Há cerca de 1 mês, desde que dele tive conhecimento, que venho seguindo com regularidade, mais um Blog sobre Marvão:
“Marvão [mais] Alto - Um espaço de reflexão e lazer sobre Marvão”.
Desde princípio que me despertou alguma atenção, devido ao seu autor, apresentar uma escrita muito bem elaborada, alguma profundidade e conhecimento sobre o que ali escrevia, e quase sempre, um bom gosto musical. Contudo, o seu vínculo a uma Candidatura à CM de Marvão e o facto de manter um autor anónimo e, simultaneamente, não permitir “comentários” do mesmo cariz, não me mereceu grande simpatia.
No entanto, passado que foi o período eleitoral, tenho verificado, isto em minha opinião, que o
“Marvão [mais] Alto”, sobretudo nos dois últimos Posts, se está a tornar um espaço que não dispenso diariamente, e para o qual chamo a atenção dos visitantes aqui do
Fórum.
Pena é, que não saibamos quem seja seu autor. Embora nada tenha contra tal, se o mesmo permitisse aos visitantes usar de igual permissão.
Para aguçar a curiosidade dos visitantes da casa, aqui vos deixo duas das últimas reflexões do
“Marvão [mais] Alto”: a primeira, sobre o comportamento do Vereador Pedro Sobreiro; e a segunda, sobre algumas personalidades perdedoras eleitorais e a dignidade do saber aceitar as derrotas da vida...
- “… Sobreiro, para ser coerente e consequente com ele próprio e com as populações do concelho de Marvão que diz defender, deveria, aquando as divergências estalaram com Vitor Frutuoso no início do mandato em 2005, ter-se demitido por discordar frontalmente da sua fraca liderança; e agora, ter-se apresentado às eleições, politicamente enquadrado ou como independente, como outros fizeram.
Sobreiro não fez nem uma coisa nem outra, limita-se a criticar, criticar, criticar mas não passa disso. Teve o mérito de organizar a Almossassa - que serviu para cavalgar muitas ondas e alimentar essa tal cruzada cultural. Provavelmente já acumulou crítica suficiente no seu blog para escrever um livrinho e dá-lo à estampa, ou então tem agora o dever moral e a obrigação política, já que passa a vida a falar em ética, de se preparar no decurso destes quatro anos a fim de se apresentar às próximas eleições autárquicas bloqueando assim a forte possibilidade de Frutuoso fazer um 3º mandato consecutivo que a lei lhe confere.
Ou será que teremos mais críticas de Sobreiro no seu blog com muitas palavras ao vento e pouca acção!?
Força Pedro, atira-te ao jogo e vence o leãozinho da serra. Nessa tarefa até pode ser convocado o Bonito Dias cujo perfil se ajusta e tem a vantagem de dizer sempre bem de tudo e de todos, e por vezes é assim que se ganham eleições: agradando a gregos e a troianos. Agora uma coisa é certa: escrever só nos blogues é manifestamente escasso.
Terá que se mudar de agulhas se se quer substituir o elemento do PSD que hoje ocupa frouxamente o cargo e, por certo, irá fazer mais do mesmo. Ou seja: nada de relevante pelo concelho. “
- “… Tinha um amigo em S. António que perante a derrota batia no cão quando chegava a casa; outro batia na Mãe e como era possante ameaçava o padrasto. Significa isto que perante a derrota há pessoas que reagem de forma violenta, psicologicamente destabilizada procurando ver noutros os bodes expiatórios para os seus próprios fracassos. Algumas artistas da política caseira, rejeitada pelos partidos onde durante anos fizeram carreira e subiram na vidinha, não conseguem reconhecer esse aspecto que até um cego localiza à légua.
Esta é a chamada bolha da ilusão que impede as pessoas de verem a realidade, apenas vêm a projecção dos seus desejos estampada naquilo que julgam ser a realidade (...); desejam um Porshe mas andam de Audi. A falta de rigor, a ausência de alguns conhecimentos, a incapacidade para burilar rapidamente conhecimento gera essas bolhas de ilusão e depois sobrevém a derrota para que se não está preparada. E quando não se está preparada para ela começa-se a bater no cão, no gato, no papagaio ou até criticar alguns blogues sem saber, em rigor, do que falam.
Como diria o Sócrates, o de Atenas, se o homem é mau tal decorre da ignorância. E a esses homens e a essas mulherezinhas temos de as saber desculpar, porque não sabem do que falam, apenas se iludiram com uma realidade que os transcende.
De modo que saber lidar com a derrota é, ou deve ser, uma das primeiras virtudes quando se entra no meio político. Sob pena de se comprometer a saúde mental e depois passar a escrever baboseiras inqualificáveis que apenas revelam raiva, ressentimento e incapacidade de gestão emocional da derrota. Em inúmeros casos isto ocorre nas mulheres de meia-idade que começam a tocar na fronteira da menopausa. Isto é dramático, algumas, mais decadentes, até ficam loucas. Outras atiram-se da serra pensando que conseguem voar como os pássaros.
Nos casos mais graves, como relembra O Werther, de Goethe, há pessoas que foram arrastadas ao suicídio. A Comédia Humana, de Balzac, provocou inúmeras capitulações e trágicas condenações. Depois de ler A Nova Heloísa, de J.J.Rosseuau, uma moça estoirou os miolos numa praça de Genebra. Os Sete Que se Enforcaram, de Leonidas Andreiev, foi causa do suicídio de vários estudantes em Moscovo.
Ninguém, em rigor, sabe ao certo o que se passa nos bastidores da vida, e nessa percentagem crescente de instáveis emocionais, alguns bipolares, temos de ser compreensíveis para com esses ressentidos pelas derrotas que a vida política, nacional ou local, impõe a certos actores.
Até para cair tem que se saber cair de pé, e encontrar bodes expiatórios para as próprias fraquezas e derrotas é, não apenas um exemplo de fealdade como de puro cretinismo que denuncia as mentes fracas e perversas desta nossa vidinha pública local e autárquica que ora assumiu enquadramento partidário ora, consoante os interesses em presença, assumiu uma aura de pseudo-independentismo quando se sabe que, na prática, todos nós somos sempre dependentes de algo.
E uns desses filhos d' algo continuam, à falta de melhor fair-play, a bater no cão.
Por vezes a melhor forma de fazer serviço público é ter alguma caridade intelectual com alguns idiotas que vamos encontrando por aí e andam por aí, como o outro...”
Parabéns “Marvão [mais] Alto”, quem escreve assim não é gago…