É costume fazer-se um paralelismo entre Marvão e Óbidos. Têm em comum uma vila e um castelo preservados. Contudo, não será exagero de “filho da terra” afirmar que Marvão é incomparavelmente mais genuíno e fantástico que Óbidos e que o castelo de Óbidos ao pé do de Marvão parece uma brincadeira.
Contudo, a marca “Óbidos” atingiu uma visibilidade incomparavelmente superior à de “Marvão”! A localização foi determinante para essa realidade mas parecia-me haver ali mais qualquer coisa!
No caderno “Emprego” da última edição do jornal “Expresso” está o artigo acima digitalizado que nos ajuda a perceber melhor o fenómeno “Óbidos”.
A certa altura, neste artigo o presidente da câmara de Óbidos afirma:
“Há sete anos, os únicos eventos que aqui existiam eram as celebrações religiosas. Ou seja, partimos de uma situação onde existia uma marca forte, com um castelo e um centro histórico único e bem preservado, mas nós queríamos mais que uma relíquia do passado. Queríamos construir uma economia criativa para as pessoas e para os investidores. O caminho passou pela mediatização cultural. E hoje não há ninguém que não associe Óbidos aos eventos que entretanto fomos organizando…”
Bem sei que existem enormes diferenças na dimensão e no orçamento com origem na localização, contudo penso que esta afirmação deveria inspirar Marvão!
Se "Óbidos tinha uma marca forte, com um castelo e um centro histórico único e bem preservado…" o que dizer de Marvão?
Causam-me “comichões” as afirmações que acusam que em Marvão não há dinheiro para nada mas se fazem, constantemente, festas/eventos…
E com que orçamentos?
Então Marvão quer-se ou não um destino turístico?
À nossa medida, com as nossas limitações, este devia de ser um caso inspirador para nós: Autarquia e privados!
É que por cá até a aplaudida orçamentação de verbas para o desenvolvimento da marca/imagem “Marvão” teima em não ter desenvolvimentos palpáveis…
Grande Abraço
Bonito Dias
Contudo, a marca “Óbidos” atingiu uma visibilidade incomparavelmente superior à de “Marvão”! A localização foi determinante para essa realidade mas parecia-me haver ali mais qualquer coisa!
No caderno “Emprego” da última edição do jornal “Expresso” está o artigo acima digitalizado que nos ajuda a perceber melhor o fenómeno “Óbidos”.
A certa altura, neste artigo o presidente da câmara de Óbidos afirma:
“Há sete anos, os únicos eventos que aqui existiam eram as celebrações religiosas. Ou seja, partimos de uma situação onde existia uma marca forte, com um castelo e um centro histórico único e bem preservado, mas nós queríamos mais que uma relíquia do passado. Queríamos construir uma economia criativa para as pessoas e para os investidores. O caminho passou pela mediatização cultural. E hoje não há ninguém que não associe Óbidos aos eventos que entretanto fomos organizando…”
Bem sei que existem enormes diferenças na dimensão e no orçamento com origem na localização, contudo penso que esta afirmação deveria inspirar Marvão!
Se "Óbidos tinha uma marca forte, com um castelo e um centro histórico único e bem preservado…" o que dizer de Marvão?
Causam-me “comichões” as afirmações que acusam que em Marvão não há dinheiro para nada mas se fazem, constantemente, festas/eventos…
E com que orçamentos?
Então Marvão quer-se ou não um destino turístico?
À nossa medida, com as nossas limitações, este devia de ser um caso inspirador para nós: Autarquia e privados!
É que por cá até a aplaudida orçamentação de verbas para o desenvolvimento da marca/imagem “Marvão” teima em não ter desenvolvimentos palpáveis…
Grande Abraço
Bonito Dias
5 comentários:
Marvão tem como Óbidos um Centro Histórico único, como já afirmei num comentário anterior .
A nossa localização geográfica( afastados dos grandes centros urbanos ),associada à interioridade, constituem factores que apresentam algumas desvantagens do nosso burgo, relativamente a Óbidos .
A estes factores, há ainda o facto de Marvão possuir um micro clima muito sui-géneris, que tornam esta vila menos atractiva, sobretudo no período do Inverno .
É diferente assistir a um espectáculo ao ar livre numa noite de Outono em Marvão e em óbidos .
No caso da Feira da Castanha, as multidões começam a dispersar, logo após as 19 horas, devido aos factores climatéricos por vezes adversos, ainda que o programa das festas possa ser atractivo .
É evidente que estas condicionantes, não devem ser desmotivadoras e poder-se-ão encontrar soluções num futuro próximo como por exemplo a construção ou reabilitaçção de um edifício que sirva de grande auditório, com as condições acústicas e de climatização adequadas para receber espectáculos de maior dimensão, sobretudo na época baixa .
É notório que os espaços existentes em Marvão para a realização de espectáculos de uma certa nomeada, estão desadequados relativamente às exigências que estes requerem, nomeadamente no que diz respeito às condições acústicas; de climatização;de capacidade de ocupação etc.
Provavelmente estarei a sonhar muito alto, mas os sonhos é que comandam a vida .
Boa noite, Bonito
Acabei de ler o teu tópico e não posso deixar de comentar este tema:
Primeiro, claro que a localização é determinante – Óbidos encontra-se em plena rota de ofertas turísticas variadas e importantes, a 1 hora e pouco de Lisboa, com acesso muito fácil; mas ainda mais importante é o nº de residentes e a sua caracterização – insere-se numa região muito industrializada. População caracterizada pelo seu espírito empreendedor e dinâmico. É por acaso, uma região que conheço bem e onde tenho alguns amigos de longa data.
Não se fazem omoletes sem ovos…
Também concordo: não há dinheiro para nada mas fazem- se festas e eventos.
E aqui também há diferença nos ovos:
Os Eventos / Festas em Óbidos cumprem uma estratégia de um grupo vasto e coeso de participantes, entre eles o executivo camarário o qual iniciou o processo há vários anos atrás. As ideias surgem de grupos de trabalho e discussão onde se inserem de forma preponderante os agentes económicos na área turística – hotéis, restaurantes, animação, agências de viagem. Trabalha-se com muito respeito entre todos, porque todos sentem que devem colaborar. Como o principal objectivo é o de atrair turistas que deverão pernoitar, as estratégias não são estáticas, evoluindo todos os anos tematicamente e em qualidade. Agrupam-se sinergias e de forma sistemática.
Os Eventos / festas em Marvão nem sempre têm a coesão do executivo camarário; nem sempre são ouvidos e quase sempre são ignorados os agentes económicos na área do turismo.
Veja-se o “ Gastronomia 2008 “, por exemplo. Disseste que havia muita gente neste evento, de Portalegre e espanhóis. De proximidade : vieram passar uma tarde, um dia, almoçando ou jantando. Um turista, é-o quando pernoita e consome pelo menos uma refeição. Logo, a afluência a este evento-festa não é de turistas mas sim de população local. A estratégia de muitos eventos em Marvão é nula ou se existe não tem como finalidade atrair turistas mas sim criar animação para os residentes do distrito : a temática, a repetição, a qualidade das mesmas não é suficiente para a sua captação.
E ás vezes não é preciso muitos ovos, mas é obrigatório serem frescos!
Marvão – destino turístico: só se for no País das Maravilhas, perdoa-me dizer-te.
Agora explico-te porquê:
1- repara quando procuras num motor de busca internacional Google, por exemplo, Portugal : surge Algarve, Madeira/ Funchal , Lisboa, únicos destinos turísticos portugueses. Ás vezes, já surge Porto – deve-se principalmente mercado empresarial e de feiras.
Nem Alentejo surge. Primeiro sai Évora. Depois vai saindo a Costa Extremoz, Vila Viçosa, , etc, etc.
2- A Marca Alentejo vai surgindo no mercado internacional, devido ao trabalho de promoção internacional da Agência do Alentejo. Mas não temos qualidade e oferta suficiente para destino. Há cerca de dois meses numa reunião de hoteleiros o responsável do grupo Sonae pela promoção turística de Tróia comentou que nem fazíamos ideia do trabalho que teve nas feiras internacionais deste ano a explicar aos agentes estrangeiros onde se localizava o Alentejo no mapa de Portugal…. E o que se está a investir nestes PINs…
3- A marca Óbidos , como dizes, resulta do impacto da animação, não sendo responsável pela projecção da vila . Então para quê a gastar dinheiro com a marca Marvão? Onde? Como? Sem Portalegre e Castelo de Vide?
Vila Viçosa, Extremoz , Alter, preocuparam-se primeiro em classificar o Património, classificar os agentes turísticos, não estão preocupados com marcas. Elvas segue-lhe o exemplo. A saída da Candidatura a Património de Marvão não preocupou ninguém e foi aceite anormalmente por cidadãos de Marvão, Castelo de Vide, Portalegre…. E o fluxo de turistas estrangeiros nas excursões opcionais em visitas a esses locais em detrimento a Marvão e Castelo de Vide é crescente….
Estamos a perder pontos, Bonito e muitos…
4- A inspiração de que falas e que a mim e a muitos outros que fazem parte do grupo dos privados nesta área não nos falta….
Há ovos mas não há galinha ….
Uma noite descansada,
Ligia Casanova Boto
Muito bom… o comentário da Lígia.
Obrigado!
Um comentário estrutural! Eu sinto-me desarmado de argumentos para fazer qualquer tipo de contraditório. Outros que avancem!
Sublinho, apenas, um dos aspectos referenciados que considero dos mais importantes: a falta de estratégia conjunta de Marvão, Portalegre e Castelo de Vide!
Mas, sobre este tema ando a magicar outro post.
Grande Abraço
Bonito Dias
muito bom comentário, lígia! excelente!
abraço
lbugalhão
Concordo plenamente com a Lígia. Só há um ano visitei Óbidos e fiquei maravilhada: a alegria, o primor com que os residentes adornam as suas portas e janelas com flores, tochas e madeira trabalhada a lembrar a época medieval. Em Marvão, uma vez, tentei ter um vaso de planta, fixado ao chão com cimento e vem um distinto vizinho com seu automóvel (grandão, claro, para conseguir derrubar - e também tal a vontade de o colocar mesmo em cima da minha casinha) e pimba... derruba o dito cujo. Voilá... nunca mais nos preocupámos, nem nunca mais o pusemos lá! É um pequeno exemplo... Não há união no povo de Marvão. Há sempre criticas, mas união, não. A região de Óbidos é diferente, as pessoas também são diferentes (também lá tenho amigos e já morei não muito longe de lá: gente empreendedora, trabalhadora). Não é a perfeição versus a imperfeição, mas Marvão não perde pontos com Óbidos, fisicamente, mas perde-os nos pequenos (grandes) pormenores sociais e políticos.
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