terça-feira, 30 de março de 2010

Novos Povoadores, Velhas histórias...

(Ò Tiago, a malta até já se tinha esquecido disto! )

Tem-se andado aqui no Fórum nas “bordas” deste tema, mas parece-me que ele ainda não foi verdadeiramente esmiuçado. Vou tentar deixar aqui a minha versão:

O projecto Novos Povoadores é promovido pela empresa “Info-excelência, Lda.”, liderada pelo Sr. Lucas (empreendedor de projectos de inteligência territorial), um “ponta de lança” à moderna, que numa das suas visitas ao Interior de Portugal abandonado e ostracizado, teve uma ideia, obvia: “… que se no litoral existe gente a mais, e no interior falta dela, talvez que, transferido alguns citadinos (segundo ele injectar massa critica em território abandonado), para o meio rústico, servindo ele e a sua empresa como facilitadores, talvez pudesse adicionar alguns activos ao seu património!"

Logo de seguida, juntou-se com uns amigos e formou a dita empresa, e deitaram mãos à obra. Entraram em contacto com algumas autarquias, entre as quais Marvão, a quem propuseram o negócio, que se baseava na seguinte metodologia:

A “Info-excelência, Lda.”, seleccionaria 10 famílias fartas da cidade, previamente inscritas nos seus ficheiros (sem nos elucidar de quantos membros cada), trá-las-iam a conhecer os indígenas e o seu cantão, que já deveriam ter sido sensibilizados a serem hospedeiros exemplares e afáveis para tão distintos “colonos”, e quando colocassem cá por 12 meses metade dessas famílias de elite (cinco), a dita empresa recebia 18 300 euros; quando colocasse cá as dez famílias, receberiam mais 18 3000 euros, que totalizariam 36 600 euros.

Estas verbas eram na totalidade para a “empresa promotora”. Nada de fazer confusão que seriam para os ilustres seleccionados.

À autarquia cabia: facilitar os contactos com a povoação indígena, servir de cicerones para mostrar e disponibilizar os recursos do cantão, usar todo o seu charme para demonstrar que o seu território é melhor que o do vizinho, solucionar problemas do dia-a-dia, resolver conflitos, e claro, pagar a conta ao Sr. Lucas e aos seus prestimosos colaboradores.

Para ilustrar este Projecto, juntaram os seus promotores uma serie de termos “inglesados”, para que soubéssemos que os senhores eram gente culta e tinham frequentado “faculdades de primeira” (mas onde não existem dicionários), tais como: hardware, nearshoring, outsourcing, co-working, personal touch, corporate, kit …, etc.

Foi assim este “Projecto” aprovado em Câmara Municipal, com 3 votos a favor (Vítor Frutuoso, Luís Vitorino e José Manuel Pires); abstenção de Madalena Tavares; e voto contra de Nuno Lopes.

Após esta aprovação, foi o dito, submetido a apreciação e aprovação na Assembleia Municipal, tendo sido aprovado apenas pelos votos favoráveis do PSD (11 votos), e abstenções do PS e “Juntos por Marvão” (8 votos).

No entanto, os membros do PSD, que não quiseram inviabilizar à partida um Projecto que parecia elegante na sua filosofia, fizeram aprovar uma “pequena alteração” e que se baseava no seguinte: o período de permanência teria de ser de 18 meses; e a fórmula de pagamento seria: 25% no acto de assinatura, 25% após instalação de 5 famílias, 25% após instalação de 8 famílias, e o restante quando se instalassem as 10 famílias.

Claro que, à excepção do período de permanência (18 meses), a coisa ficava praticamente na mesma, mas mostrava que os representantes dos indígenas estavam atentos, aos “inteligentes” promotores.

Parece que esta alteração irritou o Sr. empreendedor de projectos de inteligência territorial e, pelos vistos, Marvão passou a ser um Cantão, fora da quimera dos Povoadores Novos…

TA: Este Sr. Lucas pensa que anda a contar “estóreas” da carochinha a meninos do campo, e já deveria ter aprendido na sua estadia em Trancoso, que o “conto do vigário” tem de ser melhor contado ao pessoal da “província”…

Novos Povoadores, Velhas histórias...



Projecto para levar familias para o interior “despovoado” - TSF


No projecto "Novos Povoadores", um ano depois, ainda não houve família que se tivesse mudado para o interior do país.

O projecto "Novos Povoadores" apresentado há um ano pretendia levar famílias para o interior do país, para municípios onde houvesse carência de recursos humanos qualificados.

Na altura, foram identificadas mais de 250 autarquias nessa situação. Três mostraram-se interessadas em receber algumas famílias, mas por falta de dinheiro esta é uma iniciativa despovoada.

Os responsáveis pelo projecto "Novos Povoadores" dizem que as autarquias até gostam e aderem à ideia. O problema chega na hora dos pagamentos para apoiar e dar formação em empreendedorismo às famílias na transição para o interior do país.

Frederico Lucas conta que há problemas nas três autarquias que aderiram ao projecto. Em Idanha-a-Nova e Marvão, a chegada de famílias vindas das grandes cidades está. adiada.

Em Évora, a autarquia até chegou a assinar um contrato para apoiar 20 famílias a ir para o Alentejo, mas há 3 meses que o dinheiro não chega.

Os responsáveis do projecto garantem que estão a negociar com mais 20 câmaras a ida de "povoadores" para o despovoado interior do país. Os nomes, desta vez, só serão revelados quando as autarquias apoiarem com dinheiro a deslocação das famílias.

Contactado pela TSF, o presidente da Câmara de Évora diz que continua interessado em receber os novos povoadores, mas afirma que antes tem de reunir com os responsáveis do projecto para esclarecer alguns pontos.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Marvão em dose dupla na revista Marketeer

A 164ª edição da revista Marketeer, publicada este mês de Março, inclui dois interessantes artigos sobre Marvão.

O primeiro versa sobre a recente criação da marca “Marvão”. No mesmo, explicam-se, de uma forma muito detalhada, os pressupostos, as técnicas e os objectivos subjacentes ao desenvolvimento desta marca.

Em jeito de comentário diria que o enquadramento parece-me perfeito, faltando agora a operacionalização da “coisa”. Isto é, uma utilização permanente e adequada desta “ferramenta”.

(Registe-se, com agrado, que a foto que ilustra este artigo é do amigo Garraio e foi por ele aqui colocada no Fórum Marvão em 11 de Dezembro de 2009.)

O segundo dá-nos a conhecer o passado, o presente e “o futuro” da Nunes Sequeira S.A.. E lembra-nos o importante papel desempenhado por esta empresa no nosso concelho.




Apesar de já não ter a pujança demonstrada no passado, a Nunes Sequeira S.A. tem, ainda, uma grande importância socioeconómica em Marvão. Quer pelo emprego e riqueza que gera, quer por aquilo que pode representar, como âncora, no desenvolvimento industrial neste concelho no futuro.

Sendo certo que Marvão tem no turismo o seu principal pilar económico, julgo que a actividade industrial pode (e deve) ser um complemento importante para a promoção daquilo que é mais essencial: o emprego

É habitual ouvirmos dizer que Portugal deverá crescer (economicamente falando) preferencialmente em áreas industriais (de produção/transformação) exportadoras.

É curioso verificarmos que este pequeno concelho do interior tem uma empresa (apesar de pequena dimensão) com essas vertentes. Esta é, portanto, uma mais-valia que é necessário acarinhar, não só pelo que representa em si mesma como também pelo papel “de contágio” que pode desempenhar no futuro.

E, de facto, não é assim tão pequena como isso. Factura, anualmente, um valor equivalente à execução orçamental da câmara de Marvão!


Cumprimentos

Bonito Dias
(bonitodias@gmail.com)

segunda-feira, 22 de março de 2010

1972 - Marvão Unido

Há meses tive acesso a uma cópia da página nº 3 de um jornal publicado em 15/01/1972, chamado “Marvão Unido”, porque na mesma surgia a notícia da chegada do ultramar de um familiar próximo.

Este fim-de-semana “deparei-me” casualmente com ela, li-a, e penso que tem várias curiosidades que justificam a sua divulgação.

Na mesma, “encontramos” amigos, familiares e pessoas conhecidas que se baptizaram, casaram ou vieram (foram) do (para o) ultramar.

Ficamos a saber, por exemplo, que nessa época se realizavam casamentos na Capela do Pereiro; que o pavilhão gimno-desportivo, que agora a Câmara muito provavelmente irá adquirir, foi construído em 1972; que esse ano iniciou-se em ambiente festivo na discoteca, ao som do conjunto “Os Arenenses”; e que, nesse tempo, os casamentos e baptizados pelo concelho eram “mais que muitos”.

Curiosa é a notícia/crítica sobre a organização das touradas no Largo das Almas, na Portagem. Não era uma organização da responsabilidade do regime, certamente!

O “Marvão Unido” seria, provavelmente, um jornal regional já que, nesta página, surgem notícias da Salavessa e de Montalvão.

Além da curiosidade sentida por alguém que nessa data era bebé, ou das recordações que a outros desperta, esta página de jornal revela, sobretudo, duas coisas fundamentais e interligadas:

a) Em 1972 Marvão tinha um jornal!

b) Em 1972 Marvão era um concelho cheio de vida!




Cumprimentos

Bonito Dias
(bonitodias@gmail.com)

sábado, 20 de março de 2010

LIMPAR MARVÃO, LIMPAR PORTUGAL




Bora aí limpar Marvão!


Concentração



Organizando grupos...


(pequeno) discurso da ordem...



Gandas porcos, pensou a Júlia Bonacho





Cuidado com os vidros!



Directamente de Estarreja para Marvão, só para limpar Portugal!


Cão morto, dentro de uma saca!!




Lixo...



Lixo, lixo, lixo...


Vereador José Manuel Pires não deu tréguas ao lixo


A incansável Júlia só parou quando ficou tudo limpo!



Luísa Garraio, munida de forquilha...


Limpinho fica mais bonito...



Lixo para todos os gostos...




Carradas de lixo...



Vereador Luís Vitorino, homem de acção




Juventude azul foi bué da...

A verdadeira COORDENADORA DE MARVÃO, como és grande, Catarina!




Rapaziada de Lisboa deu uma preciosa ajuda... Marvão agradece!

segunda-feira, 15 de março de 2010

4º Festival de Teatro Marvão




19 de Março


"Cómicas Realidades" pelo Teatro de Portalegre

Cómicas Realidades é o nome do espectáculo que o Teatro de Portalegre vem apresentar a Marvão. São seis pequenas histórias cómicas escritas por João Manuel Bastos e que retratam de uma forma divertida várias facetas do quotidiano, aliás, como o próprio nome indicia. Não são um espelho exacto da realidade, mas a maior parte das diversas personagens interpretadas por Adriano Bailadeira e por Victor Pires reflectem comportamentos ou situações com que o espectador se pode identificar. O único requisito para assistir a este espectáculo é trazer predisposição para se divertir.

Onde: sala 1 do Grupo Desportivo Arenense
Quando: 21.30 do dia 19 de Março


20 DE MARÇO

“NÓS NUMA CORDA” pelo Grupo de Teatro FAZIGUAL, de Avis

A peça a que vão assistir, NÓS NUMA CORDA, foi escrita por Miguel Castro Caldas, para o PANOS 2009.
O autor diz o seguinte a propósito de NÓS NUMA CORDA: «…lembram-se daquele caso do telemóvel que foi filmado e tudo? … não sabia que os professores tiravam … no meu tempo os professores davam, davam notas, faltas, fotocópias, o livro de ponto ao pessoal auxiliar. Os alunos é que tiravam. Tiravam boas e más notas, tiravam negativas, tiravam coisas uns aos outros. … A escola , está sempre cheia de alunos que têm sempre mais ou menos quinze anos. Os alunos estão de passagem e os professores vão ficando. A vê-los passar.Enfim, cada um puxa a corda para seu lado, ou o telemóvel. Quem é que está de passagem na escola, quem é que dá e quem é que tira, quem é que percorre os corredores? Ou serão os corredores a percorrê-los?»

Onde: Sala 1 do Grupo Desportivo Arenense
Quando: 21.30 do dia 20 de Março



21 DE MARÇO


" OS PREÇOS” pelo Grupo de Teatro Amador de Marvão

Corria o ano de 1979 quando o texto – Os Preços - de Jaime Salazar Sampaio foi editado, 30 anos passados o texto mostra a sua actualidade ao contar a história de um homem que acredita que está maluco porque vê os preços a subir.
Maluco porque os preços sobem?
Se assim fosse, não seríamos todos nós malucos?

Onde: Sala 1 do Grupo Desportivo Arenense
Quando: 16 horas do dia 21


ENTRADA GRATUITA


(IN BLOG "DA GUARITA")

Marvão: dos Compadres ao Pro Evolution Soccer

O tempo não perdoa. No entanto, este post tinha que ser feito, independentemente do passar dos dias e da falta de disponibilidade para o mesmo. Marvão além de ser um sítio único tem, apesar de tudo, uma enorme oferta comunitária, de convívio e interacção, isso tem que ser dito e enaltecido, não importa o dia.

Estes pontos de encontro da vida associativa, social e cultural serão o garante para permanecermos unidos no futuro, enquanto Concelho, como Marvanenses. São as tradições, as festas (mais ou menos religiosas) e todas as outras formas de reunião que me fazem acreditar no nosso Concelho, bem como as pessoas, mais ou menos jovens, com uma capacidade incrível de mobilização que tornam este desiderato numa realidade atingível.

Não é necessário serem as Juntas de Freguesia, a Câmara e o seu executivo - que sabem que tenho criticado construtivamente pela sua falta de pró-actividade - a promover a totalidade dos eventos, encontros, passeios ou convívios. As associações do nosso Concelho, as pessoas (per si), os restaurantes/cafés/bares sabem fazê-lo, dinamizando a comunidade, fazendo com que se conviva e discuta (n)o Concelho.

Este post não vem de um mero acaso, o facto que é que dei por mim a pensar no sábado passado (6/3/2010) que: ainda há coisa de um mês fazia o debute no tradicional jantar dos compadres em Marvão e naquela precisa hora estava a iniciar um torneio de Pro Evolucion Soccer (playstation 3) na Portagem. Veio-me à cabeça, em jeito de brincadeira, um conhecido slogan publicitário: “Se eu podia viver sem o Concelho de Marvão? Podia. Mas não era a mesma coisa!” A sério, apesar de todas as adversidades, o nosso Concelho consegue ter uma abrangência comunitária admirável. Não sei se isto é um pensamento insensato ou despropositado, mas quem vive o território deve sentir aquilo que isto representa. Uma ressalva: não quer isto dizer que se adopte uma lógica bairrista, até porque acredito que o sucesso para o nosso desenvolvimento passa pelas sinergias geradas com toda região, e sobretudo com os nossos irmãos espanhóis.

Assim, invoquei estes dois casos como podia invocar outros tantos que são desenvolvidos por outras entidades em Marvão. Estes dois acontecimentos têm como particularidade terem nascido de uma forma não institucional, visto que o primeiro caso foi da responsabilidade dos compadres de Marvão com a ajuda do Restaurante Casa do Povo e o segundo do Xalipas Bar na Portagem – que se diga de passagem deve ser reconhecido aqui neste espaço como um dos poucos sítios do nosso Concelho onde se pode conviver até um pouquinho mais tarde, justiça lhe seja feita.

São, exactamente, este tipo de actividades que tornam o Concelho de Marvão único, que nos obrigam a viver intensamente cada dia em Marvão e fazem com que o Concelho seja cada vez mais atractivo. Eu cá continuo a ACREDITAR em Marvão e nos Marvanenses!


Viva Marvão todo.

Aqui vos deixo algumas fotos que ilustram esses momentos:


Jantar dos Compadres - Restaurante Casa do Povo Marvão








1º Torneio Pro Evolution Soccer - Xalipas Bar Portagem




quinta-feira, 11 de março de 2010

Uma questão de coerência

OPINIÃO

Aproximam-se as eleições para escolha do presidente do PSD. A escolha andará à volta dos 3 candidatos principais já assumidos: Pedro Passos Coelho, Paulo Rangel e Aguiar-Branco.

Esta eleição decorrerá em eleições directas a realizar no próximo dia 26 de Março, e após a realização de um Congresso Extraordinário que terá lugar no próximo fim-de-semana. Lembremos aqui, a todos os militantes do concelho de Marvão, que se quiserem exercer o seu direito de voto, terão de pagar as suas quotas até ao dia 12/3/2010.

Por mim apoiarei de novo Pedro Passos Coelho, após o ter feito já em 2008, do qual fui seu mandatário no concelho de Marvão, cargo que volto a repetir agora em 2010. Acho que é, além de mais, uma questão de coerência.

Não estou totalmente de acordo com todas as ideias enunciadas por Pedro Passos Coelho, nomeadamente, no que diz respeito a uma quase total liberalização da Economia. Mas o Pedro, parece-me um daqueles políticos sérios, frontais, carismáticos, corredores de fundo, pouco dado a encenações mediáticas e decisões conforme correm os “ventos”.

Tem feito o seu percurso político a par do desenvolvimento da sua vida profissional enquanto gestor de uma empresa, e se os militantes mais uma vez não o escolherem maioritariamente, voltará para o seu emprego, pois não é um profissional da política, sendo esse um dos seus maiores trunfos, isso agrada-me, e por isso o apoio.

Parece-me também, ser de todos os candidatos, o que apresenta um Projecto claro, mais reflectido, trabalhado e a quem poderemos pedir contas se não o puser em prática. Aquele que pode, muito em breve, apresentar-se como uma alternativa a José Sócrates. Não por ser parecido com ele, como lhe querem “colar”, mas porque apresenta uma política alternativa, tendo já afirmado, que se for eleito, e se o Governo Socialista continuar a primar por não cumprir as suas promessas eleitorais, apresentará no local próprio, a Assembleia da República, uma Moção de Censura ao Governo. Não precisando de um “golpe de estado” do Presidente da República, como o praticado em 2004 por Jorge Sampaio.

Por falar em Presidente da República, quem parece não ter emenda é o Sr. Silva, na entrevista que deu ontem, vem mais uma vez com “pezinhos de lã”, interferir nas eleições do PSD, seu partido de origem, ao vir falar de estratégias politicas adversas à de alguns candidatos, nomeadamente, às de Pedro Passos Coelho.

O Sr. Presidente, faz-me lembrar determinadas personalidades do nosso Marvão, e da mesma área politica que, ou são ELES, ou tudo fazem para obstaculizar a que outros do mesmo partido, cheguem ao poder, para ficarem na “estória” como os únicos.

Ò Sr. Presidente, que bom seria se se preocupasse com a supervisão da governação e o programa eleitoral apresentado e sufragado há 2 meses e mais uma vez metido na “gaveta”; com os problemas sociais graves do país, com o buraco do BPN e a SLN, e deixasse de prejudicar o “seu” Partido, por meros “caprichos” pessoais. Deixe a história correr, o “citroen já fez a rodagem”, senão ainda um dia vamos concluir que afinal “a má moeda” não era o Pedro Santana Lopes.

terça-feira, 9 de março de 2010

marvão... lunar...?



BALADA DA NEVE

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho…

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria…
. Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho…

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança…

E descalcinhos, doridos…
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!…

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!…
Porque padecem assim?!…

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.

Augusto Gil

segunda-feira, 8 de março de 2010

Retalhos da vida de um médico (... e não só!)

Memórias da Rádio Ninho de Águias (Capítulo V)

(Dedicado a Manuel Magro Machado)

Após instalação na Câmara Velha, a Ninho de Águias, ingressou num período de certa estabilidade. Exceptuando quando, no início em que o emissor estava colocado no Castelo, e quando se encerrava a emissão, às tantas da noite, lá tínhamos que nos deslocar aos tropeções e apalpadelas, para desligar o dito cujo.

Chegaram a existir programas para todos os gostos com diversos colaboradores do concelho e não só. Recordo aqui hoje, o denominado “ busílis da questão”, da autoria do José Boto, que um dia teve como convidado para uma entrevista, o saudoso Dr. Machado.

Depois de relatados diversos episódios, vivenciados durante a sua vida de médico, o Dr. Machado lá resolve contar um que mais o desarranjou, na sua vasta experiência clínica, de mais de meio século no concelho de Marvão, e, que agora aqui vos deixo:

“… num dia de Natal, já ao fim da tarde, quase noite, aí pelos anos cinquenta do século passado, batera-lhe à porta o “Manel Antonho”, filho do ti Zé C…, que morava ali para o pé dos Barretos, comunicando que o pai estava muito mal, e que vinha pedir ao doutor para que este o “fosse ver” sem demora a sua casa, de onde o dito não saía há mais de um mês.

Verbalizava o doutor que, apesar de naqueles tempos ser impensável um médico recusar ou sequer cogitar, não assistir um doente, que daquela vez, e, num dia daqueles, esteve mesmo a quebrar o seu juramento hipócratico, e dizer ao pobre "Manel Antonho", que só poderia cumprir os seus deveres na próxima manhã. Só que, o atarantado rapaz nem sequer deixou terminar os seus malevolentes pensamentos e, dizendo que o pai estava mesmo muito mal, quase o empurrava para cima da mula que havia pedido ao vizinho, para servir de transporte ao senhor doutor, que outro remédio não teve, que agarrar à pressa a sua maleta, e pôr-se atrás do rapaz a caminho dos Barretos.

Chegados a casa do enfermo, uma árida habitação de campo, deparou-se o doutor com um cenário de três mulheres cochichando, sentadas a uma mesa num recanto da cozinha. E, sentado num “mocho”, a um canto da chaminé junto do lume, com um cajado entre as pernas e lenço atado à cabeça, o ti Zé C….

Após ter dado as boas noites, a que só as mulheres responderam, o doutor Machado, puxando dum banco, sentou-se amigavelmente em frente do acabrunhado paciente, dando inicio a uma estratégica anamenese, já que as coisas, em termos comunicacionais, pareciam complicadas, a julgar pelo semblante do combalido.

Às perguntas gerais se lhe doía o peito, a cabeça, a barriga ou as costas, respondeu o enfermo sempre com o monossílabo, Não, começando a deixar preocupado o clínico. Passou depois a questões mais específicas como se tinha tosse, vómitos ou soltura, mas a resposta foi sempre a mesma, um seco, Não, que deixava o doutor cada vez mais duvidoso e com alguma suspeição, levando-o a mudar de estratégia, e questionar o Zé C…, sobre qual seria o seu problema. E daí surgiu a pergunta:
- Mas ó Zé, afinal, o que é que se passa contigo, para me chamarem neste dia e a estas horas?
Tendo o doutor Machado ouvido a resposta mais surpreendente de toda a sua carreira clínica:
- Ó doutor…, não sei o que se passa, não me dói nada, só que há mais de um mês, que não me pede o corpo trabalho!
A esta resposta, rematou o nosso afável Dr. Machado, não descurando, a ética ou deontologia:
- Hum…, hum…, pois, pois…
Mas no seu espírito, girava, como um pião zumbidor, pronto a desintegrar-se, o seguinte pensamento: “- Ó Zé, se não fosse cá por coisas…, mesmo agora te estendia no lombo o cajado que tens aí nas mãos!”.

E dispensando a mula que lhe havia servido de montada na ida, pé atrás de pé, lá se pôs a caminho de Santo António das Areias.


(Retalhos da vida de um médico: Ary dos Santos)

Serras, veredas, atalhos,
Estradas e fragas de vento,
Onde se encontram retalhos
De vidas em sofrimento

Retalhos fundos nos rostos,
Mãos duras e retalhadas
Pelo suor do desgosto,
Retalha as caras fechadas

O caminho que seguiste,
Entre gente pobre e rude,
Muitas vezes tu abriste
Uma rosa de saúde

Cada história é um retalho
Cortado no coração
De um homem que no trabalho
Reparte a vida e o pão

As vidas que defendeste,
E o pão que repartiste,
São lágrimas que tu bebeste
Dos olhos de um povo triste

E depois de tanto mundo,
Retalhado de verdade,
Também tu chegaste ao fundo
Da doença da cidade

Da que não vem na sebenta,
Daquela que não se ensina,
Da pobreza que afugenta
Os barões da medicina

Tu sabes quanto fizeste,
A miséria não segura,
Nem mesmo quando lhe deste
A receita da ternura


(continua...)

sábado, 6 de março de 2010

Nuno Ferreira, por mail

A Geóloga lunar está de regresso após mais uma “caçada” aos meteoritos pelas gélidas paisagens da Antárctida.

A cientista portuguesa Vera Assis Fernandes, oriunda de Marvão, concluiu mais uma frutífera viagem, ao serviço da ANSMET (The Antarctic Search for Meteorites 2009-2010, http://humanedgetech.com/expedition/ansmet0910/), de recolha e selecção de mais de mil amostras de objectos extraterrestres nos campos de neve deste continente.

A Vera é uma dos seis especialistas nesta área de investigação e o seu trabalho é de um extraordinário relevo, colocando Portugal no mapa das mais altas esferas científicas mundiais; os “golos” que marca são brilhantes, mas acertar na baliza da Ciência ainda não despoleta parangonas na nossa comunicação social.

A crise que agora vivemos é também de critérios e de valores humanos. Temos uma riqueza maior, a nossa capacidade intelectual; esta mais-valia ainda não frutifica entre nós; dá-se pouca importância ao domínio do Conhecimento, faz-se quase nenhum exemplo da excepcionalidade das pessoas que, tal como a Vera, com a sua coragem e brilhantismo, espalham pelo Mundo a melhor imagem que Portugal pode de si mesmo dar: a de um Povo que contribuiu decisivamente, no passado, não só para descoberta e compreensão da Terra, mas também, no presente, para a descoberta e compreensão do que existe para além do nosso Planeta!

Cientistas como a Vera Assis Fernandes, que recolheram e dominam um poderoso manancial de habilitações em domínios científicos de elite, precisam de ser compreendidos, aceites e integrados na comunidade científica nacional.

Grato pela vossa melhor atenção,

Nuno Ferreira

quinta-feira, 4 de março de 2010

Pavilhão Desportivo no concelho de Marvão?

COM 30 ANOS DE ATRASO

Se bem lembro, em 25 de Abril de de1974, existiam no distrito de Portalegre 3 Pavilhões Gimnodesportivos: em Portalegre, capital de distrito; em Elvas, enquanto cidade importante; e em Santo António das Areias, embora com características muito rudimentares para assim ser designado.

Passados 36 anos, todos os 14 concelhos têm, há muitos anos, Pavilhões para pratica desportiva, à excepção do concelho de Marvão que mantém, praticamente, com as mesmas deficiências, estas antigas instalações em SA das Areias, e ainda por cima, pertença de uma Instituição Privada, a Casa do Povo de SA das Areias.



Passaram-se assim já 4 décadas, em que a comunidade marvanense se viu privada das mais elementares condições para a prática desportiva coberta, quando todos os seus vizinhos usufruem.

Poderemos questionar de quem será tal responsabilidade. Em minha opinião, de todos aqueles que ao longo destes anos passaram pelos executivos autárquicos, e em particular, os presidentes e os vereadores do pelouro do desporto e da sua pouca sensibilidade para esta temática.

Foi assim, com alguma satisfação, que assisti ontem 3/3/2010, em Reunião de Câmara, à aprovação de uma proposta de aquisição do Pavilhão da Casa do Povo de SA das Areias pela autarquia marvanense. Sendo essa proposta de compra de aproximadamente 188 000 euros (37 600 contos).

Votaram a favor desta proposta os 3 representantes do PSD e a vereadora Madalena Tavares; e votou contra, o vereador Nuno Lopes do PS, que apresentou em Declaração de Voto, que apesar de concordar com a aquisição, achava o valor de aquisição excessivo, e que, em sua opinião, o valor não devia ultrapassar os 100 000 euros.

Para que esta aquisição se concretize, terá agora a Casa do Povo de realizar uma Assembleia-geral dos seus associados, para que estes autorizem a alienação desse património. Essa reunião irá realizar-se no próximo dia 26 de Março.

Parece ainda fazer parte do processo, uma garantia dada pela Casa do Povo, de que a verba desta transacção, terá de ser aplicada, OBRIGATORIAMENTE, nas Obras do Lar em construção nessa Instituição.

Foi ainda anunciado pelo Executivo, que após a conclusão da aquisição do Pavilhão de SA das Areias, o mesmo será sujeito a obras profundas, de forma a dotar as instalações da funcionalidade e dignidade que esta estrutura desportiva exige.

Esperemos que assim seja…

quarta-feira, 3 de março de 2010

Os duendes da nossa floresta...










Peço publicamente desculpa. De facto, fui muito brusco quando insultei algumas pessoas, que, coitadinhas... se esqueceram destas coisitas na nossa floresta. Eles não são javardos de duas patas, eles não são criminosos. Peço desculpa.

Mais valia às pessoas, quando não sabem do que falam, estarem caladas.