quinta-feira, 2 de julho de 2009

Operação “Cooperativa do Porto da Espada” – Esclarecimentos!


A “proposta de apoio” inserida na acta da reunião ordinária da Câmara realizada em 2009/06/03, acima digitalizada, responde a quase todas as questões que aqui coloquei, em 31 de Maio último, sobre a operação “Cooperativa do Porto da Espada”.

Relembro-as:

1 – A Cooperativa vende o seu património à Câmara e depois… continua a existir? Se sim, como desenvolverá, então, a sua actividade sem património?
2 – A Câmara adquire o património da Cooperativa e fica a geri-lo, eventualmente alterando o seu estatuto? Que tipo de entidade será constituída então?
3 – Ouvia-se dizer que o buraco (passivo) da Cooperativa rondava os €20.000,00. Então qual a necessidade desta alienar todo o património, encaixando €90.000,00?
4 – Se o passivo é inferior a €90.000,00, para onde vai o remanescente? Irá a Cooperativa adquirir outro património? E qual?
5 – Será que o passivo da Cooperativa é de €90.000,00 e a alienação de todo o seu património foi a única forma encontrada para o liquidar? A Cooperativa não conseguia gerar recursos para manter a sua viabilidade? E como, e com quem, vai a Câmara gerir esse património de forma a inverter essa situação?
6 – Adquirir todo o seu património era a única forma de a Câmara viabilizar a Cooperativa?”

Ficámos a saber que a Câmara adquiriu o património da Cooperativa e, posteriormente, disponibilizou-o à mesma, sem quaisquer encargos. Ficou, no entanto, a dúvida sobre qual seria o passivo actual da Cooperativa.

Na última Assembleia Municipal, por minha sugestão, o Presidente da Câmara esclareceu este processo, tendo sublinhado a importância estratégica da Cooperativa (em linha com o que se lê neste documento), quer no que respeita às suas actividades actuais, quer no que respeita a projectos futuros, os quais poderão permitir o concurso a subsídios.

Posteriormente, questionei o Sr. Presidente sobre se sabia qual seria a grandeza do passivo actual da Cooperativa, tendo obtido a resposta que o mesmo rondaria o valor, agora, pago pela Câmara: € 90.000,00.

Julgo que, desta forma, restará responder apenas à última questão!

Na minha opinião, com esta operação a Câmara evitou que a Cooperativa fechasse portas. Contudo, não quer isto dizer que a viabilizou… O futuro o dirá! Esperemos que os novos projectos anunciados (ex: Refcast) a viabilizem, visto que com as actividades, actualmente, desenvolvidas essa viabilização parece impossível.

Por aquilo que a Cooperativa representa para a linda aldeia do Porto da Espada concordo, genericamente, com a atitude da Câmara. Concordaria, sem quaisquer restrições, se os €90.000,00 não servissem apenas para cobrir passivo, mas sim, maioritariamente, para financiar investimentos futuros.

Dessa forma, já poderíamos, talvez, falar em viabilização!

É que é “arrepiante” que o tal passivo a rondar os € 20.000,00 (que já era significativo) tenha disparado para cerca de € 90.000,00…

Ao contrário de outras opiniões, penso que foi muito profícuo o debate na AM sobre esta temática, no sentido do seu esclarecimento. Esclarecimento este que, de outra forma, não teria acontecido!

Lamentável foi a, digamos, tentativa de algum encobrimento inicial deste assunto e de alguns “mau olhados” e “pressões”, que, de uma forma deliberada, se sentiram na sala, sobre aqueles que, no seu direito e obrigação, apresentaram questões para esclarecimento ou levantaram algumas dúvidas sobre o sucesso (ou até legitimidade) desta operação, a qual foi apelidada pelo Presidente da AM (que concordou com a mesma) de “engenharia financeira”.

Grande Abraço
Bonito Dias

Um comentário:

Jorge Miranda disse...

Desculpem qualquer coisinha, mas não entendi estes esclarecimentos...bem sei que sou louro.
Mas já alguém procurou saber como esse passivo foi "arranjado"?
Terá a CMM sido transformada numa sucursal da Santa Casa da Misericórdia?
Não estarão todas as associações do concelho legitimadas para pedir uma subvenção à Câmara? Aproveitem que há dinheiro e o altruismo (eleições) camarário está a despontar, e como dizia o Vale e Azevedo um voto é um voto.
Um abraço
Jorge Miranda