sábado, 3 de janeiro de 2009

Avém 2009

Entrámos em 2009, o ano que parece ser o de todas as desgraças, a julgar pelo que nos quer vender uma Imprensa catastrófica, que mais não pretende que nos prender aos ecrãs ou pasquins jornalísticos, pensando apenas nos seus lucros e tratando-nos como se fossemos meros carneirinhos ou formigas no carreiro.

A situação não é boa, a conjuntura não parece favorável, mas isso é uma situação que em Portugal tem quase nove séculos de história, e, isto por cá se vai mantendo…

Nunca fui um optimista genuíno, mas não quero embarcar em pessimismos "bacocos", e quero acreditar que havemos de ter futuro, crendo naquela máxima que “sempre que se fecha uma porta, se há-de abrir uma janela” e vamos em frente que atrás vem gente!

Quero começar este ano, trazendo aqui ao Fórum uma temática, com que terminámos 2008: A Música, e brindarmos com o Tema que aqui vos deixo. Tendo em conta que, enquanto existirem portugueses com esta criatividade e qualidade, este país tem futuro, assim saibamos expurgar algumas ervas daninhas que por aí têm crescido desmesuradamente.

Garanto-vos que quando ouvi pela primeira vez este tema me arrepiei…

Para todos vós, e, em especial para o meu amigo Pedro Sobreiro os MADREDEUS & A BANDA CÓSMICA. Como seria um concerto desta Banda em Marvão?





Os Madredeus estão de volta. Ou o que resta deles. Sem Teresa Salgueiro, mas com uma banda cósmica. Uma ruptura clara com as sonoridades a que nos habituámos.Especialmente depois do álbum “Faluas do Tejo”, em que a sonoridade do Fado parecia estar a intricar-se cada vez mais na música tradicional Portuguesa que os Madredeus tão garbosamente praticavam. O acordeão já houvera desaparecido. Os timbres eram pautados por delicadas cordas acústicas e sons etéreos. Tudo isso se foi.


Agora surge-nos um trabalho na qual a electrónica tem direito a entrar com protagonismo na guitarra e no baixo. Junte-se uma harpa. Mas sobretudo juntem-se violinos. Muito violino. E de repente parece que estamos num universo de Yann Tiersen ou Rodrigo Leão. As vozes não destoam muito, mesmo assim. A sua colocação ainda relembra a Teresa, embora destituídas do misticismo que a acompanhava.A duração do opus é outra mais-valia: robusta. Acompanha-nos e solidifica-se em nós. Não mais um efémero tom que se esvanece no marketing e na sociedade de consumo desenfreada.Depois, é só deleitarmo-nos por uma viagem por uma banda sonora de cores e sabores interculturais. Brasil e África aparecem-nos a espaços e a tempos.

Vivamos 2009, não existe outro!

João Bugalhão

Um comentário:

Luísa Garraio disse...

Um muito breve comentário, só mesmo para responder, que um concerto destes em Marvão, só poderia ser fantástico...

Deleitei-me em quatro concertos ao vivo dos Madredeus, em locais muto diferentes: Na Isna de S. Carlos ( Perto de Proença-a-Nova ao ar livre);em Abrantes( num Cinetreatro que não me recordo o nome);Em Montemor-o-Novo também num local fechado...e por último em Portalegre...

Todos estes concertos me deram tanto, que pareceram breves minutos, únicos claro, e muito compensadores.

É como se por breves minutos nos encontrassemos no paraíso...

Confesso que o primeiro foi o mais marcante, num local que foi dificil de encontrar, numa intensa calmaria, no meio de uma "praia fluvial"...que se parecia ao rio Sever...com uns convites para entrar (resultado de um passatempo da RFM)que só tive acesso a escassos minutos do concerto começar...outros tempos...diria eu...Agora já achava que estaria em stress se a situação se repetisse...

Mas de repente apeteceu-me recordar um concerto da Maria João e do Mário Laginhas que decorreu na Ammaia e que foi também ele mágico...a diferença é que dessa vez ocorreu no nosso concelho...
P.S.:
Como esta minha net se chama mega rápida, mas é tudo menos rápida, não consegui ainda ouvir essa música, sem a Teresa Salgueiro,nuns Madredeus renovados, mas imagino que seja igualmente "saborosa"...
Parabéns pelo post!