira é a minha dependência total. Uma cadeira igual à minha na altura custava cerca de 25 mil euros. Qualquer coisa para deficientes tem um preço exorbitante", afirma.
Felizmente, um amigo na altura, o Rui Pedro, conhecia Bagão Félix, o então secretário de Estado da Segurança Social, a quem expôs o caso. A primeira resposta foi que a cadeira era muito cara mas, depois de algum tempo, e de terem facultado uma cadeira que não era apropriada, a segurança social comunicou-lhe que a cadeira lhe seria entregue. Foi, sem margem para dúvidas, o ponto de viragem na vida de César Lopes.
Felizmente, um amigo na altura, o Rui Pedro, conhecia Bagão Félix, o então secretário de Estado da Segurança Social, a quem expôs o caso. A primeira resposta foi que a cadeira era muito cara mas, depois de algum tempo, e de terem facultado uma cadeira que não era apropriada, a segurança social comunicou-lhe que a cadeira lhe seria entregue. Foi, sem margem para dúvidas, o ponto de viragem na vida de César Lopes.
Mas a luta não ficou por aqui. Em 2009, e com a ajuda incondicional do amigo Tiago Gaio, César apresentou uma candidatura à Acção Qualidade de Vida, da Associação Salvador, apresentando igualmente um projecto de sensibilização nas Escolas, onde o marvanense apresenta o seu caso, e apela à utilização das cadeiras e do cinto de segurança. Infelizmente, em 2009, a candidatura não foi seleccionada.
Em 2010, e novamente com o apoio do amigo, César voltou a concorrer. Desta feita, foi um dos 16 seleccionados entre os 64 candidatos e conseguiu dois prémios, um computador portátil, com um software adequado à sua condição, e ainda um ar condicionado.
A lutar constantemente para recuperar aquilo que a vida lhe roubou, César Lopes conseguiu mais uma grande conquista e que lhe abre mais um mundo. Com o computador, o marvanense consegue comunicar constantemente com os seus amigos através das redes sociais, e tem um mundo inteiro de informação à sua frente.
"Agradeço muito ao Tiago por toda a paciência e disponibilidade. Ele sim é o responsável por estas conquistas", sublinhou, destacando que só com a ajuda do amigo conseguiu não só conquistar este equipamento, mas também desenvolver a sua interacção.
Sempre de sorriso no rosto, César Lopes mostrou ao nosso jornal a forma como interage com o computador, um processo que agora parece simples, mas que exigiu uma grande perseverança.
Na verdade, e mesmo depois de perder toda a mobilidade, César nunca perdeu a vontade de viver, e revela uma vontade enorme de viver.
"Agradeço muito ao Tiago por toda a paciência e disponibilidade. Ele sim é o responsável por estas conquistas", sublinhou, destacando que só com a ajuda do amigo conseguiu não só conquistar este equipamento, mas também desenvolver a sua interacção.
Sempre de sorriso no rosto, César Lopes mostrou ao nosso jornal a forma como interage com o computador, um processo que agora parece simples, mas que exigiu uma grande perseverança.
Na verdade, e mesmo depois de perder toda a mobilidade, César nunca perdeu a vontade de viver, e revela uma vontade enorme de viver.
"Conheço pessoas na mesma situação que eu e que não saem das suas casas. Não podemos perder a vontade de viver. Não podemos esmorecer, passado é passado, temos de viver o presente, um dia de cada vez", concluiu, garantindo que, dia após dia, continua a lutar para enfrentar as muitas barreiras físicas, psicológicas e arquitectónicas que existem num mundo que já diz estar preparado para acolher cidadãos portadores de deficiência."
Força César...
6 comentários:
Que grande lição de vida nos dá o César, a nós que temos tudo e nos queixamos à mais pequena contrariedade. O César é um exemplo e uma inspiração de força e coragem.
O César é um exemplo a seguir na forma como enfrenta cada dificuldade diária. O apoio incondicional da família e dos amigos, são dúvida o fermento do seu sorriso.
César! César!
Conheci-o a cuidar dele no Hospital Santa Maria, Ja la vao
12 anos. Sempre aprecie nele amabilidade e sorrisso que tinha quando nos aproximavamos dele. Ele encorja, da força a qualquer um...
Lembro perfeitamente de pedires para te escreverem a carta para teres acesso a cadeira.Um dos teus sucessos!!
Enfim, sem medos ele vai concretizando as seus sonhos e conquistando amizades. Obrigado César por seres meu amigo.
Beijinhos
Saudades
Elisabete Francisco (enfermeira)
Realmente você á uma grande lição de vida. Mantenha sempre esse sorriso lindo, pq todas as portas se abrirão p você e sua familia. Beijinhos
Sim Sr. Ora aqui está uma fonte que eu precisava. Parabéns pelo blog onde dás te a conhecer, a conhecer a tua vida, aquilo que passaste e sempre a lutar por ter uma vida, que ela propria te roubou. Eu sou também mais um a quem a vida me tirou umas "coisitas", mas nem de longe se assemelha ao teu caso. Tive um AVC isquemico onde perdi mobilidade na parte direita do meu corpo, em Fevereiro de 2006, quase a fazer 5 anos.
Forca Cesar, a vida tiramos coisas, uma coisa não consegue, a alegria de viver.
Ricardo Santana - 32 anos
Sim Sr. Ora aqui está uma fonte que eu precisava. Parabéns pelo blog onde dás te a conhecer, a conhecer a tua vida, aquilo que passaste e sempre a lutar por ter uma vida, que ela propria te roubou. Eu sou também mais um a quem a vida me tirou umas "coisitas", mas nem de longe se assemelha ao teu caso. Tive um AVC isquemico onde perdi mobilidade na parte direita do meu corpo, em Fevereiro de 2006, quase a fazer 5 anos.
Forca Cesar, a vida tiramos coisas, uma coisa não consegue, a alegria de viver.
Ricardo Santana - 32 anos
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