sábado, 29 de maio de 2010

Os contra; os a favor; os cépticos; e a maioria!



A Câmara Municipal de Marvão publicou um edital para venda do prédio rústico “Coutada”, o qual representa uma boa fatia da encosta de Marvão e inclui parte da calçada romana. A sessão pública, que poderá consumar essa venda, realizar-se-á em 16 de Junho próximo.

O Presidente da Câmara defende que não haverá qualquer problema com a venda deste terreno visto que “a zona onde se insere a é uma zona protegida abrangida pela Zona Ecológica Nacional e ainda pelo Plano de Ordenamento do PNSSM. Tratando-se de uma zona de protecção, não espera que o eventual investidor venha a construir nesse prédio.”

Apesar destas declarações do Presidente da Câmara o MporM (por mail) levanta duas questões:

1- Quem é o investidor inocente que está disponível para comprar este terreno sem ter qualquer tipo de permissão para construir?

2 - Com o terreno onde nasceu o aldeamento do golfe não se passava exactamente a mesma coisa?

E criou um registo no Facebook como forma de mobilizar os marvanenses contra esta decisão da câmara (http://www.facebook.com/group.php?gid=126405374044181).


Esta venda já tinha sido alvitrada na anterior legislatura e, inclusivamente, foi debatida numa sessão da AM, fora da ordem do dia. Noutra sessão (já bastante posterior) da AM, questionado por mim sobre o “andamento” deste assunto, o Presidente da Câmara afirmou que, perante as objecções de alguns marvanenses, o potencial investidor tinha perdido o interesse...

Segundo parece, o potencial investidor será uma empresa estrangeira que, já há alguns anos, vem adquirindo terrenos inóspitos no concelho (a preços elevados) para, alegadamente, criar um percurso para BTT.

Desta forma, parece, também, que a aquisição da “Coutada” pretende acrescentar valor a essa bolsa de terrenos, representando talvez “a cereja em cima do bolo”.

Tomando como correctas estas informações, diria que concordo com este negócio!

Tendo Marvão condições naturais ímpares para a prática desta modalidade (e de outras que envolvam contacto com a natureza) e a Câmara Municipal não revelando capacidade para desenvolver e mobilizar esta área (por exemplo, com a criação e divulgação de percursos) julgo que seria muito positivo para o sector turístico que existisse um investidor privado a fazê-lo.

Contudo, sendo este negócio bastante melindroso, já que envolve a venda de uma área substancial situada praticamente às portas da Vila, deveria a Câmara mostrar mais zelo na informação prestada aos munícipes.

Deveria explicar, em pormenor, o negócio. Apontar as suas vantagens para o concelho e informar sobre eventuais medidas, tomadas pelo executivo, para mitigar o risco de incumprimento das intenções apresentadas pelo alegado investidor.

Não o fazendo dá azo a especulações.

Existirão aqueles, que pela localização do terreno ou por inimizade política, serão determinantemente contra o negócio e outros que, pela total confiança (ou amizade política) que têm no executivo, serão determinantemente a favor.

Outro grupo haverá (onde me incluo) que, neste tema das decisões camarárias gosta de opinar “caso a caso” e que, independentemente da localização do terreno, se bem informado, poderia ver com bons olhos esta iniciativa privada. No entanto, este grupo não tem, na minha opinião, dados concretos suficientes para expressar uma opinião clara.

Existe, ainda, um quarto grupo (a esmagadora maioria) que, nestas matérias estratégicas, nada exige. Nem informação, nem explicações. Não tem sentido crítico e, por isso, não escrutina...

Como em política o que interessa são as maiorias, facilmente se entende a atitude da Câmara!


Cumprimentos

Bonito Dias
bonitodias@gmail.com

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