sexta-feira, 16 de julho de 2010

Polémica nas Eleições para a Santa Casa

As eleições para a Santa Casa da Misericórdia de Marvão, marcadas para amanhã, dia 17 de Julho, estão envoltas em polémica, devido ao facto, do actual Presidente da Mesa da Assembleia Geral (AG), Padre Luís Marques, não ter aceite para escrutínio, uma das Listas concorrentes encabeçada por Luísa Maçãs Tavares.

Tal como aqui noticiámos no passado dia 28 de Junho, após demissão da actual Direcção, liderada por João de Deus Tavares, apresentaram-se para concorrer 2 Listas, uma liderada por Luísa Maçãs Tavares, e outra liderada por António Silvério.

No entanto, no passado dia 12, após acto de verificação da elegibilidade dos irmãos propostos em cada uma das Listas, o Padre Luís Marques, na qualidade de presidente da Mesa da Assembleia Geral, decidiu, não aceitar a Lista de Luísa Maçãs Tavares.

Fundamenta o Padre Luís, a sua decisão, basicamente, em 3 pressupostos:

1º - A Lista em causa não se encontrar assinada pelo menos por 5 dos irmãos propostos.

2º - Dos irmãos propostos para a Mesa da Assembleia Geral, não se encontrar expresso qual deles se candidata a presidente.

3º - Existência de algumas irregularidades nos nomes dos candidatos apresentados, por estes, não corresponderam aos nomes com que estes se encontram registados na Lista de irmãos da Santa Casa.

Para melhor conhecimento e análise das Listas, informamos que a Lista de António Silvério propõe para presidente da AG Manuel Joaquim Gaio; e para a Direcção, entre outros, os nomes de João José Alberto, Manuel Ferreira, António Matias, Carminda Silvério, Isabel Pires e António Carrilho.
A Lista de Luísa Tavares, propunha para a AG Silvestre Mangerona Fernandes, Maria das Dores Gomes Esteves; e para a Direcção, nomes como Jorge Rosado, Vanda Costa, Joaquim Simão, Fernando Vieira, António Brite Pires e Maria Francisca Garraio.

Em minha opinião, parece-me, que as irregularidades apontadas, e por uma questão de bom senso, não deveriam ser motivo de exclusão ao acto eleitoral de um grupo de irmãos que se propunha servir em prol da Instituição. Deveria, quando muito, ser dado um prazo, para que os seus proponentes as pudessem corrigir e, assim, contribuir para que fosse a comunidade de irmãos a escolher aqueles que lhe pareceriam ser os melhores. No entanto, afirmo mais uma vez, que não conheço em profundidade os Estatutos ou Regulamentos Eleitorais que regem a Instituição.


Com esta decisão, de não aceitação da Lista de Luísa Tavares, e não querendo por em causa a decisão do Padre Luís (que certamente se terá baseado em regras estatutárias), tem como consequência o empobrecimento de um processo mais democrático de debate e de escolha, que em minha opinião, seria fundamental e necessário numa Instituição centenária (nos dias de hoje uma IPSS e não uma Instituição religiosa ou de caridade), mas quase sempre muito fechada à comunidade ao longo dos tempos.

Fica assim gorada, alguma hipótese de debate sobre que projectos e ideias existem por parte dos candidatos, para gerir a mais importante Instituição do concelho de Marvão, e mais uma vez, o que estão em causa são “nomes e personalidades”.

11 comentários:

Unknown disse...

Caro João Bugalhão,

Muitas vezes o criticam por dizer a verdade, certo é que, com conhecimento de causa, neste POST uma vez mais sabe o que diz !!!

Tomei conhecimento, através de uma pessoa amiga, da GRANDE VERGONHA que tem sido este acto Eleitoral na Misericórdia de Marvão.


Toda a gente sabe que esta atitude do "Padre" Luís é de MÁ FÉ e muito pouco católica.

Que autoridade tem um Presidente da Assembleia - Geral (E que exerce as funções de paróco em Marvão) PARA DESPEDIR UMA FUNCIONÁRIA EXEMPLAR, quando ainda não tinha conhecimento oficial da sua presença na Lista?

Numa das visitas que fiz a familiares na Misericórdia, já esta semana, apercebi-me da Força que a Lista da Luísa Tavares tinha dentro da Instituição:
As Funcionárias, as próprias Irmãs e até alguns idosos não criam acreditar no acto que tinha sido tomado.

Existe uma revolta enorme dentro da Instituição.
Sente-se claramente que as pessoas apoiavam a Lista da ex-colega.


E QUEM PERDEU?

A INSTITUIÇÃO, claro!!!
Assim vai o concelho de Marvão...

Unknown disse...

Amigo/a Marvão sabia que para se poder candidatar à Santa Casa não pode ter vínculo com a casa??
Se calhar a FUNCIONÁRIA EXEMPLAR não foi despedida, mas despediu-se, não seria assim???

Concordo consigo quando fala na GRANDE VERGONHA que tem sido este acto Eleitoral na Misericórdia de Marvão.....

Quando se falou em eleições na Santa Casa e nas supostas listas que iriam correr, sai dos meus cuidados e para saber em quem votar fui para o campo tomar conhecimento de tanta polémica...

A Marvanense

António disse...

D. Joaquina, importa resalvar que a funcionária em causa tinha pedido sim a sua demissão, mas a partir do dia 9 de Julho não interferindo de maneira nenhuma com o cargo a que se candidatava, pois as listas só saíam oficialmente no dia 12 de Julho!
O Pd Luis demitiu-a no dia 6 de Julho... sem qualquer poder para tal!

Outro Marvanense!!

Unknown disse...

Sr.ª Joaquina

Sim, sabia que nenhum funcionário renumerado pode concorrer a nenhum cargo administrativo(Não é só na Misericórdia que isso acontece).

A não ser que a maioria da população minta, segundo dizem por aí, a Funcionária terminaria o seu vinculo antes do prazo final da entrega das Listas, logo...

Ou o Sr.º Presidente da Câmara também se demitiu antes das Eleições, por se recandidatar?

Soube também que, infelizmente as Eleições foram antecipadas, porque 4 pessoas renunciaram o cargo,e um deles é agora candidato pela única lista "aceite" pelo Sr. Padre.

Sabe o antónimo de COMPROMISSO?

O que soube, e não sabia é que um Presidente da Assembleia-Geral, e colaborador da Santa Casa tinha autonomia para despedir um Funcionário!

Deve ter-se regido pela mesma Lei, com que invalidou a outra Lista.

Sr.ª Joaquina, vamos ser honestos e assumir a verdade:

Não sou Irmão da Misericórdia, e confesso que não sei quem é a melhor Lista, pois não conheço todas as pessoas das 2 Listas, mas que NÃO FOI NADA DEMOCRÁTICO, não foi?

Se calhar o Sr.º Padre até poderá ter as suas razões para invalidar a outra Lista...

Talvez soubesse o desfecho, se fossem ambas a votos!

Ficarei a rezar para que a Misericórdia fique em Boas Mãos, porque isso é o que REALMENTE INTERESSA.
E que quem hoje bate porta a porta a pedir votos, não se esqueça "OUTRA VEZ" do compromisso que assumiu.

ritaanibal disse...

Caro Sr. Bugalhão, nos Actos Eleitorais existem sempre Estatutos para serem cumpridos seja em Associações,Instituições ou outros.
Porque razão na Santa Casa da Misericordia de Marvão se teria que continuar a não cumprir os Estatutos que desde 1987 vigoram?
nos ultimos Actos Eleitorais quando a quase a totalidade dos Irmãos se apercebiam das Eleições, Já TINHAM PASSADO!!!!!!, E AGORA DIGA-ME SE ISSO É QUE É DEMOCRACIA??? e os Irmãos só servem para pagar quotas?

Esperamos que os eleitos façam um bom trabalho em prol de todos nós, hoje somos novos, amanhãm seremos velhos.

António disse...

Cara Rita,

Tudo isso seria muito verdade, se o Sr Padre Luís se tivesse realmente rugulado pelos estatutos e leis a que se refere, deixe-me réctifica-la, não são de 1987 mas sim 1983, onde quer a lei quer o comprimisso da Santa Casa não define tais razões em que o Sr Padre Luís se baseou para excluir a lista. Note-se, também, que as eleições que passaram, e as que refere fora de lei,como define, foram presididas também por ele. Há mais de 10 anos que ele é o presidente da Assembléia Geral... Penso que, a lista excluída deverá agir perante tanta ilegalidade.Há tantos anos como refere...

Independentemente dos erros que a lista pudesse ter, há sempre um tempo próprios para rectificar. Até nas eleições políticas isso acontece!

Contudo, concordo também, que acima de tudo está o bem estar e o bom trabalho que se deve desenvolver na Mesericórdia, portanto sera isso que espero que aconteça...

Observador disse...

Essa senhora de nome Maria das Dores Gomes Esteves está envolvida numa polémica na Santa Casa de Portalegre , onde terá falsificado a licenciatura da nora ( licenciada em direito) como licenciada em assistencia social , para a poder meter na instituição como Directora Técnica, este facto foi provado em Tribunal onde decorrem vários processos contra a actual mesa administrativa e onde a sra. Maria da Dores Rolo Canhão Gomes Esteves faz parte.
De notar que existem muitas queixas contra a dita senhora

ritaanibal disse...

Caro Antonio
Tanto quanto sei, o Sr. Presidente da Assembleia Geral geriu este Acto Eleitoral seguindo a obrigatoeridade dos Estatutos em vigor, de facto os Estatutos são de 1983 mas foram rectificados em 1987.
Como nas ultimas eleições não eram anunciadas aos irmãos, a Mesa fazia tudo quanto queria e o Sr. Padre Luis apenas deixava andar o barco, porque não havia concorrência, mas desta vez como havia concorrência ele teve que cumprir os Estatutos, o problema é que o Comandante esqueceu-se de fazer as coisas legalmente defenidas pelos actuais Estatutos.
Mas hoje terminam as dores de BARRIGA.

Gilberto Gil disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ritaanibal disse...

E já que o Gilberto Gil fala em corupção, então espero mais destes novos eleitos,espero bem que façam chegar ao de cima todas as irregularidades cometidas e não as deixem passar em branco e os seus autores que venham a ter o castigo mereçido. Com uma instituição desta natureza não se brinca, nem muito menos se deve tirar proveito próprio para arranjar tachos para familiares ou amigos.

Saudações mesicordiosas para todos os que estão de boa fé.

ritaanibal disse...

Parece que houve grande afluência às urnas das eleições da Santa Casa da Misericórdia, alguns dos irmãos fizeram fila para depositar o seu voto, concerteza estariam-se a apreceber que alguma coisa não estava bem no seu funcionamento e daí a votação de 168 votos entrados, dos quais 158 a favor da lista apresentada, parece que esta afluência numa tarde de temperatura bastante elevada quis falar mais alto.
Parabens aos eleitos e bom trabalho.
Saudações Misericordiosas