quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Assim damos a volta a isto?...
"Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘casinha dos pais’,
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar."
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Um comentário:
«No passado mês de Janeiro, durante os quatro concertos que realizámos nos Coliseus do Porto e de Lisboa, apresentámos uma canção nova intitulada “Parva que sou”.
Esta música fazia parte de um conjunto de quatro novas canções que trabalhámos e ensaiámos com o intuito de apresentar uma delas num alinhamento especialmente feito para os Coliseus. Escolhemos “Parva que sou”, porque era aquela que tinha o arranjo terminado e porque o tema que abordava nos pareceu actual.
Durante os ensaios e até em apresentações feitas a amigos nunca imaginámos a dimensão que a sua letra poderia tomar.
Foi com grande surpresa e emoção que assistimos a uma reacção tão intensa e espontânea por parte das pessoas que estavam a ouvir uma música inédita.
Verso a verso, fomos sentindo o público a apropriar-se da canção e a tomá-la como sua. Foram 4 momentos especiais e porventura únicos de comunhão entre nós e o público.
Após os concertos, ao ver que o tema “Parva que sou” continua a ganhar vida através das redes sociais e dos meios de comunicação, não podemos deixar de demonstrar o nosso agrado em perceber que uma canção está a suscitar debate e diálogo em volta de um assunto actual e que julgamos da maior pertinência. Mais felizes ainda ficamos, enquanto músicos, ao constatar que a Música continua a ter este papel na nossa Sociedade.
Iremos em breve disponibilizar uma versão da música, gravada num dos concertos nos Coliseus, para que quem a queira ouvir o possa fazer com maior qualidade sonora.
Agradecemos todo o carinho que as pessoas têm demonstrado e o genuíno interesse da imprensa relativamente ao “Parva que sou”.
Mais não precisamos de dizer. A canção fala por si.
Ana Bacalhau / Pedro da Silva Martins / Luís José Martins / Zé Pedro Leitão»
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