sexta-feira, 30 de maio de 2008

bons genes há-os em todos os quadrantes, mas são os maus que fazem a diferença

Quadrantes


Rosmaninho cheiroso tremendo

Ao vento impetuoso resistes

És dos rasteiros e vais sofrendo

Contra regras ancestrais insistes


Giestas, xaras, fetos, e daninhas

D’encontro em conflito a elas vais

Como se não bastasse as modinhas

Ainda te arrastam p’rós arraiais


Nas procissões, pisadelas levas

Com homem vaidoso, na orelha

Competes na cozinha com as ervas

E com a caçada fazes parelha


No MARVÃO puro e imponente

Suas lindas paisagens azulecem

Teu frondoso aroma está presente

Até naqueles que te esquecem


Quem cá de dia ou de noite

Abra, feche ou cerre os olhos

A murro, pontapé ou a açoite

(P’ra mim és e serás sempre)

Rosmaninho aos molhos


Diferenças


O Chibo c’os cornos ao sol

O Gato desperta avareza

Grita no arvoredo o Rouxinol

O Burro passeia sua nobreza


O Ouriço á espera está

Que o vento dê um abanão

Se não apostas no “cá cá”

Para onde caminhas MARVÃO


A Toupeira apesar de cega

Escondida pelo chão anda

Não dá mão a quem a pega

Mas é,

quem nas entranhas manda


Roubando o nobre semeador

De horta em horta vagueia

Anda mirrado o agricultor

Com quem lhe saca o que semeia


Trigo roxo, trigo estio

Milho regado e sachado

Anda o sol doentio

Com maleita e acamado


A Lua também torta marcha

P’rá direita e p’rá esquerda

A tiros de lápis e borracha

(P’ra ti fazes e farás sempre)

Porcaria, caca, trampa e merda



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Cmotalança

4 comentários:

Felizardo Cartoon disse...

Temos um novo poeta !

Um abraço !
Hermínio Felizardo

Bonito disse...

Eu, se fosse o Cabo Máximo, começava a ficar preocupado…

O Luís e o Clarimundo começam a ocupar o seu espaço!

Temos poetas!

Por este andar, não vamos fazer leituras partilhadas, vamos ouvir os novos poetas…


Grande Abraço
Bonito Dias

João, disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João, disse...

Como as pessoas ficam diferentes, quando têm a possibilidade de se expressarem através de formas de comunicação diferentes!

Que bom seria que todos nós víssemos com o coração e, se pudéssemos, ver o coração dos outros….

Talvez esta devesse ser a tua forma de comunicação privilegiada.

jbuga