De acordo com notícias divulgadas pela CM de Marvão, a Piscina fluvial de Marvão, na aldeia da Portagem, vai reabrir no próximo dia 1 de Junho, depois de encerrada praticamente durante um ano para obras de embelezamento.
Estas obras envolveram alterações no piso circundante à Piscina fluvial; a construção de 1 Parque de Estacionamento nas traseiras da Sociedade Recreativa; a adaptação de um espaço coberto, contíguo aos Lavabos, para instalação de um Bar; o arranjo de cerca de 200 metros das margens do Rio Sever a jusante da Piscina, com construção de um pequeno açude para recreio da “pequenada”; e ainda, as célebres lombas empedradas na estrada que liga a Portagem a SA das Areias. Tiveram custos a rondar o milhão de euros e foram comparticipadas por fundos europeus em 85%.
As contestações a estas obras têm sido muitas desde, porem em causa se este Projecto e com estes custos avultados, foi o melhor para este espaço; a época escolhida para a sua realização, que levou a que o mesmo estivesse interdito ao público no passado verão; até algumas aberrações que comporta como são o caso das Lombas, da super iluminação do Parque de Estacionamento, ou o arrancamento do piso rígido tipo “mosaicos de cimento” existente (aplicado à meia-dúzia de anos), e a sua substituição por “relva ou erva”.
Algumas questões que aqui levanto era se, por exemplo, não teria sido mais acertado cuidar do piso da “Piscina” fluvial, da qualidade da água, ou da construção de uma vedação que circundasse todo o complexo balnear para poder ser rentabilizado, e como é que no futuro se vai fazer a manutenção dos embelezamentos que agora foram realizados; ou se daqui a 2 ou 3 anos as margens não serão autênticos matagais e, lá se vão metade dos embelezamentos, com o arquitecto paisagístico a levantar algum processo pela degradação da sua miragem onírica!
São opções, e a obra aí está. O que agora importa questionar é como é que todos estes investimentos se vão rentabilizar no futuro. Para mim, a resposta que será através de proveitos indirectos (através de mais visitantes que contribuem para o desenvolvimento do turismo), é curta.
Os poderes públicos, neste caso a CM de Marvão, não podem continuar a desbaratar o dinheiro que é de todos os contribuintes, apenas para proveitos de alguns (que na maioria das vezes nem cumprem os seus deveres sociais, como é o caso das contribuições com o fisco e da segurança social). A administração pública tem que começar a pensar em fórmulas de recuperar alguns investimentos para reinvestir no futuro, porque a galinha dos ovos de ouro, os fundos comunitários, está a deixar de por “ovos”; e o seu objectivo era, exactamente, para que fossem rentabilizados e não desbaratados.
Andar em grandes parangonas a dizer que em Marvão o Turismo está a aumentar, sem que de tal beneficiem os marvanenses, e que só contribuem para aumentar custos, já que nada deixam no concelho, não me parece uma boa estratégia, nem que se esteja a defender a coisa pública.
Por isso, e no caso deste Complexo Fluvial da Portagem, aqui deixo uma proposta que poderia minimizar os investimentos, controversos ou não, agora realizados:
- Todo o Complexo deveria ser isolado por Vedação. Quem quisesse usufruir deste espaço, que todos nós pagámos, pagaria 1 euro/pessoa; 2 euros/viatura para usufruírem do Parque de Estacionamento; e 2,5 euros/pessoa para usufruírem da Piscina Municipal.
Se assim não for, vamos continuar a ter os visitantes da “geleira e garrafão”, que apenas deixam custos de limpeza e manutenção, com os marvanenses a pagar e, a verem-nos passar. Não rima (ou será que rima...), mas é verdade!
Nota Final: Mais uma questão: Será este ano que os empresários da Portagem se vão juntar e cooperar na dinamização da animação local, durante as noites de verão? Ou será que vão ficar à espera que sejam apenas as instituições públicas a fazê-lo?
2 comentários:
Eu ainda sou do tempo em que na margem da piscina fluvial junto à outra piscina existiam avelaneiras.
De facto, constato quando aí estou em férias, geralmente em Agosto, que a Portagem, à noite, parece um local fantasma, onde não se passa nada.
Em Portugal e no Alentejo já se paga muitos impostos!
Agora quer mais uma "portagem"?
Chega de roubalheira, o povo já não aguenta mais!
Postar um comentário