sexta-feira, 9 de outubro de 2009

NEM SEMPRE OS MEIOS JUSTIFICAM OS FINS…

“Mais de quatro séculos nos separam da época em que viveu Maquiavel. Muitos leram e comentaram sua obra, mas um número consideravelmente maior de pessoas evoca seu nome ou pelo menos os termos que aí tem sua origem. "Maquiavélico e maquiavelismo" são adjectivo e substantivo que estão tanto no discurso erudito, no debate político, quanto na fala do dia-a-dia. O seu uso extrapola o mundo da política e habita sem nenhuma cerimónia o universo das relações privadas. Em qualquer de suas acepções, porém, o maquiavelismo está associado a ideia de perfídia, a um procedimento astucioso, velhaco, traiçoeiro. Estas expressões pejorativas sobreviveram de certa forma incólumes no tempo e no espaço, apenas alastrando-se da luta política para as desavenças do quotidiano."

Assim, hoje em dia, na maioria das vezes, Maquiavel é mal interpretado. Maquiavel, ao escrever sua principal obra, O PRÍNCIPE, criou um "manual da política", que pode ser interpretado de muitas maneiras diferentes. Talvez por isso a sua frase mais famosa: -"Os fins justificam os meios" – seja tão mal interpretada.”


Serve este breve introdução para enquadrar o tema que aqui vos trago para reflexão do período pré eleitoral, que vamos ter antes da escolha autárquica que se avizinha, - DECISÃO DO EXECUTIVO SOBRE OS PRÉMIOS REMUNERATÓRIOS DOS TRABALHADORES DA AUTARQUIA.

Assunto, que quer queiramos, quer não, irá ter um aproveitamento “eleitoralista”, sobretudo por aqueles que já há algum tempo conduziram este problema para esta ocasião, mas não ficam longe de crítica aqueles que não souberam evitá-lo, e deveriam tê-lo feito.

O que está aqui em causa é algo de muito sensível, pois prende-se com prémios remuneratórios, num total de cerca de 100 000 euros, para compensar o desempenho dos trabalhadores da autarquia nos últimos 5 anos, e não é fácil para quem, estando de fora, em poucas palavras, explicar, toda uma situação que se arrasta. E que, ou já devia ter sido resolvida, ou deveria passar para lá do processo eleitoral em curso.

O que não deixa dúvidas a quem seja apenas observador exterior deste processo, é que esta situação foi puxada para esta altura (?), como forma de pressão sobre o executivo camarário para que estes cedessem, num período em que estão sobre avaliação eleitoral; e por outro lado, não tenhamos dúvidas, para que alguém venha, indirectamente, a beneficiar eleitoralmente desta situação.

E é aqui, em minha opinião, que merece a pena uma certa reflexão.

Não ponho em causa as razões apresentadas pelos trabalhadores, nem pelos seus direitos legítimos, se tivesse que tomar partido, não tenho dúvidas, estaria a seu lado.

Mas devido à forma como as coisas foram tratadas, também é minha opinião, que este processo deveria ser tratado após as eleições, e este método reivindicativo, certamente justo, não deveria influenciar aquilo que é o desempenho autárquico de 4 anos, bem como a escolha das propostas apresentadas por todas as candidaturas.

Deseja-se que as pessoas directamente implicadas sejam influenciadas pela razão e não se deixem levar pelas emoções do momento, tão características nos períodos pré eleitorais. Pois ao contrário do princípio de Maquiavel – NEM SEMPRE OS FINS, JUSTIFICAM QUALQUER MEIO!

Entretanto, deixo-vos ficar para conhecimento dos visitantes aqui do Fórum a carta enviada pelo Presidente a todos os trabalhadores, tentando clarificar a situação.

TA: Para informação adicional, resta dizer, que em Reunião de Câmara, foi aprovada a proposta relatada em baixo na Carta do Presidente, e votaram a favor Vítor Frutuoso e José Manuel Pires; votaram contra Pedro Sobreiro e Carlos Canário; e absteve-se Madalena Tavares. O Presidente usou o seu voto de qualidade.








(Clicar em cima para ampliar)


Quanto ao voto, cada um tem o seu, e usem-no como melhor entenderem, porque vai sendo um dos poucos direitos que nos restam nesta pobre democracia…

5 comentários:

Unknown disse...

Li com atenção tudo o que o Bugalhão disse, e concordo com tudo!A meu ver acho que o sindicato não trabalhou bem e fez com que o assunto se arrasta-se até agora, talvez por interesse. Pois os representantes do sindicato actualmente na Câmara, são todos do contra do actual executivo.
O sindicato devia de ter feito a pressão que fez mas antes do fim de Setembro.

Clarimundo Lança disse...

A mesma pressão deveria ter sido feita quando por concurso interno o então presidente camarário optou por se promover.

Unknown disse...

Mas que se saiba não foi cometida nenhuma ilegalidade, no concurso interno para a subido do actual Presidente.

Garraio disse...

Depois das eleições veremos quem foi Maquiavel, quem foi Judas e quem foi Pilatos...

Maria da Horta disse...

Gostaria de ver explicado então, quêm afinal foi Maquiavel,Judas ou Pilatos.
Obrigado!