sábado, 31 de maio de 2008

VEM AÍ O SINTÉTICO E DEPOIS…



A Câmara Municipal de Marvão concorreu, numa derradeira hipótese, a um projecto para a modernização do Campo de Jogos dos Outeiros, em Santo António das Areias, que tem como faceta principal, além de vários melhoramentos, a colocação de um piso sintético no campo de futebol.

Esta será uma infra-estrutura desportiva que, comparando com os outros concelhos do distrito, chega bastante atrasada! Mas como eu costumo dizer:

Mais vale tarde do que nunca!

O projecto já foi aprovado e ascende a cerca de € 420.000,00, financiados a fundo perdido em 75%.

Tenho a opinião que esta infra-estrutura desportiva tem uma importância relevante para o concelho porque, actualmente, praticam futebol no Grupo Desportivo Arenense (GDA) cerca de cinquenta (50!) crianças e adolescentes.

Portanto, o GDA proporciona actividade física e, diria, cívica a cinquenta (50!) crianças deste concelho. Enfim, dá uma ajuda para que as mesmas cresçam de forma saudável (física e socialmente).

A Câmara apoia o GDA com cerca de € 5.500,00 anuais. Esta verba é idêntica à atribuída há dez anos atrás, com a diferença que agora subtrai ainda o valor das deslocações nos seus veículos. Contas feitas, o GDA recebe anualmente, em dinheiro, menos de € 2.000,00.

Só as inscrições dos jovens jogadores na Associação de Futebol ascendem a cerca de € 1.300,00 por época!

Sem me preocupar com o Crato, procurei informar-me sobre o montante que as outras Câmaras de orçamento idêntico atribuem aos seus Grupos Desportivos.

Fiquei por Castelo de Vide:

Parece que são € 1.500,00 mensais, além de disponibilizar transportes completamente gratuitos.

Para mim, chegou como termo de comparação!

Concluo que a Câmara não tem, nesta temática, uma política coerente entre o investimento que vai fazer e o apoio que (não) atribui para as despesas correntes.

E, notem, estamos a falar de equipas de crianças! Não se trata de equipas seniores com jogadores (?) e afins a ganharem dinheiro. Na minha opinião, a Câmara tinha “obrigação” de, no mínimo, patrocinar de forma total a actividade desportiva destes jovens.

Após tempos conturbados, a actual direcção do GDA, que se prepara para terminar o seu mandato, tinha merecido outro tipo de apoio. E estas crianças também.

Sobretudo elas!

Temo que vá acontecer aquilo que, no outro dia, um antigo dirigente do GDA que, há décadas, se dedica carinhosamente às camadas jovens dizia:

“Com esta falta de apoio, quando tivermos o sintético não temos equipas (pessoas) para lhe dar uso.”

Grande Abraço

Bonito Dias



sexta-feira, 30 de maio de 2008

bons genes há-os em todos os quadrantes, mas são os maus que fazem a diferença

Quadrantes


Rosmaninho cheiroso tremendo

Ao vento impetuoso resistes

És dos rasteiros e vais sofrendo

Contra regras ancestrais insistes


Giestas, xaras, fetos, e daninhas

D’encontro em conflito a elas vais

Como se não bastasse as modinhas

Ainda te arrastam p’rós arraiais


Nas procissões, pisadelas levas

Com homem vaidoso, na orelha

Competes na cozinha com as ervas

E com a caçada fazes parelha


No MARVÃO puro e imponente

Suas lindas paisagens azulecem

Teu frondoso aroma está presente

Até naqueles que te esquecem


Quem cá de dia ou de noite

Abra, feche ou cerre os olhos

A murro, pontapé ou a açoite

(P’ra mim és e serás sempre)

Rosmaninho aos molhos


Diferenças


O Chibo c’os cornos ao sol

O Gato desperta avareza

Grita no arvoredo o Rouxinol

O Burro passeia sua nobreza


O Ouriço á espera está

Que o vento dê um abanão

Se não apostas no “cá cá”

Para onde caminhas MARVÃO


A Toupeira apesar de cega

Escondida pelo chão anda

Não dá mão a quem a pega

Mas é,

quem nas entranhas manda


Roubando o nobre semeador

De horta em horta vagueia

Anda mirrado o agricultor

Com quem lhe saca o que semeia


Trigo roxo, trigo estio

Milho regado e sachado

Anda o sol doentio

Com maleita e acamado


A Lua também torta marcha

P’rá direita e p’rá esquerda

A tiros de lápis e borracha

(P’ra ti fazes e farás sempre)

Porcaria, caca, trampa e merda



Assina

Cmotalança

terça-feira, 27 de maio de 2008

Marvão não é só Marvão...


Peço desculpa por este titulo, mas não posso deixar cair em esquecimento as pequenas localidades que fazem parte do nosso concelho.

Marvão é e será sempre Marvão, pela sua singularidade, a sua beleza, o seu encanto, a tranquilidade da sua paisagem...

Mas, e a minha terra, a aldeia macaca como eu lhe chamei há muitos anos...

Era no tempo de escola, onde vir para a parvalheira da minha terra era um suplicio todos os dias, o que hoje se torna perto, para quem se desloca de carro, era de morte (e ainda o é) para quem tinha que vir de camioneta da carreira. Vinha para o fim do mundo, não tinha lá nada... Pensava eu!


Hoje porém, tenho tudo, a minha familia, os encantos das suas ruas, as suas calçadas, o sossego, o cantar dos passarinhos, as belissimas paisagens que descobri por entre trilhos campestres e pelas carteiras no meio das serras...

Acreditem que é reconfortante, voltar às origens todas as sextas-feiras, depois de uma semana de stress, o corre... corre do dia a dia esquece-se quando chego à minha aldeia...

Bem, disse.. disse e ainda não disse o seu nome, não é dificil de adivinhar... é o meu Porto da Espada...

Já muito escrevi sobre ele... decobri sobre ele... e gostava de partilhar com todos...

A paixão que descobri pela minha aldeia, não pode ficar só para mim...

Por ela já fiz, faço e farei sempre tudo o que puder para a fazer conhecida e reconhecida...

Deixo um desafio... para quem quiser participar... não só na minha aldeia, mas por todas as aldeias do nosso concelho... agendarmos passeios, caminhadas e partilharmos com todos, os encantos das nossas terras... do nosso MARVÃO!


Que tal? Domingos de manhã? Aceitam-se sugestões... há tantos lugares maravilhosos que gostava de conhecer...


segunda-feira, 26 de maio de 2008

Um País Pouco Dado às Matemáticas...


Isto a mim anda a dar-me cabo da cabeça!

Já não sei se sou eu que sou pouco esperto (ou mesmo completamente estúpido), se afinal nos andam a comer, a todos, por parvos.

Vem isto a propósito da “roubalheira” dos preços dos combustíveis nos últimos 3 ou 4 anos. Para não ir mais para trás…

E vou tentar ser tão simplista, quanto as básicas operações aritméticas o permitem, como o nosso Governo Central poderia reduzir o preço por litro de combustível em 30 Cêntimos. Pelo que, 1 litro de gasolina sem chumbo, passaria a custar 1.20 Euros.
O que seria um preço aceitável e sem que os “negociadores” (Estado e Empresas Petrolíferas) perdessem dinheiro em relação a 2004.

Então vejamos:

Em 2004, um litro de gasolina sem chumbo, custava cerca de 1 Euro.
Deste Euro, 60% (IVA + ISP) ia parar ao bolso dos cobradores de impostos de então, ou seja 60 Cêntimos.

Hoje, 1 litro da dita custa aproximadamente 1.5 Euros.
Deste, 60% (IVA + ISP), vai para o bolso dos actuais cobradores de impostos, ou seja 90 Cêntimos.
Isto é, mais 30 Cêntimos do que em 2004.

Resumindo, se o actual Governo Central se contentasse com os mesmos 60 Cêntimos, como em 2004 (o que já não é pouco), este povo martirizado com impostos agradeceria, e cada litro de “gasosa”, passaria a custar cerca de 1.20 Euros, que é o mesmo que na nossa vizinha Espanha.

Claro que os portugueses que agora andam a abastecer em Espanha, nomeadamente os marvanenses, abasteceriam cá e diminuiria a fuga de capitais para o estrangeiro.


Espero com este simples artigo, contribuir para que os frequentadores do Fórum tomem consciência sobre quem são os beneficiários dos aumentos dos produtos petrolíferos.

domingo, 25 de maio de 2008

quem não tem cão...



Respirar Marvão

O olhar perde-se no horizonte...

A cada passo, na subida

sentimos o respirar da natureza,

o canto das aves invade-nos

mais e cada vez mais, mavioso

O burgo cativa-nos a entrar

e a voltar mais vezes,

sem sabermos bem porquê

O silêncio impera, e, permite-nos ouvir os sons do mesmo

E subimos ... cada vez mais

Lá no cimo, bem no alto respiramos Marvão

Até à próxima visita...

Maria

O contra -Poder

Este fórum, foi criado a pensar em Marvão, e, como é óbvio, os temas aqui abordados, devem reportar-se essencialmente às temáticas e aos problemas deste cada vez mais periférico, Concelho do Distrito de Portalegre, com todos os problemas da interioridade e de ostracismo a que tem sido votado .


Alguém disse um dia, que nenhum homem é uma ilha isolada, nem mesmo aqueles que procuram viver na mais completa indigência , têm condições de sobreviver sem as migalhas da actual sociedade de consumo em que vivemos . As terras que actualmente vivem o drama do ostracismo, do abandono , da falta de investimento e da criação de infra-estruturas, que permitam a fixação das populações, também não deveriam ser ilhas isoladas. Se chegámos a este estado de coisas, não foi de certeza por obra e graça do Espírito Santo .

Embora possa parecer redutor, a génese e o agravamento dos problemas com que se deparam regiões como a nossa, encontra-se indubitavelmente nas sucessivas políticas erradas (independentemente da cor política ) dos governos centrais que nos têm desgovernado :


É impossível falar dos problemas de Marvão, sem extrapolar para todas as considerações de Carácter conjuntural da política nacional .
Este desabafo, vem a propósito de um comentário de um dos participantes deste fórum, pessoa por quem passei a ter grande respeito pessoal e intelectual : O Luís Bugalhão . Este afirma a determinada altura que este espaço se destina a falar de Marvão e que deveríamos centrar as nossas intervenções naquilo que ao concelho concerne : Esta vontade é legítima e imbuída dos mais nobres sentimentos ; mas acontece que não deve haver temáticas estanques , se houver , estamos nós próprios a colocar-nos na situação de “orgulhosamente sós “ .


Com os meus Cartons, tenho abordado questões de política nacional ; internacional; religião ; sociedade , com especial incidência sobre o Poder político em vigor :
O Cartunista Augusto Cid disse um dia numa entrevista e passo a citar : (... ) “ Por definição o cartunista deve ser sempre um homem do contra poder, isso é óbvio : Se não for, não está a honrar a sua missão, que é criticar o poder. Embora, muitas vezes possa, também criticar a oposição” (... ) . A sátira é portanto uma espécie de contra poder, porque o poder vigente arranja sempre formas, de se auto promover . A crítica através do humor, funciona de uma forma diferente da oposição ao regime e é levada por vezes menos a sério, mas não deixa de representar o contraditório, embora não deva ser ofensiva relativamente às condutas intimas ou não comprovadas dos visados .
Devo dizer que neste momento estou a atravessar uma grande desmotivação do ponto de vista criativo . Felizmente a maioria dos ecos têm sido encorajadores . Quando deixarem de o ser, serei eu a dar o primeiro passo no sentido de acabar com isto e dedicar-me mais à família . . Para quem não saiba, estas coisas dão muito trabalho: um “boneco” que se assimila em poucos segundos, chega a demorar seis e sete horas a elaborar . Sem ressentimentos ! Hermínio Felizardo

sexta-feira, 23 de maio de 2008

CONTRIBUTOS PARA O CONTRADITÓRIO...

Contributos para o Contraditório

Então aqui vai a minha opinião, sobre geoparkes (esta escrita tem a ver com o novo acordo ortográfico), iluminação pública (para melhorar a imagem), micro créditos e outras que tais…

Na teoria são muito interessantes, porque deram bons resultados em outras bandas…na prática, em Marvão, são uma treta. Porque não têm em conta o contexto, ou seja, um conhecimento do que são as gentes de Marvão e suas práticas ou modos de viver.

Habitualmente estas ideias, ou aparecem dos nossos “políticos importados”, ou de alguns “iupis” de cultura “solexpresso”, a quem lhes falta alguns km a palmilhar a prática de contrabando, ou uns dias de azeitona no Pereiro, ou uns anos de labuta de 9 horas/dia e mais 5 horas/noite de frequência escolar à sua custa, ou mesmo o odor continuado de cheiro a giesta.

A isto acresce, uma prática bem portuguesa de nos centrarmos em “avaliações de processos” e raramente se fazerem avaliações de resultados.

Quanto à iluminação pública: tenho uma crença muito própria. O concelho de Marvão está super iluminado (e com um saneamento básico vergonhoso), a maioria dessa alumiação não serve para nada, porque ninguém passa nos sítios onde ela alumia e, existem locais (como diz o Garraio), onde é necessária e não existe.
A maioria desses pontos luminosos foi colocada em tempos de “vacas gordas”, para caçar uns “votozitos” a incautos munícipes (tal como os banhos de alcatrão) e são um acréscimo de custos evitáveis. Se fosse eu a “mandar”, reduzia-os para metade e com o que poupasse faria investimentos de apoio às Instituições Associativas do concelho.

Micro-Crédito à criação de Empresas: Iniciativa de apoio ao desenvolvimento de “pequeninas” Empresas, com incentivos bancários privados e públicos, apresentada pelo Executivo e aprovada em Assembleia Municipal com urgência há mais de 2 anos.
Quantas foram criadas? Quantas existem? Para quando a apresentação da avaliação desta iniciativa?

Geopark (adesão que nos custará até dois mil e dez, 200 000Euros): Processo muito interessante do ponto de vista filosófico e dos princípios (como aqui foi apresentada pelo Bonito Dias). Do ponto de vista prático, cuido, que mais uma vez não dê em nada e que a montanha vai parir um rato.
Antes de acabar esta legislatura autárquica, irei questionar sobre os resultados desta adesão. Nomeadamente, sendo um parceria “públicoprivada”, quem foram os privados ou as empresas de Marvão que aderiram e quanto investiram? Ou será que mais uma vez andam os contribuintes a pagar para os privados arrecadarem lucros e quando toca à sua participação, primam pela ausência.
A propósito, alguém investigou ou inquiriu se os privados marvanenses estão interessados? Ou as decisões tomam-se com base na percepção (esta sem acordo ortográfico)?

Será que estes 200 000 Euros (e mais 25 000/ano) não teriam outras prioridades em Marvão?

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Fiesta del Bacalau – Espanha: uma solução aqui ao lado…

Está a decorrer a “I Fiesta del Bacalau”- uma quinzena gastronómica no concelho de Marvão, promovida pela Câmara.

Este formato de iniciativa não é pioneiro em Marvão. Já existiram, por exemplo, as comidas de azeite e a quinzena do borrego e do cabrito. Tem um pormenor diferenciador que é a entrada gratuita nos museus.

Então porque o “trago” aqui?

Sendo apenas uma “pequena” iniciativa este evento materializa, no entanto, uma estratégia que considero fulcral para o concelho: a focalização no mercado espanhol.

Reparei que, à medida do orçamento disponível, foi efectuada uma promoção inteligente do evento. Com um cartaz apelativo (de fazer crescer água na boca), foi lançada publicidade, através de vários meios, em Portalegre e, mais importante, na Estremadura espanhola em que nem a televisão faltou!

Sublinho o facto da introdução da língua espanhola no cartaz e da forte publicidade na vizinha Espanha.

Fundamental!

Os vizinhos espanhóis têm, cada vez mais, uma importância crescente na economia desta região! É vê-los, ao fim-de-semana, em Portalegre, nas lojas e hiper mercados e, em massa, nas feiras mensais de Domingo.

É mesmo uma questão de “massa”!

E nós, concelho vizinho, temos de estar na linha da frente neste “intercâmbio”. Considero que qualquer evento turístico realizado na nossa terra deverá ter um “toque espanhol” e uma boa promoção na “raya”.

Realço, ainda, outro aspecto nesta matéria. Apesar de concorrentes, os restaurantes só têm a ganhar se apresentarem, para o exterior, uma oferta consertada. Alicerçada na boa gastronomia e na beleza natural deste concelho que tem marca: Marvão

Era, então, já tempo de se associarem e não estarem apenas dependentes do parco orçamento e, sobretudo, da eventual visão da Câmara…

Grande Abraço

Bonito Dias

Cultura ao preço da chuva

Frequentemente ouvimos anunciar concertos, exposições, estreias de filmes, mas tudo ou quase tudo, fica a uns kms de distância…nem sempre!!!
Também já desfrutei em Marvão de bons momentos culturais… mas hoje apenas me apetece falar de um muito especial…
Trata-se de uma coisa tão simples, tão simples que parece mentira…

Numa bela noite, em que não recordo o dia ao certo, mas durante a feira do livro, recebi um convite para participar numa coisa que se chamava, penso eu, se a memória não me falha, “Leituras Partilhadas”… Aceitei o convite, um pouco expectante sobre o que iria acontecer naquela noite, quem estaria por lá…e essas coisas…

Hoje, algum tempo depois, tenho presente que foi um dos melhores momentos nocturnos que já vivi na nossa” mui nobre e sempre leal vila de Marvão”…
Convidei duas adolescentes para me ajudarem e a leitura fez-se a três…
A partilha foi grande, e os cerca de dez participantes escolheram livros tão diferentes que o resultado foi espantoso …

Lembro-me de alguns escritores que estiveram “presentes”: José Luís Peixoto, Miguel Sousa Tavares, Sofia Mello B. Andersen, José Saramago, Sebastião da Gama…e falham-me alguns…
Saí daquela sala tão acolhedora, cheia, a extravasar mesmo…como se tivesse acabado de assistir a um dos melhores concertos da minha vida.
Por vezes, não é difícil ter bons momentos de “lazer” quando se fazem coisas tão simples como esta…
Não sei se a iniciativa continua ou se já foi enterrada…custa-me a aceitar que estejamos sempre preocupados em mudar, em inovar para que sejamos vistos com excelentes ideias…do género… nós agora temos fazer nascer outro tipo de eventos…só porque é politicamente correcto!!?? Fomos nós que implementámos…Demos nome… e por aí fora.

Penso que umas leituras partilhadas descentralizadas, sugiro: No Verão, na Portagem; Na Primavera em Santo António das Areias; No Outono/Inverno em Marvão seriam, na minha opinião, momentos interessantes…e leitores jovens, menos jovens estariam disponíveis para em regime de voluntariado, note-se bem!!! …animarem alguns serões diferentes e enriquecedores…

A Cultura afinal , também está aqui tão perto!!!

terça-feira, 20 de maio de 2008

Se falta saber, o sentimento...

Por ti Marvão

Ah Marvão, terra agreste,
dos canchos e das tapadas,
dos caminhos, das levadas,
tanto de bem me fizeste!
Por entre folhagens perenes,
com montanhas e com flores,
até com imberbes amores,
doados pelos meus genes...

Ah, altaneiro Marvão!
No meu sangue tuas gentes.
Azinhos, sobros, pingentes,
domados p'lo gavião,
fazem de ti raiano,
(entr'olivais e vimeiros,
lidados por jornaleiros)
gelado, frio, magano!

Quanto de ti Marvão,
da Asseisseira ao Pereiro,
da aloja ao palheiro,
te resta sem ser no chão?
Que padrinhos, manageiros,
que novos velhos-patrões,
donos teus e dos ganhões,
colhem ora teus castanheiros?

Velho e alto Marvão...

Que é feito dessa raça,
dessa mulher, desse homem,
desses que da terra comem,
p'la tenrura da rabaça?
Que é feito dessa casta
qu'a linha tomou d'assalto,
levando ovos, café, tabaco,
e agora, velha, se arrasta?

D'aqui saiu o grão-mouro,
p'r'áqui chegou o cristão.
Mas então, porque razão,
não te agarras ao touro,
não esmagas o texugo,
não sufocas a toupeira,
não repousas da canseira,
não desprezas o verdugo?

... que é feito de ti Marvão,
que não sais d'onde eles'tão?

Lisboa, 15MAI08

Um aeródromo em Marvão!?!?

Por muito que critiquemos o Sócrates y sus muchachos, por mais que ele insista em levar este país afundado cada vez mais ao fundo, tomando medidas pseudo-economicistas que diariamente despem mais o interior do país e abrem mais brechas entre a nossa terrinha e a malta da Lísbia... ele há coisas e iniciativas do nosso “primeiro” que são muito louváveis e que a todas as luzes contribuirão para o tão ambicionado desenvolvimento do interior.

Uma dessas medidas é o novo aeródromo de Marvão, obra faraónica que até à presente data foi mantida no segredo dos deuses, mas que já tinha sido projectada há uma meia dúzia de anos, aquando da elaboração do projecto da Obra das infra-estruturas subterrâneas da Vila de Marvão.

A muito boa gente estranhou que fosse necessária a criação de raiz de uma nova iluminação pública na Vila. Reconheço que eu fui um dos surpreendidos... até saber o que realmente estava por detrás de tudo isto.

Porque é que tínhamos de substituir os candeeiros? Porque é que se tinha que reduzir significativamente o seu número, se ele já era insuficiente? Continuaria a senda de descaracterização da Vila, depois das célebres caixinhas da EDP e dos palanques para os caixotes do lixo??

Todas estas dúvidas, se dissiparam quando entrou em funcionamento a nova iluminação.
Desde a curva da GNR até às portas de Rodão, ao longo de toda a avenida, foram colocados mais de 40 pontos de luz, alguns deles escondidos dentro das ramagens das árvores, permitindo que a partir de agora, aeronaves de pequeno porte possam aterrar neste espaço, e proporcionando, deste modo, uma aproximação entre o litoral e o interior que desenvolverá o turismo e o nosso tecido empresarial de forma inusitada.
É o novo aeródromo de Marvão!! Lindo!!!

O preço a pagar é que, enquanto fora das muralhas a iluminação permite que se jogue ao xito até às cinco da matina, lá dentro, onde se esqueceu, mais uma vez, que ainda vivem algumas alminhas, os pontos de luz continuam a pecar pela insuficiência e há ruas que nem um candeeiro têm.

Mais um trabalhito exemplar, desenvolvido pelo GTL com que o ex presidente nos brindou.

Olé tus huevos!

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Atão, pás???

É com muita surpresa e um bocado de desilusão que entro aqui, dia sim, dia sim, e vejo que dia sim, posts não.

Atão onde está a malta do Pino, esses espíritos sedentos de barómetros cibernéticos que avaliem a pressão da massa cinzenta marvanense?

Onde está o grupo de seus convidados, potenciais mentes acima da média, que aportariam luz, experiência, saber e cultura a este local?

Escrevam, senhoras e senhores. Escrevam.

Sinto-vos inibidos. Dispam-se os casacos da vergonha, as calças e saias dos preconceitos e sentem-se à vontade nos sofás desta tertúlia, que bem precisa de ser animada.

Façam posts. Sintam-se escritores. Faz bem ao ego. Eu adoro quando me dizem que escrevo bem. Sorrio, agradeço e faço que acredito numa coisa que o meu nível de exigência nunca admitiria.

Portanto, vamos lá a dinamizar isto um bocadinho. Sem entrar em competições de quem vai brilhar mais ou menos, é preciso quebrar o gelo e começar a dar tacadas (infelizmente, as que mais gosto de dar, as de golfe, não se podem dar, como seria desejável...) nos sistemas e nos anti-sistemas. Que tudo seja por Marvão.

Eu prometo trazer alguns assuntos à baila, ainda esta noite. Só que a minha filha está-me a chagar a miolêra que quer ir um bocadinho ao messenger. E como filha única, lá terá que ser...

Inté...

terça-feira, 13 de maio de 2008

Portagem para São Bento


No "colo dos penedos "

No fim de semana passado, recebi em casa um amigo de longa data, natural do Porto e que trouxe outros amigos também. Ficaram fascinados com as belezas naturais ; com o património arquitectónico e construído; com o casario ainda caiado ou pintado de branco imaculado, do Norte Alentejano.
Por vezes somos tentados, ainda que motivados por interesses construtivos, a dizer mal da nossa terra, do nosso país ou até da nossa própria família, mas quando vem alguém de fora e tece conjecturas e adjectiva de forma negativa sobre aquilo que nos é mais querido, não raras vezes, ripostamos com igual veemência ainda que intimamente saibamos que esses juízos podem encerrar verdades indesmentíveis.
Relativamente ao exposto, o recíproco, também é verdadeiro : quando alguém reconhece os méritos das coisas ou das pessoas que mais estimamos, sentimo-nos confortados, pois sabemos, que regra geral, quem olha de fora para dentro, sem o lado emotivo a toldar-lhe os sentidos, vê com mais clareza. Vivi cinco anos em Portimão; sete no Porto e dois em Lisboa, mas sempre que podia, regressava a casa com a mesma ansiedade e nostalgia que sente um emigrante, exilado num país a milhares de quilómetros do seu torrão Natal . Vinha quase sempre de comboio e demorava quase um dia de viagem, apesar do “Ramal de Cáceres”, ainda estar na altura activo e para durar . Tinha sempre o meu pai à minha espera… até um certo dia, na estação da Beirã ( ou Beiram, como sugeriu brilhantemente o amigo Garraio ) .
Adoro a minha terra e consigo perdoar-lhe os defeitos, apesar de já ter tido oportunidades profissionais noutras paragens, que até me poderiam ter subtraído ao anonimato, mas tenho a certeza que não conseguiria viver o resto da vida noutro sitio qualquer : sinto necessidade do cheiro da giesta e do rosmaninho em flor; gosto de descansar no “colo dos penedos”; gosto do vento suão que nos agride a pele. Quem nasceu à beira mar, não consegue passar sem ele . Eu nasci nos Cabeçudos, rodeado de penedos graníticos agrestes, cujos espaços circundantes são polvilhados por giestas, rosmaninho e ancestrais sobreiros . Os cheiros deste tipo de flora, invadem-me os sentidos e são a minha brisa marítima .

sexta-feira, 9 de maio de 2008

POR ONDE COMEÇAR?


Em 1997, Manuel Bugalho é eleito presidente da Câmara Municipal de Marvão e com ele, traz um Projecto: elevar Marvão a Património Mundial, com a finalidade de, através desta promoção, pôr Marvão nas rotas do turismo mundial, fazendo dessa aposta, a sua principal prioridade política nos dois mandatos em que esteve à frente da autarquia marvanense.

Quis o destino, ou o vagar que os portugueses dão às resoluções das coisas, que só em 2006, um qualquer departamento do Governo Central, viesse aconselhar a autarquia marvanense, então já com nova Vereação presidida por Vítor Frutuoso, a retirar a candidatura, pois esta corria sérios riscos de não ser aceite pela UNESCO, ou por outras palavras, para ser mais abrangente, ser chumbada.

Não me vou debruçar muito sobre o “processo” percorrido em quase uma década em que durou o Projecto, certamente, haverá por aí alguém, que será capaz de o explicar por dentro muito melhor do que eu, que fui um mero espectador, mais ou menos atento.
O que eu gostaria de trazer aqui à análise e discussão, são alguns dos resultados desse Projecto político, independentemente, da opinião que dele se tenha, e qual a importância do impacto que teve sobre a vida dos marvanenses.

António Garraio, diz-nos na sua primeira intervenção neste Blog que “esse foi um tema muito importante na vida do Concelho, uma história muito mal contada, com um aproveitamento político indecente, e o fim ainda não está completamente esclarecido.”

Concordo perfeitamente com meu caro amigo, mas porque não começar aqui e agora a discussão sobre a coisa?
É minha opinião, que o deveríamos fazer. E porque não começar, meu caro Garraio?

Se o não fizermos, corremos o risco de passar à história, como aquilo que José Gil designa, pela “não-inscrição” de factos ou acontecimentos,na consciência colectiva dos marvanenses.
Se não formos ao âmago da coisa e nos ficarmos mais uma vez pela superficialidade, por um sacudir de responsabilidades, pelo esquecimento, pelo “não luto”…, estaremos a contribuir para passarmos, rapidamente, para outra aventura. Correndo-se o risco, de mais uma vez, desbaratarmos os escassos recursos que vamos tendo, com poucos ou nenhuns proveitos, como parece ser o caso do actual Projecto de adesão à Natur Tejo/GeoPark.

Por mim lanço aqui diversas questões que poderíamos debater, tais como:

- O que é que falhou para que o Projecto não tenha sido concretizado?
- Estão os marvanenses esclarecidos sobre os resultados do Projecto?
- Quem teve as maiores responsabilidades? O poder local ou central?
- Será Marvão, para o mundo, esse sítio de características únicas?
- Foi o Projecto bem liderado e tinha uma candidatura consistente e bem fundamentada?
- Quanto custou esse Projecto aos marvanenses? Os proveitos superaram os custos?
- Quem contou mal história? A quem aproveitou politicamente?
- Valerá a pena relançar a Candidatura? E em que moldes? Ou o Projecto está morto, enterrado e vamos assumir colectivamente o fracasso e assumir responsabilidades?

…ou vamos ficar à espera de mais um “conto do vigário”, ou que a árvore dê as “patacas” que nos faltam?

João Bugalhão

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Champagne e bolinhos

 

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E HOUVE VONTADES!

Há tempos dizia:

“…Numa terra em que não existe qualquer publicação (jornal ou outra), onde não há espaço para a troca de ideias e para a crítica construtiva, onde o debate não se faz (ou faz-se apenas nas tascas reais), onde a massa crítica escasseia este “FÓRUM VIRTUAL” poderia ser algo positivo. E dar um pequeno contributo para “abanar” Marvão!...”

“…Penso, também, que seria um tema que despertaria interesse aos Marvanenses, quer aos residentes quer aos por aí “espalhados” (cujas diferentes experiências e visões seriam muito importantes) …”

“...Assim haja vontades...”

E houve vontades. Ainda bem!

A equipa agora constituída (em que todos os elementos são pilares com igual estatuto e importância) parece-me que tem a quantidade, qualidade e heterogeneidade suficientes para dar consistência a este projecto e possibilitar ao mesmo atingir aquilo a que se propõe.

E o ideal será que muitos outros se envolvam, também, permitindo que o “Fórum Marvão” possa ir perdurando, independentemente de vontades individuais!

Apelo, sobretudo, a que se faça o contraditório, através de comentários às diferentes intervenções. Do contraditório nasce o debate. E isso é que será enriquecedor.

Este blog é um espaço de cidadania!

Nesta primeira intervenção gostaria de deixar uma nota prévia:

Mesmo no período em que residia a 300 kms de distância do meu concelho (Marvão) sempre me senti envolvido no seu percurso. Informava-me do que nele se passava e emitia opiniões, mais ou menos públicas, sobre aquilo que eu considerava importante para o seu desenvolvimento.

Foi por isso (pelas ideias e opiniões) que, mais tarde, fui convidado a integrar, como independente, a lista do PSD à Assembleia Municipal. Como acreditava no projecto aceitei, tendo como único intuito disponibilizar a minha pequena contribuição para o desenvolvimento de Marvão. Estou, portanto, na Assembleia Municipal de Marvão como independente (puro e duro) regendo-me apenas, e só, pela minha consciência. Opino e voto, em cada matéria, subjugado somente à disciplina por ela imposta. Sou apartidário. Não sou apolítico.

Quero com isto dizer que, neste blog, não sou mandatário de ninguém! As minhas intervenções não serão de cariz partidário. Aqui, as minhas opiniões expressarão apenas, e só, as minhas análises das situações, as minhas ideias, as minhas sensações, as minhas perspectivas…

Como a prosa já vai longa apresento, de uma forma muito genérica e simplista, a minha análise da situação actual de MARVÃO:

Pontos Fortes

Marca Marvão; Património natural, gastronómico, paisagístico, arquitectónico e arqueológico riquíssimo; Experiência de décadas na actividade industrial; Proximidade com Espanha; proximidade com a capital de distrito; Principais eventos culturais...

Pontos Fracos

Interioridade; Desertificação; Envelhecimento da população; Forte clivagem no relevo e nas mentalidades; Falta de uma sede que fosse um núcleo urbano forte e agregasse vontades; Inexistência de condições físicas e outras que facilitem a criação e desenvolvimento de unidades de negócio/investimento; Más acessibilidades; Inexistência/deficiência de infra-estruturas sociais, culturais, desportivas e recreativas...

Ameaças

Crescimento da desertificação; Desaparecimento das unidades industriais de Santo António das Areias; Saída de serviços públicos; Inexistência de iniciativa privada; Diminuição dos postos de trabalho; Situação do projecto do golfe na Portagem; Extinção do estatuto de concelho...

Oportunidades

Desenvolvimento da marca Marvão; Desenvolvimento de “produtos” ligados ao turismo de natureza; Reestruturação da indústria existente; Criação de local para a instalação de pequenas unidades de negócio. Melhoramento da acessibilidade para Portalegre; Criação de nova acessibilidade para Espanha; Aprofundar o envolvimento com os vizinhos espanhóis. Parcerias ligadas ao turismo; QREN (novo quadro comunitário de apoio); Cidade da Ammaia; Golfe; Herdade do Pereiro; Termas da Fadagosa...

Eu acredito no futuro de Marvão. É uma terra com potencialidades enormes que ainda irá atrair investimentos importantes. Tem características que a distinguem de forma positiva relativamente, por exemplo, à maioria dos concelhos deste distrito. Apesar da sua interioridade, acredito que os seus pontos fortes e oportunidades, a prazo, vão suplantar os pontos fracos e ameaças e vejo, sobretudo, três vectores fundamentais para o seu desenvolvimento:

1 - Turismo de qualidade, aproveitando as suas extraordinárias características naturais e apoiado numa marca forte;

2 – Valorização e desenvolvimento da experiência acumulada (em décadas) na actividade empresarial em Santo António das Areias;

3 - Aproveitamento da localização geográfica (proximidade com Espanha)

Naturalmente, em futuras intervenções penso opinar sobre os mais variados temas. Contudo, no “pontapé de saída”, o tema óbvio era este: MARVÃO

Grande Abraço

Bonito Dias

quarta-feira, 7 de maio de 2008

AÍ ESTÁ O FÓRUM...

O “Fórum Marvão” é um espaço de debate livre e independente, criado por um grupo de amigos, que têm como ponto de partida Marvão e vão por aí…

O “Fórum Marvão” tem como principal finalidade, estimular o debate em torno do conceito “Marvão” em todas as vertentes, num concelho e num país, caracterizados por défice de análise e crítica social sérias, centradas na “coisa pública”.

O “Fórum Marvão” pretende assim, debater ideias, opiniões e fazer o seu contraditório, com base no respeito e na tolerância. Aqui haverá lugar para todos os temas: da política ao desporto, da poesia à musica, da vida em sociedade à sexualidade, da saúde ao consumo de drogas, do amor à felicidade, da televisão à literatura, etc., etc. A excepção, será o “ataque ou ofensa pessoal”.

O “Fórum Marvão” é um espaço de Liberdade, um dos valores que consideramos fundamentais, apenas superado pelo da Justiça. Sem Justiça a vida em sociedade não faz sentido e uma sociedade sem Justiça, torna-se uma sociedade ao sabor dos mais fortes e dos mais poderosos. Os outros valores que aqui gostaríamos de ver estimados são: o respeito pela Pessoa Humana, como valor em si mesmo; a Dignidade; a Tolerância; a Igualdade; a Amizade; a Fraternidade; a Coragem; e alguma Democracia.

O “Fórum Marvão” não pretende ser um espaço de intelectuais perfeccionistas, aqui todos poderão entrar desde que se identifiquem e respeitem as ideias dos outros, mesmo que com elas não concordem. Pretende-se, essencialmente, um espaço aberto e de troca.

O “Fórum Marvão” não pretende roubar, copiar, nem fazer mal a ninguém. Este espaço, embora simples, terá que valer por si. Ou então morrerá, tal como nasceu, sem deixar bens nem dívidas aos seus herdeiros.

O “Fórum Marvão” não se identifica com qualquer formação política e a responsabilidade das opiniões aqui expostas serão dos seus autores.

O “Fórum Marvão” brinda ao futuro…