quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Marvão… outra vez!

(clicar para ampliar)
Depois de ter sido a imagem de Portugal numa mega campanha publicitária lançada, há alguns meses, na Alemanha e Inglaterra, eis que Marvão volta a estar em destaque. Desta vez, a sua imagem surge numa grande campanha publicitária do Euro milhões.

É por estas e por outras que eu acredito que Marvão, com a sua singularidade, terá ainda um futuro risonho…


Grande Abraço
Bonito Dias

PEDRO SOBREIRO NO "CONTA CORRENTE" - IGUAL A SÍ PRÓPRIO

O meu amigo Ílídio Pinto Cardoso sentou hoje à mesa do seu programa "Conta Corrente", da Rádio Portalegre, os dois "kids" da política local norte alentejana, António Pita e Pedro Sobreiro. Numa conversa brilhante, de noventa minutos, os dois vice - presidentes de Castelo de Vide e Marvão, colocaram as cartas encima da mesa e provaram que têm qualidade mais que suficiente para desempenhar as funções que presentemente exercem. IPC, velho raposão nestas andanças, foi-lhes sacando confissões bastante curiosas, algumas das quais contarei de seguida.
No capítulo de relações humanas, ao passo que António Pita reconheceu que, pese a algumas diferenças de opinião, o seu relacionamento com António Ribeiro foi sempre altamente satisfatório, Pedro Sobreiro mencionou as dificuldades de relacionamento com Vítor Frutuoso, algo que, aliás, já nem é notícia nos meandros mais atentos a esta coisa da polítiquice local. O jovem autarca marvanense, fez questão de deixar claro que, apesar de tudo, sempre respeitou o seu Presidente e sempre jogou limpo com ele, pese ao relações mais ou menos frias que mantêm.
Questionados quanto ao "melhor prémio" que lhes proporcionou a sua passagem pela vida política, António Pita escolheu a relação de proximidade que mantém com os seus munícipes e o "nosso" Pedro foi peremptório em preferir o tratamento que recebe das crianças, sobretudo nas escolas, em consequência das actividades que organiza, no ãmbito do seu pelouro da Educação.
Se Pedro Sobreiro considerou que a sua travessia pela passarelle da política poderia ser considerada uma tragédia felliniana, já António Pita não dramatizou tanto, considerando-a, simplesmente, um melodrama.
Munido daquela "curiosidade doentia" que caracteriza os bons jornalistas, IPC quis saber que pensam estes dois políticos fazer num futuro próximo e já numa perspectiva das próximas eleições. Pedro Sobreiro não confirmou nem desmentiu que tinha sido convidado por Madalena Tavares para integrar o projecto independente da vereadora marvanense, mas deixou claro que permanecerá fiel aos laranjinhas, pese a reconhecer que não está de acordo com o facto da concelhia do "ninho d' águias" ser manipulada por algumas pessoas que barram a participação de outros cidadãos na vida política do concelho. A vida política activa não parece estar no horizonte do jovem Pedro Sobreiro, pelo menos nos próximos quatro anos. Já António Pita não disse que sim nem que não, antes pelo contrário, tendo referido que ainda é "muito cedo" para assumir posições neste apartado.
À solicitação de uma ideia vital para o desenvolvimento do Norte Alentejano, António Pita não hesitou em escolher a Regionalização, tendo até referido o modelo espanhol como exemplo a seguir. Neste apartado, Pedro Sobreiro considerou prioritária a união entre os Municípios na elaboração de projectos comuns.
Já no final do programa, Ilídio Pinto Cardoso lamentou que estes dois jovens políticos venham a abandonar a vida política activa, salientando que todos ficaremos a perder se tal facto se consumar.
Eu concordo com o Ilídio. Mas a política é assim de purca...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

CAMINHADA – CONVÍVIO TRANSFRONTEIRIÇA DO FÓRUM MARVÃO

Ora aí está no próximo dia 28 de Fevereiro, a pedido de muitos bloguistas, mais uma caminhada convívio. Desta vez por terras fronteiriças, com um percurso escolhido pelo Garraio.

Todos os interessados deverão confirmar a sua presença aqui para o Blog Fórum Marvão, ou para telemóvel 969346391, ou ainda, para o e-mail jbuga@sapo.pt



28 de Fevereiro de 2009 (Sábado)

PROGRAMA
08.45 Horas – Concentração na Fronteira do Porto Roque

09.00 Horas – Início da caminhada transfronteiriça por algumas rotas de contrabando

12.45 Horas – Fim da caminhada no mesmo local do início

13.00 Horas – Almoço convívio (Facultativo) num Restaurante da zona (Preço 12 Euros/Pessoa).


ESTÃO CONVIDADOS TODOS OS COLABORADORES, INTERVENIENTES E VISITANTES DOS BLOGS FÓRUM MARVÃO, VENDO O MUNDO DE BINÓCULOS DO ALTO DE MARVÃO, VALÊNCIA DE ALCÂNTARA Y SU POLÍTICA, VALÊNCIA DE ALCÂNTARA E SU GENTE E OUTROS. QUEM NÃO PARTICIPA NOS BLOGS TAMBÉM PODE VIR.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

INFORMAÇÃO FÓRUM

Ainda sobre a notícia do Post anterior, a Edição do Jornal Fonte Nova nº 1627 de Terça-feira, 17 de Fevereiro de 2009, noticia o seguinte:


Marvão - Pedro Sobreiro despede-se das funções de autarca.

A revelação foi feita pelo próprio este fim-de-semana, no decorrer de Comidas d`Azeite, uma iniciativa iniciada no seu executivo. "Esta é a última feira que faço como autarca, pois vou deixar de estar neste mundo", confessou Pedro Sobreiro, revelando que tomou esta decisão poucos meses depois de ter entrado neste executivo.

Com 35 anos de idade, Pedro Sobreiro admitiu que cedo percebeu que tinha uma "maneira diferente de ver a vida", em relação ao presidente do município, Victor Frutuoso.

"Quando entramos numa empreitada destas, fazemos sempre alguma ideia daquilo que possa acontecer e sempre me apercebi que havia uma forma algo diferente de actuar da parte do presidente e da minha. Aqui tenho de respeitar sendo ele a figura que de alguma forma lidera o executivo, mas vi muito cedo que havia formas diferentes de ver a vida e a política também", confessou. Neste sentido, e ao fim de seis meses, Pedro reuniu com o presidente da edilidade e disse-lhe que "o objectivo inicial que tínhamos de continuarmos mandatos iria terminar por aqui, a minha meta deixaria de ser continuar, mas apenas terminar este mandato".

Depois dessa tomada de decisão, Pedro Sobreiro revela que a tarefa "não tem sido fácil", no entanto ainda tem forças para terminar esta batalha, até porque "sempre tive consciência que houve pessoas que acreditaram em mim desde o início e foi isso que me manteve firme até ao final".

Funcionário das finanças de formação, Pedro Sobreiro admitiu que "houve períodos muito difíceis, em que se calhar o mais fácil era ter virado as costas e ter seguido o meu caminho, pois não sou dependente da política". Decidiu seguir em frente e continuar a dar o seu contributo para ajudar a comunidade e o concelho. "Dei tudo o que tinha de mim e fiz das tripas coração para poder levar o concelho avante. Acho que isso é visível e reconhecido por praticamente todas as pessoas", admitiu.

Com o término deste mandato, Pedro Sobreiro adiantou que vai ficar "em pousio", fazendo a sua "travessia do deserto", a qual, segundo disse, "pode durar quatro ou oito anos", dependendo "daquilo que for também a sensibilidade das pessoas".

Neste momento, acredita que precisa de "tranquilidade" e de "digerir este processo".

Consciente do trabalho que desenvolveu ao longo da sua permanência no executivo de Marvão, Pedro Sobreiro afiançou que "estou em paz comigo e com as pessoas".

Para as pessoas que agora "possam seguir com esta tocha olímpica de Marvão", Pedro Sobreiro deixa um apelo, no sentido de que "preservem e estimulem" os eventos que foram criados, porque "foram feitos com muito sonho, sacrifício e trabalho".

Candidatura à presidência em mente

Natural de Marvão, Pedro Sobreiro não coloca de lado a hipótese de um dia apresentar uma candidatura à liderança da autarquia marvanense. "Sou um miúdo de Marvão, simples e humilde, e desde criança que sempre vi a Câmara como um dos objectivos que poderia ter na minha vida. Não fiz absolutamente nada por isso em termos concretos, fui convidado com 32 anos a ser vice-presidente sem ter ido a uma única reunião política de preparação. Se me convidaram não foi pelos meus lindos olhos, foi porque reconheceram de alguma forma que poderia ter um determinado estatuto perante as pessoas e esse estatuto veio do trabalho de muitos anos ao serviço e em prol da comunidade", declarou.
Nesse sentido, o ainda vice-presidente, que agora decidiu desviar-se da rota política, confessou que, mais tarde, poderá regressar. "O Pedro Sobreiro vai continuar cá a dar cartas e a trabalhar em prol das pessoas. Se daqui a amanhã sentir que da parte da comunidade pode haver algum apoio e interesse", podemos ver o seu nome numa das listas à Câmara Municipal. Na sua cabeça, Pedro Sobreiro tem desenhada a sua "equipa ideal". Assim, revelou ainda que "nunca fecho uma porta, é apenas um até já e o dia de amanhã nunca se sabe".

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Esta não é uma notícia de Entrudo!

Aquilo que os seus mais próximos já sabiam há muito, foi agora divulgado publicamente.

Pedro Sobreiro, Vereador na CM de Marvão e seu Vice-Presidente, anunciou à Rádio Portalegre, que não será candidato nas próximas eleições autárquicas.

Em 2005, no dia de todas as ilusões


É a seguinte a notícia da RP:

“Depois de um mandato como vereador da cultura da autarquia de Marvão, Pedro Sobreiro, não pretende recandidatar-se nas próximas eleições autárquicas.

Segundo o vereador, a decisão foi tomada poucos meses depois de ter tomado posse no actual mandato.

Pedro Sobreiro disse também á Rádio Portalegre, que não é dependente da política, e que agora vai aguardar, ficar em “pousio”, a descansar da política.”

Esta é a primeira notícia de abandono das Listas de Vítor Frutuoso, mas as deserções parecem não ficar por aqui…

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Ora aí está o Carnaval!

(Queria saber o programa? É só clicar)
( Não aumenta? Ah, ah, ah... Também o ordenado!)


Há quem diga que o melhor é o do Rio de Janeiro!

Outros preferem o da Madeira!

Cá pelo burgo fala-se no de Torres Vedras, Ovar, Portimão, etc., etc…

Mas cá para nós o melhor é mesmo o “MARVÃO FOLIÃO”.

No próximo fim-de-semana, vá a Santo António das Areias e divirta-se.

E saiba em primeira mão que a crise acabou!!!!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Crenças e crendices

Ao longo da sua História e da sua evolução, a Humanidade caminhou lado a lado, passo a passo, com a mitologia; a religião; o sagrado e o profano. Mesmo nos períodos em que o primado da razão, devidamente alicerçado no humanismo e no racionalismo científico vigorou, o Homem nunca deixou de procurar respostas e conforto para os problemas existenciais, nas crenças; nos mitos e em última instância nas crendices e bruxarias .

(… )“ A mensagem religiosa geralmente exige determinado comportamento perante Deus, o sagrado e os homens, e é, muitas vezes, formulada de forma compatível com conceitos racionais e em doutrinas sistematizadas. O mito abrange maior amplitude de mensagens, desde atitudes antropológicas muito imprecisas, até conteúdos religiosos, pré-científicos, tribais, folclóricos ou simplesmente anedóticos, que são aceites e formulados de modo menos consciente e mais espontâneo, sem considerações críticas.”

Quando a Ciência parece falhar, o último refúgio e o derradeiro reduto, foram e ainda são, as crenças divinas, associadas aos mitos e às práticas presumivelmente paranormais .
O conhecimento cientifico, é uma conquista do próprio Homem, mas parece dar passos tímidos e hesitantes de criança, quando o confrontamos com a magnitude do Universo . As religiões ou as crenças paranormais, por oposição, dão aparentemente passos de gigante: A Ciência consegue, por exemplo, explicar a ideia de infinito, através das regras inabaláveis e precisas das leis matemáticas, mas parece não conseguir saciar as perguntas imanentes do senso comum ou do conhecimento empírico :

- O que é que se pode encontrar para além do infinito ?
- Se há estados de existência, relativamente aos seres vivos; à matéria ou ao próprio Universo, o que havia antes do real ? O vazio?
- Há estados de existência imaterial ?


A religião e as crenças, a esta associadas, parecem dar um resposta mais abrangente e inquestionável a todas as questões existenciais, tendo sempre por base o empirismo e o sagrado : Se acreditarmos no divino enquanto Entidade omnipresente e omnipotente, que tudo criou e que tudo domina, as grandes dúvidas parecem dissipar-se e achar-se descabidas . Esta visão não deixa, no entanto, de parecer simplista e redutora para aqueles que defendem o racionalismo ou o agnosticismo ( doutrina que defende a impossibilidade de se encontrar o conhecimento absoluto, dos problemas metafísicos ) .


Esta reflexão, tem o propósito de fazer uma certa luz, sobre os fenómenos subsidiários das crenças populares ; crendices e bruxarias, que ocorrem mais frequentemente, onde o conhecimento baseado na experiência do dia a dia e do medo do desconhecido , se impõem ao conhecimento cientifico .

A importância atribuída aos fenómenos pseudo - paranormais, atinge por vezes dimensões caricaturais, e não raras vezes preocupantes, como procurarei atestar no relato que passo a descrever :

Na vertente norte da serra de Marvão , há um sitio com o nome de Aldeia . Da ideia que fazemos de aldeia, este lugar só tem o nome, uma vez que as casas contam-se pelos dedos das mãos e encontram-se disseminadas ( sem a configuração de ruas ou praças ) .

Viviam aqui, duas famílias de lavradores, que tinham duas pequenas explorações agrícolas . Sendo vizinhos, viviam o dia a dia, num clima de sã e solidária convivência neste local recôndito. Este regime de paz social, haveria de ser interrompido abruptamente, quando a matriarca de um das famílias adoeceu . Sendo uma mulher de uma robustez física impressionante, fazia inveja a qualquer homem na labuta árdua e diária que travava com as actividades da lavoura ; do trato dos animais e das restantes tarefas domésticas. A sua aparência , irradiava uma saúde de ferro . faces rosadas ; corpo roliço e anafado, deixando antever que a sua “dieta”, contemplava o uso e abuso de bons nacos de presunto e enchidos do fumeiro da sua própria produção .


Certo dia, começou a sentir umas tonturas ; breves desmaios ocasionais, aos quais se seguiram outros mais frequentes . Impunha-se a marcação de uma consulta, no médico de família de Santo António das Areias .
O médico foi peremptório, perante os sintomas e as análises, era necessário implementar uma dieta à base de vegetais ; fruta e afins, com uma redução drástica no sal; açúcar , carnes gordas e vermelhas. Foi-lhe também administrada medicação adequada .

Numa primeira fase, as prescrições médicas foram seguidas, apesar de alguma relutância por parte da paciente . Como as melhoras não apareceram logo de seguida , a dieta foi progressivamente sendo posta de parte .

Atendendo que os sintomas se agravaram, a ponto de afectar o trabalho diário, e perante o fracasso das “mesinhas” do médico, era urgente procurar outras soluções que apresentassem resultados mais imediatistas .

A morte súbita de um animal na quinta (um porco ou uma vaca, não sei precisar), em circunstâncias estranhas, veio reforçar a ideia que as forças do oculto, andavam por aquelas paragens .
Era imperioso agendar um encontro com uma afamada “soldadora “ , que apoiava o seu desempenho em fortes convicções religiosas .

A consulta junto da vidente, teve o seu quê de inquérito policial, com práticas de interrogatório insinuante, tendentes a uma maior eficácia na adivinhação da maleita :
- Então a senhora tem esses sintomas ? ... Você não tem por acaso um vizinho muito próximo?
- Tenho sim minha senhora !
- Nunca notou uma certa inveja ,… da parte dele ?
- Agora que fala nisso…
- Olhe: Eu vejo aqui um caso típico de mau olhado, provocado pela inveja e cobiça !

O diagnóstico estava concretizado, assim desta forma, nua, crua e impiedosa . Os dotes de adivinhação da soldadora, ficaram reforçados, com o relato contado e amplificado por parte da paciente, junto de diversas pessoas, nos locais públicos que frequentava . Era indispensável cruzar os dedos em forma de cruz, sempre que se verificasse uma confrontação directa, não desejada, com a vizinhança .

O êxito destes curandeiros, bruxas, endireitas e soldadores, resulta desta publicidade de boca em boca, reforçado pelo facto das pessoas admitirem que recorreram a estas práticas quando as coisas aparentemente correram bem . Quando amiúde acontece o oposto, ninguém tem coragem de admitir publicamente que foi à bruxa .

A mulher lá foi para casa, com a prescrição da vidente bem definida : Rezas a horas certas; benzeduras contra o mau olhado e outra mesinhas.
Algum tempo depois, deu entrada nas urgências do hospital de Portalegre, com a tensão arterial a atingir os níveis máximos, permitidos pela natureza humana , para a continuidade da sua própria vida . Foi internada, examinada ; medicada e obrigada a regressar à dieta .


O marido que ficara entregue a si próprio, com todas as tarefas a seu cargo, irrompeu um dia pela taberna da aldeia e furioso, pediu licença para utilizar o telefone público, sem deixar de lançar antes, um desabafo bem audível que lhe saiu das entranhas :
- Raisparta a mulher, que não sai do hospital ! Com a nossa vida, temos lá tempo para estar doentes, no “choco “.

Estava assinado e declarado o estado de guerra, neste lugar isolado . A concórdia deu lugar ao ódio visceral entre as duas famílias . Aqueles que se consideravam ofendidos e presumivelmente atingidos pelos actos maléficos dos vizinhos, possuíam uma pequena propriedade que estes últimos precisavam de atravessar, para chegar aos seus próprios domínios .
As hostilidades foram iniciadas com a colocação de uma placa de madeira, afixada no muro de pedra seca da propriedade, por parte do marido da vitima do “ mau olhado”, na qual figuravam uns caracteres rudemente desenhados, mas com uma mensagem clara :

É PROIBIDA A PAÇAGEM (com cê de cedilha) , ÀS BESTAS E A TODA A GENTE !
Não era muito claro e cristalino, se a besta era o vizinho ou o macho da carroça deste , que constituía o seu único meio de transporte, para as deslocações necessárias às feiras e aos comércios das aldeias mais próximas.
A partir daqui, as famílias tornaram-se inimigas para a vida e nada voltou a ser como dantes .

A importância que as pessoas, por vezes conferem aos dotes de adivinhação e às presumíveis capacidades curativas destes videntes ; curandeiros e soldadores que se escudam quase sempre no fenómeno religioso, para realçar as suas virtudes, podem atingir proporções e consequências extremamente nefastas, para aqueles que se deixam enredar nestas teias urdidas por gente sem escrúpulos .
Nestas coisas não há no entanto verdades absolutas . Também podemos encontrar no universo da sabedoria e do imaginário popular, no que às crenças e crendices concerne, material interessantíssimo e digno de estudos etnográficos e etnológicos .

Na obra Neo-realista de Fernando Namora : “Retalhos da vida de um médico “ no Capítulo intitulado – “História de um parto “, há um relato assaz pungente, talvez emergente das vivências do autor, enquanto médico, que transcrevo aqui parcialmente :
(…) “ Os camponeses vinham ao consultório fechados em meias palavras, avaliando dos meus dotes de mágico, e nas suas faces obstinadas havia apenas desconfiança e desafio :Algumas vezes, a morte estava ali entre mim e eles, troçando da minha humildade apavorada, e nem assim me davam um estímulo : duros, invioláveis, lá lhes parecia que um bom médico não precisa de arrimos “ (… ) .
P. S. - os episódios aqui referenciados, emergem do imaginário popular e da transmissão de boca em boca . Como diz o adágio popular " quem conta um conto aumenta-lhe sempre um ponto", pelo que, os relatos em causa poderão ser ficcionados .
Não visam atingir ninguém em concreto, nem ferir susceptibilidades . O presente post, tem apenas como objectivo, fazer uma reflexão sobre casos similares, que não são tão raros, como se possa imaginar .

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

E da Crise para... Onde?

OPINIÃO

Depois de ter andado no Post anterior a “engendrar” umas “ingenharias financeiras”, como diz o Bonito, e de umas “estóreas plagiadas”, das quais parece que sou o único utilitário, gostaria em primeiro lugar, de pedir desculpa aos leitores por alguns erros ortográficos dos últimos comentários. Mas eles foram escritos tão emocionalmente, que parece que alguns escaparam à revisão.

Ainda a respeito do tema do Post anterior, gostaria de partilhar convosco, também um pouco da minha preocupação sobre a actual situação social do país e do mundo, que penso que esteja muito para além de uma GRAVE CRISE FINANCEIRA!

E só espero, que mais uma vez, a humanidade (ou quem nela manda), não encontre como solução a velha fórmula do passado: A GUERRA! Como forma de resolver os problemas do mundo.

No entanto, os sinais são preocupantes, e, não me espantaria nada, que esse desfecho, que parecia estar arredado do nosso horizonte, mais dia, menos dia, nos batesse à porta.

Alarmante, pensarão alguns; apocalíptico, dirão outros; impossível nos dias de hoje, isto é só mais uma crise que se diluirá com o tempo, responderão os mais sensatos

Mas, bastaria uma análise mais atenta, ao último parágrafo do Artigo aqui trazido pelo Bonito, nomeadamente, o “ponto 20”, para nos por de sobreaviso, sobre essa possibilidade, senão vejamos o que nos diz:
“…Entretanto os Fundos Soberanos, ou seja os Fundos de investimentos criados pelos Estados com recursos procedentes do “superavit” das suas contas (procedentes principalmente do petróleo e do gás), como os fundos do Emiratos Árabes, países asiáticos, Rússia, etc., estão a comprar participações significativas em Bancos americanos para tirá-los do congestionamento em que se encontram…”.

Se isto está a acontecer, caberá questionar:

- Qual será a reacção dos americanos a esta “aquisição” por parte de estrangeiros?

- Como reagirão estes povos a uma “nacionalização” dos seus fundos por parte dos americanos?

- Porque razão, recentemente, americanos e russos acordaram em desmantelar alguns mísseis perigosos para ambos os países?

- Será que ao “negócio” do “subprime”, sucederá o negócio sempre rentável das armas?

Dizem que a história nunca se repete, mas eu não tenho a certeza disso!...

Entretanto, aconselho-vos a visitar o seguinte sítio:

http://video.google.com/videoplay?docid=-1437724226641382024

Vejam até ao fim e reflictam…

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Da ganância à CRISE!!!

(Caderno "Economia" do Expresso de hoje)

A “crise” de que há tanto tempo se fala está agora a começar a doer a sério:

O desemprego!

Nas últimas décadas, num crescendo de acesso a bens cada vez mais dados como certos e num incremento do nível de vida, habituei-me a ouvir alguns “antigos” (daqueles que sempre pouparam para a velhice porque “no seu tempo” não existia reforma) dizerem que isto, um dia, ainda ia dar para o torto!

Costumava responder-lhe, convencido, que estavam errados. Que esta evolução não teria retorno.

Enganei-me!

Agora, fico todos os dias “arrepiado”. Arrepiado com os milhares que, diariamente, pelo mundo fora perdem o emprego; arrepiado vendo reportagens que mostram milhares de cidadãos do país que tem comandado o mundo (U.S.A.) sem acesso a cuidados de saúde básicos, porque não têm capacidade financeira para subscreverem um seguro ((ai que bom é o nosso (deficiente) sistema de saúde!)); arrepiado quando vejo ministros de países até há pouco tempo considerados super-desenvolvidos “caírem” porque o seu carro é cercado por cidadãos do seu país desesperados; arrepiado quando vejo países super-desenvolvidos e super-liberais imporem quotas às empresas relativamente à nacionalidade dos seus empregados…

Temo, sobretudo, as convulsões sociais que estão para surgir.

Temo a insegurança!

E sinto-me, apesar de tudo, privilegiado. Privilegiado porque o desemprego, felizmente, não paira, ainda, sobre mim e sobre os meus; privilegiado porque a região onde vivo, não sendo muito desenvolvida, não sentirá muito o “abalo” e, sendo “rural”, tem uma a boa rede de sustentação social.

Oxalá os governos consigam engendrar boas almofadas de protecção social para que isto não dê mesmo para o torto…

Esta catástrofe é global. E por isso atinge Portugal e atinge Marvão!

Para quem esteja interessado, e tenha paciência para ler, aqui deixo um texto, escrito por um espanhol em meados de 2008, que explica muito bem a origem deste “mal”…

Explica-nos como para alguns ganharem milhões, estão agora milhões entalados!


Grande Abraço
Bonito Dias





terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A nossa gente... e a sua forma de pensar...

Carta aberta ao Vereador Pedro Sobreiro (o meu amigo Pedro):

“E eu olho para o tempo que ainda me falta em exercício, suspiro fartinho, arfo e digo para mim mesmo aquilo que os romanos disseram dos lusitanos “esta gente não se governa nem se deixa governar….”

Li hoje no teu Blog pessoal, “vendo o mundo de binóculos do alto de Marvão”, um Post de tua autoria, em que nos deste a conhecer um pouco da tua desilusão, e/ou mesmo revolta, em relação a algumas apreciações de certas pessoas, acerca do teu trabalho, enquanto autarca local e actor social.

Sem paternalismos, que às vezes me acusas, quero dizer-te aqui publicamente, que considero isso perfeitamente normal (numa terra muito mais habituada a apreciar do que a fazer), e, deves dar a essas críticas, a importância que realmente merecem, sem te querer dizer, que não lhes deves dar importância nenhuma. O que te quero exprimir, é que deves lidar com essas censuras como momentos de aprendizagem e crescimento, de acordo com a fase em que te encontras na tua vida. No entanto, a respeito da “importância das coisas” deixo-te aqui um pensamento do grande escritor que é Milan Kundera (não tenho a mesma certeza se o é como homem), que escreveu um dia: “… às vezes levar a sério, algo de tão pouco sério, é perdermos nós próprios, toda a nossa seriedade”.

Claro que sabes, que eu acho que tu te puseste mesmo a jeito para que isto acontecesse, e em minha opinião, até acho que o merecias, devido à visão ingénua e utópica que tinhas, e talvez ainda tenhas da sociedade, mas isso é uma virtude tua, que espero que nunca a percas, e crê, que o que neste momento estás sentir, será passageiro, porque irás sair mais fortalecido e mais “rico” como pessoa e como homem. Só terás de gravar no “disco rígido”, todos esses “inputs”, a que estás a ser submetido.

Ao afirmar no parágrafo anterior que te “puseste a jeito”, quero dizer, que entraste nesta aventura de peito aberto, dando o corpo ao manifesto, acreditando que tudo é gente de bem, que as pessoas são todas boas, crendo que não existem interesses pessoais, etc., etc. Hoje sabes, certamente, que cometeste alguns erros de estratégia, e isso não terá de ser necessariamente mau, depende apenas do efeito que isso tenha em ti.

Os grandes atletas não são aqueles que ganham sempre, são aqueles que ganham e perdem. Mas que sabem perder e ganhar, e em cada derrota saem mais fortalecidos, para lutar…, e tentar ganhar de novo!

TA: Só não são criticados, aqueles que nada fazem, e tu, só és criticado, porque ousas fazer…Não te rendas!

Um abraço

João Bugalhão

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Pais do Amaral quer golfe de Marvão, mas por um preço justo, diz " O SOL online"

O futuro do campo de golfe de Marvão (Portalegre), em processo de insolvência e em situação de abandono, continua indefinido, tendo hoje decorrido, sem sucesso, uma hasta pública para apresentação de propostas de compra


Na hasta pública, que decorreu no Tribunal de Castelo de Vide, o valor de licitação para a globalidade dos bens a vender da insolvente Ammaia-Clube de Golfe de Marvão, S.A., situava-se nos dois milhões de euros, tendo sido apresentadas duas propostas.

Uma das propostas encontrava-se «em branco», segundo constatou a agência Lusa no local, e a outra, em nome da empresa The Edge Group, ligada ao empresário País do Amaral, continha um valor inferior ao lançado pelo administrador da insolvência.

Fonte judicial disse à Lusa que a proposta apresentada pela empresa de Pais do Amaral situou-se «um pouco acima dos 750 mil euros».

«Não foi efectuada a venda, em virtude da proposta apresentada não reunir as condições de venda publicitadas, seguindo-se agora os ulteriores termos processuais», revelou a mesma fonte.

Em declarações à Lusa, José Luís Pinto Basto, sócio de Pais do Amaral para os investimentos na área turística, escusou a confirmar o valor da proposta apresentada, mas reiterou o interesse do The Edge Group em adquirir o projecto de Marvão.

«Estamos aqui, mais uma vez, nesta hasta para demonstrar o nosso interesse em adquirir o golfe pelo seu valor justo e não pelo valor que estava em cima da mesa», disse.

Segundo Pinto Basto, a proposta foi apresentada «pelo valor actual» que a empresa atribui aos imóveis «no estado em que actualmente se encontram».

Luís Pinto Basto espera agora «manter conversações» com a comissão de credores para que, num futuro próximo, esta venha a decidir se «aceita ou não» as condições avançadas pela empresa The Edge Group.

De acordo com o sócio de Pais do Amaral, assim que a empresa termine o negócio com a comissão de credores, estão logo à partida projectadas «obras de recuperação» do campo de golfe, a continuação da obra do empreendimento e uma intervenção para melhorar o «enquadramento paisagístico» daquele conjunto.

A construção de um hotel com cerca de 100 quartos e a finalização do projecto de aldeamento turístico em redor do golfe é outra das metas que o grupo pretende atingir.

Para que isso aconteça, o Parque Natural da Serra de São Mamede, que classificou aquela área como «protegida», terá que, eventualmente, alterar o processo para que se concluam as obras.

Inaugurado em 1997, o campo de golfe situa-se no centro de uma moldura única em pleno coração do Parque Natural da Serra de São Mamede, tendo sido considerado em 2000 pela Federação Portuguesa de Golfe O Campo do Ano.
Ao abandono há alguns anos, costumando mesmo servir para as ovelhas pastarem, o golfe de Marvão e o empreendimento turístico Aldeia D'Azenha que lhe está adjacente, pertenceram numa fase inicial a Carlos Melancia, ex -governador de Macau.

Após a insolvência da empresa de Carlos Melancia (Bevide), pedida pela administração e posteriormente decretada pelo tribunal devido a dívidas a fornecedores e funcionários, surgiu no negócio o Grupo Hoteleiro Fernando Barata que adquiriu, em Abril de 2007, através da Solévora, os bens da Ammaia Clube de Golfe de Marvão, SA.

O mesmo grupo, que já tinha comprado o aldeamento turístico associado ao campo de golfe, a Aldeia d'Azenha, era um dos quatro sócios da Ammaia, integrada também pela empresa de Carlos Melancia.

A empresa de Fernando Barata saiu do projecto por incumprimento de prazos de pagamento à comissão de insolvência, tendo ainda perdido uma caução inicial de cerca de 400 mil euros.

Fonte: Semanário "O Sol ONLINE", de segunda feira, 2 de Fevereiro de 2009

SOBRE O GOLF, in jornal FONTE NOVA


Impasse no Golf de Marvão - Licitações abaixo do esperado

O imóvel esteve à venda em hasta pública na passada quarta-feira mas os dois milhões de euros mínimos de licitação resultaram em duas propostas que, certamente, não corresponderam às expectativas. Uma falsa proposta, não identificada e constituída por folhas em branco, e a proposta do grupo de Paes do Amaral que ofereceu pelo Golf menos de metade do valor pedido…No passado dia 28, as atenções estiveram viradas para o Tribunal Judicial de Castelo de Vide. Foi naquele local que, durante a manhã, o futuro do Ammaia Clube de Golf de Marvão, S.A. e do empreendimento turístico Aldeia d’Azenha, esteve em cima da mesa, através da sua venda em hasta pública.
No entanto, o futuro do imóvel, que está em processo de insolvência e em situação de abandono, continua incerto, uma vez que ainda não foi desta que foi comprado. No Tribunal Judicial de Castelo de Vide, na quarta-feira, além de uma falsa proposta não identificada, que obviamente é nula, foi apresentada uma oferta pelo The Edge Group, cujos 50% são detidos pelo empresário Miguel Paes do Amaral. Apesar de não nos ter sido revelado o valor oferecido pelo grupo interessado, sabe-se que o mesmo foi inferior ao mínimo exigido. Aliás, segundo noticia a Agência Lusa, que refere fontes judiciais, a oferta terá rondado os 750 mil euros.
Em representação do The Edge Group, esteve o administrador José Luís Pinto Basto. No final da hasta pública, o responsável falou aos jornalistas, lembrando, em primeiro lugar, que "este negócio sempre nos interessou tendo as duas componentes integradas e em funcionamento em simultâneo, não acreditamos na viabilidade do Golf sem o empreendimento turístico e não acreditamos na viabilidade do empreendimento turístico sem o Golf". Tal como o responsável fez questão de sublinhar, "este processo já vem de há quase dois anos, temos mantido essa posição e temos tentado fazer este negócio, entendendo todas as complicações que estão envolvidas e que vêm de trás, desde um processo de falência a dívidas e hipotecas…", salientou Pinto Basto.
O The Edge Group tem tentado, junto das partes envolvidas, "encontrar soluções justas e práticas. Por isso aqui estamos, mais uma vez, nesta hasta mostrando o nosso interesse em adquirir o campo de golf pelo seu valor justo e não pelo valor que estava em cima da mesa", esclareceu o administrador. O responsável acrescentou ainda que "apresentámos a nossa proposta pelo valor que consideramos que é o valor actual que estes imóveis têm, no estado em que actualmente se encontram, e portanto caberá agora à comissão de credores aceitar ou não as condições que vierem a ser propostas".
Na realidade, e como nos foi confirmado pelo administrador Pinto Basto, "uma vez que não apresentava o valor de licitação pedido, a nossa proposta não foi aceite". Agora, e no entender do grupo interessado, " a comissão de credores deverá reunir e continuar uma conversa particular connosco, com base nesta proposta, e tentaremos chegar a um entendimento justo e equilibrado, com interesse para ambas as partes"."Queremos recuperar o Golf, terminar o empreendimento turístico e avançar com o hotel"Quanto ao projecto que o The Edge Group perspectiva para o Golf de Marvão, os objectivos são claros. Segundo avançou Pinto Basto, "logo que consigamos adquirir o campo de golf e o empreendimento, a nossa ideia é iniciar imediatamente as obras de recuperação do golf e dar seguimento à obra do empreendimento". Mas os propósitos não se ficam por aqui, pois há ainda a pretensão de "fazer algumas alterações ao projecto, nomeadamente melhorar o seu enquadramento paisagístico, pois acreditamos que este projecto tem um grande potencial e, portanto, deverá ser desenvolvido em total harmonia com o Parque Natural onde se integra", aclarou o administrador do grupo.
Pinto Basto frisou ainda que "existem algumas questões para resolver que estão relacionadas com a carta síntese do Parque Natural que permitirão no futuro desenvolver um hotel", outro empreendimento que aliás estava previsto desde início e pensamos que será também uma valência essencial para a viabilidade de todo este conjunto turístico", explicou o responsável. Quanto à capacidade que o hotel terá, o administrador do grupo interessado adiantou que "os estudos feitos por algumas consultoras especializadas em turismo indicam a viabilidade para um hotel que tenha entre 80 e 100 quartos, temos até já um estudo prévio que apresentámos atempadamente ao ICNB e que apresenta um hotel totalmente integrado na própria topografia do terreno". Relativamente a prazos, Pinto Basto foi peremptório ao afirmar que "a partir do momento em que tenhamos um entendimento com as autoridades que deverão licenciar, um ano e meio e o hotel será construído".
Quanto ao facto de, desde há uns anos, a zona do empreendimento turístico inerente ao Golf de Marvão ser considerada uma zona protegida, o administrador do The Edge Group mostrou-se confiante numa mudança dessa situação. Tal como avançou, "quando a carta síntese foi publicada, a zona onde se encontra o empreendimento foi considerada uma zona de protecção total do tipo 2, quando existiam em vigor licenças de construção, portanto é uma situação que não faz qualquer sentido". De qualquer modo, o administrador do grupo esclareceu que "compreendemos que esse erro tenha sido cometido, com certeza involuntariamente, mas acreditamos que pode e deverá ser corrigido assim que os novos promotores, e espero eu que sejamos nós, também possam apresentar um projecto de qualidade que esta zona sempre mereceu", concluiu.
Vítor Frutuoso, presidente da autarquia de Marvão, não ficou surpreendido com a proposta do The Edge Group, até porque, como disse ao nosso jornal, "tenho estado atento à situação e sabia quem eram os potenciais candidatos à compra do Golf". O edil frisou que "agora tem que haver um espaço para negociações entre as entidades envolvidas para levarem a efeito os procedimentos necessários e espero que esse não seja um processo demorado". Vítor Frutuoso afirmou que "da minha parte, a grande preocupação é essa, pois quanto mais tempo passa, menos valor tem aquilo que ali está". Evocando o "interesse regional", o autarca disse mesmo que "o que era um campo de golfe, já deixou de o ser, e qualquer dia é uma propriedade rústica que vale muito menos que um campo de golfe".
Recorde-se que, inaugurado em 1997, o Golf de Marvão pertenceu à empresa de Carlos Melancia e, já em 2007, foi adquirido pelo Grupo Hoteleiro Fernando Barata que acabaria por abandonar o projecto alguns meses depois devido a incumprimento de prazos de pagamento à Comissão de Insolvência.
Actualmente, e desde há uns anos a esta parte, o Ammaia Club de Golf de Marvão é uma sombra daquilo que um dia foi e é habitual avistarem-se dezenas de ovelhas a pastarem naquele que, no ano 2000, chegou a ser considerado o Campo do Ano pela Federação Portuguesa de Golfe.
Fonte: Jornal Fonte Nova online, sábado, 31 de Janeiro de 2009