Ontem tive oportunidade de assistir no Canal de televisão SIC, a uma reportagem feita no concelho de Marvão (freguesia da Beirã), sobre uma família originária da Alemanha, e denominada “Família da Ilha Paraíso”.
Para quem não assistiu à reportagem, esta mostrava como é a vida de um grupo de 10 pessoas (4 adultos e 6 crianças), que vivem em comunidade, em convívio aberto com a natureza, com uma alimentação à base de vegetais que eles próprios cultivam sem recurso a produtos químicos, mas ingerindo alguns produtos de origem animal, tais como leite, mel e ovos.
Certamente para um país, de gente cada vez mais urbanizada, que pensam que não se pode sobreviver sem a ingestão das 100 ou 200 gramas de carne ou peixe, o duche diário tomado a horas certas e, que os filhos só podem começar a trabalhar aos 30 anos de idade; ao observarem aqueles “maltrapilhos”, que mais pareciam um grupo de selvagens, descobertos num qualquer local da selva amazónica; devem ter olhado para aquilo como asnáticos a olhar para um convento. Ignorando, certamente, que à excepção da não ingestão de carne ou peixe, e o não possuírem um Computador (como estes!), à 70 ou 80 anos atrás, ou menos, mais de metade da população do concelho de Marvão, vivia naquelas circunstâncias, não por opção, mas, porque não tinham outro remédio (a minha infância não foi muito diferente).
Para muita desta gente, não terá deixado de existir um certo desejo, e mesmo inveja, para experimentarem um tipo de “estilo de vida assim”! Pensarão mesmo alguns, iludidos pelo título da coisa, estarmos perante “o eden”, ou mesmo a felicidade suprema!
Convém no entanto, que aqui façamos algum contraditório e levantemos algumas questões que me parecem importantes para a vida destes “adãos e evas”, mas também para a comunidade onde habitam.
Compete ainda, realçar que nada tenho contra os estilos de vida, usos e costumes de cada um, e sou um devoto da liberdade individual, e cada um é como cada qual, e cada qual…
O problema está em, quando essa liberdade individual, começa a por em causa a liberdade colectiva e o equilíbrio de uma comunidade e as suas próprias obrigações…
Há cerca de 15 dias, quando um autarca me falou dessa problemática da “ilha paraíso”, confidenciando-me: “que aquilo era um problema, pois viviam com os animais, as crianças não iam à escola, não consumiam água canalizada, defecavam ao ar livre…”, até pensei para comigo, e daí, quem é que tem a ver com tal, serão menos felizes por isso?
Para quem não assistiu à reportagem, esta mostrava como é a vida de um grupo de 10 pessoas (4 adultos e 6 crianças), que vivem em comunidade, em convívio aberto com a natureza, com uma alimentação à base de vegetais que eles próprios cultivam sem recurso a produtos químicos, mas ingerindo alguns produtos de origem animal, tais como leite, mel e ovos.
Certamente para um país, de gente cada vez mais urbanizada, que pensam que não se pode sobreviver sem a ingestão das 100 ou 200 gramas de carne ou peixe, o duche diário tomado a horas certas e, que os filhos só podem começar a trabalhar aos 30 anos de idade; ao observarem aqueles “maltrapilhos”, que mais pareciam um grupo de selvagens, descobertos num qualquer local da selva amazónica; devem ter olhado para aquilo como asnáticos a olhar para um convento. Ignorando, certamente, que à excepção da não ingestão de carne ou peixe, e o não possuírem um Computador (como estes!), à 70 ou 80 anos atrás, ou menos, mais de metade da população do concelho de Marvão, vivia naquelas circunstâncias, não por opção, mas, porque não tinham outro remédio (a minha infância não foi muito diferente).
Para muita desta gente, não terá deixado de existir um certo desejo, e mesmo inveja, para experimentarem um tipo de “estilo de vida assim”! Pensarão mesmo alguns, iludidos pelo título da coisa, estarmos perante “o eden”, ou mesmo a felicidade suprema!
Convém no entanto, que aqui façamos algum contraditório e levantemos algumas questões que me parecem importantes para a vida destes “adãos e evas”, mas também para a comunidade onde habitam.
Compete ainda, realçar que nada tenho contra os estilos de vida, usos e costumes de cada um, e sou um devoto da liberdade individual, e cada um é como cada qual, e cada qual…
O problema está em, quando essa liberdade individual, começa a por em causa a liberdade colectiva e o equilíbrio de uma comunidade e as suas próprias obrigações…
Há cerca de 15 dias, quando um autarca me falou dessa problemática da “ilha paraíso”, confidenciando-me: “que aquilo era um problema, pois viviam com os animais, as crianças não iam à escola, não consumiam água canalizada, defecavam ao ar livre…”, até pensei para comigo, e daí, quem é que tem a ver com tal, serão menos felizes por isso?
Mas perguntei, e as vacinas? Estarão em dia…? Ontem ao ver a reportagem, soube a resposta: NÃO!
E mais, o “adão patriarca” é contra, nada de químicos, quem manda ali é a mãe natureza, e ele, claro!
Lembro aqui, que o problema das grandes epidemias infecciosas, que causaram milhões de mortes no passado, só foram debeladas graças à vacinação, e por isso o PNV, é considerado o mais importante Programa de Saúde, bem mais importante que o uso dos antibióticos, por exemplo.
Acresce ainda esclarecer, que a maioria dos microrganismos causadores das doenças, susceptíveis de prevenir pela vacinação, não foram extintos. Estão por aí, cada vez mais fortes, só à espera de terreno fértil, para atacarem, na sua luta pela sobrevivência.
São exemplos recentes, o surto de sarampo que no último verão, desabrochou na Europa Central, a Europa dos ricos (Alemanha, Áustria, Suiça, Holanda), com graves consequências; e cujas origens, se pensa terem sido este tipo de “ilhas paraíso”, pois por essas bandas, estes estilos de vida, são mais frequentes do que por cá.
Convém relembrar, que estes microrganismos sofrem mutações e por isso não atacam só os não vacinados, atacam todos.
Se os nossos "amigos vírus” andarem por aquelas paragens, encontrarão nesta “ilha paraíso da Beirã”, algumas das condições ideais, para se reproduzirem, armarem e prepararem o ataque. Depois, é só apanharem boleia de um qualquer vector (até as abelhinhas lhes servem), e as primeiras consequências, serão para a comunidade marvanense, e sobretudo, as crianças. As deles e as dos outros.
E numa comunidade tão dada à religiosidade, como parece ser aquela, convirá sempre perguntar: “… e as crianças meu Deus, que mal fizeram…?”
Por tudo isto, convirá questionar quais as diligências que as entidades responsáveis já tomaram? E as autoridades de saúde já foram alertadas?
Convirá mais uma vez realçar, que não se pretendem estratégias punitivas, mas dialogantes e assertivas, para que a tal “liberdade de poucos”, não interfira com a liberdade de muitos… e todos possamos viver em paz e harmonia!
Quanto ao dormirem ao relento, comerem cru, devolverem à natureza o que ela lhes dá, fumarem uns charros, ou mesmo não irem à escola, etc., etc. Bem, isso é lá com eles…
TA: Já agora, e porque aparecia no final da reportagem, que Marvão não possuía Comissão de Protecção de Crianças e Jovens, isso não é responsabilidade da “ilha paraíso”, é das entidades locais. Ou será mais uma particularidade em que Marvão é diferente?
E mais, o “adão patriarca” é contra, nada de químicos, quem manda ali é a mãe natureza, e ele, claro!
Lembro aqui, que o problema das grandes epidemias infecciosas, que causaram milhões de mortes no passado, só foram debeladas graças à vacinação, e por isso o PNV, é considerado o mais importante Programa de Saúde, bem mais importante que o uso dos antibióticos, por exemplo.
Acresce ainda esclarecer, que a maioria dos microrganismos causadores das doenças, susceptíveis de prevenir pela vacinação, não foram extintos. Estão por aí, cada vez mais fortes, só à espera de terreno fértil, para atacarem, na sua luta pela sobrevivência.
São exemplos recentes, o surto de sarampo que no último verão, desabrochou na Europa Central, a Europa dos ricos (Alemanha, Áustria, Suiça, Holanda), com graves consequências; e cujas origens, se pensa terem sido este tipo de “ilhas paraíso”, pois por essas bandas, estes estilos de vida, são mais frequentes do que por cá.
Convém relembrar, que estes microrganismos sofrem mutações e por isso não atacam só os não vacinados, atacam todos.
Se os nossos "amigos vírus” andarem por aquelas paragens, encontrarão nesta “ilha paraíso da Beirã”, algumas das condições ideais, para se reproduzirem, armarem e prepararem o ataque. Depois, é só apanharem boleia de um qualquer vector (até as abelhinhas lhes servem), e as primeiras consequências, serão para a comunidade marvanense, e sobretudo, as crianças. As deles e as dos outros.
E numa comunidade tão dada à religiosidade, como parece ser aquela, convirá sempre perguntar: “… e as crianças meu Deus, que mal fizeram…?”
Por tudo isto, convirá questionar quais as diligências que as entidades responsáveis já tomaram? E as autoridades de saúde já foram alertadas?
Convirá mais uma vez realçar, que não se pretendem estratégias punitivas, mas dialogantes e assertivas, para que a tal “liberdade de poucos”, não interfira com a liberdade de muitos… e todos possamos viver em paz e harmonia!
Quanto ao dormirem ao relento, comerem cru, devolverem à natureza o que ela lhes dá, fumarem uns charros, ou mesmo não irem à escola, etc., etc. Bem, isso é lá com eles…
TA: Já agora, e porque aparecia no final da reportagem, que Marvão não possuía Comissão de Protecção de Crianças e Jovens, isso não é responsabilidade da “ilha paraíso”, é das entidades locais. Ou será mais uma particularidade em que Marvão é diferente?
30 comentários:
falou pouco mas falou bonito
Ao ler o que o senhor Joao escreveu tambem eu me questiono. A minha questao e a seguinte:
Sera que as criancas da comunidade, precisamente pela dieta alimentar e o estilo de vida que teem de conneccao com a natureza, nao tem um sistema imunitario com mais defesas que qualquer outra crianca vacinada?
Nao tenho uma resposta para a minha pergunto, mas o beneficio da duvida, ajuda me a olhar claramente para factos. Os factos parecem me ser, olhando para o cenario especifico desta comunidade, os seguintes:
- As criancas da comunidade nunca foram vacinadas e nao estao doentes.
Também tive oportunidade de ver essa reportagem e não fiquei nada bem impressionado. Não me parece que aquela “ilha” seja o paraíso e não fiquei nada imbuído do espírito que a reportagem parece transmitir: natureza, saúde, liberdade, etc.
Enfim, nunca pagaria os € 200,00 pelo alojamento, nem recomendaria aos meus amigos, com excepção de algum antropólogo, sociólogo, psicólogo ou psiquiatra, que não tenho…
Que um indivíduo, na casa dos 40/50, depois de muito rock and roll, noitadas, mulheres, álcool drogas, etc, sinta necessidade de se retirar para um local daqueles e viver do que a natureza lhe dá, até compreendo. Mas, obrigar crianças a ter essa experiência parece-me, no mínimo, desumano!
Além da falta de condições de higiene e de saúde, aquelas criança vivem quase a experiência da “Alegoria da Caverna” (Platão), não adquirindo as competências sociais básicas, e quando um dia ficarem libertas do seu “Adão patriarca” sentirão, certamente, grandes dificuldades em se movimentar neste mundo.
E duvido, também, que a vivência daquela “tribo” seja assim tão pacífica e feliz. Porque será que a companheira do patriarca, em certa altura “não tendo aguentado a pressão, foi para a Alemanha, deixando cá toda a sua família”?
Enfim, julgo que as entidades competentes devem interessar-se pelo caso, sobretudo pelas crianças…
Nota: Ó JBuga essa fotografia não está grande coisa! Eu teria escolhido a caricatura feita pelo Hermínio…hehehe
Grande Abraço
Bonito Dias
excelente post jbuga! mais tarde farei um maior comentário. mas para já foi na mouche!
Parece-me que quando se leva ao extremo os nossos ideais a racionalidade e o bom senso deixam de imperar. Nasce o fanatismo e o extremismo. Este patriarca considera a sua liberdade de escolha a liberdade dos seus filhos. Isto não é liberdade nem amor para com a natureza. Liberdade seria dar o poder de escolha aos seus filhos para um dia terem a liberdade de escolha.
A questão da vacinação é realmente preocupante.
Um abraço.
Minha cara Doris, obrigado pela questão que levanta, penso que este espaço também serve para este tipo de debates e a para troca de saberes.
Em minha opinião, estas coisas da “ciência”, estão em constante evolução. E muitas vezes, aquilo que pensamos que hoje são verdades absolutas, amanhã, serão postas em causa.
Claro que estas crianças, por não terem sido expostas (às vezes a verdadeiras heresias, pela ciência médica), certamente, terão as suas defesas mais reforçadas (não somos partidários do uso de antibioterapia para couce de gafanhoto). Mas hão-de já ter estado doentes e voltarão a estar (é da condição humana e dos restantes seres vivos), como todas as outras crianças, o que poderão é ser mais resistentes. Mas não são imunes às doenças e suas consequências, e, contrariamente, àquilo que afirma o “patriarca”, sem eu próprio querer ser profeta, não andarão cá contentes e felizes até aos 150 anos. Isto diz-nos a experiência da vida.
No caso concreto das doenças prevenidas pela vacinação, o problema tem de ser olhado quer ao nível individual, que ao nível comunitário e da saúde colectiva. E tudo deveremos fazer para impedir as antigas epidemias, como são exemplos a poliomielite, a difteria, o sarampo, a tosse convulsa e outras, que até hoje, a humanidade conseguiu dominar, com uma “simples vacina”.
O que se sabe até hoje, é que nenhum destes microrganismos foi extinto, e aguardam por aí, num qualquer “bunker” a sua oportunidade de sobrevivência e multiplicação (contaram-me que são adeptos de empolgantes orgias colectivas), e para isso precisam dos “humanos”. O que também sabemos é que “preferem” os não imunizados, como é o caso das crianças desta “ilha”.
Dirão ainda alguns, mas essas doenças, são na maioria “benignas” e um “sarampito” não faz mal a ninguém! Nada de mais errado…
Estas doenças foram no passado as maiores dizimadoras de seres humanos, quer em termos de mortalidade, quer em termos de morbilidade (sequelas dessas doenças). Quem não ouviu falar da cegueira, como consequência do sarampo; das malformações fetais, no caso da rubéola; da morte por asfixia no caso da difteria; e da paralisia infantil no caso da poliomielite.
Claro, meus jovens, a maioria de vocês nunca viu nada disto. Eu que já ando por cá à mais tempo, infelizmente, já me lembro de algumas delas.
Se as quisermos ver num futuro próximo, com mais intensidade, alimentemos estas “ilhas” e não necessitaremos de andar por cá muito tempo…
Um abraço
Mas o fulano lá da ilha tinha o cabelo comprido...
Nos comentários, gostei sobretudo da parte do SR. João que coloca umas questões pertinentes.
Só quero dizer duas coisas, nem tudo o que luz é ouro, e vamos ver como termina esta história.
Tenho a convicção que dentro de algum tempo(pouco tempo) a ilha do paraiso muda-se para outro pais.
Existem regras e normas para a vivência em sociedade, senão ainda seriamos uma comunidade recolectora.
PS. Bonito mais uma vez bastante assertivo.
O sr. João colocou "apenas" a nú a actual situação de saúde no concelho, em termos profilácticos.
Jorge Miranda
Viva. Um grande abraço para todos. Muito boa a reportagem que aqui é citada e que me chegou através dos bons serviços do amigo Sabi, que a afixou na sua tasca. Repito aqui o comentário que deixei no blog, porque acho que o assunto é interessante e proporciona um bom debate.
O caso que nos apresenta a reportagem é curioso, embora não seja insólito. O nosso país está cheio de freaks, punks e rastas desterrados, que procuram o seu paraíso na nossa Babilónia. Normalmente vêm de países civilizados da Europa, são nómadas e não colocam grandes problemas de convivência social. O caso aqui documentado revela a história de trabalho, fé e loucura, de uma família destes franciscanos planetários, que se estabeleceu na nossa terra.
Reinhold Schweikert, a sua família e os seus amigos, são radicais quanto aos ideais que perfilham e à maneira de os viver e transmitir. O quotidiano que a reportagem nos mostra é um caso de disciplina extrema à volta dos dogmas apresentados pelo patriarca: cozinhar os alimentos faz mal à saúde, as doenças são a recuperação do corpo e centenas e outros salmos que fazem parte da liturgia em que se transformou a sobrevivência destas pessoas. O Deus destas pessoas é a Natureza, construíram o seu templo à volta de uma figueira chumba e celebram as suas eucaristias com vinho e pão cru. Isto é irónico mas estas pessoas acreditam, como todos nós, que a sua felicidade depende da possibilidade de colocar os seus ideais em prática.
Não tenho nada contra estas formas libertárias de vida. Cada um faz o que quer, desde que isso não interfira com os direitos dos outros. Por isto, tenho sempre dificuldade em elogiar estas opções de vida ou fazer juízos de valor sobre a legitimidade destas pessoas para não cumprirem obrigações que nós consideramos básicas, como levar os filhos à escola ou vaciná-los. Eu não o faria, porém se os responsáveis destas crianças acreditam que as suas ideias de educação ou de saúde estão certas e mostram dar bons resultados, devem poder fazê-lo.
A reportagem, quanto a mim, não conseguiu ser isenta de um certo moralismo, quando nos esclarece no fim que, embora não exista Comissão de Protecção de Menores em Marvão (porque, simplesmente, não faz falta), o caso foi sinalizado à Segurança Social em Abril. As instâncias que existem para proteger os menores do perigo de abusos, devem actuar quando existem razões fundadas e não apenas suspeitas de situações de risco. Nestes casos devem averiguar, acompanhar e dispor-se a prestar apoio e a garantir que existem condições para o desenvolvimento normal das crianças.
Apesar de defender a intervenção do estado em muitas áreas da vida privada, como garantia da defesa dos direitos de todas as pessoas, tenho sempre muitas dúvidas quando essa intervenção se faz em nome de princípios subjectivos, de avaliação muito difícil, como é o caso. Na área social acho que não há verdades incontestáveis nem leis perfeitas e a actuação das instituições deve-se orientar por princípios, com provas de eficácia dada. Acho razoável a teoria que defende que a intervenções dos técnicos da área social devem ser mínimas e a abordagem deve partir sempre de referências existentes no contexto em que os problemas são identificados. Isto pode parecer uma balela, mas é o que defende quem percebe do assunto. Sei de fonte segura que o caso da família Schweikert já foi avaliada pela Segurança Social e até apresentada em acções de formação de técnicos da área social. Espero que a prudência permita que esta comunidade não seja prejudicada por pressões ou preconceitos exteriores. Oxalá consigam manter-se e provar que a sua filosofia é boa e dá bons resultados. Temo, porém que a exposição mediática a que se submeteram seja o sinal de que os ideais de Reinhold não são assim tão puros e a influência do exterior comprometa as condições de vida neste “paraíso”, acabando por torná-lo insustentável
Tive oportunidade de conhecer alguns elementos desta comunidade, nos anos 90, quando vivia em Santo António das Areias .
Morava ao lado do meu primo, Joaquim Manuel Felizardo, mecânico de automóveis, onde eles iam frequentemente reparar as velhas carripanas volkswagen .
Pude nessa altura, através das conversas com eles mantidas , tomar conhecimento da sua filosofia de vida . Num dia de vindima, recusaram um cacho de uvas, dizendo :
- fruta má ! Fruta má !Tem químicos !
Era um verdadeiro suplício para o meu primo reparar aquelas relíquias, não só pelo facto de serem obsoletas, mas pelo cheiro que delas emanava .
Na bagageira, costumavam guardar as máquinas trituradores dos vegetais crus, que não eram lavadas com a devida eficácia .
Imaginem o que é triturar umas couves e deixá-las a "fermentar" num local fechado . Não é o cheiro da cintura industrial do Barreiro do anos 70, mas anda lá perto !
Abraço !
Hermínio Felizardo .
Declaração dos Direitos da Criança:
PRINCÍPIO 4º
* A criança gozará os benefícios da previdência social. Terá direito a crescer e criar-se com saúde; para isto, tanto à criança como à mãe, serão proporcionados cuidados e proteção especial, inclusive adequados cuidados pré e pós-natais. A criança terá direito a alimentação, recreação e assistência médica adequadas.
Plano Nacional de Vacinação:
*As vacinas são o meio mais eficaz e seguro de protecção contra certas doenças. Mesmo quando a imunidade não é total, quem está vacinado tem maior capacidade de resistência na eventualidade da doença surgir.
Comissão de Protecção de crianças e jovens (CPCJ):
*Compete à CPCJ:
-desenvolver acções de promoção de direitos;
-desenvolver acções de prevenção das situações de perigo;
-intervir nas situações em que a criança ou jovem está em perigo.
Considera-se em perigo a criança ou o jovem que, se encontra numa das seguintes situações:
Ø está abandonada ou vive entregue a si própria;
Ø sofre maus tratos físicos ou psíquicos ou é vítima de abusos sexuais;
Ø não recebe os cuidados ou a afeição adequados à sua idade e situação pessoal;
Ø é obrigada a actividades ou trabalhos excessivos ou inadequados à sua idade, dignidade e situação pessoal ou prejudiciais à sua formação e desenvolvimento;
Ø está sujeita, de forma directa ou indirecta, a comportamentos que afectem gravemente a sua segurança ou o seu equilíbrio emocional;
Ø assume comportamentos ou se entrega a actividades ou consumos que afectem gravemente a sua saúde, segurança, formação, educação ou desenvolvimento sem que os pais, o representante legal ou quem tenha a guarda de facto se lhes oponha de modo adequado a remover essa situação.
Estas são as regras pelas quais a maioria da população se rege, quando há desvios ao padrão é aquilo que o SPSS rotula de "outliners".
Sr. Reinhold: o Sr. é um outliner...parabéns..ou talvez não...
Caríssimos
Infelizmente não pude acompanhar a minha família na Páscoa do ano passado à Bica para ver 'in loco' a vivência destes alemães.
Do relato que me fizeram e da documentação que me trouxeram, levantei inúmeras questões.
Que os pais prossigam aquele tipo de vida é uma coisa, agora as crianças e os adolescentes é outra.
Dessa vizita, relataram-me que só o patriarca é que falou e apareceu. No local foi questionado como é que havia dinheiro para fazer deslocar a carrinha, quem e como era pago a ligação à Internet, como havia energia para activar as aparelhagens e colunas potentes que aos sábados geravam 'espectáculos' etc etc.
Em abono da verdade e face às inúmeras famílias estrangeiras que habitam no nosso concelho devia haver um registo, para saber quem são e onde estão, como vivem e quem recebem. A óptica da segurança não deve ser descurada.
Quanto às crianças.
Já nessa Páscoa se viam descalças e sem resguardos de maior. Terão por certo os seus anti-corpos, mas nem os pais conhecerão tudo.
Recordo que há uns tempos morreu perto dos Galegos um alemão que se alimentou de uma cebola brava, tendo-a tomado por outro tubérculo.
Sem querer 'castigar' os serviços da idelidade, sobre os quais muitas incumbências se descarregam do poder central, devo dizer-vos que nas arcadas da Praça do Comércio, junto à entrada do Ministério da Administração Interna, se encontram inúmeros 'vagabundos' que ali dormem, comem, urinam e defecam sem que a administração dali os remova.
O estado a que o nosso país chegou dá para impunemente admitir todas as coisas.
Irá a presente reportagem mexer com alguns direitos elementares das crianças?
É que, é tudo muito bonito, o viver sem regulamentação mas ... um dia desaparecidos os pais o que é que vai acontecer as estas crianças? Poderão aceder a quê? Com que certificação?
É para reflectir.
Manuel Andrade
MUITO BEM
Sr. Manuel Andrade, é precisamente na parte final do seu comentário que se levanta o essencial de toda esta questão e a que obriga as Entidades a dar passos para protecção destes menores.
Gostava de acrestentar mais uma coisa a esta discussão: Eu sou alemã e por curiosidade procurei o blog do Sr. Reinhold na net. Os textos que ele tem la sobre as suas filosofias mostram um odio profundo pelas mulheres que ele acha serem possuidos por demonios que a violencia fisica pode expulsar. Escreve sobre os direitos dos ciranças com deficiencia - seguinte o lei da natureza como não condeguem sobreviver sem ajuda medica, não devem sobreviver.
Quem quere mesmo tomar uma opinião sobre este assunto devia arranjar quem faça uma tradução dos textos em alemão do blog do Sr. R., já que os traduções que ele pos lá em português e inglês so mostram a parte "bonita" e "natural" das suas filosofias.
Acho que as autoridades deviam estar muito mais alertas á este caso. Atras da façada "hippie" pode estar escondida uma ilha inferno.
Espero não estar a tornar-me maçador e esperava que alguém já tivesse pegado no assunto que aqui trago. Mas como ninguém o fez até agora, não posso deixar passar esta oportunidade, por isso aqui estou de novo.
E indo direito ao assunto, tem ele a ver com a reflexão aqui trazida pelo Jaime Miranda. A quem aproveito para dar as boas vindas, a uma “casa” que ele sabe que também é dele, e, com sua participação, fica este espaço engrandecido. Bem-vindo Jaime Miranda.
Em primeiro lugar, sem paternalismos, considero esta tua reflexão muito boa, apesar de um pouco em “contra mão”, em relação à maioria das que por aqui têm passado. É esta diferença de opiniões que nos fazem reflectir sobre ideias que às vezes nos parecem absolutas e certas.
Não posso deixar de me referir a algumas afirmações que aqui trouxeste e que me parecem pertinentes, com as quais estou completamente de acordo e que não posso deixar de aqui as referir e chamar para elas a vossa atenção, tais como:
- “…Estas pessoas acreditam, como todos nós, que a sua felicidade depende da possibilidade de colocar os seus ideais em prática.”
- “…Por isto, tenho sempre dificuldade em elogiar estas opções de vida ou fazer juízos de valor sobre a legitimidade destas pessoas para não cumprirem obrigações que nós consideramos básicas, como levar os filhos à escola ou vaciná-los.”
- “… Apesar de defender a intervenção do estado em muitas áreas da vida privada, como garantia da defesa dos direitos de todas as pessoas, tenho sempre muitas dúvidas quando essa intervenção se faz em nome de princípios subjectivos, de avaliação muito difícil, como é o caso. Na área social acho que não há verdades incontestáveis nem leis perfeitas e a actuação das instituições deve-se orientar por princípios, com provas de eficácia dada.”
- “…Espero que a prudência permita que esta comunidade não seja prejudicada por pressões ou preconceitos exteriores.”
Fiquei no entanto, sem perceber, uma determinada passagem da tua reflexão sobre a tua opinião, em relação à não existência da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens no concelho de Marvão, quando afirmas: “…embora não exista Comissão de Protecção de Menores em Marvão (porque, simplesmente, não faz falta).” Fiquei na dúvida sobre se consideras, ou não, importante a existência desta Comissão, neste contexto que é o concelho de Marvão.
Até porque mais à frente referes, e bem, “…Acho razoável a teoria que defende que a intervenções dos técnicos da área social devem ser mínimas e a abordagem deve partir sempre de referências existentes no contexto em que os problemas são identificados.”
Ora, talvez nada melhor, que a intervenção a existir, ser executada por técnicos e autoridades do nosso Concelho… Mas estará a ser feita, numa situação que tem já alguns anos? E se não foi feita porquê?
Um abraço para o Jaime Miranda
jbuga
FACTO nº 1: As crianças não estão doentes
FACTO nº 2: Marvão não tem um surto de epidemia
Recomendo, a quem quiser saber mais sobre vacinação ler aquí: http://www.holistika.net/busqueda/articulo.asp?artid=73&s=michel%20odent
Éstá em espanhol, mas é um estudo devidamente referenciado. Não há "suposições".
A divulgação de outros modos de vida no nosso paisnos meios de comunicação, para além da violência, crise económica e da rutina desaforada que a maioria das pessoas levam na cidade foi uma optima ideia refrescante que apreciei na reportagem. Já não achei brilhante o desempenho do jornalista como tal pois, que eu saiba, jornalismo sério não consta de análises e juízos tendenciosos, desfavoráveis, moralistas e ridicularizadores como:
"Ao final a tecnologia da civilização até serve quando faz falta" (será que o jornalista não percebeu a diferença entre energia/tecnologia limpa e poluinte? será que o tom é de julgamento?)
"Quem aquí quiser vir passar uma semana de 'vida boa' (será que o tom é sarcástico e depreciativo?) por 200€ tem direito a dormir 'na rua' (por muita força de expressão que quisser ter 'dormir na rua' não é propriamente 'dormir no meio do campo'. Dormir na rua tem outro significado que o jornalista deve saber bem. Será que o tom é deformador da realidade?), comer cru e trabalhar na terra (acho eu, que "quem quiser" tem direito de pagar o que quiser para fazer o que bem entender). Não fosse a lei portuguesa que "obriga" (será mesmo? ou será melhor dizer: a lei da "direito") a um plano de vacinação, impõe 9 anos de escolaridade obrigatória (será que não teve em atenção o ensino doméstico que por lei os cidadãos tem direito na escolha da educação dos seus filhos?) e trabalho infantil" (dar contributo nas tarefas familiares faz parte da educação familiar, será o tom pejorativo?)
Não vou continuar analiçando a reportagem toda pois não é a minha profissão, mas com a minha crítica espero dar uma chamada de atenção para o bom jornalismo e para que em futuros programas tomem em atenção TODOS os cidadãos e não só um grupo de pessoas com ideologias,nível académico ou target semelhantes.
Muito obrigada
Então o sr acredita nas vacinas e na escola?!?
E no Pai Natal também.
De certeza.
Informe-se onde deve, por favor.
Poupe-nos a comentários ingénuos como este.
Para além das boas intenções precisamos de aprender sobre o autismo, o desensino, etc.
Aquelas crianças tem saude a dar e vender.
Deixemo-las viver em Paz, Amor e Alegria.
er-duende
daaaaaaaaaaaaa
Marvão é que está doente e pode contaminar as meninas.........poxa
daaaaaaaaaa
D. Pansa
porque nao sai do seu infectocontagioso habitat e vai
de mala haviadas engrossar o clã
Boas pessoal do fórum,
Não vi a dita reportagem, e desconhecia que isto se passava no concelho one resido...
Mas não duvido que para quem viu a reportagem algumas questões se colocaram de imediato...
Na manhã seguinte quando chego ao meu local de trabalho dois colegas começam a questionar-me sobre o assunto...indignados, estupefactos...dizem-me: Mas ninguém faz nada por aquelas crianças?? que se passa na "tua" terra??
Aquilo sim foi uma imagem negativa sobre o "paraíso" que nós conheciamos sempre que fomos visitar Marvão...
Fiquei curiosa e disse que ia tentar saber mais alguma coisa sobre o assunto...
o que só agora pude fazer ao ler o post do Jbuga...e alguns dos comentários aqui feitos...
Vou tentar ver a dita reportagem...mas que ela causou "impacto" não duvido...
Somos uns pedantes do..........
Preocupamo-nos com os aviões que passam para GUANTANAMO, com os presos que vêm de GUANTANAMO, com tudo o que é abstracto; e com o que é certeza ou quase ou até não...ninguém questiona e a mais das vezes temos pena dos coitados..
Temos exemplos muito concretos no concelho (não sei se as autoridades indagaram?) alemães, ingleses, holandeses, chineses, ucranianos, etc., quais as origens, será que não vêm deportados ou exilados, escorraçados, ou até mesmo infectados, mas amigos o que interessa será mesmo o que vem pelo ar.(Cuidado com o metano)
A mais de 5 Anos que sei da existencia deste familia pelo correio da manha, um artigo pequenino lá no meio , meia duzia de linhas, agora passados estes anos tem uma reportagem na tv.tudo se mantem desde aquela altura até agora estão todos com saude e é verdade ele tem razão aquilo é fantastico é o futuro. e voces falam falam e não dizem nada, são os tontos aqueles Que comem tudo que da no ecra da tv , quimicos e mais quimicos lavam-se com 10 produtos diferentes com 100 quimicos cada um comem quimicos cagam quimicos bebem quimicos até quando estão doentes é quimicos...se a alguem esta certo são eles não voces , deixem nos em paz voces é tem muito que aprender...
Meu caro “er duende”, não gosto muito de falar com desconhecidos, e é pena que as pessoas não dêem a cara e se refugiem atrás de pseudónimos, pois tornaria esta troca de argumentos mais clara.
Quero-lhe dizer que volto aqui ao tema Vacinas (como já deve ter reparado, uma das minhas paixões), e tenho uma certa vaidade, por actualmente, ser responsável por essa área, no distrito que actualmente, tem as maiores taxas de vacinação nacionais, o de Portalegre.
Tive o cuidado de consultar o “estudo” que referenciou e, francamente, nada lá encontrei de novo, nem tão pouco algo que contrariasse o que por mim aqui foi escrito sobre o tema.
A não ser que o meu amigo (a), ache que uns milhões de mortos, sobretudo crianças, possam ser comparados com algumas otites, eczemas e asmas.
Do estudo que nos indicou tirei algumas conclusões, um dos exemplos fala da vacinação na Guiné-Bissau, onde a crianças morrem como “tordos”, devido a infecções vária, o “seu estudo”, diz o seguinte:
“Los resultados muestran que ambas vacunas, BCG y sarampión, reducían la mortalidad en un 50%. Tan significativa reducción de la mortalidad no estaba relacionada con las muertes por tuberculosis o por sarampión: lo que demuestra es que las vacunas BCG y anti sarampión tienen efectos beneficiosos no específicos sobre la salud.”
Significativo, não?
Como deve saber não existem “produtos” inócuos e deve sempre prevalecer o princípio do “custo/beneficio”, e no caso dos benefícios da vacinação sobre a mortalidade e morbilidade humana, só não vê quem for “cego” e não me estou a referir aos órgãos da visão…
O meu amigo Garraio, que é uma pessoa dada a essas coisas das metáforas, eufemismos e outras que tais, já lhe respondeu ali na “casita” ao lado que “… Entonces, er duende, va a ser que hay dos Portugales. En el mío no es como dices... ;).
Eu vou falar em português, sem sectarismo, mas ser mais abrangente, “…se o meu amigo vive num mundo em que os resultados da vacinação são duvidosos, então esse mundo não é o mesmo que o meu.”
jbuga
Sr. João Bugalhão, não tenho o pracer de o conhecer em pessoa e creio que de pouco lhe serve saber qual é o meu verdadeiro nome.
Estamos num meio plural e cada qual se "apresenta" como bem entender, a não ser que voçê exija no seu blogue que só pessoas que utilizem o seu verdadeiro nome possam dar a sua opinião e penso que não sou @ únic@a utilizar um seudónimo.
Não entrei aquí para debater sobre as vacinas mas para afirmar que é um direito á escolha que o cidadão portugues tem, não uma obrigação. E as pessoas deveriam saber disso.
Mas posso lhe dizer também que o sarampo é uma doença da infância e que passada "naturalmente" nos da imunidade para toda a vida, coisa que a vacina não faz, e que a mãe que passou de forma natural esta doença beneficiará protegendo ao seu rescem-nascido, coisa que se tiver sido só vacinada não lhe confefrirá essa imunidade.
( tudo deveremos fazer para impedir as antigas epidemias, como são exemplos a poliomielite, a difteria, o sarampo, a tosse convulsa e outras, que até hoje, a humanidade conseguiu dominar, com uma “simples vacina”).
Saiba também que estas doenças començaram o seu declínio antes do aparecimento das vacinas e que, sim, foi graças as melhoras de condições de vida (melhor higiene, agua canalizada, esgotos, melhor alimentação) que estas doenças começaram a decair.
(São exemplos recentes, o surto de sarampo que no último verão, desabrochou na Europa Central, a Europa dos ricos (Alemanha, Áustria, Suiça, Holanda), com graves consequências; e cujas origens, se pensa terem sido este tipo de “ilhas paraíso”, pois por essas bandas, estes estilos de vida, são mais frequentes do que por cá.
Convém relembrar, que estes microrganismos sofrem mutações e por isso não atacam só os não vacinados, atacam todos.)
Se bem a "Europa dos ricos", como o senhor comenta, teve um surto de sarampo:
Se é suposto ser uma povoação com alto nivel de vacinação, quer dizer então que a vacinação não inmuniza? Quer dizer que as vacinas não são válidas para todas as estirpes da doença?
Por último, posso recomendar visitar o site oficial da National Vacination information Center: www.nvic.org, para quem quisser saber mais sobre o assunto
Um abraço e obrigada por me dar esta oportunidade de expressão.
“er duende” está visto que é d@s dur@s, não desiste à primeira, felicito-@ por isso e, está bem acompahad@.
Saiba que a mim não me afecta nada a sua “impessoalidade” e isso não me causa qualquer problema de estar a debater argumentos e ideias consigo.
O problema aqui é, estarmos a debater publicamente para uma comunidade que podemos influenciar. E um de nós, não estar a prestar um bom serviço à causa – O bem-estar das pessoas (e a mim todos conhecem), já que, parece que estamos a falar de conhecimentos e realidades opostas.
Em primeiro lugar quero-lhe dizer, que sei perfeitamente que a Vacinação não é obrigatória em Portugal, apesar da maioria das pessoas pensarem que sim, mas segundo a OMS é “altamente RECOMENDÁVEL”.
Quanto a isso do “direito” como o vem afirmar, às vezes é uma coisa muito duvidosa e discutível, digo eu.
Estou de acordo consigo quando afirma, que as benfeitorias verificadas no desaparecimento de certas doenças se devem às melhorias das condições de vida, nomeadamente, o fornecimento de água potável e o saneamento básico. Mas todos os técnicos de saúde mundial colocam o aparecimento das VACINAS, ao mesmo nível de impacto na saúde, dessas três conquistas da evolução humana.
Também lhe quero dizer, que para mim, este assunto fica aqui hoje encerrado, pois não penso voltar aqui a esta discussão, que me parece até um pouco absurda, e espero que o que aqui vou apresentar hoje seja elucidativo, sobre algumas das suas afirmações que aqui trouxe.
A respeito do Sarampo:
De acordo com a nossa Direcção-Geral da Saúde já em 2008, após esse surto de sarampo da Europa Central, com origem em “ilhas paraíso”, que causou cerca de 4 000 casos, sobretudo em pessoas não vacinadas, foram divulgados os seguintes dados:
“Apesar deste retrocesso no último par de anos, a verdade é que se têm feito progressos enormes a nível mundial no combate a todas as doenças infecciosas, incluindo o sarampo. Nos últimos 150 anos, estima-se que morreram 200 milhões de pessoas em todo o mundo devido ao sarampo. Mas os números têm vindo a diminuir: em 1999, terão morrido 873 mil pessoas; em 2005 foram 345 mil – o que representa uma quebra na ordem dos 60%.”
Para uma doença “benigna”, deixa muito que pensar…
Quanto à questão das mães que foram imunizadas pela doença, passarem a imunidade aos filhos, como afirma, é completamente falsa. Se assim fosse, o sarampo já teria sido erradicado há muitos anos, ou coitado, nunca teria sido possível! Penso que não tenho que lhe explicar como, é só uma questão de simples exercício mental…
Outro exemplo, o da Poliomielite:
“… em 1956 (num sistema deficiente, no que toca a notificações), foram notificados mais de 600 casos de Poliomielite em Portugal; Em 1965, (ano em que foi iniciada a 1ª campanha de vacinação), foram notificados 300 casos; em 1966, a Poliomielite, desapareceu quase por completo do universo de Portugal Continental (não me diga que foi devido à melhoria das condições de vida?); em 1987 foi notificado o último caso de Polio em Portugal; e em 2002, a OMS declarou Portugal livre de Poliomielite!”
Significativo!Não?
Afectuosamente: jbuga
As minhas desculpas, caro Bugalhão, por só agora responder. A conversa já está arrefecida, mas estive a reler o que se escreveu, e queria esclarecer o meu ponto de vista, não porque possa interessar a alguém neste caso particular, mas porque no geral aponta para outras questões.
Em relação à não existência em Marvão de uma Comissão de Protecção de Menores, a minha opinião é que se ela não existe é porque as pessoas com responsabilidades nesta área no Concelho, não consideram necessária a sua criação. Nesta Comissão estão representadas instituições em regime obrigatório (Seg. Social, Autarquia, Serv. Saúde, GNR; Escola) e outras em regime voluntário (IPSS, Ass. de Pais,...) , e são constituídas para estudar os casos de menores em risco que são sinalizados e propor acções quando tal é exigido ou permitido. No geral, as medidas passam por enviar os casos mais graves aos tribunais ou tentar uma "intervenção" com o consentimento dos pais ou das pessoas que têm a função parental.
Chegado aqui penso que é fácil explicar a minha opinião. Não acho que Marvão necessite de uma Comissão de Protecção de Menores, porque o formalismo por si só não garante resultados e é exagerado face à dimensão do problema no concelho. Mas a não existência deste órgão nunca será impedimento para que os casos que envolvam suspeitas de maus tratos sobre crianças sejam devidamente acompanhados. Todos os casos devem ser sinalizados, desde a mais ínfima suspeita, e aqui não pode haver excepções. No que diz respeito à forma como o trabalho deve ser feito isso cabe às pessoas competentes e depende bastante da sua capacidade de dialogar e acreditar nos outros.
O caso da Ilha Paraíso é uma tentação para qualquer pedagogo ou assistente social de bancada. Mas também é um problema sério para quem tem a obrigação de interpretar e aplicar a Lei na sua jurisdição e dar muitas explicações sobre o seu trabalho. Na minha maneira de ver esta é uma situação que levanta todas as dúvidas e permite várias opiniões. Com excepção desta certeza: Reinhold Schweikert terá sempre de aceitar que no nosso país, como no seu, as pessoas entendem que o Estado deve garantir às crianças os seus direitos básicos, e que esta é uma missão que tem de ser cumprida a qualquer custo.
Um abraço.
Sabes Jaime, o problema não é a ilha paraiso, mas sim os comentários que alguns hippies e pseudo intelectuais fizeram.
O importante é o superior interesse dos menores, e desses não vi aqui nada escrito.
Espero estar redondamente enganado, mas sei que não estou , infelizmente...
um abraço
Jorge Miranda
Viva, grande Jorge. Se queres dar corda ao assunto, eu não me ponho de fora. Não tenho dúvidas que tudo o que aqui se tem escrito não passa de balelas intelectuais. Pela minha parte tenho andado a maçar as pessoas com umas opiniões mal formadas, sobre liberdade e responsabilidade, que eu acho que é o que levanta dúvidas, no caso que a reportagem abordou.
Sobre o superior interesse das crianças, ainda está por fazer a lei perfeita, que consagre realmente o direito de todos os menores a crescerem como deve ser e que possa ser aplicada. Para que cada criança esteja bem tem de existir pelo menos um adulto a protegê-la. Apesar de encontrarmos crianças com uma capacidade extrema de resistência à dor e ao isolamento, no fundo todas têm a mesma fragilidade e precisam de carinho.
O dever que temos de assegurar o bem estar das crianças, as nossas e a dos outros, é moral e pode ser profissional. Quando confrontados com um caso de uma criança maltratada, cabe a todos responsabilizarmo-nos por ela, pelas vias que estiverem ao nosso alcance. Afinal, o dever de protecção das crianças é um instinto que ultrapassa o senso comum e que é partilhado pela maioria das pessoas e animais.
Em relação aos profissionais, educadores, prestadores de cuidados de saúde, forças de segurança, técnicos de serviço social, as pessoas a quem cabem responsabilidades sérias nestes casos, deve ser exigida a máxima entrega no trabalho que fazem com as crianças e as famílias das comunidades onde estão inseridos.
Outro abraço.
olá,
bem, vi uma reportagem sobre essa familia
e gostaria de esclarecer q a respeito das crianças
o "adao patriarca" não obriga seus filhos a viverem ali
elas sao livres ,o fato é q elas nao querem sair
e todos sabemos que toda essa historia de sabonetes, vacinas, direitos da criança e do adolescente e tudo mais
são coisas inventadadas pelos homens e desnecessarias ate um certo ponto, sim, porque se nao pudessemos viver sem essas coias, a raça humana nao teria sobrevivido antes de criá-las
acho q cada ser é uma cabeça e nao quer dizer q soh porque o mundo todo se entope de refrigerantes, e carnes e venenos, todos tenham que fazer isso.
existiram e ainda existem muitas tribos que vivem assim, soh com o que a natureza lhes fornece, nao usam shampoos, nao sao vacinadas, naum sabem ler nem escrever e ainda assim vivem e muito bem, e apesar de nao saber usar um papel e uma caneta dão conta de levar a diante seus costumes e conhecimentos e aliás...se não fosse pela ação do "homem civilizado" essas tribos ainda existiriam aos milhões...
não vejo nada de errado (eu apoio) pessoas q se neguem a viver numa sociedade injustda, oande as pessoas matam por dinheiro, mantam por comida, matam por poder, matam pelo simples praser de matar, pelos simples prazer de ver o outro sofrer...
gostaria muito de conheer essa "ilha paraiso", e ainda terei uma oportunidade...
finalizo com um trecho de uma musica do Raul Seixas que acho que resume tudo que eu estou tentando expressar...
"O que eu como a prato pleno, bem, pode ser o seu veneno, mas como vai voce saber sem tentar?"
Discordo com muito do que se diz aqui. Que raio de liberdade temos??? não podemos viver em sintonia com a natureza??? por isso a estão a destruir. Quanto às vacinas, vejam este video e abram os olhos: http://youtu.be/oUYYbgGkrjc AS VACINAS DESTROEM O NOSSO SISTEMA IMUNITÁRIO... se não criamos anticorpos como podemos combater as doenças.
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